terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cair na real...



Portugal, 29 de Outubro de 2013

A derrota do SCP em casa do FCP parece que fez cair a comunicação social lisboeta, RECORD e BOLA, na dura realidade do exagero que patrocinaram, dias a fio, sobre a equipa que tinha ao melhor ataque da Europa, graças aos 8 golos marcados a uma equipa dos distritais, um deles em fora de jogo.
Não me parece que quem tenha caído na real, fosse a equipa do SCP, embora durante a semana, à boleia do tempo de antena que dispuseram, tivéssemos lido e ouvido umas quantas afirmações de “corajosos” jogadores, de que iam a casa do FCP jogar para ganhar.
Descontando o conteúdo “la palissiano” deste tipo de afirmações que fizeram várias manchetes de 1ª página a sul, (não conheço equipas que vão jogar a casa dos adversários para perder, ou para empatar), na realidade os maiores derrotados do jogo de anteontem, foi a enorme legião de painelistas, paineleiros, opinadores profissionais desbocados ou idiotas, que viam neste SCP algo que não podiam ver: um candidato ao título melhor colocado que os outros dois.
É certo que o SCP evoluiu em muitos aspectos, dos quais a organização da sua estrutura de futebol é exemplo evidente. Mas futebolisticamente falando, não fossem uns quantos erros de arbitragem, como o penalty tirado ao Benfica sobre Cardozo, ou o golo em fora de jogo em Olhão, mesmo que pelo meio exista um penalty a favor deles contra o Rio Ave, e este SCP iria jogar a casa do FCP em 3º lugar, não sendo muito entendível que o seu presidente pudesse afirmar que “se não fossem os erros de arbitragem, estávamos em 1º lugar”.
Na inversa temos o Benfica, que continua a ser apreciado por comparação com a perfeição, pela mesma legião de painelistas, paineleiros, opinadores desbocados e outros idiotas. Para a BOLA, “Triunfo justo do Benfica, mesmo que sem grande brilho ainda”, para o RECORD “a águia venceu bem, evitou o sofrimento que tem caracterizado a época e ainda apresentou momentos de alguma exaltação que serviram para pincelar uma exibição que, sem ter sido brilhante, foi serena, segura e consistente”. Para o CM a “coisa” deixou tantas dúvidas que fizeram um inquérito com a pergunta: “Gostou da exibição do Benfica?”.
Se eu perguntar quantas vezes as exibições de FCP e SCP, frente a adversários do calibre do Nacional, mereceram este tipo de avaliação em que a comparação é o “brilhantismo”, seguramente vão-me dizer que sim, que também foram avaliadas com esse grau de exigência. Não é essa a minha opinião...
Na real também devem ter caído os que dentro do Benfica, defenderam a saída de Cardozo após o incidente da final da Taça, em que fomos “espoliados” por um árbitro do Porto, “craque” nas matérias do fora de jogo e da dualidade de critérios na acção disciplinar. De acordo com as teorias reinantes na altura, e que faziam eco na comunicação social (não por acaso), Cardozo, pela idade, por “ser lento” e “desperdiçar” muitos golos, não tinha possibilidade de lutar com Lima e Rodrigo por uma vaga de ponta de lança....
Como já referi bastantes vezes, pela observação sistemática e sistematizada, já que nada sei de futebol teórico, percebe-se que Cardozo tem uma função posicional que prima mais pela componente táctica do que pela velocidade. É um jogador que não precisa de fazer muitos remates para marcar 1 golo e por força do seu jogo posicional é um “pivot” que faz tabelas como as que resultaram no 1º golo, quando não é ele próprio a criar linhas de passe para os médios de ataque, pela fixação de um ou dois defesas na sua zona de movimentação.
Em suma, é fundamental numa máquina de ataque como se pretende que seja a equipa do Benfica e não foi por acaso que as duas primeiras jornadas correram como correram (derrota n Funchal, vitória in extremis contra o Gil Vicente).
Por último, também caíram na real todos aqueles que ao longo dos anos têm colocado tudo que é adjectivo negativo às claques do Benfica, em particular aos No Name Boys, confundindo as atitudes de um numero reduzido de seus elementos que se contam pelos dedos de uma mão, com o comportamento da claque enquanto um todo. É que depois de vermos a forma organizada como a extrema-direita se embrenhou nas claques do SCP e do FCP, é caso para dizermos que as nossas claques ao pé desse tipo de gente são uns “santos”.
Muita gente caiu na real. Mas será que aprenderam alguma coisa? “À suivre”...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Critérios e reflexões...



