sábado, 28 de setembro de 2013

"Temos de ganhar os nossos jogos pah"

Portugal, 28 de Setembro de 2013

Uma das teses mais correntes entre adeptos e sócios do Benfica que se procuram instruir nas matérias de futebol, é que “o Benfica tem de ganhar os seus jogos”. Alguns acrescentam “pah”, como se o “pah” estivesse para as suas ideias como o tempero está para a comida. Comparação incorrecta.

De acordo com esta tese, se o Benfica ganhar os seus jogos, é campeão muito mais vezes. La Palisse não diria mais e melhor. A grande questão é saber onde nos leva esta tese, pois a ganhar os nossos jogos, seguramente ganharíamos todos os nossos jogos. E se ganhássemos todos os nossos jogos, faríamos 100% de pontos possíveis, algo que nenhum clube conseguiu até hoje.

Outra das consequências desta tese é que, treinador do Benfica que não ganhe os seus jogos, obviamente é responsável por não ganharmos o campeonato em particular. No limite, é um treinador descartável mesmo que faça percentagens superiores a 85%, algo que nem Mourinho conseguiu no FCP (fez 84 e 80%). Vou tomar como referência esta percentagem porque sabemos que mesmo esses 85% de pontos foram conquistados com erros de arbitragem a favor. Em particular nos jogos com o Benfica. Perdemos 0-1 na Luz com António Costa (Setúbal), hoje formador de árbitros (!), a não ver 1 penalty – gravata - de Pedro Emanuel sobre Ricardo Rocha, e posterior expulsão do mesmo RR por uma falta feita no grande circulo, a meio campo, com Hélder na jogada, mas o árbitro considerou – no meio campo – que havia situação de golo eminente.

Ora fazer 85% não é pois para qualquer treinador. Mas será para o treinador ideal dos tais adeptos que defendem que “temos de ganhar os nossos jogos pah”. O tal treinador que não faria os “erros” que Jesus “fez” no ano passado e que nos tiraram o título (depois enumeram algumas decisões que consideram erradas, sempre no pressuposto de as obterem depois do jogo acabado, e não antes).

Quando contrapomos a estes adeptos que Jesus fez, apesar de alguns erros de arbitragem contra a nossa equipa, 85,6%, isso é desvalorizado pelo facto de não termos ganho o título de campeão, já que o FCP fez mais 1 ponto. E assim, no limite, a conversa com os adeptos desta tese, conduz assintóticamente, a exigência do treinador para a obtenção de 100% de pontos.

Ou seja, para uma conclusão matemática impossível. Adiante.
Ontem o FCP deu-nos apenas mais um exemplo, de como pode fazer sempre mais 1 ponto que os adversários. A coisa estava difícil, o Guimarães defendia-se bem, os jogadores do FCP por cansaço ou falta de qualidade não estavam a funcionar, e eis que surge o árbitro Pedro “Portuença” a sacar 1 penalty do apito, num lance fácil de decidir, pois tratava-se de uma falta a favor do Guimarães. 1 penalty, 1 golo, 3 pontos, 3,3% de pontos para o pecúlio.

Por mero exercício de comparação, estamos a falar do mesmo “Portuença” que há 2 épocas entendeu não faltosa uma entrada sobre Witsel, na entrada da área do FCP, lance do qual nasceu o 2º golo (empate) do FCP. Estamos a falar do mesmo “Portuença” que não viu o pontapé de Guarin em Luisão, mas depois viu a cotovelada deste, expulsando-o, naquela que foi a 1ª expulsão da carreira, no célebre jogo dos 5-0 (nesse momento estava 3-0). Estamos a falar do “Portuença” que marcou o penalty à Lizandro quando o FCP perdia em casa 0-1 aos 70 mn de jogo, dando assim 1 ponto ao FCP e tirando 2 ao Benfica de Quique. Estamos a falar de um árbitro que tem uma colecção de decisões erradas em favor do FCP, nenhuma em contra o FCP e que por estranho que pareça a uma pessoa normal, continua a arbitrar. Já o Bruno Paixão, não pelo menos nos jogos do FCP.

Terminei o texto anterior onde dei conta da intencional opção da comunicação social em criar uma novela acerca de Jesus, em vez de se debruçarem sobre os erros de arbitragem na jornada, da seguinte forma:

Esta operação branqueamento/crucificação de Jesus, 1) permitirá ao FCP e a Vítor Pereira, corrigirem os erros das nomeações da semana anterior, com a maior das tranquilidades, 2) dá jeito para abafar o processo judicial (sim, este está mesmo a correr nos Tribunais) que existe entre o benfiquista Valdemar Duarte, e Pinto da Costa e outros responsáveis do FCP que o ameaçaram de morte e 3) ninguém pôde perceber que quando a equipa do FCP não é suficientemente ajudada e sofre 1 penalty com 0-0 ou 0-1, não conseguem ganhar os seus jogos.

