quinta-feira, 28 de abril de 2016

O voo da águia...



Portugal 28 de Abril de 2016

A época vai-se aproximando do final e as decisões continuam.. por decidir... à excepção da Champions League onde obtivemos mais uma honrosa presença nos quartos de final (a terceira em 10 épocas) e a Taça de Portugal de que nos despedimos em Novembro, o campeonato e a Taça da Liga estão no “ponto” das decisões.
Após vitória em Alvalade, o plano de voo da águia tem sido cumprido na perfeição. Na altura estabeleci como meta os primeiros 3 jogos dos últimos 8 que restavam para o final do campeonato, sendo que um desses jogos envolvia o Braga e era visto como decisivo. Posteriormente fiz uma correcção e dividi esses 8 últimos jogos em dois grupos de quatro, porque os primeiros 4 eram teoricamente mais difíceis para o Benfica do que SCP, mas os últimos 4 eram teoricamente mais difíceis para SCP do que Benfica. Dai ser essencial abordar os últimos 4 jogos da época com vantagem pontual sobre o SCP.
Tem corrido tudo bem, porque temos ganho todos os jogos depois da vitória em Alvalade. E já vão 5. O que não tem corrido bem é o SCP não perder pontos. Mas este facto faz parte da realidade e do que são as contas finais dos campeonatos, e também tinha acontecido na época 2009/2010, entre outras...
O último jogo em Vila do Conde foi aquilo que tinha previsto: nada teve a ver com o jogo com o Setúbal. Contra o Rio Ave vimos um Benfica mais sólido, mais esclarecido e menos desorganizado defensivamente. Vimos o candidato ao título que tem reforçado a candidatura ao longo de vários jogos, em particular após a vitória em Braga na 1ª volta...
Também voltamos a ver uma arbitragem do “sistema”, de imediato elogiada pelos responsáveis do SCP pela “isenção demonstrada” (!?), mas que cometeu erros técnicos e disciplinares quase todos contra o Benfica. Um penalty sobre Eliseu ainda com 0-0 (é dos manuais, sendo a favor do Benfica não se marca com 0-0), e o critério de amostragem dos cartões amarelos apenas valeu para o Benfica. Para o Rio Ave não. Mas ganhamos e quando assim é ninguém fala disto, o que é um erro estratégico, passe o pleonasmo.
Vem aí o importantíssimo jogo com o Guimarães. Ao contrário de muita gente que já ouvi proclamar que o Rio Ave era a equipa mais difícil das últimas 4 jornadas, eu sou dos que penso que o próximo jogo é sempre o mais difícil: porque começa de 0-0. E quem não pensar assim, habilita-se a ter uma surpresa desagradável.
Para além deste parâmetro definidor de dificuldade, o jogo com o Guimarães assume um carácter especial que o pode tornar fulcral nesta recta final do campeonato. Porque se ganharmos, pomos pressão sobre o SCP que por sua vez tem uma saída dificílima ao FCP, e que para mim significaria perda de pontos. Mas se não ganharmos ao SCP, eles têm um estímulo extra para ganhar ao FCP porque disso depende a vitória no campeonato. Ora se conseguirem ganhar ao FCP nestas condições (se o Benfica não ganhar ao Guimarães), não me parece que vão perder pontos nos últimos dois jogos, mesmo considerando a saída a Braga.
Por isso é fundamental para a conquista do tricampeonato a vitória sobre o Guimarães, pois caso contrário o esforço feito nas últimas 31 jornadas, os 81 golos marcados, o melhor goal-average, a revelação Renato Sanches, etc., podem não servir para nada...