Portugal, 25 de Outubro de 2013

Concluída a 1ª volta da Champions League, a prova mais importante do calendário futebolístico, com 2 jogos em casa, obtivemos 4 pontos estando empatados no 3º lugar com o último adversário, Olympiakos. Temos os mesmos 4 pontos que na época de Koeman, tínhamos 1 ponto com Fernando Santos, tínhamos 3 pontos com Camacho, 3 pontos também na 1ª vez de Jesus, 7 pontos na 2ª vez de Jesus e 1 ponto na 3ª vez de Jesus. Como se vê, apenas por uma vez tivemos uma pontuação de grande nível. Todas as outras participações deram pontuações baixas e até ridículas (com Fernando Santos e na 3ª vez de Jesus).
Claro está que a comunicação social, com destaque para a sedeada em Lisboa, propagandeou a mensagem que o FCP perdeu mas jogou “bem”, o Benfica empatou mas jogou “mal”. Os habituais critérios, servis ou bota abaixo, que tenho apontado em vários textos...
A imagem de Roberto nas 3 páginas dos 3 diários desportivos (bingo) com títulos que salientam o seu contributo para a “não derrota” do Benfica (foi assim que eles viram o empate), pode ser interpretado como um truque para evitar que os adeptos percebam o que o Benfica teve de trabalhar para merecer esse golo, para que os adeptos não percebam que o árbitro era do mesmo país do treinador da equipa adversária, para que os adeptos não percebam que houve 1 penalty flagrante sobre Siqueira (tal como o nosso golo nasce de 1 canto inexistente) numa altura em que havia muito jogo pela frente para se poder lutar por algo mais que o empate, para que os adeptos não percebam que houve 2 foras de jogo mal tirados ao nosso ataque, quase a fazer lembrar as arbitragens de encomenda que vemos por cá, para os adeptos se levantarem contra a “má” exibição do Benfica.
Ou seja, mais uma vez, e assim será até que alguém da Direcção do Benfica perceba que deste modo não vamos a lado algum, pois estas mensagens da comunicação social põem os adeptos contra a equipa e protegem as equipas que efectivamente fizeram maus resultados, da critica dos seus adeptos (neste caso, o FCP). De forma simples, a comunicação social consegue transformar os adeptos do Benfica numa parte do problema e não numa parte da solução.
A falta de esclarecimento assim criada, por imperativo comunicacional de uma estratégia que é evidente e não uma qualquer fantasia minha, leva os adeptos ao caos e desordem no pensamento. E quando assim é, os seus actos serão a condizer e não ajudarão a equipa a funcionar melhor. Bem pelo contrário.
E assim tem sido desde a derrota com o Guimarães na Taça, pelo que me parece notável o que já foi conseguido em termos desportivos. Sim, porque com arbitragens isentas, o Benfica estava claramente em 1º lugar do campeonato, jogando, ou não, como a critica (e os adeptos hiper exigentes e autistas) mais gostam.
Mas afinal há alguma razão para criticarmos a “exibição” da 1ª parte contra os gregos, já que na 2ª parte com aquela chuvada não foi possível jogar futebol? A pergunta é teórica e tem resposta teórica. Acho que há um motivo sim: porque razão o Benfica jogou em 4-4-2 losango contra os gregos, quando contra os belgas, o adversário teoricamente mais fraco do grupo, jogamos com 1 avançado, em 4-2-3-1, tal como em Paris contra o PSG? Que se passou para JJ mudar de opinião e insistir num modelo que ao longo dos anos, com vários treinadores diferentes, tem dado maus resultados nesta prova tão difícil?
Alguma imbecilidade que campeia por aí nas críticas a JJ (eu acho que é mais “dor de cotovelo” pelo seu ordenado) esquece coisas tão simples como estas. Quando Koeman alterou sistema de 4-3-3 para 4-4-2 (retirando Karagounis para entrar Mantorras) estávamos 0-0 com o Villareal e a seguir perdemos 1-0. Quando Fernando Santos jogou com 2 avançados frente ao MU, perdemos 1-0. Quando Camacho jogou com 2 avançados frente ao Shacktar Donetsk, perdemos 1-0 e levamos um banho de futebol. Tudo derrotas em nossa casa. Quando JJ jogou com 2 avançados fora contra o Shalke04, perdemos 2-0. Com o Hapoel foram 3-0. Já tínhamos perdido 4-1 com o Liverpool. E na final da Liga Europa contra o Chelsea. O Celtic ganhou-nos sempre que lá jogamos com 2 avançados, curiosamente não ganhou quando jogamos lá com 1 avançado, mas também, não por acaso, JJ foi acusado de ter arriscado pouco.
Será que mudamos do 4-2-3-1 dos dois primeiros jogos, para o 4-4-2 losango com os gregos, por causa das críticas de Paris, onde JJ – para variar – foi acusado de ter jogado a “medo” com o PSG? Será que JJ é influenciado pela crítica da Direcção? Da comunicação social? Dos adeptos “ruidosos”, embora não muito inteligentes? Porque mudou afinal de um modelo que privilegia o equilíbrio no meio campo, 4-2-3-1, para um modelo marcadamente ofensivo e facilmente anulável por equipas de gabarito?
Como bem se percebeu, ninguém na comunicação social quis enfatizar este assunto, preferindo o “fait-divers” do Roberto do mn 86, não o Roberto do mn 3 ...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Selecção e os erros...



Portugal, 21 de Outubro de 2013

As sofríveis exibições da Selecção Nacional ante oponentes de menor valia, Israel e Luxemburgo, veio tranquilizar-me sobre aquilo que está banalizado por esses lugares de reflexão e debate apaixonado, e que é o “não jogamos nada”. Afinal, há quem tendo um plantel mais valioso, treinado por alguém que não é “teimoso” nem “inventa”, consegue exibir-se a muito pior nível do que o Benfica. Uma Selecção que não tem árbitros em contra... imagino se tivesse...
Para além da estreia de André Almeida na Selecção, fruto do trabalho paciente e orientação que Jesus tem feito com os jovens da Formação do Benfica, pouco mais se aproveitou dos dois jogos da dita Selecção Nacional que mais não é, que um emaranhado de interesses, onde se destaca a preponderância de Jorge Mendes, o empresário que representa a maior parte dos jogadores seleccionados. E que representa também o Seleccionador.
No jogo com Israel, fizemos um jogo esforçado, muita entrega dos jogadores (como pedem comentadores e adeptos) traduzida também em muita velocidade mas transições ofensivas (como gostam comentadores e adeptos), e muitos remates, muita posse de bola e no final um empate oferecido pelo habitual protegido da comunicação social, Rui Patrício.
Naturalmente que no dia seguinte a esse jogo que equivaleria a um Benfica – Santa Clara (onde não faltaria quem lembrasse que só um jogador do Benfica paga todos os salários do adversário), não vi, não li, não escutei nada sobre o treinador Jesus e o guarda-redes Roberto. Isto é, sobre o treinador Paulo Bento e guarda-redes Patrício, ambos representados por Jorge Mendes....
Só pode ser por coincidência que os argumentos do tipo “Roberto comprometeu”, desapareceram das páginas dos jornais. E a oferta de Patrício a 4 mn do final do jogo (!) foi vista pelo jornal A BOLA: “a culpa não foi só de Patrício!” Pois não. Foi do Roberto...
Também não vimos aquela “cândida” capa do mesmo jornal A BOLA quando o FCP venceu na Luz com 1 golo quase 2 metros fora de jogo, que “erros de arbitragem de Jesus, de Artur e Emerson não retiram mérito à vitória do FCP”. Gostava que nessa altura a capa de A BOLA fosse mais do tipo: “erros de Jesus e Artur não explicam tudo”... Como foi essa capa que protegeu Patrício... Ah, mas eles nem são representados por Jorge Mendes nem jogam no FCP ou SCP...
No meio de tanto erro que na comunicação social “ninguém” viu, o árbitro decidiu bem um golo de Hugo Almeida em fora de jogo, que seria o 2-0, quase igual ao que valeu esse tal golo do FCP na Luz. Há árbitros e árbitros, bem sabemos, e não deu jeito nenhum que o árbitro decidisse bem. Se tivesse validado o golo, ganhávamos 2-0 possivelmente, e eu não estava aqui a escrever sobre o assunto... a importância que uma simples decisão de um árbitro pode ter...
Quem não se faz rogado em falar de erros de arbitragem é o presidente do SCP. Em resposta a mais uma pergunta de um jornalista, Bruno de Carvalho disse que “se não fosse pelos erros da arbitragem, o SCP estava em 1º lugar”. Tal e qual! A mesma pessoa que antes afirmara após o jogo com o Rio Ave que, “é verdade que o árbitro errou mas nós fizemos a pior exibição da época”, já se esqueceu que tinha considerado que nesse jogo o SCP não mereceu ganhar.
Convenhamos que os sportinguistas andam sempre a ensinar-nos e nós não conseguimos aprender.
Não aprendemos a parte positiva da lição, porque parece não interessar a ninguém das cúpulas do Benfica, que o Benfica ganhe campeonatos com arbitragens justas e isentas. Parecem preferir a via mais difícil e se calhar mais lucrativa. De reforçar (entenda-se: contratar) a equipa todos os anos, esperando que o treinador faça “milagres”.
Para chegarmos ao nível do Bruno de Carvalho teríamos de ter um presidente que após o jogo com o Belenenses afirmasse que “o Benfica não está em primeiro por erros de arbitragem”, e que a comunicação social a seguir não viesse dissertar se o Benfica jogou bem, ou não, nesses jogos. Porque no caso do Presidente do SCP todos se esqueceram de lembrar os erros de arbitragem (grosseiros) que beneficiaram o SCP com interferência na pontuação. Dois em particular: o 1º golo marcado ao Olhanense em fora de jogo, golo que motivou o SCP e fez o adversário abrir-se na procura do empate, e o penalty aos 83 mn a favor do Benfica em Alvalade, que com Cardozo em campo tinha fortes probabilidades de ser convertido em golo e numa derrota do SCP.
Entretanto a Selecção vai jogar com a Suécia, um castigo merecido pela medíocre fase de apuramento que fizeram, e o Montero do SCP marcou mais 1 golo em fora de jogo, desta vez na Taça. Não pretendo tirar créditos ao jogador, mas isto está a tornar-se um hábito... No ano do nosso último titulo, os jornalistas contavam o número de penaltys que eram assinalados a nosso favor, foram 12 tantos como o FCP na época seguinte sem ninguém ter feito referência.
Estamos muito longe de FCP e SCP, para a comunicação social....