Ora verificou-se que uma vez mais estive perto nas previsões. Vítor Pereira e o FCP corrigiram alguns erros das nomeações, com Proença (e Bertino Miranda) a ser chamado ao FCP - Guimarães e a errar (como esperado) uma vez mais em favor do FCP, e também se provou, uma vez mais perdoe-se-me a repetição (são mais de 20 anos a repetir-me) que para o FCP ganhar um jogo difícil, tem de aparecer o erro de arbitragem da ordem.


A comunicação social, por razões distintas, faz parte da operação branqueamento a favor do FCP. Os árbitros por razões diferentes, erram em favor do FCP. Mas bom, os que querem o Benfica a ganhar 100% de pontos, lá saberão melhor do que eu, porque razão tudo isto acontece.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Operação branqueamento

Portugal, 24 de Setembro de 2013

O Benfica venceu no sempre difícil campo do Guimarães (o benfiquista Joaquim Rita diz que não), com um golo de Cardozo e uma exibição utilmente sóbria. Finalmente vê-se algum respeito do treinador pelas dificuldades que alguns clubes nos colocam, e a prova disso é a opção pelo modelo de jogo 4-2-3-1, com Djuricic atrás de Cardozo, Fejsa e Matic como médios interiores volantes, Enzo e Markovic como médios ala, e a já habitual linha defensiva, salientando-se a opção por dois defesas laterais altos como Siqueira e André Almeida.

Também, e uma vez mais, o Benfica foi penalizado (outra vez) por umas quantas decisões do árbitro Bruno Esteves e seus auxiliares, que tiveram influência directa no resultado final. Aos 30 segundos uma falta por trás a Luisão, passou sem sanção disciplinar, quando estamos perante o que na gíria se denomina “tackle deslizante com risco para a integridade física do adversário”. Aos 3 mn o auxiliar assinalou 1 fora de jogo a Enzo Perez que ficava na cara do guarda-redes com forte possibilidade de fazer golo. Se compararmos com a facilidade com que, na situação inversa, os nossos adversários nos marcam golos precedidos de fora de jogo, mais ou menos claros, como Marítimo e SCP, temos de concluir – uma vez mais – que isto não acontece por acaso e faz parte de um manual de arbitrar, criado para dificultar o acesso do Benfica à baliza adversária. Temos depois os já habituais penaltys não assinalados a nosso favor. Um por corte com o braço de Abdoulayeh, jogador emprestado pelo FCP, e outro por derrube claro a Lima. Entre estes dois lances, muitos outros lances ocorreram com a componente disciplinar a ser mal aplicada, mais em favor do Guimarães, mas a comunicação social, na também já habitual operação de iludir e enganar, quis fazer crer que apenas aconteceu um lance em que Siqueira podia ter levado o 2º cartão amarelo.

Ah, estou a dizer mal. Parece que a bola cortada com o braço do Abdoulayeh não era penalty. A fazer fé nas 1ªs páginas dos jornais de Lisboa (RECORD e BOLA) só era penalty o lance igual, a favor do SCP contra o Rio Ave, ou aquele que os adeptos do FCP ainda hoje invocam para contrabalançar ao golo 2 metros em fora de jogo de Maicon, um suposto penalty em que a bola vai contra Cardozo que está nas costas do defesa do FCP que falhou o cabeceamento....

Esta jornada acabou por ser peculiar pois FCP e SCP também perderam pontos, depois de estarem em vantagem no marcador (facto que passou despercebido aos analistas avençados de serviço, ao contrário do que acontece com o Benfica). O caso do FCP é mais interessante porque tendo sofrido um golo de penalty cometido fora da área (igual ao que lhes foi oferecido contra o Marítimo), não conseguiram ganhar a um adversário, que tem um orçamento bem inferior (não é esta a conversa que ouvimos quando se trata do Benfica?)...