quarta-feira, 20 de abril de 2016

CC2



Portugal 20 de Março de 2016

Chegadas as horas das grandes decisões, onde estivemos e ainda estamos, ao contrário de outros clubes mais “bem” preparados do que nós, com alguma naturalidade ficamos de fora da Champions, e continuamos líderes do campeonato após a primeira sequência de 4 jogos relativamente aos 8 jogos que ficaram depois da vitória sobre o Tondela, primeiro jogo após a sensacional vitória em Alvalade.
Quanto à Champions é unânime que deixamos um bom registo global (económica e desportivamente falando), saindo eliminados com um único golo de diferença perante um adversário forte e que está estruturado para aparecer com regularidade nas meias-finais da Champions. Pelo 5º ano consecutivo o Bayern está nas meias-finais, enquanto o Benfica foi pela 3ª vez em 10 anos, aos quartos de final da Champions.
Para o sucesso do Bayern muito contribuiu o enorme respeito que demonstraram pelo Benfica, em particular no primeiro jogo, o que em minha opinião anulou o efeito surpresa que poderia jogar a nosso favor, em especial após a eliminatória difícil que eles tinham tido com a Juventus. Guardiola demonstrou porque é um dos melhores treinadores do Mundo e o meu palpite de que o Bayern poderia ser uma equipa ao nosso alcance, pelas razões que na altura expliquei, acabou por não se concretizar.
Para o falhanço do Benfica, e mesmo considerando que qualquer critica não deve servir para julgar jogadores e/ou treinadores, aponto (1) a falta de concentração no 1º jogo ao não concretizarmos uma das poucas oportunidades de golo consentidas pelo Bayern, (2) a não marcação de um possível penalty (na área do Benfica seria assinalado, sem sombra de dúvida) embora me pareça que não há intenção de jogar a bola, mas há claramente beneficio futebolístico do defesa que nos tirou uma bola, (3) erros de posicionamento e/ou de decisão no 1º golo sofrido cá na Luz, uma vez que a bola era do nosso defesa, o guarda-redes nunca poderia abordar esse lance porque só conseguiria colocar a bola à frente da nossa grande área e não era garantido que os trincos e médios estivessem bem posicionados para rechaçar esse mau alívio do guarda-redes, com aliás não estiveram, (4) num jogo de dificuldade elevadíssima penso que se teria justificado a inclusão de Luisão, porque mais do que um defesa é um líder que dá ordens em campo, e quem sabe nesse tal 1º golo poderia ter corrigido o posicionamento de alguns colegas.
No calor e emoção da eliminação, por um golo apenas, muita gente do “alto” falou da falta de “estrelinha” do Benfica. Discordo. Cometemos erros individuais que resultaram em erros colectivos e se no futuro quisermos ter mais hipóteses de aceder às meias-finais, deveremos perceber o que fizemos de bom e corrigir o que fizemos de mal. É assim que as equipas crescem.
Quanto ao campeonato, ganhamos o primeiro pacote de 4 jogos, onde o grau de dificuldade era ligeiramente superior (jogamos com 3 equipas que lutam para não descer, Boavista, Académica e Setúbal, com a Champions pelo meio) aos mesmos 4 jogos do SCP. Para aspirarmos à conquista do título era imperativo manter ou aumentar a distância pontual para os rivais nestes 4 jogos. Concluído este pequeno ciclo, mantivemos a distância para o SCP e aumentamos para o FCP, ficando praticamente confirmada a nossa entrada directa na Champions (pelo 7º ano consecutivo), outro objectivo da época.
Vamos entrar noutro ciclo de 4 jogos, agora já sem a presença na Champions, mas ainda com um jogo da meia-final da Taça da Liga para realizar. Do meu ponto de vista o grau de dificuldade do calendário do Benfica é inferior ao do nosso rival directo SCP. O que não quer dizer que possamos estar a confiar num deslize deles, apenas porque vão jogar a casa do FCP e do Braga. O FCP está numa fase irregular. Já o Braga, tratando-se do último jogo, poderá não criar dificuldades ao SCP no caso de dependerem deles próprios.
O próximo jogo reveste-se de importância fundamental (há 6 jogos que assim tem sido), não só porque se trata de um adversário difícil que luta pelo acesso à Liga Europa, mas porque joga bom futebol e este ano tirou pontos a SCP e FCP. Mais uma vez o 12º jogador será fundamental, já que não podemos contar com a “estrutura”. Aliás penso que depois dos números sobre compras e vendas de jogadores, que saíram hoje na comunicação social, os que me criticam por andar há anos a falar do “faz-que-é-presidente” e a farsa que é a actual gestão, têm a prova que não tenho escrito ao acaso nem me move qualquer interesse que não seja o Benfica. Voltarei a este tema em breve.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Quartos com vista para as Meias?