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Não é só uma questão de sopa...



Portugal, 15 de Outubro de 2013

O troféu António Pratas em basquetebol veio mostrar mais dois tipos de problemas que julgávamos só aconteciam aos outros: 1) Derrota na meia-final com a Sampaense, treinada por António Calabote, ex-treinador das camadas jovens do Benfica, e 2) agressão com sopa, ao ex-jogador do FCP, Nuno Marçal e actual jogador do Maia Basket, semi finalista da prova.
No Benfica habituamo-nos a ganhar muito e quase tudo, nas principais modalidades, com o basquetebol em destaque, por ser a modalidade em que o nosso domínio é maior. Talvez por isso sejamos muito exigentes em particular quando temos orçamentos elevados e quando sabemos que a concorrência directa tem diversos tipos de problemas.
Por isso mesmo, não valorizo muito o trabalho de Carlos Lisboa como treinador do Benfica, porque me parece que, com a qualidade dos sucessivos plantéis que temos, não será difícil ganhar o campeonato por ser uma prova de regularidade e onde impera a lei do mais forte (entenda-se, do tecnicamente mais habilitado).
O problema são as provas a eliminar, onde falhamos vezes demais, considerando a qualidade e orçamento do plantel. Se é verdade que no ano passado ganhamos os troféus António Pratas e Hugo Santos, para além do campeonato, perdemos a final da Taça de Portugal de forma inexplicável. Há dois anos nem conseguimos chegar à final da Taça de Portugal, mas ganhamos o troféu António Pratas (ao FCP) e o célebre campeonato ganho no pavilhão do FCP. Julgo que também perdemos o troféu Hugo Santos. Ou seja, em 6 taças e troféus a eliminar, ganhamos 3, ou seja, 50%... parece-me pouco...
Carlos Lisboa que foi o nosso Michael Jordan, como jogador, e que tantas alegrias nos deu na Euroliga, como treinador apresenta um curriculum com mais baixos do que altos. Começou a sua carreira de treinador no Benfica de Vale e Azevedo, falhando os objectivos, foi depois para Norte treinando o Aveiro Basket e a Oliveirense, onde também falhou os objectivos. Acabou como director desportivo para as modalidades do Benfica, substituindo de forma pouco transparente, Henrique Viana no comando da equipa, após derrota no campeonato para o FCP.
No actual Benfica, Carlos Lisboa parece-me ser um “carreirista”. Um “Yesmen”. Nem se percebeu a saída de Henrique Viana, que estava a fazer um bom trabalho (nessa última época, teve de disputar 14 jogos nas competições europeias, que o FCP não fez), nem se percebe bem como se deu a última reorganização da secção de basquetebol, que empurrou borda fora António Calabote que treinara a equipa de sub 18 campeã nacional após dezenas de anos.
Perdemos a meia-final por 6 pontos, no 1º quarto essa desvantagem era de 11 pontos (21-10) e apesar de termos empatado no jogo no último quarto, estranhamente e jogando em casa, não conseguimos eliminar a Sampaense que seguramente terá menos recursos que nós. Como a Sampaense perdeu a final por 3 pontos com a Ovarense, antevejo uma época difícil...
Pior que uma derrota e numa fase final organizada pelo Benfica, só mesmo o que veio a seguir. Uma altercação com o jogador Nuno Marçal do Maia Basket, num restaurante do estádio da Luz, altercação que terminou com o despejar de um prato de sopa em cima do referido jogador. Lamentável.
De acordo com a versão do presidente do Maia Basket, o jogador foi interpelado com frases do tipo “não podes estar aqui” e que se juntaram outros adeptos que acabaram por despejar a sopa em cima dele. Pasme-se: isto aconteceu nas instalações comerciais e públicas do maior estádio do país, pelas quais uma empresa paga renda ao Benfica! Benfica que, estranhamente, nem estava presente nesse jantar (a prova foi organizada por nós, pelo que – no mínimo - as Relações Públicas deviam estar lá), nem instaurou qualquer inquérito até ao momento, como também não lamentou os incidentes que aconteceram no sábado à noite! Vai fazer 3 dias...
É lamentável que isto tenha sucedido, e que o grande clube que o Benfica foi no passado, pelo exemplo e pelas vitórias, se esteja a equiparar no pior sentido, aos clubes que não sabem perder, não sabem ganhar e fazem justiça pelas “próprias mãos”.
Não foi pois por acaso que aconteceu a cena do apagão e rega da relva no estádio da Luz, quando o FCP ganhou lá o título de campeão, por inépcia e incompetência da Direcção do Sr.º Vieira, que permitiu uma série de erros de arbitragem que se conjugaram com as vitórias do FCP, para que tal pudesse ocorrer.
Resumir o incidente a um prato de sopa, é pois adoptar uma postura de avestruz e não a postura grandiloquente de uma águia...

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Caos e contraste ...