A medo, a comunicação social ainda destacou o primeiro erro do árbitro, a expulsão perdoada a Otamendi aos 11 mn por derrube ao adversário que só tinha o guarda-redes, entre ele e a linha de golo. Ainda na semana passada vimos o famoso Capela expulsar um defesa do Estoril por ter feito uma “falta” (que não fez) junto à lateral esquerda da grande área (ainda por cima levou com 1 penalty), lance que deu polémica entre alguns comentadores e blogues, pelo que não se compreende que este árbitro de Vila Real, imune a essa polémica, se tenha esquecido de aplicar a lei e expulsado Otamendi. Beneficiado ficou duas vezes a equipa do FCP, pois não tiveram de correr 80 mn, 10 contra 11, desgastando-se e tendo resultado mais incerto. E na próxima jornada teriam de meter novo jogador a central, com alguns riscos inerentes aos automatismos.

A arbitragem esteve pois e uma vez mais no nível que tem estado, naquilo que tenho referido como a “normalidade” da anormalidade, e o que é que a comunicação social faz? Aproveita-se de um momento menos bom do nosso treinador, que defendeu um adepto para além dos limites do razoável, e pronto, temos assunto para as próximas semanas. De forma simples e expedita, acabou o tema arbitragens e começou o tema Jesus.

Esta estratégia da comunicação social contudo está eivada de erros e demonstram a falta de qualidade que grassa nessa área: 1) Afirmaram que a PSP tinha colocado Jesus sujeito a termo de identidade e residência, o que é falso, pois só o Ministério Público pode propor essa medida de coacção que depois terá de ser validada por um juiz, 2) Mencionaram a existência de agressões, quando pelos vistos o relatório da PSP apenas refere impropérios e gestos impróprios. O que também é visível nas imagens.

Se querem dar a ideia que estão preocupados com situações incorrectas que ocorrem dentro dos campos de futebol, ao menos parametrizassem o problema de Jesus com o uso de força excessiva que alguns stwearts e policias de serviço empregaram em alguns adeptos do Benfica, tratando-os como se fossem terroristas! Já repararam se tivessem feito o mesmo ao puto adepto do SCP que atravessou todo o relvado do Estádio do Algarve para ir pedir a camisola aos jogadores do SCP, apenas há 8 dias atrás?

Esta operação branqueamento/crucificação de Jesus, 1) permitirá ao FCP e a Vítor Pereira, corrigirem os erros das nomeações da semana anterior, com a maior das tranquilidades, 2) dá jeito para abafar o processo judicial (sim, este está mesmo a correr nos Tribunais) que existe entre o benfiquista Valdemar Duarte, e Pinto da Costa e outros responsáveis do FCP que o ameaçaram de morte e 3) ninguém pôde perceber que quando a equipa do FCP não é suficientemente ajudada e sofre 1 penalty com 0-0 ou 0-1, não conseguem ganhar os seus jogos.


Jesus é grande...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O primeiro zero...

Portugal, 19 de Setembro de 2013

Ao fim do 5º jogo oficial desta época, finalmente conseguimos manter as redes da nossa baliza invioladas, o que é sempre um tónico para o jogo seguinte. Dá-se a curiosidade de tal ter acontecido num jogo da Champions, prova teoricamente mais difícil do calendário, e não numa prova de grau de dificuldade inferior. Será isto normal?

Claro que não é. O facto é que hoje podemos dizer que ficamos a zero na nossa defesa porque o árbitro estrangeiro invalidou um golo aos belgas, já que o marcador do golo, ou participante activo no mesmo, estava em fora de jogo. E mais. Ao mn 43 da 1ª parte, foi também assinalado fora de jogo ao ataque do Anderlecht, num lance igual aos que cá em Portugal, a favor de FCP e SCP não são assinalados: quando o avançado está em posição incorrecta no instante em que a bola lhe é endossada, mas na sequência da trajectória da bola, ele passa a ter mais do que 2 jogadores entre si e a linha de baliza.

Como referi no texto anterior, a nossa comunicação social, numa lógica que podemos considerar enquadrada na “arte” da mentira ou da ilusão, tem criado a normalidade da anormalidade das arbitragens nacionais. Ou seja, há um erro grosseiro de arbitragem que favorece FCP ou SCP? Simples: transforma-se em difícil leitura, o árbitro não tem televisão e as repetições que nós (jornalistas) temos aqui no estúdio ou essa peregrina interpretação da lei do fora de jogo que é defender que “se ele estava deslocado no início do lance, pouco depois já não estava”.

Como se viu, para os árbitros estrangeiros as leis de arbitragem são outras. E graças a uma simples decisão de um árbitro, conseguimos finalmente ter um jogo sem sofrer golos! Afinal ter boas defesas, poucos golos sofridos é uma questão que não depende única e exclusivamente do desempenho das equipas, mas sim e em particular, da decisão dos árbitros!