Portugal 7 de Abril de 2016

Uma exibição altamente positiva da nossa equipa de futebol frente ao poderoso Bayern permite, segundo a comunicação social e a maior parte dos adeptos, acalentar esperanças numa recuperação e passagem às meias-finais. Não partilho da mesma opinião, apesar de ter defendido que o Bayern era a equipa que nos daria mais ilusões de passar à fase seguinte (embora em futebol tudo seja possível...).
Antes de mais, recupero algumas ideias que escrevi em textos anteriores:
As partes menos boas são: 1) verificar a existência de alguns erros de posicionamento, de jogadores que não vou mencionar, que a sucederem-se com o Bayern poderão levar-nos a uma derrota pesada. Esperemos que não” – texto “Taça, Balanço e Humildade”.
Ao contrário da maior parte dos analistas a mim parece-me um bom sorteio. Porque os sorteios não se podem avaliar só pela qualidade do adversário, os sorteios têm de considerar outros parâmetros. E neste caso, a mim parece-me que a esgotante (psicologicamente) eliminatória com a Juventus, onde estiveram quase a ser eliminados, poderá jogar a nosso favor” – texto “Nazis e Alemães no Xadrez”.
“Contudo vejo que Guardiola esta demasiado atento e razoavelmente humilde perante o desafio que nós somos para eles, e com isto poderemos perder todos os trunfos que tínhamos para esta eliminatória” - texto “Taça, Balanço e Humildade”.
Posto isto começo por sublinhar a enorme exibição do Benfica, em particular por ter sofrido um golo aos 2 mn, sem que as equipas estivessem ainda encaixadas, que aliado ao faço do adversário jogar perante o seu público e ter a valia que se conhece, podia prenunciar um resultado bastante desnivelado. Tipo os 7-1 ou 6-1 que SCP em 2008/09 e FCP na época anterior, sofreram naquele estádio.
Contudo não nos iludamos. Fosse porque Guardiola (um enorme treinador) viu bem a nossa forma de jogar, fosse porque corrigiu a tempo o entusiasmo alemão pela “pêra doce” que o sorteio lhes reservou (segundo alguns alemães como Rummenige e outros como os jornalistas portugueses), ou fosse porque cometemos mais erros do que eles, o que é certo é que perdemos 1-0!
Ora não marcando golos e tendo sofrido um, o adversário sabe que não podemos arriscar muito, porque caso o façamos vamos abrir linhas de passe na retaguarda do nosso meio campo, que eles, com melhores executantes, podem aproveitar para fazer 1 golo. E fazendo um golo está tudo lixado, pois se até esse momento não conseguimos marcar, não será daí até ao final do jogo que vamos marcar 3.
Isto são regras do futebol, não têm a ver com ser o Benfica e o Bayern, têm a ver com as “leis” próprias dos resultados do futebol nas competições a eliminar, “leis” que os entendidos da comunicação social ignoram com frequência. São leis que se verificaram na eliminatória anterior com o Zenit ou quando há 10 anos jogamos com o Liverpool. Nestas duas eliminatórias (das 3 vezes que passamos aos oitavos de final na Champions nos últimos 10 anos) começamos em casa. Vencendo por 1-0, acabando por vencer também o segundo jogo. Ora neste caso, o Bayern está como esteve o Benfica nessas duas situações...
Claro que também me podem dizer que perdemos 1-0 no Fenerbahce e depois vencemos na Luz 3-1. Sim, mas o Bayern (equipa e treinador) não é propriamente o Fenerbahce. E isso também conta.
Em resumo eu diria que o Benfica deveria começar o jogo da 2ª mão com prudência, cautelas na distribuição dos jogadores ao longo do campo, não subir as linhas defensivas para mais do que 10 metros acima da nossa baliza, privilegiar um segundo ponta de lança móvel que saiba fazer bem as tarefas defensivas, ou apostar num médio de características mais ofensivas para jogar atrás do ponta de lança mais posicional, que deverá ser Mitroglou. No fundo eu desenharia uma táctica para trazer o jogo para o meio campo com objectivo de provocar o erro do adversário para tentar o golo. Treinaria os remates de meia distância, na expectativa de obter esse golo, e também treinaria a marcação de grandes penalidades, na eventualidade de marcarmos pelo menos um golo e não sofremos.
Na fase de grupos, o Bayern marcou sempre golos excepto frente ao Arsenal em Londres onde jogou primeiro e perdeu 2-0, devolvendo a seguir com uma goleada de 5-1. Não é um bom prenúncio, tanto mais que trazem um resultado para gerir...
Por último e em face dos resultados da 1ª mão, fica evidente que as “pêras doces” não existem nem nunca existiram nesta fase da prova. As equipas quando atingem patamares competitivos elevados motivam-se de formas não “científicas” originando resultados não “previstos”. Poderá o Benfica ser um destes exemplos? Gostar, gostava, mas....