Portugal, 11 de Outubro de 2013

Nos últimos dias finalmente deixamos de ver o Benfica nos títulos garrafais das 1ªs páginas, mas há adeptos que ainda não entenderam como foi possível ganhar ao Estoril a jogar “daquela maneira”, que não “inspira confiança”, “defendendo contra 10”, etc., etc. Vai daí entram numa espécie de “carrossel” de argumentação, dando voltas e mais voltas, defendendo a demissão do Presidente, do treinador, a contratação de novos jogadores, enfim, um caos total de hierarquização de argumentos...
Seguramente muitos destes adeptos intelectualmente caóticos, serão dos tais que elogiam o FCP, porque tem um Presidente forte e que é aí que começa a força da equipa de futebol (aquela velha história do balneário)...
Mas também já deu para ver que muitos desses adeptos, quando confrontados com os sucessivos erros de arbitragem direccionada, são os que também pediam a Jesus, na época passada, que rodasse mais o plantel para não "rebentar" com os jogadores. Este ano que Jesus roda o plantel, são os primeiros a acusarem Jesus de não ter ideias sobre qual o seu melhor 11 base.
Isto é o Benfica. A coerência dos adeptos é como um “carrossel” de argumentos...
Como sei que ganhamos bem no Estoril (e já agora, contra o Guimarães e Paços de Ferreira também fizemos exibições e resultados melhores do que o líder destacado do campeonato) dei por mim a procurar notícias do FCP para tentar perceber o que se passa naquelas bandas. E verifiquei que há muito contraste entre o que se diz do sportinguista Jesus, e se diz do benfiquista Fonseca.
Vejamos (em itálico, o texto dos jornais)...
Título principal: Gestão chumbada. Sub título: entradas fortes carecem de suporte estratégico. RECORD quinta-feira, 3 outubro de 2013 | 03:21, Autor: Rui Sousa e Nuno Barbosa
Desde há cinco jogos para cá que se tem assistido a um dragão de duas faces, invariavelmente repartido entre as partes dos encontros. Entradas fortes têm dado lugar a segundas partes sofríveis ou vice-versa, como aconteceu em Viena. A derrota com o Atlético Madrid deixou uma vez mais a descoberto um FC Porto bipolar e Record procurou saber as razões que estarão por trás deste fenómeno.
Daqui se pode concluir que os “especialistas” consideram que a gestão do plantel do FCP pelo Fonseca, foi chumbada pelos resultados e exibições europeias, daqui se pode concluir que o FCP é bipolar e não mantém o rendimento igual nas duas partes, daqui se pode concluir que eles estão preocupados. Qualquer semelhança com Jesus não será mera coincidência já que isto é o mundo do futebol e suas especificidades. O problema de Jesus é haver mais gajos (jornalistas) aos berros nas rádios sobre não ter um 11 base e não saber fazer a gestão do plantel, e haver títulos de 1ª página sobre tudo que podem fazer de mal, para aquilo que no FCP afinal também existe e lhes merece preocupação. Sem 1ªs páginas e sem berros.
Título principal: Varela: «Temos equipa nova...». Sub título: extremo explicou a oscilação nas exibições. RECORD online, sexta-feira, 4 outubro de 2013 | 06:37.
Que título tão cândido e sereno…  A oscilação nas exibições do FCP (que eu desconhecia mas afinal existem) devem-se ao facto do FCP ter jogadores novos. Mas as oscilações do Benfica, caso tenham existido (a mim não me pareceu), não se devem a termos jogadores novos, mas sim, dizem os gajos da comunicação social e alguns entendidos nos blogues, a "existir cansaço dos jogadores em relação a Jesus", "divisão no balneário", "opções discutíveis" e "incompetência a mais", etc. E mais. No caso do FCP, é o Varela que explica. No caso do Benfica, são os analistas que explicam… curioso ou mais um exemplo de diferença de respeito entre Benfica e FCP?
“O 4x3x3 continua no quadro tático do FC Porto, resistindo praticamente a todos os treinadores que têm passado pelo clube nas últimas duas décadas. Paulo Fonseca não mexeu na distribuição por sectores, mas promoveu uma alteração no meio-campo que muita tinta tem feito correr.” – RECORD online, sábado, 5 outubro de 2013 | 03:22, Autor: Rui Sousa
Se bem percebo, o treinador do FCP “inventou” (perdão, "promoveu") alguma coisa que a malta lá do clube não está a gostar. Mas isso é escondido dos adeptos. Os comentadores não falam, os blogues e os representantes do Benfica nos Programas dos Trios, também não. As noticias saem em letra pequena. Não há titulos nem gritaria nas rádios sobre as “invenções” do Paulo Fonseca.
Título principal: Os dois lados do campeão (e eu a pensar que só tinham um). Sub título: DRAGÃO COM DÚVIDAS OU EQUIPA AUTORITÁRIA? (mas as dúvidas não são só no Benfica de Jesus?) domingo, 6 outubro de 2013 | 03:24, Autor: JORGE BARBOSA
A pergunta que se coloca ao FC Porto para o jogo com o Arouca é esta: como é que a sua equipa irá reagir a seguir à primeira derrota da época? (o Benfica tem duas derrotas e as sondagens já despediram Jesus há muito) Se preferirem: vamos ter um FC Porto autoritário e decidido, a ganhar sem favores de espécie alguma (eles reconhecem que são ajudados por factores arbitrais, no Benfica fala-se de erros próprios), a dominar o jogo e o adversário, como se viu com o Marítimo ou P. Ferreira, ou um FC Porto com dúvidas na elaboração do seu jogo e sem sentido prático, como aconteceu com V. Setúbal ou V. Guimarães?
Várias semanas depois dos jogos em questão, eis que surge a critica ao futebol do FCP de Fonseca. “Dúvidas na elaboração do seu jogo”? “Futebol sem sentido prático”? Com o Benfica de Jesus, como é pacifico reconhecer, as criticas começam antes do jogo! Só critérios do jornalista ou estratégia de jornalismo?
Uma coisa é certa: são muitos os contrastes entre Benfica e FCP, na comunicação social e que deveriam fazer pensar quem manda, e é suposto ter cabeça para pensar nos interesses desportivos do Benfica...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Memória curta e algo mais...