Ora. Se recuarmos aos 4 jogos feitos no campeonato nacional, recordamo-nos que o 1º golo do Marítimo, obtido de penalty, é precedido de uma situação de fora de jogo do avançado. No 2º golo do Marítimo o marcador também está ligeiramente deslocado. No único golo do SCP, o marcador estava deslocado na mesma distância que estava o avançado belga aos 43 mn.

Mas nestes casos, infelizmente para nós, os árbitros não decidiram assinalar fora de jogo. Porquê? Bem, se calhar estavam distraídos, como disse o Proença para justificar o escândalo de há 2 épocas atrás. Mas estariam mesmo?

Se voltarmos aos jogos do Benfica e em particular à quase derrota contra o Gil Vicente, o assistente que acompanhou o ataque do Benfica na 2ª parte, Benfica que estava numa situação desesperada, conseguiu ver – bem – dois foras de jogo em que Rodrigo e Luisão estavam em posição deslocada inferior às atrás referidas que precederam os golos do Marítimo e SCP! Depois não viu um jogador do Gil cortar uma bola com o braço ao mn 86, apesar de estar a menos de 10 metros do lance... Ou seja, viu os lances difíceis – que eram contra o Benfica, mas não viu o lance fácil, que era a favor do Benfica.... Distraído? Francamente...

No fundo, e resumindo, os árbitros portugueses têm uma sensibilidade muito apurada quando se trata de decidir foras de jogo ao ataque do Benfica, mas já não têm qualquer tipo de sensibilidade para decidir jogadas dos adversários do Benfica, nas mesmas condições. E se projectarmos o critério para os jogos do FCP e do SCP constatamos, sem grande dificuldade, que a “sensibilidade” se inverte radicalmente da área para onde eles atacam, e da área por eles defendida. Daí não conseguirmos ver o FCP ou o SCP sofrerem 1 golo em fora de jogo, mas em contra partida marcarem alguns. Então o SCP este ano bate todos os recordes da estatística: em 2 jogos consecutivos cometeu a proeza de ter os seus primeiros golos obtidos em fora de jogo. Do FCP podemos encontrar exemplos semelhantes. Mas e do Benfica? Há quantos anos o Benfica não tem validado um primeiro golo em fora de jogo?

É pois com alguma estupefacção, não muita reconheço, que verifico que a sondagem que o blogue NovaGeracaoBenfica lançou sobre o que fazer depois de vermos as arbitragens das primeiras 4 jornadas, tem no primeiro lugar, num empate técnico, as opções “retirar o apoio a Fernando Gomes presidente da FPF” e “temos é de ganhar os nossos jogos pah”.

Quer dizer que apesar do que temos visto anos e anos a fio, agora contestado com o simples exemplo do árbitro que invalidou o golo dos belgas, continua a existir uma enorme quantidade de adeptos que defende que, ganhando os nossos jogos isso basta para, presumo ser campeão.

Ou seja, para esses adeptos, o FCP não ganha jogos com golos em posição de fora de jogo, ou penaltys inexistentes. Não faz pontos com essas manigâncias da “hiper sensibilidade” dos árbitros. Nada disso. Se nós ganharmos os nossos jogos, isso basta, nem que para cada 2 golos ilegais que os árbitros validem aos nossos adversários, tenhamos de marcar três... mesmo que dois sejam anulados por pretenso fora de jogo...

O Benfica caiu e não se levanta. Quando os adeptos defendem a lógica do impossível, obviamente que o FCP (e o SCP agora) esfregam as mãos...


Quem não teve zero mas sim nota 20, foi o Calado nos comentários da Benfica TV. Sereno, intérprete sensato das incidências do jogo, leitura acertada das substituições, enfim, uma grande noite de comentários... de fazer inveja a muitos pseudo analistas que já criaram raízes nos programas da treta. Parabéns!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A arte da ilusão

Portugal, 17 de Setembro de 2013

Terminei a minha semana e férias com uma passagem breve pela “Catedral” da Luz, onde fui almoçar o Bife à Catedral com Molho de Queijo da Serra, o prato de excelência que escolho sempre quando lá vou. Depois umas comprinhas na loja da Benfica Store ou da Adidas, coisa pouca que não estou aqui para iludir ninguém, e “ala que se faz tarde” rumo ao nordeste...

Para quem chega a Lisboa vindo de Almada, julgo que pelo Eixo Norte/Sul, a primeira saída que aparece, para o estádio de Alvalade, tem uma placa limpa, logo seguida da saída para o estádio da Luz que tem uma placa onde se lê “Benfica é merda”... Gente educada, estes adeptos do SCP ou terei sido eu que tive azar de apenas apanhar uma placa suja do Benfica porque existirão placas sujas do SCP também, dirão os adeptos do SCP...