terça-feira, 5 de abril de 2016

Taça, Balanço e Humildade



Portugal 5 de Abril de 2016

Taça de Portugal em Andebol
Que mais dizer sobre a conquista da Taça de Portugal em Andebol? Pouco... As palavras sobram para quem viveu as emoções de uma conquista histórica. De facto não há memória da equipa menos favorita das três ditas grandes, conquistar essa valiosa saladeira, como alguns derrotados lhe chamam. Não há memória de para além disso, o ter feito com golos nos últimos segundos do prolongamento.
Está de parabéns a Secção, mas especialmente o treinador Mariano Ortega que aceitou o desafio que lhe foi colocado de renovar completamente a equipa. Depois desta vitória in-extremis, quem é que ainda se lembra de Carlos Carneiro, Cláudio Pedroso, Areias, e tantos outros que nos últimos anos fizeram parte da equipa? Estamos gratos pelo seu profissionalismo mas a ruptura com o passado recente foi melhor para nós. Para já. A seguir vamos ver se conseguimos eliminar o “todo-poderoso” e heptacampeão, FCP e aí sim, a presença na final do campeonato seria a “cereja no topo do bolo” deste processo de renovação completa da equipa, e acima de tudo, renovação de mentalidades que predominavam nessa Secção algo bafienta.
No final tinha de vir o imbecil de serviço, o Mr. Burns (dizem que ganha 25 mil por mês) a picar o SCP no tweeter, sem qualquer necessidade. O SCP respondeu e ele remeteu-se ao silêncio dos covardes. Se o SCP acusou a dupla de arbitragem de ter praticado a modalidade no Benfica, o que é grave, isso sim merecia um desmentido. Mas o Mr.Burns é perito em criar incêndios e deixar as labaredas para os outros apagarem...
Balanço do futebol
Após a fantástica vitória sobre o Braga, a outra boa notícia foi a derrota do FCP em casa com o Tondela, deixando-nos mais próximos do objectivo “entrada directa na Champions League”.
Se o jogo com o Braga podia ter começado mal, com duas boas situações de golo dos adversários, a equipa depois “encarrilhou” e impôs a sua superioridade. Foram 5 golos, como podiam ter sido mais um ou dois, o que seria pesadíssimo para um Braga personalizado e com uma atitude positiva durante todo o jogo (não foi por acaso que marcou 2 golos ao SCP e depois perdeu com 1 penalty duvidoso no último minuto).
As partes menos boas são: 1) verificar a existência de alguns erros de posicionamento, de jogadores que não vou mencionar, que a sucederem-se com o Bayern poderão levar-nos a uma derrota pesada. Esperemos que não, 2) será que o actual FCP pode tirar pontos ao SCP dando-nos folga na luta pelo título?
Humildade
Como se sabe Bayern é das equipas mais fortes que têm marcado presença na Champions League. Tem um plantel valioso e naturalmente dispendioso. Não procurei saber, mas estaremos a falar de um orçamento superior a 125/150 milhões de euros por época, contra os nossos 40/45 milhões.
Apesar do passado recente e da valia do seu plantel, o treinador Guardiola fez uma antevisão ao jogo manifestando-se preocupado pela qualidade do que viu nos jogos que observou. Elogiou o Benfica salientando que não jogamos à defesa, e viu bem algo que a mim não me parece bem (passe o pleonasmo) em confrontos na Champions, e que são os cerca de 20 metros que existe entre a linha defensiva e o guarda-redes.
A humildade mostrada por Guardiola deve ser enaltecida. Se fosse cá um treinador do Benfica a dizer o mesmo sobre um adversário como o Setúbal ou Paços de Ferreira, é possível que a critica lhe caíssem em cima com a “falta de coragem”, “medo” e outros rótulos que marcaram muitos treinadores que por cá passaram.
E contudo ele foi inteligente ao fazê-lo porque é o líder da equipa e qualquer mensagem sua é assimilada pelos jogadores de forma mais positiva ou menos positiva. Ora ele sabe que existe algum excesso de confiança nos jogadores e adeptos, que é sempre negativa para o desenvolvimento do seu bom futebol e que pode criar condições para que a surpresa aconteça.
Por outro lado ao registar que viu a defesa do Benfica subida 20 metros, percebeu como jogamos e mostra que não está a “dormir”. A táctica de mais logo à noite irá contemplar, seguramente, um antídoto a essa nossa forma de jogar, e a ser assim, se eles alterarem o seu modelo de jogo para se adaptarem ao nosso modelo de jogo, o efeito surpresa do nosso lado poderá não acontecer.
Como já mencionei anteriormente. Para mim o Bayern sendo uma das 3 equipas mais difíceis em prova, a par de Real Madrid e Barcelona, é a que me parece dar-nos mais ilusões de passarmos. Contudo vejo que Guardiola esta demasiado atento e razoavelmente humilde perante o desafio que nós somos para eles, e com isto poderemos perder todos os trunfos que tínhamos para esta eliminatória.