Portugal, 8 de Outubro de 2013

O Benfica venceu no Estoril, o treinador volta a estar pressionado pela comunicação social e os adeptos começam também a embalar em função desses estímulos exteriores que a comunicação social destaca e manipula. Ganhar já não chega. “Porque podíamos não ter ganho”, dizem depois de saberem que ganhamos onde o FCP perdeu os primeiros pontos neste campeonato. Que adeptos “sui generis”...
Por acaso vi o jogo entre o Tottenham e o West Ham, onde a equipa de Villas-Boas jogou “bem” (de acordo com os comentadores da Benfica TV), onde de facto teve mais posse de bola, remates à baliza, cantos (já agora) e o resultado final foi uma copiosa (digo eu) derrota caseira por 3-0. Alguém imagina isso no Benfica de Jesus ou de outro treinador qualquer? É difícil... mas posso apostar que no próximo jogo que o Tottenham jogar em casa, vai voltar a ter casa cheia. Ao contrário do Benfica que ganhando, não “convence” os tais adeptos “sui generis” a estarem presentes no próximo jogo...
Adiante...
Muito se falou e escreveu na pré-temporada sobre as ratoeiras do “sistema”, em particular quando se conheceu o calendário. Foi a altura em que os iluminados do costume falaram e escreveram dos “arranjinhos” do sorteio para prejudicar o Benfica. Porque o Benfica tinha saídas logo ao Marítimo, ao SCP, ao Guimarães e ao Estoril, na 1ª metade da 1ª volta... “podemos ficar logo afastados do titulo” previam eles com a mais convicta presunção alicerçada nas manigâncias do “sistema” que estabelece quem ganha, quem desce e quem vai à Europa. E que não se costuma enganar muito...
Foi também muito falado e escrito que Cardozo não podia ter lugar no Benfica depois do que se passou na final da Taça. Que Cardozo seria sempre uma má influência no plantel, pela falta de respeito que mostrou publicamente com o treinador. Que Cardozo faltou ao respeito aos adeptos. Que Cardozo faltou ao respeito ao Clube. Que o clube não poda admitir actos de indisciplina. Etc.
Claro que também se falou muito que Jesus não deveria renovar contrato com o Benfica, porque tinha perdido 3 finais, algumas de forma “incompetente”. A somar ao facto que era casmurro, lia mal os jogos, arrebentava com os jogadores porque utilizava sempre os mesmos, era arrogante, etc. Abro um pequeno parêntesis para sublinhar que toda esta gente que assim pensou e escreveu, é gente que nunca fez melhor que ele, e no caso de ex - dirigentes do Benfica, como Gaspar Ramos e António Figueiredo, é gente que está associada a uma das fases mais negras do Benfica, em termos de resultados desportivos (e económicos). Estão associados aos mil espectadores num Benfica - Tirsense, estão associados à eliminação na 1ª eliminatória da Taça UEFA pelo Bastia, estão associados à política de 1 treinador por época com resultados cada vez piores e de que Manuel José foi o expoente máximo, levando inclusivamente à demissão de Damásio e Figueiredo. Porque Gaspar Ramos, inteligente, tinha saído uns meses antes “por razões profissionais”.
Pois muito se disse sobre o “sistema”, as suas manigâncias, o Cardozo e o Jesus, sem nexo ou sem sentido como exemplifico a seguir.
É que de facto, o calendário era difícil. E mais difícil se tornou com os erros de arbitragem nos jogos fora com Marítimo, SCP e Guimarães (este foi o único que não provocou perda de pontos), e nos jogos em casa com o Belenenses. No mínimo, com interferência directa nos resultados do Benfica, perdemos 4 pontos (penalty contra SCP e golo do Belenenses). Enquanto víamos o FCP ser ajudado, na proporção inversa: 4 pontos ganhos a mais, com duas vitórias por 1-0 em Paços e em casa com o Guimarães, em lances mal avaliados pelos árbitros. Este meu critério é baseado na lógica de avaliação da Sporttv e da Liga da Verdade Record... Vale o que vale... Contudo serve para referir que JJ começou cedo a pagar o preço pelos erros dos árbitros. É que, dizem os entendidos, “no ano passado também éramos gamados e ganhávamos”...
Mas também se disse que JJ rebentava com a equipa. Ora esta época ele tem optado por fazer rodar mais jogadores, em função de esquemas de jogo distintos (entre o habitual 4-4-2 em losango e o 4-2-3-1 para jogos mais difíceis). Pois é. Rodou jogadores, passou a ser acusado de não ter ideias de qual o onze base que lhe dá mais garantias...
E assim, no espaço de uma semana, o pretexto passou da “fraca exibição contra o Belém” (o Tottenham jogou mais contra o West Ham e foi goleado) que ao mesmo tempo branqueia os dois erros grosseiros do árbitro, contra o Benfica, passamos pela “paupérrima exibição” contra o PSG (a mesma equipa que com 10 jogadores em campo foi ganhar ao Marselha e também fez mais de 800 passes certos) e termina na “pobre exibição” contra o Estoril, jogo que ganhamos. E em “última hora”, parece que também há agora a novela “Matic a 6 ou 8”...
Traço comum às criticas da comunicação social? O treinador do Benfica e a hipocrisia de quem pode sempre escolher um tema para atirar contra ele, mesmo que antes esse tema tenha sido criticado por eles (exemplo: rotação do plantel vs 11 base). Traço comum às criticas dos adeptos “sui generis” do Benfica? Falta de memória e falta de apoio à equipa.