Não sei porque comecei por aqui pois o que queria falar é da ilusão que grassa entre adeptos de todos os clubes, uns iludindo-se com os méritos desportivos, outros, em particular os adeptos do Benfica iludindo-se com pretensas falhas “disto e daquilo”...

Tenho dois tios que todos os anos vêm à terrinha na altura da principal romaria da cidade. Um é adepto do FCP, outro é adepto do SCP. Também todos os anos tenho o ritual de os ir cumprimentar e falar da vida e do futebol. Este ano isso não foi excepção e quando o futebol veio à baila, pelo simples do meu tio sportinguista, as “hostilidades” começaram com a sacramental questão: “então que é que vos aconteceu este ano que não ganharam nada e podiam ter ganho tudo”. Respondi que não aconteceu nada, apenas que houve umas arbitragens que para variar, e tal como nos últimos anos, viram penaltys para uns mas não viram para outros, mais os foras de jogo e os cartões, e com isso deram pontos ao FCP que lhes permitiu serem campeões.

Claro que o meu tipo do FCP logo interveio para rebater: “não digas isso... aquele jogo do Benfica com o Braga foi um escândalo”. Com o Braga, tio? “sim, aquele do Capela”.. Ah, o jogo com o SCP... é pá, o tio viu o jogo? “sim, eu vejo os jogos todos e aquilo foi um escândalo”. Bem, não deve ter visto bem porque já nem se lembrava que era com o SCP e não com o Braga, mas diga, que é que se passou nesse jogo? “Que se passou? Aquilo foi um roubo, só penaltys foram uns 3 ou 4”. Então e o tio lembra-se dos lances? É que posso rebater, porque não foi nada disso, isso foi apenas uma montagem da Sporttv, para pressionar as arbitragens para o resto do campeonato. Vamos lá falar do 1º pseudo penalty. Se o “Wolkswagen” rematou à baliza, apesar de tocado, era penalty porquê? “Já não me lembro dos lances, sei que eram 3 ou 4”... ah, já percebi... e diz o tio que vê os jogos.. ok... olhe e aquele tropeção do James que deu um penalty a favor do FCP em Paços de Ferreira? “Aquilo não foi penalty?”. Claro que não.. até foi fora da área e tudo... “Ah, uns dão para os outros”....

Pois é assim que os adeptos vêm o futebol. Ou melhor não vêm. Não conhecem nem sabem analisar os lances. Mas fazem ressonância das conclusões dos ditos peritos futebolísticos, dos tais que já ganharam títulos em vários clubes em Portugal. Andam pois iludidos. Por quem? Exacto, por essa comunicação social que escolhe paragonas de 1ª página ou de abertura de tele ou rádio jornais, com os epítetos de “polémico” se existir um erro de arbitragem mesmo que microscópico a favor do Benfica, e “vitória difícil mas justa” se for o FCP em Paços (já esta época) ou “vitória fácil” se for o SCP em Olhão com o 2º primeiro golo em fora de jogo, em duas jornadas consecutivas...

Não se passa nada no mundo da arbitragem. Está tudo a correr “bem”. Mas quantos pontos teria o Benfica se tivesse havido arbitragens isentas, nos jogos com  Marítimo e SCP, e quantos pontos teriam FCP e SCP na mesma situação?

Será que poderíamos ver títulos ou referências como as que temos visto sobre o “melhor SCP do século” e o “FCP soma e segue”? Claro que não...
Há que continuar a iludir os adeptos e manter esta “normalidade” da anormalidade. O futebol virou ganha-pão para muita gente e constata-se que os critérios informativos, opinativos ou noticiosos se conformaram com a lógica do “Norte”, a lógica do FCP e da Olivedesportos, a lógica da pressão, do conflito, da superioridade a qualquer preço, a lógica dos dois clubes, um em Lisboa e outro no Porto. Quem alinhar, fica, quem não alinhar vai para o desemprego. Olhem o João Querido Manha como veio “direitinho” dos problemas que teve em meados da década passada...

O Benfica não reage porque estamos fora desse jogo, querendo fazer crer que somos diferentes, que temos de ganhar se formos melhores.. mas não é nada disso. Simplesmente alimentamos este jogo com os inêxitos derivados do nosso silêncio. Os sócios pagam. São muitos e limitam-se a pagar e a acreditar no projecto do empreiteiro, o projecto do endividamento bancário permanente, da nulidade reivindicativa, do ganhar se os do FCP desperdiçarem as ajudas que semanalmente os árbitros lhes dão.