sábado, 5 de outubro de 2013

A ratice

Portugal, 5 de Outubro de 2013

Há tempos atrás circulou por aí uma carta aberta ao Presidente Vieira, subscrita pelo sócio Arrobas da Silva, onde a “páginas tantas” explica a derrota no campeonato anterior, com um (!) lance ocorrido no fatídico FCP – Benfica. Segundo ele, o 2º golo do FCP nasce da falta de ratice de André Almeida que num lançamento lateral, optou por tentar servir Cardozo, o qual estava emparedado por 2 defesas, tendo começado aí a jogada que deu o 2º golo. E o fim do sonho do 33º título.
Os adeptos do Benfica têm o coração junto à boca quando falam, e junto ao cérebro quando pensam. Por isso nem falam, nem pensam com a objectividade que o contexto competitivo viciado em que o Benfica participa. Um campeonato não se perde num lance, não se perde num jogo... um campeonato ganha-se e perde-se em 30 jogos. Não perceber isto, é não perceber que o Benfica fez muito bom trabalho para chegar ao estádio do FCP com o título na mão, caso o FCP tivesse os pontos que o valor da sua equipa merecia.
Não podemos pedir mais “ratice” aos jogadores do Benfica quando jogam, e não termos nós próprios, a “ratice” de pensar o futebol como o FCP pensa. Porque o FCP nunca questiona a sua equipa de futebol quando não ganha, nunca questiona as opções do treinador quando não ganha, não questiona a qualidade do jogo que fizeram, não questiona se mereciam ganhar ou não. Questiona os erros dos árbitros, como se viu no Estoril!
O FCP enquanto estrutura e os analistas ligados ao clube, nunca questionam a equipa. Nunca dão azo a que a comunicação social entre por caminhos que desestabilizam, porque apontando a causas internas. Mexem com os níveis mentais e emotivos de todos. Mas o povo portista sim, esse critica, assobia e manifesta desagrado. Que curiosamente são ignorados pela mesma comunicação social que anda atrás dos adeptos do Benfica para falarem mal do treinador, e não estou a pensar no Jesus.
Ser “rato” nestas coisas é ver para além da nossa equipa. Havendo 3 equipas em campo, temos de pensar à FCP, se isso significa pensar “à campeão”. Ou seja como atrás exemplifiquei. Isto para contestar a ideia do Bruno Carvalho, candidato derrotado, que afirmou que “no Benfica há uma cultura de segundo lugar”, quando Jesus disse após a derrota em Paris que íamos concentrar-nos na luta pelo 2º lugar do grupo. Pois deixemos para trás o discurso dos coitadinhos e joguemos ao ataque como o FCP faz.. não temos de nos rever nos melhores?
A não ser que nestas questões de “discursos”, não possamos adoptar o discurso deles, porque são um clube que tem um presidente condenado por corrupção.. mas então em que ficamos? O que é pensar em função de uma cultura de primeiro lugar?
Vou tentar dar um exemplo. Mais uma vez ligado com a comunicação social. Após o gamanço do jogo com o Belenenses, a 1ª parte da semana começou com o habitual branqueamento de que “houve erros, mas o Benfica jogou mal”. Alguns “fidalgos de bolsos vazios” (adeptos totós) ilustraram com a grandeza de outros tempos, que “afinal tivemos 60 mn para marcar 1 golo e não marcamos”. É que o Benfica quando é gamado pelo árbitro, tem de marcar mais do que 1 golo... Por acaso quando fomos campeões, só ganhamos 1-0 ao Belém.. sorte a nossa não termos sofrido golos em fora de jogo...
Veio a 2ª parte da semana, e passou-se o motivo das criticas, para a “fraca exibição” e o mau resultado contra o PSG, adjectivando-se da pior forma possível, o que já não era agradável. Num espaço de dias, passamos de um jogo gamado em que o treinador não soube por a equipa a corrigir os erros do árbitro, para um jogo em que o treinador não soube contrariar o poderia adversário. Não sei se repararam, mas o objectivo foi sempre o treinador. Que até serviu (dá dentro) para lavar os erros do árbitro. Para lavar o trabalhinho do “sistema”.
Ora bem, o adepto ingénuo seguramente vai pensar que sim, que todo este chorrilho de criticas é natural, desinteressado e justo. O adepto com “ratice” vai pensar que nada disto acontece por acaso, que o FCP quando é goleado na Champions nunca aparece nos destaques ou capas dos jornais de Lisboa, que o SCP quando levou 7-1 não teve ninguém a pedir a cabeça do treinador Paulo Bento, a falar em depressões e mau ambiente no balneário, etc. Então terá de haver mais qualquer coisa para além da função “informativa” agressiva da comunicação social. E de facto há. Chama-se Manuel Mota e vai arbitrar o jogo de amanhã no sempre difícil campo do Estoril.
O Sr.º Manuel Mota arbitrou o Beira-Mar – Benfica da época passada, onde por acaso assinalou 1 penalty a nosso favor, existente, mas em contrapartida não viu outros dois, sendo que um foi da responsabilidade do árbitro assistente, mas outro foi da sua responsabilidade. Foram 2 penaltys na mesma jogada e ambos sobre Lima. Não marcou. Associado a estes lances havia a punição disciplinar que condiciona o jogador, ou pode levar à expulsão se já tivesse um cartão amarelo.
Ora bem, o Sr.º Mota foi escolhido e esteve no passado domingo, no FCPB 2 – Santa Clara 1. Se a coincidência da nomeação para um jogo do Benfica, depois de um jogo do FCP B, pode passar em claro aos ingénuos, talvez a sua actuação não. O que vos deixo para verem bem, talvez explique porque foi escolhido. Depois a culpa vai ser do treinador (é o que dizem os jornais):


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

É ganhar e mais nada...



Portugal, 4 de Outubro de 2013

Como alguns repararam, sou um adepto (ex. 18 anos de sócio) muito preocupado com o que a comunicação social escreve sobre tudo que diz respeito ao Benfica, a forma como são arranjados títulos nos jornais, destaques nas TV’s, rádios e onlines, porque admito a extraordinária influência que isso tem nos adeptos.
A conclusão que já tirei há muitos anos, é que o Benfica não tem boa comunicação social, ao contrário de FCP e SCP. Isto é: a equipa de futebol do Benfica não tem bom tratamento dos “média” mas o Presidente sim, tem. Nunca vimos plasmado num título ou destaque de jornal, rádio ou televisão, qualquer notícia que seja desfavorável à ideia que se criou de que Vieira é o melhor dos melhores presidentes do Benfica, mas em contrapartida, os sucessivos méritos da equipa de futebol e deste treinador em particular, são postos em causa com destaques negativos e em alguns casos, humilhantes.
Ora neste contexto, esperar que os adeptos do Benfica pensem com frieza no que é melhor para a sua equipa, é escusado. Desde os adeptos anónimos, aos adeptos notavelmente conhecidos da comunicação social (sempre os mesmos), a esmagadora maioria pensa e actua com base no estímulo exterior.
A derrota por 3-0 em Paris é o pretexto, apenas um pretexto, mas é o último que está em cima da mesa. 4 dias depois de sermos gamados no jogo com o Belenenses que nos impediu de ganhar o jogo, 5 dias depois de vermos o FCP ser ajudado a ganhar 1 jogo pelo árbitro do costume e pelo penalty do costume, falsificando-se jornada a jornada a pontuação na tabela classificativa, eis que o treinador que mais pontos fez pelo Benfica, que mais alto levou o nome do Benfica nos últimos 30 anos, é colocado no centro de uma crise que não existe. A comunicação social diz que sim, mas o que existe é uma classificação “batotada” em que o Benfica não está em primeiro lugar devido a erros monumentais de arbitragem. Caso estivesse, obviamente que a derrota em Paris era secundária, mesmo que a exibição não convencesse os críticos exigentes.
O grau de exigência dos “média” em relação ao Benfica, sempre foi (e será até que alguém perceba que não nos beneficia), muito exigente e muito mais que para FCP ou SCP. Qualquer jogo do Benfica é para jogar bem, ganhar e de preferência por muitos. Menos que isso, há sempre o risco de se falar de “nuvens negras”. Coitado do treinador (alguns pseudo intelectuais do futebol esquecem que todos os treinadores do Benfica, têm passado este calvário e por isso não surpreende a média de 1 treinador por época, no mandato de Vieira).
Vejamos um exemplo do mesmo jornal a BOLA que não considerou preocupante a derrota em casa do FCP com o Atlético de Madrid, o mesmo jornal que não considerou humilhante a goleada sofrida pelo FCP contra o Arsenal por 5-0, o mesmo jornal que equipara, pelo título, a derrota do SCP com o Bayern por 7-1 com a derrota do Benfica com o PSG por 3-0. Na antevisão ao jogo Lyon-Benfica, Outubro de 2010, num texto escrito pelo benfiquista Fernando Guerra e que o jornal intitulava na edição de 20/10/2010: É GANHAR, MAIS NADA!
Fase crucial para se desenhar a passagem aos oitavos-de-final. Empatar em Lyon e vencer em Lisboa será uma solução interessante. O treinador benfiquista "calou" os jornalistas franceses ao elevar a fasquia ao limite...
Interpretando à letra, percebe-se que a prudência aconselha um Benfica menos romântico do que o de Liverpool - em que dominou, intimidou, assustou e... saiu de Anfield a engatinhar, sem força anímica para reagir a expressiva goleada - e mais ousado do que perdeu na Alemanha diante do Schalke, com toda a gente a seguir o jogo na televisão em Portugal e a sentir o incómodo por uma derrota que cheirou a injustiça e podia muito bem ter sido evitada.
É precisamente entre o oitenta de Liverpool e o oito de Gelsenkirchen que mais logo deve posicionar-se a exibição benfiquista...”.
O texto do jornalista tem algumas incoerências, que vão do 8 ao 80. O Shalke04 nessa época atingiu as meias-finais da Champions, mas para ele a derrota podia ter sido evitada, porque ele não chegou a perceber com quem o Benfica estava a jogar. Há 3 anos, como agora, a teoria destes gajos é que se o Benfica tivesse outra “atitude” (ou o treinador alinhasse outros jogadores), o resultado podia ter sido outro. Claro. Se tivéssemos a atitude de Anfield Road, se calhar trazíamos um “cabaz” de Paris e depois era o fim do mundo. Como em Vigo (porque foi o que se passou: boa atitude do Benfica, muito ataque, e muitos golos sofridos em contra ataque).
Se destrocarmos por “miúdos” o que Guerra escreve, podemos ver que para estes gajos, tanto dá que o Benfica jogue com o Shalke04, como contra o Belenenses ou o Cinfães: é GANHAR E MAIS NADA.
Como é possível gerir o futebol do Benfica com serenidade e sucesso, neste contexto de ilusões, incompetências e ignorância sem limites, que depois se passa para os adeptos? Não é!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

30 anos... 3-0...



Portugal, 3 de Outubro de 2013

Recentemente e após uma brilhante vitória em Guimarães por 1-0, com 2 penaltys claros não assinalados a favor do Benfica, uma entrada por trás a Luisão aos 30 segundos, não sancionada disciplinarmente e um fora de jogo mal assinalado a Enzo Peres aos 3 mn que o deixava na cara do guarda redes, o “faz-que-é-presidente” do Benfica decidiu dar sinais de vida a um órgão de comunicação social, a CM TV.
Como aliás faz sempre, o Sr.º Empreiteiro só costuma aparecer quando as coisas correm bem ou dão indícios de começarem a correr bem.
No caso, a escolha da CM TV terá a ver com a “coincidência” de dois ou três dias depois, ser anunciado que esta TV irá divulgar alguns minutos dos jogos do Benfica em casa. Acordos com a Benfica TV, ou seja, mais umas borlas que a Benfica TV dá a um órgão concorrente, para que essa estação fale menos dos sucessivos erros de gestão e da incerteza do actual projecto empresarial do Benfica, aprovado em AG a 21 de Fevereiro de 2001. Há mais de 12 anos portanto...
Nessa entrevista, o Sr.º Empreiteiro falou de muita coisa. Falou de coisas interessantes e que dignificam o lugar de Presidente do Clube, mas falou também de algo mais que me levou a concluir que essa entrevista era apenas mais do mesmo: promover o culto do líder.
Entre outras coisas (e repare-se que estávamos numa fase boa após a vitória em Guimarães), Vieira falou que este “é o melhor plantel dos últimos 30 anos” e que “não é proibido sonhar com a presença na final da Champions que se joga no estádio da Luz”, lançando até alguns recados a Jorge Jesus, como aquele de que a “próxima final é para ganhar”.
Menos de oito dias depois, contra o Belenenses somos gamados pelo árbitro Jorge Joaquim Martins de Barros Tavares, nascido em Vila Nova de Gaia, embora residente no distrito de Aveiro, mais um que sendo consultor de empresas (site da Liga) se dedica a esta actividade “ingrata” como é a arbitragem, e que foi assistido pelos árbitros José Oliveira e Luís Castaínça.
Não é pois coincidência, qualquer semelhança com as entrevistas que deu em 2012 à RTP2, quando tínhamos 5 pontos de avanço sobre o FCP (logo a seguir gamados por Carlos Xistra em Guimarães e Hugo Miguel em Coimbra, e depois por Proença), ou quando em Abril de 2013 apareceu na TV após eliminação do Fenerbahce e acesso à final da Liga Europa, a dizer “Jesus é o meu treinador” e logo de seguida empatamos em casa com o Estoril 1-1 em que o golo adversário é precedido de um fora de jogo de posição com intervenção na jogada, o FCP ganha em Paços com 1 penalty, de uma “não falta” fora da área e perdemos a final da Taça com 1 golo em fora de jogo de quase 1 metro. Ele fala, nada diz que atemorize quem manda, e com isso quem paga é a equipa de futebol...
O Sr.º Empreiteiro é um impostor, um farsante e um charlatão.
Impostor, porque não consegue mostrar a edição do jornal Benfica onde aparece o nome dele como águia de prata, tendo em conta a data de filiação que diz que tem. Farsante, porque discursa num sentido, mas a sua actuação vai no sentido oposto, quando não chega a dizer hoje uma coisa e desdizer-se pouco tempo depois. Charlatão, porque desde que criou o slogan “equipa maravilha” no inicio da época 2001/2002 para justificar os muitos milhões de contos gastos em Simão e Mantorras, entre outros ex-jogadores do FCP com salários elevados e nunca mais deixou de promover a ilusão de sócios e adeptos com as suas “mezinhas” que tenta comparar aos mais poderosos remédios. Agora é a história do “melhor plantel dos últimos 30 anos”, para justificar os 32 milhões de euros gastos com contratações, e respectivas comissões, tudo desnecessário como se tem visto em matéria de arbitragem...
Sabendo que existe pressão externa sobre o treinador do Benfica, pelos interesses de FCP e SCP na comunicação social, (ler meu texto de 16 de Agosto intitulado “a pressão”), o Sr.º Empreiteiro afirmou também que “recusou propostas de 130 milhões de euros, para manter uma equipa competitiva que permita atacar todas as provas, incluindo a Champions”. Não teve problemas em mentir para reforçar a sua tese e justificar os 32 milhões de contratações, tal como fez há uns 4/5 anos quando afirmou (em campanha eleitoral) que “não estou preocupado com o passivo, pois vendo 2 ou 3 jogadores e deixo o passivo a zero”, quando tínhamos Di Maria, David Luis, etc, que já saíram... e o passivo aumentou!
A arte do Sr.º Empreiteiro é enganar, iludir e alimentar os sonhos dos incautos adeptos, não porque saiba que se podem concretizar, mas porque precisa que os sócios e adeptos lhe dêem o dinheiro das quotas, do merchindising, da Benfica TV, etc., para poder continuar a gastar nas contratações de jogadores (e comissões), mantendo em alta o volume dos empréstimos bancários... Os sonhos da Champions enquadram-se nessa estratégia...
O Benfica perdeu 3-0 com PSG, e perdeu bem. Aplauda-se a nossa equipa como fizeram os belgas quando perderam cá 2-0. Tivemos o azar de sofrer um golo cedo que derrubou o plano de jogo Tivemos o azar do Ibrahimovic (8 milhões de salários por época enquanto nós pagamos 20 milhões de juros ao BES por ano), ter feito um grande jogo e marcado 2 golos. Tivemos o azar do PSG ontem ter tido um início de jogo quase perfeito onde tudo lhe saiu bem, e a nós quase tudo saiu mal. Glória aos vencedores, honra aos vencidos.
Ao contrário de Leonor Pinhão que hoje admitiu que pensou em Vigo durante o jogo de ontem, eu nunca tive dúvidas que isso não aconteceria. Porque sei quanto vale esta equipa, este treinador e a relação entre o treinador e os jogadores. Eu confiei e confio, mas haverá jogos que iremos perder pois temos 2 sérvios (Djuricic e Suljamni) a mais e qualidade global a menos do que no ano passado. É a minha percepção do nosso futebol. Pinhão lá terá a sua...
Recordo o 1º parágrafo do texto que escrevi em 16 de Agosto: Sob pressão é uma das mensagens mais utilizadas hoje nos títulos do RECORD online, e que demonstra uma estratégia de comunicar desse jornal, assumida, enquanto os outros dois jornais optam por outras formas menos assumidas mas que procuram o mesmo objectivo: colocar o Benfica sob pressão”.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A matemática do título