Mas o meu tio e tantos como ele, é que vêm os jogos e é que sabem que no final, os “erros compensam-se” e “todos os 3 grandes são ajudados”. E pronto. Siga a “música”...

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"Pode não chegar para ser campeão"

Pode não chegar para ser campeão

Numa semana em que o Benfica assumiu a liderança no campeonato, que joga futebol de forma brilhante, numa altura em que temos os melhores ataques de sempre e uma das melhores médias de golos, quando Cardozo lidera a lista de melhores marcadores, quando somos primeiros no grupo da Liga Europa e 2uando os nossos jogadores são chamados às melhores selecções do Mundo, porque tenho tanto receio do futuro?
Na última segunda feira depois de ganharmos 6-1, repito, 6-1, sendo que o golo do adversário foi marcado em fora de jogo e um dos que nos foi anulado era completamente regular, depois de ver Patacas ser poupado à expulsão por duas vezes, assisti ao topete de reclamações que um penalty (o terceiro golo do Benfica) não devia ter sido assinalado e isso influenciou na vitória encarnada.
Comentadores, jornalistas e treinadores reclamavam um segundo cartão amarelo para Aimar, sem sequer terem o cuidado de verificar que o argentino não tinha nenhum amarelo.
Um cretino é um cretino. Muitos cretinos são muitos cretinos. O ódio ao Benfica, a cegueira com que nos analisam os jogos, não é mais do que a face visível daquilo que nos preparam.
Assim já não foi importante que com 0-0 tenha existido um penalty por marcar a favor da Académica no Dragão aos 8 mn. Assim foi irrelevante a expulsão perdoada ao Bruno Alves ainda com 0-0 e assim desapareceu dos resumos o fora de jogo mal tirado ao Sougou ainda com mesmo 0-0.
Jogar muito e bem, ser muito melhor pode não chegar para ser campeão.
Acredito muito em Jorge Jesus ele talvez saiba porque é que em 10 jogos oficiais (9 da Liga e 1 da Taça) tivemos 5 vezes árbitros do Porto.
Queria estar optimista, mas não consigo porque tudo isto me cheira a esturro. Resta-me agradecer a Jesus e pedir que esteja atento.
Texto escrito por Pedro F. Ferreira, Jornal O BENFICA, após a 10ª jornada da época 2009/2010, a do último título de campeão.
Que mudou desde essa época até hoje? Duas coisas: a relação dos adeptos com o nosso treinador e a quantidade de jogadores vendidos e comprados. No resto, tudo na mesma: arbitragem a errar de manual, comunicação social a esconder erros contra o Benfica e empolar erros supostamente a favor do Benfica.

E claro a nossa “faz-que-é-Direcção” e o que “faz-que-é-presidente” sem soluções, parecendo pelo contrário que ganham mais, pessoalmente, com os sucessivos inêxitos do Benfica....

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A arte da mentira

Portugal, 4 de Setembro de 2013

Como tentei mostrar no último texto, sem qualquer pretensiosismo (embora muitos pensem que não), a comunicação social valoriza os aspectos que bem entende dos factos noticiosos (as ocorrências no “mundo” real depois transformadas em notícias e destaques) para orientar o pensamento das pessoas no sentido que mais jeito lhes dá. Dei o exemplo dos últimos dois jogos entre Benfica e SCP, o primeiro que ficou conhecido como o “maior roubo” da época, associado ao árbitro Capela, pelos destaques que a comunicação social deu aos supostos erros de arbitragem que aconteceram nesse jogo, e o último onde nada se passou em termos de destaques excepto o grande golo de Markovic.

De um jogo para o outro o critério mudou. Em vez de termos os erros do árbitro na 1ª página, como no caso Capela, desta vez tivemos a qualidade do golo do Benfica. Por acaso no jogo do Capela o Benfica marcou 1 golo que andou pelas bocas do mundo devido à sua excelência, mas isso não foi destaque em NENHUM jornal português (como agora foi o golo de Markovic), TODOS preferindo enfatizar os erros do árbitro. Ao contrário no último derby onde os erros mais graves do árbitro e com interferência directa no resultado, foram TODOS contra o Benfica mas isso não transpareceu em nenhum jornal, excepto no jornal O JOGO na metade inferior da 1ª página (a parte menos lida do jornal – vejam nos escaparates que a dobra do jornal só permite ler a metade de cima).

Resumindo em trocados, no Benfica 2 – SCP 0 para o público ficou a ideia que o Benfica ganhou com a ajuda do árbitro. No SCP 1 – Benfica 1 ficou a ideia que o Benfica só empatou devido a um grande golo, a uma jogada individual, a essas coisas raras no futebol como são os lances de inspiração. No Benfica 2 – SCP 0 não se percebeu que o Benfica jogou muito melhor que o SCP, equipa que fez o 1º remate enquadrado com a baliza aos 47 mn da 2ª parte quando WW rematou para os “3 pontos do País de Gales”. No SCP 1 – Benfica 1 não se percebeu que só na 1ª parte o Benfica mandou uma bola à trave e teve um golo perdido que não é normal no jogador que foi, Sálvio, enquanto o único golo do SCP, madrugador (e por isso desestabilizador), foi obtido numa situação de relativa facilidade de detecção de fora de jogo.

Desconstruindo os factos que aconteceram e ficcionando-os através de “notícias”, destaques e comentários, a comunicação social (já não estou a falar só do jornal A BOLA) conseguiu inverter os parâmetros a valorizar, em claro prejuízo do Benfica, e da verdade desportiva na parte que se relaciona com os erros de arbitragem. 

Como se vê, mentir pode ter conotações artísticas. E com carteira profissional e um código deontológico a respeitar, torna-se numa arte só ao alcance de alguns...

Quem são os eleitos? Não é difícil apontar: todos os jornalistas ou não, que ano após ano aparecem nos programas de televisão ou nas rádios, que têm colunas de opinião nos jornais, contribuições pelas quais são bem remunerados. Uma vez ataquei Carlos Daniel acerca disto e das suas opiniões por e-mail, e ele respondeu-me que “era pago pelo seu trabalho”, com se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas não me disse tudo. Ele é pago por escrever as suas opiniões enquadradas pelo lado que menos interessa ao Benfica e ao rigor dos factos. No dia em que quiser ser correcto, deixa de ganhar esse “extra” que não deve ser tão pouco como isso.

Exemplos das suas opiniões: quando Carlos Azenha empatou na Luz, com o Portimonense, 1-1, em que Jesus fez descansar mais de metade da equipa titular (o titulo estava entregue – ano do Roberto), escreveu uma opinião a enaltecer as qualidades de Azenha, que “definitivamente deixava de ser conhecido como “Azelha” e passava a conquistar o respeito dos agentes desportivos blá e blá”, sem nunca referir que o Benfica jogou desfalcado e que o penalty que dá o golo do Portimão, nasceu de uma mão de Roderick fora da área... Ora como este aspecto não se encaixa no “guião” “Benfica favorecido” (idem último jogo com SCP), desvia-se a agulha da opinião para outro lado, o lado de um amigo. Por falar nisso: onde anda essa sumidade do futebol chamada Carlos Azenha?

Mas temos mais. Este tipo de mentiras por omissão, não surge só porque uns são adeptos do SCP ou do FCP. Temos também benfiquistas como José Querido Manha, hoje Director do RECORD (dá jeito ter um tipo benfiquista à frente de um jornal de sportinguistas, para a propaganda azul e branca contabilizar que em Lisboa há dois jornais do Benfica, o Pravda e o Querido Manha) que escreveu a propósito do derby que o Benfica teve “sorte no azar”, reportando-se às substituições forçadas, em particular a de Lazar Markovic. Ora 8 dias antes contra o Gil Vicente, alguém se lesionou para entrar Markovic? Não. Porque “carga de água” teria JQM de distorcer o assunto, fazendo crer que Markovic não jogaria contra o SCP por opção de Jesus? Porque também há o “guião” “despedimento de Jesus”...

O falecido Artur Semedo, já recebia em 1998 – dito pelo próprio - no jornal o JOGO, 60 contos na moeda antiga, 300 euros por semana, em cada crónica que escrevia a “malhar” em Vale e Azevedo. 4 crónicas por mês e recebia mais do que o salário de um quadro superior... para dizer mal de Vale e Azevedo...

Hoje em 2013 as coisas não mudaram muito. Os alvos (equipa do Benfica jogadores e treinador), e as defesas (méritos de FCP e SCP, ou erros de arbitragem pró FCP e SCP) é que passaram a ser outros. A mentira pode ser “arte”. E a “arte” tem o seu preço.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Branqueamento



Portugal, 2 de Setembro de 2013



O último derby SCP- Benfica e o Paços – FCP revelam mais uma faceta do “sistema” que domina o futebol português e põe em evidência a contribuição da comunicação social no transformar das mentiras que acontecem no campo, em verdades que valem pontos na classificação.


Muitas vezes me refiro à comunicação social como agente condicionador do pensamento dos adeptos de futebol, recebendo em troca comentários que põem em causa esta realidade e sugerem que ando a ver “coisas”.


Os especialistas em comunicação social podem explicar de forma mais fundamentada do que eu, a relação entre 1ª página de jornal, a notícia de abertura de rádio ou televisão, e a formação de opinião. Também eles podem explicar porque razão o mesmo assunto tem assimilação diversa se for escolhido para a 1ª página ou se for escolhido para a última página, se for escolhido para a noticia de abertura ou se for relegado para a última noticia. Idem se a mensagem tem direito a letras garrafais ou se pelo contrário, aparece em letras pequenas, tratando-se de jornais. Ou no caso da rádio e televisão, se tem direito a comentário logo após a notícia, ou se não tem direito a comentário.


A percepção que as pessoas têm dos factos é maquilhada e manipulada de formas muito variadas, umas vezes com bons propósitos mas a maior parte das vezes com intenção clara de orientar a ideia das pessoas, para o lado que lhes interessa.


Já em 2003 numa reunião que envolveu José Capristano e um grupo de críticos à gestão de Vilarinho e Vieira, quando era difícil criticar este projecto que não passa de uma mão cheia de empréstimos bancários transformados em obras e juros que condicionam a gestão do futebol, eu defendi que a maior parte dos jornalistas do jornal a BOLA era adepta do SCP e isso reflectia-se na forma como se faziam as noticias sobre o Benfica. O falecido Alfredo Farinha discordou e obrigou-me a citar nomes, que ele ia anuindo ou torcendo o nariz.


Passados estes anos, só gente muito distraída pode achar normal que a BOLA coloque o golo de Markovic aos 64 mn na 1ª página em títulos garrafais, como a razão do Benfica ter sido salvo (!?!?), quando hoje após mais um golo ilegal do FCP aos 76 mn, os títulos garrafais já são “SCP começa a afastar a crise” (com as vendas de Bruma – não confirmada – e de Ilori). Não poderia ser “Golo (ilegal) de Jakson salva o FCP”? Poder podia, mas não era a mesma coisa dentro da lógica de “vender” mensagens para os adeptos...

Se compararmos os critérios dos títulos com o último Benfica - SCP que foi transformado na “Liga Capela”, as diferenças são abissais: as 1ªs páginas eram repletas de referências às reclamações de penalty em três lances dos quais só um efectivamente foi, e aos 86 mn, enquanto a obra-prima que deu no 2º golo, passou para 2º plano em face dos alegados erros de arbitragem.


Agora o critério foi o contrário. Para esconder os erros de arbitragem que objectivamente beneficiaram o SCP, com um golo precedido de fora de jogo maior do que o golo invalidado a Cardozo contra o Chelsea, e um penalty com 1,93 de altura aos 83 mn, quer a BOLA, quer o CM destacam o grande golo de Markovic... Que mudou nestes dois jogos? A equipa prejudicada pelos erros de arbitragem, que no caso do Capela, foram supostos erros, mas no caso do Benfica foram erros claros. Tão claros foram que o JOGO (pasme-se) foi o único jornal a colocar em 1º página, embora em plano secundário, a unanimidade do Tribunal sobre a ilegalidade do golo do SCP e o penalty sobre Cardozo.


Que é que os títulos, as 1ªs páginas têm que ver com a opinião das pessoas? Simples. O inquérito online realizado pelo mesmo jornal A BOLA, ontem, dia seguinte ao jogo, apontava para as seguintes conclusões: o SCP reuniu 58% de votos em como merecia ganhar, o Benfica apenas recolheu 42%!


Há dúvidas sobre a influência da comunicação social na formação da opinião das pessoas? Acho que não...


Porque este foi dos jogos em que, objectivamente, a haver um vencedor só poderia seria o Benfica. Porque sofreu um golo ilegal, porque conseguiu as melhores e mais flagrantes situações de golo, como sejam a bola na trave de Rodrigo, a perdida anormal de Sálvio, a defesa por instinto de Patrício a remate de Markovic e porque teve um penalty claríssimo não assinalado aos 83 mn. A favor do SCP apenas existem os habituais pedidos de expulsão de Maxi. Mas isso já é cassete do ano passado...


Ora se a comunicação social pisa o risco do rigor e da equidade, burlando a verdade desportiva para favorecer clara e ostensivamente dois clubes, FCP e SCP, o que se espera que o Benfica consiga ganhar em termos de títulos, neste contexto de aldrabice planeada estrategicamente para provocar dano na confiança dos adeptos do Benfica e galvanizar a confiança dos adeptos rivais?


Nada ou pouco mais que 2 títulos de campeão em 12 anos...