Portugal, 1 de Outubro de 2013

O último fim-de-semana desportivo, no que diz respeito ao futebol profissional, deu mais uma lição da “matemática do título”, a quem continua a pensar que é campeã, a equipa que menos erros cometer. Não é só isso...

Acho que essa lição fica bem resumida no “sumário” feito por um conhecido meu, adepto portista: o FCP não merecia ganhar, e ganhou por causa do árbitro. O Benfica não merecia ganhar e não ganhou por causa do árbitro.

Como se sabe, o FCP beneficiou de 1 penalty claramente inexistente para ganhar 1-0. Como também se sabe, o Benfica foi prejudicado com um golo adversário claramente em fora de jogo de posição com intervenção na jogada, e por duas grandes penalidades (uma em cada parte) cometidas sobre Cardozo, embora a Benfica TV apenas tenha dado destaque à que aconteceu na 2ª parte que é aceite por toda a comunicação social.

Com base na teoria das probabilidades, podemos extrapolar que sem o penalty, muito dificilmente o FCP ganharia o jogo. Da mesma forma podemos extrapolar que sem o fora de jogo, dificilmente o Belenenses marcaria 1 golo ao Benfica. Probabilidade maior para a vitória do Benfica do que para o empate do FCP, porque o Belenenses com pouco mais de 30% de posse de bola, não fez um remate perigoso à baliza do Benfica, defendendo muito atrás em cerca de 90% do tempo de jogo, ao passo que o FCP tinha ainda 40 mn para marcar (embora também pudesse sofrer, pois com 0-0 tudo está em aberto, ao contrário do 1-0 para a equipa mais forte).

Ou seja, se a lógica das probabilidades prevalecesse, era provável que o FCP perdesse 2 pontos, assim como era altamente provável que o Benfica fizesse 3 pontos. Traduzindo isto para a “matemática do título” teríamos então que, sem outros factores de jornadas anteriores, o Benfica estava a 1 ponto do 1º lugar. E não a 5 como resultou depois desta jornada n.º 6.

Quem ainda não percebeu como é que o Benfica perdeu o título do ano passado, deveria reconsiderar as suas análises.

Entretanto, e para “variar”, sempre que perdemos pontos em jogos onde há erros grosseiros e graves de arbitragem com interferência directa no resultado, a generalidade da comunicação social não dá grande destaque, excepto em letras pequenas e apoiando-se normalmente nas frases de jogadores e treinador do Benfica. Façamos a comparação do RECORD na jornada anterior e nesta. Na jornada anterior, o erro do penalty não assinalado a favor do SCP contra o Rio Ave, foi destacado em 1ª página com título principal (letras garrafais) “NÃO VIU” com foto do lance. 8 dias depois e perante a anormalidade de 1 penalty e 1 golo mal validado ao adversário do Benfica, essa mesma 1ª página refere-se ... ao resultado do SCP em Braga: INDOMÁVEIS!

Ou seja, a comunicação social no caso do SCP teve opinião e actuou em função da sua opinião sobre os erros de arbitragem, valorizando-os ao nível da 1ª página. No caso do jogo do Benfica, onde houve mais erros de arbitragem, a comunicação social não teve opinião, optando por destacar frases dos intervenientes ao jogo, do Benfica.

Alguns leitores devem estar lembrados do texto que escrevi “a arte da mentira” onde fiz igual comparação dos critérios editoriais de BOLA e RECORD a propósito dos dois últimos jogos entre Benfica e SCP. Num jogo valorizaram os erros de arbitragem a favor do SCP, desvalorizando os que também houve a favor do Benfica (a Liga Capela, tal como foi intitulada pelo sportinguista Rui Santos em artigo de opinião), noutro valorizaram o grande golo do Markovic “esquecendo-se” dos erros de arbitragem a favor do Benfica. Pois o critério agora manteve-se...

Seja pela pressão que a comunicação social faz com estes destaques noticiosos, seja porque temos uma natural tendência masoquista que resulta da falta de cultura desportiva, em particular da falta de entendimento de como o futebol é jogado (continuamos a achar que ele deve ser jogado como “nós” pensamos que deve ser jogado), lá se ouviram as habituais vozes dos radicais, de que “não jogamos nada”, ou os mais suaves “temos equipa para muito mais”.

Ou seja, mais uma vez apareceu um coro razoável de gente benfiquista, bastante “audível”, criticando a qualidade do jogo benfiquista e assim, ajudando a branquear os erros grosseiros, e de “manual”, da arbitragem contra o Benfica. A tal gente que continua sem perceber que o que importa é marcar golos! E marcar pelo menos mais um que o adversário. O jogar bem ou menos bem, é uma questão lateral. E subjectiva!

Surpreendentemente, desta vez o Presidente do Benfica falou do assunto, com alguma contundência, convenhamos. Ao fim do 6º jogo a ver o Benfica, nuns jogos mais, noutros menos, ser prejudicado por decisões grosseiras de árbitros, o Sr.º Vieira falou. Criticou. Referiu que as faixas estão encomendadas. Disse muito mas o efeito, para variar é pouco e folclórico. Entrou alguma queixa na FPF contra o árbitro, como por exemplo, fizeram FCP e SCP contra Bruno Paixão, há 2 épocas atrás? Acho que não! Então...

Então fiquemos com um exemplo de um golo invalidado por fora de jogo de posição, em que, com se pode ver, os dois jogadores deslocados não têm qualquer intervenção na jogada. Foi em 1994. Hoje, em 2013, 19 anos depois, os critérios são os mesmos: decidir a favor do FCP: