quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Na órbitra dos milhões....



Portugal 31 de Dezembro de 2014

A saída de Enzo (anunciada desde o Verão passado) por valor abaixo da cláusula de rescisão, permite-nos brincar um pouco com tantos milhões que entram nas contas do clube/SAD, de acordo com a comunicação social, mas que não vemos a necessária correspondência nos balanços contabilísticos.
Antes de mais, não fui eu que disse na última campanha eleitoral que a partir do próximo mandato “nenhum jogador do Benfica sairá abaixo do valor da cláusula”. Contudo vemos sair todas as épocas, desde aí, jogadores abaixo do valor da cláusula.
Depois há quem, entre os benfiquistas, não perceba porque se rotula o Sr.º Vieira de Sr.º PresiMente...
De facto muito dinheiro tem entrado no Benfica de acordo com a comunicação social. A transferência de Enzo tem contudo um toque de estranheza, pois quando deveria ser o Valência a anunciar que a sua proposta de 25 milhões era irrevogável, foi o Benfica que comunicou à CMVM que aceitava a venda do jogador porque a proposta do Valência era irrevogável. É estranho parece-me... O Benfica poderia eventualmente referir que vendia porque a proposta era “irrecusável”. Agora assumir que vendemos porque o Valência não dá mais, parece-me estranho e até pindérico...
Aliás fala-se sempre nestas alturas, em particular os avençados da comunicação social, que “todos os clubes têm de vender para equilibrar as contas”, mas não creio que a SCP SAD, em falência técnica desde há pelo menos 5 anos, tenha de vender alguém este mês de Janeiro, enfraquecendo ainda mais a sua equipa.
Se recordarmos, em Janeiro do ano passado e após gloriosa vitória sobre o FCP que nos lançou para a conquista do campeonato, o Sr.º PresiMente aceitou vender o Matic também por 25 milhões. Se puxarmos a memória mais atrás constatamos que o Sr.º PresiMente vendeu o David Luiz em Janeiro de 2012 para o Chelsea, abaixo da cláusula de rescisão, David Luiz que na altura era visto como o esteio da defesa do Benfica e alvo de muitas demonstrações de carinho dos adeptos, para que não fosse vendido.
Cá está outra coisa estranha. Aquele que se supõe defender os interesses do clube/SAD, vende todos os jogadores que pode, nas alturas cruciais do campeonato, sempre com o beneplácito dos avençados da comunicação social (“todos os clubes têm de vender para equilibrar as contas”) mesmo que não vejamos FCP e SCP a fazer igual tipo de opção.
Com tanto dinheiro recebido, segundo a comunicação social, como estão as contas do Benfica? Vejamos as últimas que findaram em 30 de Junho de 2014. Retirei do RECORD online: “A SAD "encarnada" informa também que aumentou o passivo em perto de nove milhões de euros, em comparação com junho de 2013, passando de 440,4 para 449 milhões de euros. Em contrapartida, o ativo também cresce, de 416,6 milhões para 440 milhões, o que faz com que o capital próprio seja negativo em apenas 8,4 milhões (há um ano era também negativo, mas de 23,8 milhões).”
Ou seja, num ano em que se bateram recordes de vendas, com Matic, André Gomes e Rodrigo a renderem cerca de 70 milhões de euros, ainda segundo «os avençados da comunicação social, o Benfica da “gestão rigorosa” e do “sabemos para onde vamos” aumentou em cerca de 9 milhões de euros o valor do passivo, o valor das dividas exigíveis e não exigíveis. Também se aumentou o activo em cerca de 25 milhões de euros, mas como não se sabe a que se deveu esse aumento (valorização de passes de jogadores? reavaliação do património imobiliário?) devemos reter isto: as dívidas globais do grupo empresarial Benfica, subiram. Perdemos os melhores jogadores mas as dívidas aumentaram...
Claro que para o ramalhete ficar completo, só faltava virem dizer que estão a pagar uma factura elevada da gestão de Vale e Azevedo”! Estou certo, que haveria muito adepto e sócio que tomaria isso com uma credibilidade bíblica....
Com tanto milhão por aí espalhado, não me surpreende que o Sr.º Vieira tivesse um crédito no BES com um tecto de 600 milhões, ou que seja notícia que uma das empresas do Sr.º Vieira tenha lesado o BPN em cerca de 17 milhões.
É que há milhões e milhões. Os do Benfica são de uma cor. Os do Sr.º Vieira são de outra cor...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A oportuna pausa natalícia...

Portugal 23 de Dezembro de 2014

Confirmando o que por aqui tenho escrito e tentado extrapolar, a nossa principal equipa de futebol teve uma fraca exibição contra o Gil Vicente, vencendo por 1-0 na sequência de uma irregularidade posicional no início da jogada. Pior que isso foi a sensação de impotência que me pareceu ver em alguns jogadores, incapazes de produzirem jogo suficiente para dobrar o último classificado, seja porque a habitual táctica dos dois avançados não funciona com as actuais opções (Lima em particular, foi quase inexistente em jogo), seja pela falta de qualidade no centro do terreno onde a “cooptação” de Talisca para numero 8 (posição habitual de Enzo Péres), não funcionou (como era expectável), seja porque a falta de Luisão ainda faz diferença na definição dos posicionamentos dos jogadores da defesa, seja porque o “limão está demasiado espremido” o que é certo é que foi uma vitória que ficou aquém do que os adeptos que se deslocaram ao estádio, queriam, em particular depois da vitória contra o FCP.
Antes de mais, não valorizo muito a falta de golos contra o último classificado. Até porque o Gil Vicente nem é a pior defesa do campeonato mas sim a 4ª pior. O maior problema do Gil Vicente é a falta de golos marcados (pior ataque da prova), e ainda bem, pois em algumas situações de jogo, com outros executantes teríamos sofrido um ou mais golos.
No fundo o que me parece, e espero estar redondamente enganado, é que esta equipa do Benfica é como um castelo de cartas à beira de se desmoronar. Fomos disfarçando as deficiências da reconstrução do plantel com esse verdadeiro “achado” que é o Talisca. Um “achado” porque ninguém no seu perfeito juízo iria palpitar que um jovem de 20 anos, que joga a médio de ataque, pudesse com os golos que marcou (e que nalguns casos valeram 3 pontos), contribuir para as vitórias que colocam o Benfica no 1º lugar do campeonato... Esperar-se-ia que fossem outros jogadores do plantel, pela sua qualidade, que assumissem o papel de marcadores de golos, de “abre latas”... mas não! Foi o novato Talisca a segurar o Benfica....
Nesta perspectiva é interessante colocar a questão: e se o Talisca não marcar? Que acontece à equipa do Benfica, se o Talisca não marca pelo menos um golo?
Para mim começa a ser angustiante ter de colocar esta hipótese, porque na maior parte dos jogos em que Talisca não marcou golo, o Benfica não ganhou. Desde a Champions ao campeonato ou Taça de Portugal, os exemplos estão aí para confirmar esta realidade.
Mas será que toda a época que falta, vai ser assim como até aqui? Não sei. Temos o Jonas que já mostrou poder inverter este estado de coisas, ou até Lima que poderá surpreender-nos (não sei como, mas admito que possa). Derley é que não deve ter hipótese pois joga pouco e um jogador que não jogue, é mais difícil ter a “forma” adequada a uma equipa como a nossa que joga sempre sob muita pressão.
Valha-nos pois esta pausa natalícia. Para recarregar baterias e repensar o futebol que praticamos. É uma pausa oportuna como nunca nos anos anteriores foi. A somar à falta global de qualidade do plantel, fruto da desgraçada gestão que Vieira continua a fazer, com o beneplácito do silêncio dos sócios e adeptos, ainda temos que somar algumas lesões e castigos completamente inoportunos. A equipa que já era pouco fiável, passou a ser ainda menos.
A seguir vai sair o Enzo, que só não saiu em Agosto porque parecia mal a venda por atacado de mais de 2/3 da equipa. Quando os principais apoiantes de Vieira começaram a questionar na comunicação social a catadupa de vendas, a venda de Enzo foi metida na “gaveta”. Aqui sim, Vieira é inteligente. Pena que só o seja para delinear estratégias para salvam a sua imagem, quando enfraquece o Benfica...

Os próximos jogos até à dobragem do campeonato, são fundamentais para avaliar até que ponto a nossa equipa se aguenta e quais são as reais probabilidades de ganhar o campeonato. Esperemos que a Quadra natalícia inspire os responsáveis e ilumine as suas ideias para o futebol do Benfica.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A todos um Bom Natal (parte II)



Portugal 19 de Dezembro de 2014

A eliminação da Taça de Portugal pelo Braga é apenas mais um murro no nosso estômago, é apenas mais uma marca negativa do projecto Vilarinho/Vieira/BES/empresários/PT/outros, alicerçado no “círculo virtuoso” como foi amplamente difundido na altura das eleições de 2000. A ideia era ter uma boa equipa de futebol, com isso chamar mais sócios e adeptos ao estádio, ganhar mais, e ganhando mais poder contratar melhores jogadores, para jogarmos melhor e trazermos ainda mais adeptos ao estádio.
É um facto que nestes 14 anos tivemos muitos e bons momentos de glória, embora limitados, se não me falha a memória, a 3 campeonatos, 2 taças de Portugal, 4 taças da Liga e 2 supertaças. Muito pouco para os milhões investidos em contratações que dão milhões em comissões, e num estádio que pode ser bonito mas sorve os recursos financeiros que deveriam ser destinados aos reforços da equipa de futebol.
Mas o povo é quem mais ordena, e quis assim. Opções feitas democraticamente não se contestam embora não estejam acima da critica.
O projecto “círculo virtuoso” explica em grande parte porque razão, ao longo destes 14 anos, os treinadores do Benfica são estimulados a jogar em pressão alta, a jogar bem e ganhar bem. Os sócios e adeptos pagam bilhete e querem ver um bom espectáculo, dizem os mentores do projecto, ou mandam dizer pelos avençados jornalistas, seja da BTV seja de outros órgãos de comunicação social.
E assim, pelos tentáculos do “círculo virtuoso” na comunicação social, o Benfica é dos 3 grandes, o único que é avaliado pela qualidade do jogo, e não pelos resultados. Por exemplo, ao passo que FCP e SCP “sofrem mas ganham”, no Benfica “ganha-se sem brilho”. É um pouco diferente, e provoca emoções diferentes nos receptores adeptos.
Vem esta longa introdução a propósito de considerar que JJ é mais vitima do que réu, nestas más alturas de maus resultados alicerçados por más opções tácticas recorrentes com o 4-4-2 em losango. Porque sendo este modelo de jogo (também utilizado por Fernando Santos) um modelo que prevê a utilização de 2 avançados, mesmo considerando que é ligeiramente mais compacto no meio campo do que o 4-4-2 clássico (usado por quase todos os demais treinadores, com relevo para Koeman e Quique Flores), é ainda assim um modelo de propensão atacante e de reacção fraca ao contra ataque adversário.
Ora se as teorias reinantes sobre o “círculo virtuoso” é que mandam, JJ apenas cumpre com o que lhe pedem para fazer. O Benfica joga em pressão alta, cria situações de golo que falha e acaba por perder quando encontra equipas com bons jogadores ou equipas com culturas reactivas e habituadas a sofrer a pressão dos adversários mais fortes.
Não é muito difícil perceber porque razão falhamos tantas vezes na Champions (equipas com bons jogadores e bons treinadores), menos vezes na Liga Europa e raras vezes cá em Portugal. Mas acontece às vezes, e quando acontece é uma enorme dificuldade para aceitarmos que o modelo é que está errado.
Para além disto, devo referir que os dados pós jogo com o FCP indicavam que algo podia correr mal. Vejamos. O Sr.º Vieira, no seu habitual estilo populista e demagógico, voltou a aparecer em público para se colar a essa grande vitória. Disse ele que “esta equipa enche de orgulho os benfiquistas”. A seguir marcou o jantar de Natal entre estes dois jogos. Ou seja: deu valor extraordinário aquilo que deve ser considerado uma “obrigação” desportiva (ganhar ao FCP) e para piorar os níveis de concentração agendou o jantar de Natal para 2 dias antes do jogo com o Braga. Quem não se recorda da semana após Trappatoni ter ganho o campeonato, em 2005? Entre o domingo do título e o domingo da final da Taça com o Setúbal, também houve festa da entrega de prémios na Liga de Clubes, onde esteve toda a equipa e não apenas os premiados, também houve jantares, e a seguir perdemos a final da Taça por 2-1, onde também estivemos a ganhar. Não são meras coincidências, mas há alguém que se recusa a aprender, pois a demagogia e o folclore mediático são necessárias para este projecto do “círculo virtuoso”.
A JJ aponto uma crítica que podia ter evitado. Este é o plantel mais fraco de todos os anos que já leva no Benfica, e um dos mais fracos nestes 14 anos de “círculo virtuoso” (nos último 6 anos, nunca tínhamos estado fora das provas europeias e da Taça, em Dezembro). Apostar no 4-4-2 em losango sabendo que não tem as opções de jogadores que já teve, é um risco enorme contra equipas como o Braga (ou o Guimarães) que defendem bem e para quem qualquer resultado serve. Criamos situações de golo, mas o FCP também as criou quando jogou contra nós. O FCP não as concretizou pelas mesmas razões que nós não as concretizamos. Isto era expectável e nem preciso recorrer aos últimos jogos com o Braga para lembrar que na Luz temos ganho por 1 golo, com muitas dificuldades, mesmo quando tivemos grandes jogadores.
JJ devia saber isso. Querer fazer destes jogadores, o que foram os que já treinou, ou é um enorme frete que está a fazer aos teóricos da Direcção que defendem o futebol espectáculo, ou é de uma presunção gigantesca. Milagres só fez o Jesus que por cá andou há mais de 2 mil anos!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A todos um Bom Natal, a todos um Bom Natal...



Portugal 17 de Dezembro de 2014

Terminei o texto anterior com o parágrafo: “E depois do adeus (à Champions)? Há um jogo para ganhar no estádio da Galinha. Não sei como, mas é para ganhar...”
Pois acabei(mos) de descobrir mais uma maneira para ser superiores aos que são apontados como sendo os “melhores”: com 1 ponta de lança móvel (Lima) e meio campo reforçado com mais 1 unidade (Talisca). Não jogamos no 4-2-3-1 que Jesus idealizou para a Champions na época 2011/2012 e para alguns jogos difíceis do campeonato (por exemplo, o fatídico jogo no FCP que perdemos no último minuto), mas sim numa espécie de 4-1-4-1 ou 4-5-1 quando não tínhamos a posse de bola, e num 4-4-1-1 a derivar para um 4-4-2 em losango, quando tínhamos a posse de bola.
No futebol como na vida, estamos sempre a aprender.
Para explicar a minha posição relativamente a Lima (que tenho apontado como não tendo qualidade para os objectivos porque luta o Benfica) vou colocar umas palavras que troquei com um amigo benfiquista, minutos antes do jogo. Ele ligou-me para me perguntar se eu já sabia qual era a equipa, disse-lhe que não, e ele lá foi dizendo qual era. Ao chegar ao avançado fez um pouco de “suspense” e perguntou se eu atirava um palpite. Respondi que não me atrevia, mas que entre Lima e Jonas, um deveria ser. Então ele disse que era o Lima e começou a “malhar” em Jorge Jesus, dizendo que não o percebia pois parecia-lhe que “não queria ganhar o jogo”. Respondi que não podia ver as coisas assim, e que se JJ o tinha colocado lá saberia as razões tácticas ou outras, para o fazer. E até lhe dei o exemplo que se Lima jogasse os primeiros 60 mn e não marcássemos, JJ ficava com um trunfo na mão, que era o Jonas, uma vez que sendo um jogador de grande qualidade e visão de jogo, iria aproveitar-se do desgaste dos adversários para tentar marcar no mínimo 1 golo.
Isto das “armas secretas” que entram em jogo e marcam golos tem uma explicação “científica”: aos 60 mn os adversários já correram cerca de 6 km, enquanto as “armas secretas” estão “frescas” e movimentam-se mais rapidamente podendo tirar partido da sua qualidade técnica. Comparemos a diferença de rendimento de Nuno Gomes quando jogava a titular ou entrava como suplente. Idem com Mantorras, o homem dos golos no último minuto. Entre muitos outros bons exemplos.
Bom, o meu amigo lá ficou mais calmo e no final lá teve de reconhecer o grande erro de avaliação que cometera.
Acerca da importância do Lima na equipa não vou alterar a minha opinião porque marcou estes dois golos, pelos quais lhe ficarei eternamente grato, uma vez que para mim ganhar em casa do FCP é quase como ganhar o campeonato. Se repararmos na forma como foram obtidos, se calhar não empolávamos tanto este assunto. O primeiro golo nasceu de um erro de marcação dos defesas centrais do FCP (uma dupla que não jogava junta há uns tempos) também provocado por outro jogador do Benfica que se faz à bola lançada por Maxi e os arrasta com ele. Sobrou assim espaço para Lima entrar no local onde a bola saltou no relvado. O segundo golo nasce de uma defesa incompleta de Fabiano a um remate de Talisca e Lima estava no sítio certo.
Também César Brito ou Nuno Gomes marcaram os dois golos das vitórias do Benfica em casa do FCP e nem por isso passaram a ser jogadores mais imporantes.
O que importa reter desta grande vitória que nos dá uma boa (mas não decisiva) “almofada” de 6 pontos para o que resta do campeonato, é que não precisamos da nota artística para ganhar jogos, e que uma mistura da táctica adequada, sempre em torno do 4-2-3-1 ou 4-1-4-1, que pressupõe uma atitude humilde perante o adversário, mais uma boa dose de concentração e alguma sorte à mistura, e temos os condimentos para uma grande vitória. Das difíceis.
Deveríamos aproveitar esta vitória para pensar melhor o que queremos para o futebol da nossa equipa pois é possível que as “teorias” reinantes no clube/SAD, nas últimas décadas, estejam erradas e desligadas da realidade do futebol actual.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

E depois do adeus...



Portugal 12 de Dezembro de 2014

Da eliminação do Benfica da Champions e da Liga Europa já disse o que tinha a dizer, salientando a maior responsabilidade da Direcção que empobreceu o plantel e programou pessimamente a pré temporada, com um conjunto de desafios que mais não foram que um engodo para obter “cachets”.
Este é o Benfica do “sabemos para onde vamos, é difícil mas vamos chegar lá com a ajuda de todos”.
Restam algumas curiosidades, sempre interessantes. O Benfica fez 4 pontos com a equipa que se classificou em 1º lugar do grupo, o que reforça a tese do mau planeamento, pois os jogos com o Mónaco foram os 3 e 4 ou seja, quando a equipa já tinha algumas rotinas de jogo e partia para esses dois jogos sem grandes responsabilidades devido às duas derrotas nas primeiras duas jornadas.
Para os que me podem apontar incoerência na argumentação, antecipo e explico: se tivéssemos o plantel da época passada, admitindo-se a venda de um ou dois jogadores fundamentais, a qualidade da pré-temporada já não era determinante porque as rotinas de jogo eram de todos conhecidas.
Outra conclusão que reforça a tese do mau planeamento é a constatação que o Zenit apenas ganhou 1 jogo fora de casa e foi na Luz, no primeiro jogo da fase de grupos. Enquanto o Zenit se apresentou com a equipa base da época passada reforçada com o Garay e o Javi Garcia, e com mais jogos oficiais realizados, o Benfica apresentou-se com uma equipa reconstruída e sem rotinas de jogo em alguns sectores, o que explica o erro do penalty e expulsão de Artur, erros que impediram a equipa de lutar pelo resultado.
Os 3 pontos perdidos frente ao Zenit na 1ª jornada foram determinantes para o desfecho que conhecemos: 5 pontos em 6 jogos que nas últimas épocas apenas é suplantado negativamente por Quique Flores com 1 ponto em 4 jogos, na fase de grupos da Liga Europa (modelo anterior). Ou seja, retrocedemos 6 anos com as últimas opções de gestão da equipa do Srº Vieira.
Mas há mais curiosidades. O Mónaco saindo do pote 4, ficou em 1º lugar. O Bayer saiu do pote 3 e ficou em 2º lugar. O Zenit saiu do pote 2 mas ficou em 3º lugar e o Benfica saindo do pote 1 ficou em 4º lugar. Classificação completamente invertida face à qualidade dos potes que não se confirmou, mas que confirma de certo modo, a lógica dos orçamentos.
Destas 4 equipas apenas o Benfica, clube/SAD com menor orçamento, se apresentou com uma profunda reestruturação na equipa. O Zenit apresentou-se reforçado, o Mónaco perdendo dois jogadores nucleares como Falcao e James, teve ainda assim Berbatov, e o Leverkusen apresentou grosso modo a equipa da época passada. Ter o menor orçamento e alterar meia equipa (incluindo as alternativas do banco), foi um suicídio futebolístico. “Sabemos para onde vamos...” diz o Sr.º Vieira...
Em 6 jogos marcamos 2 golos (!) e sofremos 6, sendo que 5 (!) dos golos sofridos foram-no nos primeiros dois jogos (falta de entrosamento mais alteração da equipa). Quem continua na BTV, rádios e jornais a defender as opções da Direcção, ou recebe dinheiro para estar nesses programas/colunas de opinião e defende quem lhe paga, ou sofre de autismo em grau acentuado...
No ataque ficou evidente que Lima não é avançado para as responsabilidades de uma Champions, e que Derley por ser o 2º melhor marcador do campeonato passado, não encaixa numa equipa que joga no máximo. São esforçados, dão (assim-assim) para as necessidades internas, mas estão longe do que precisamos para fazer provas na Champions ao nível dos nossos pergaminhos. Quem não percebeu o que quis dizer quando escrevi o texto “Fim de uma era”, dedicado a Cardozo, agora já percebe, pela crueza dos resultados.
Aliás Lima é o paradigma da cultura de 2ª divisão reinante no Benfica de opinadores e adeptos que sabem tudo, mas afinal não sabem nada! Cardozo pelo seu jogo posicional e alta eficácia era desconsiderado por ser lento e falhar muitos golos. Diziam esses entendidos! Lima pela sua velocidade era mais elogiado. E marcava mais golos, esquecendo como eram marcados: com auxílio dos posicionamentos de Cardozo que segurava um ou dois defesas e com isso abria linhas de passe para outros rematarem.
Lima tal como Nuno Gomes ou Mantorras, eram jogadores muito queridos dos adeptos. Porque também eram queridos da comunicação social (há sempre uma relação entre o que se escreve e diz, e o que os adeptos pensam e sentem). Jogadores que se caracterizam pela mobilidade. Não pelos golos! Cardozo nem tanto. Porque será que num clube que quer ser o “maior”, o jogo pensado é menos apreciado que o jogo corrido?
E depois do adeus? Há um jogo para ganhar no estádio da Galinha. Não sei como, mas é para ganhar...

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Inevitável...



Portugal 27 de Novembro de 2014

A eliminação do Benfica da Champions e da Liga Europa provocou o habitual “frisson” jornalístico, o habitual campo para os treinadores falhados e uns quantos jornalistas aspirantes a treinadores de bancada dissertarem com intuito especulativo e como tal, não pedagógico, não formativo.
Antes de mais a eliminação era praticamente inevitável, a partir do momento que se conjugaram duas variáveis determinantes: empobrecimento qualitativo do plantel e sorteio de um grupo difícil em que o Benfica, apesar de sair do pote 1 em termos futebolísticos, era contudo a equipa com menor orçamento.
O texto Champions 1 – Benfica 0, que escrevi em 18 de Setembro após a derrota com o Zénit, tem lá este parágrafo: “E assim, com este amadorismo da Direcção, abordamos pela enésima vez a exigente Champions, com vários jogadores sem rotinas. Os erros pagam-se caro e pior, influenciam o jogo seguinte.”
A derrota caseira com o Zenit marcou e condicionou toda a prestação da equipa no resto da prova. Fomos ao jogo 2 com a necessidade imperiosa de pontuar, e se possível ganhar, mas encontramos mais um adversário forte que nos derrotou por 3-1, ajudado por duas decisões do árbitro. Como os erros de arbitragem são campo exclusivo do SCP, já quem nem o Sr.º Vieira nem mais ninguém da Direcção ou da SAD querem falar disso, partimos para o jogo 3 com a necessidade de pontuar ainda mais reforçada.
Numa prova de campeonato, os resultados de uma jornada reflectem-se na jornada seguinte. Pela positiva, ou pela negativa. Começando mal com uma derrota caseira, numa prova onde está o top da qualidade futebolística, é de muita ingenuidade pensar que o pior orçamento poderia solucionar com sucesso os problemas competitivos colocados pelas equipas com maior orçamento, com melhores jogadores, com melhores organizações de jogo resultantes do binómio modelo táctico/executantes. Há sempre uma probabilidade de isso ser conseguido, é um facto, mas é uma probabilidade muito reduzida.
Que a derrota inicial deve ser determinante, isso é reforçado com o facto de NENHUM jornal ter mencionado quantas equipas conseguiram apurar-se para a fase seguinte da Champions depois de terem perdido o 1º jogo e em casa! E quantas se apuraram para a Liga Europa nessas mesmas condições!
Mas em contrapartida publicaram – erradamente – que o Benfica foi o 1º cabeça de série a ser eliminado na fase de grupos. Esta época? Sim, mas tal como foi colocada a notícia, sugere outras interpretações. E assim tenho de lembrar o Manchester United, do pote 1, que ficou de fora de todas as provas europeias, quando calhou no nosso grupo, na época 2005/06! Esse Benfica saído do pote 4, ficou em 2º lugar, o Villareal que veio do pote 2 ficou em 1º lugar, e o Lille que vinha do pote 3 ficou em 3º lugar.
O Benfica saiu das provas europeias e estamos a sentir na pele o que o FCP já sentiu na época 2005/06 (num grupo acessível com Inter, Celtic e Artmedia). Julgo que o SCP já sentiu isso também na Champions (na Liga Europa, foi há dois anos), embora a memória não tenha guardado. O que guardei é que o SCP apenas por uma vez, na Champions, chegou aos oitavos de final, e foi pulverizado com 12-1 pelo Bayern!
A eliminação já é um facto e nada se pode fazer. Com esta Direcção de amadores e oportunistas, só podemos esperar que os jogadores multipliquem o seu talento por 5 e esperar que os outros façam pior. O que não foi o caso. Para o ano há mais do mesmo, mas há mais...
Contudo vejo nesta eliminação uma oportunidade para gerirmos melhor o esforço da equipa, pois caso seguíssemos para a Liga Europa, ir-nos-ia ser exigido que chegássemos novamente à Final, ou seja, que nos fosse exigido que fizéssemos mais 9 jogos. Mesmo que este plantel não desse para tanto (e daí, com a futura inscrição de Jonas e os regressos de Fejsa, ficaríamos mais fortes), iria ser desgastante cada eliminatória que fizéssemos. Assim vamos ver o que fazem FCP (não deve passar dos oitavos de final) e SCP (que ainda pode cair na Liga Europa) enquanto nós vamos preparar melhor o campeonato. Com menos desgaste físico e mental, porque o plantel é fraco e muito curto.
E em Janeiro perspectiva-se que ainda vai ficar mais curto com a venda de Enzo, que não saiu na época passada, porque Vieira percebeu que estava a perder o apoio dos apaniguados da Direcção e círculos mais próximos. E ele, e quem está por trás, sabe que precisa desses apaniguados para colocar na comunicação social, a tecer loas ao seu trabalho...

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Segredos de Justiça e Mediatismos...



Portugal 26 de Novembro de 2014

Nos últimos dias o País foi sacudido com a notícia choque da detenção de um ex-primeiro ministro para interrogatório com aplicação posterior da medida de prisão preventiva.
Num país habituado a falar “entre dentes” da corrupção a nível político/partidário, num país onde as pessoas – regra geral - se acovardam ao situacionismo e ao politicamente correcto, este tipo de situações chocam e agitam. Como tal, já fomos confrontados com um conjunto de reacções que não deixam de ser interessantes.
Um ex-presidente da República utilizou o seu espaço de opinião num jornal lisboeta de grande tiragem, para criticar o “anormal aparato fortemente lesivo do segredo de justiça”. E após ter conseguido visitar o novo ilustre presidiário, em dia que não previa a realização de visitas (até na prisão os políticos são tratados de forma diferente dos outros), este ex-presidente da República não se coibiu de criticar a “infame” campanha contra o ex-primeiro ministro, apontando o dedo à comunicação social e a “quem está por trás dela”.
Também tivemos a reacção do chefe do governo da Cuba portuguesa que num jornal local que sobrevive em boa parte, dos subsídios do seu governo, censurou o “mediatismo” da detenção.
A esta “procissão” que defende a “moral e os bons costumes” mas só para uns quantos privilegiados, não faltou o próprio MP que decidiu instaurar um inquérito a fuga de informação. Não sabemos a qual, pois pelos vistos, para além do CM e outros órgãos de comunicação social, até o próprio detido pelos vistos sabia que ia ser detido, de acordo com notícia da TSF de hoje.
Poderia também dar como exemplo a falência do BES e a cuidada negociação do principal acusado e herdeiro do fundador do Banco, que trocou a sua colaboração no processo pela prisão domiciliária. Estamos a falar apenas e só de um homem a quem acusam de ter falido o maior banco privado português, que acusam de ter desviado biliões de euros para off-shores e empresas de pessoas amigas, pondo em causa os interesses dos coitados dos depositantes que acreditam no sistema e não conhecem ninguém ilustre da política.
Naturalmente que todo este aparato reactivo ilustre mexe com a minha consciência benfiquista uma vez que infelizmente passamos por algo de semelhante com o ex-presidente, Dr.º João Vale e Azevedo, detido durante um almoço (em hora “prime-time” dos noticiários, que coincidência), em local público e curiosamente, com a presença de várias televisões!
Ora, não me recordo que o tal ex-presidente da República, o tal líder do governo da Cuba portuguesa, e porque não o Bastonário da Ordem dos Advogados, o ex- ministro da Cultura que ninguém queria no circulo eleitoral do Porto, e teve de vir “roubar” um lugar a um transmontano, tivessem pedido contenção à comunicação social e “a quem está por trás dela”! Ou que tivessem insistido na existência de uma “campanha infame” contra o homem que teve o desplante de atacar o “polvo” dos direitos televisivos”! Ou que tivessem questionado a violação do Segredo de Justiça!
Nada disso. A ideia que passou na altura é que tudo isso estava muito bem e até se podia enquadrar na ideia de “serviço público”. Que o interesse da notícia justificava uns “pequenos” atropelos aos direitos e garantias que o cidadão João Vale e Azevedo tinha, como têm qualquer um, de acordo com a Constituição da República. Que o Benfica era uma instituição demasiado importante para que não se soubesse toda a verdade, etc, etc.
Nessa altura tivemos televisões que filmavam os agentes da GNR que montavam vigilância à casa de JVA, enquanto os jornais especulavam sobre os custos que isso implicava para o orçamento geral do Estado. Tivemos “criteriosas” fugas de informação sobre a forma como JVA teria gasto o dinheiro que tinha tirado ao Clube (roupas da esposa e negócios familiares, entre outros), outras sobre a forma como JVA utilizava empresas em off-shores para que ninguém seguisse o rasto do dinheiro, etc, etc.
A preocupação de julgar JVA antes do Tribunal o fazer, foi tanta, que tivemos a RTP a colaborar com um debate entre um ex apoiante de JVA (o “nabo” António Sala) e um conjunto de pessoas que já tinham litigado contra ele (Proença de Carvalho, hoje CEO da NOS) no dia anterior ao inicio do julgamento do caso Ovtchinikov!
Nessa altura não havia uma infame campanha contra JVA, nem um mediatismo exagerado do assunto...
A detenção do ex-primeiro ministro e a falência do BES, e os diferentes tipos de reacções públicas, apenas vieram comprovar que existiu uma campanha concertada entre quem está por de trás da comunicação social e os poderes judiciais (PJ, MP e alguns Juízes) para destruir não só o cidadão João Vale e Azevedo, mas com a sua destruição proporcionar as condições objectivas para entregar o Clube e seus negócios, a uma cambada com ligações aos que estão por trás da comunicação social!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Miopia intelectual



Portugal 21 de Novembro de 2014

A última jornada já ficou lá atrás, mas os ecos dos erros de arbitragem andaram vários dias por aí, estampados nas páginas dos jornais ou declamados nos programas de rádio e televisão. Nada que não estejamos habituados, em particular quando ganhamos avanço pontual à concorrência de FCP e SCP, mas a que não temos de nos resignar. Ser “grande” implica saber distinguir o descartável, do essencial, e saber como reagir quando alguém tenta alterar e inverter estes conceitos, tornando essencial o que é descartável, e descartável o que é essencial.
De acordo com as imagens mais vistas e os destaques mais assinalados, no jogo Nacional – Benfica, aos 70 mn, existiu um fora de jogo mal assinalado ao ataque do Nacional, que tinha grandes probabilidades de dar golo. E como o Benfica venceu 2-1, está bom de ver que a sugestão não inocente, aponta para um benefício pontual do Benfica.
No jogo SCP - Paços, pelos mesmos critérios mediáticos, aos 86 mn vimos um golo mal invalidado ao ataque do SCP que poderia dar o 2-1 e mais 3 pontos, em vez dos 2 pontos perdidos (que se somam aos 3 pontos ganhos pelo Benfica).
No jogo Estoril – FCP, não sei bem o que reclamaram os portistas e seus apaniguados da comunicação social, pois o que se soube foi que pressionaram o jogador que o FCP emprestou ao Estoril que converteu o penalty (bem assinalado), como se soube também que o seu treinador fez afirmações sobre os erros dos árbitros, supostas grandes penalidades, e supostos erros atrasados de arbitragem que beneficiaram os concorrentes.
O treinador do FCP não falou do lance em que Couceiro reclamou da grande penalidade não assinalada a favor do Estoril, como não reclamou de várias outras situações que têm beneficiado o FCP, seja no critério disciplinar, seja no critério técnico, como os foras de jogo e os vários lances de grande penalidade não assinaladas contra a sua equipa, em número razoavelmente superior, aos que terão ficado por assinalar a seu favor.
Miopia intelectual?
Quem também sofre deste tipo de miopia são os editores de programas desportivos das várias televisões, uma vez que fizeram “desaparecer” o lance em que Adrien Silva fez grande penalidade a favor do Paços, com 0-0, e centraram as atenções na repetição exaustiva do lance do golo mal invalidado ao SCP.
Idem, idem, os que privilegiaram a repetição do erro que beneficiou o Benfica no jogo com o Nacional, mas não destacaram um fora de jogo de quase 2 metros que passou “despercebido” na 1ª parte, a favor do Nacional, e que podia ter dado um golo “legal” como tantos outros que temos encaixado ao longo dos anos.
Passaram-se já alguns dias, a Selecção venceu a “poderosa” Arménia com um golo de CR7 e as primeiras páginas dos jornais transformaram este “feito” em mais uma das suas proezas. Dias depois vencemos a vice campeã mundial Argentina, com um golo de um rapaz que poucos tinham ouvido falar, e que tem o azar de não se chamar Cristiano Ronaldo. Como tal não houve “proeza” houve sim um “mágico” e um “miúdo”. Mesmo que o “mágico” tenha sido o mesmo que participou no golo contra a Arménia... Miopia de quem decide o que vai e não vai, para a primeira página do jornal....
Para terminar, tivemos uma querela com o Bayern de Munique a propósito do clube que tem maior número de sócios do mundo. A uma alfinetada dos alemães, respondemos de forma contundente, com múltiplas declarações (afinal a Direcção que não existiu após Braga, afinal existe) e um vídeo com várias alfinetadas, uma por cada jogador que foi obrigado a prestar-se ao “papel”. O Benfica tem o maior número de sócios fruto do amor e dedicação que os seus simpatizantes nutrem pelo clube, mas também de campanhas promocionais que praticamente oferecem a condição de associado. A diferença para o Bayern em número de sócios, ainda assim é de poucos milhares e em breve poderemos ser ultrapassados. No último ano, o Bayern vendeu 1 milhão de camisolas. E o Benfica? Não percebemos ou na Direcção do Benfica também há quem sofra de miopia intelectual?

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Benfica 1 - Champions 2



Portugal 7 de Novembro de 2014

Finalmente ganhamos o primeiro jogo na Champions, e nem o facto de ter sido na jornada 4 impede de pensar que ainda é possível o apuramento para os oitavos de final.
A vitória sobre o Mónaco foi difícil, e mais uma vez se notou a grande diferença que é jogar contra equipas do nosso campeonato, ou jogar contra equipas de outros campeonatos, apetrechadas de unidades individuais de elevada qualidade e como tal, de grande procura, e como tal de maiores orçamentos!
Há gente que, com alguma indolência intelectual, costuma dizer que os “orçamentos não ganham jogos”, o que em parte é verdade. Mas os orçamentos permitem contratar os jogadores de qualidade que permitem ganhar os jogos. E vai dar ao mesmo: os orçamentos ajudam a ganhar jogos!
E neste aspecto não é demais lembrar, que o Benfica partiu para este grupo com o orçamento mais baixo das 4 equipas do grupo, apesar de sermos a equipa com melhor coeficiente desportivo.
Também não é demais lembrar que este Mónaco não tinha sofrido golos nos 3 jogos anteriores da Liga dos Campeões, que não perdia há 6 jogos consecutivos, e fora de casa há 3. Se somarmos a isto, o facto do empate ser muito importante para o Mónaco e praticamente afastava o Benfica (já sabia da derrota do Zénit) então temos de considerar que o Benfica fez algo de muito, mas mesmo muito importante nesta edição da Champions.
Claro que a comunicação social que colocou pressão em cima de Jesus (eram dele as fotos nas 1ªs páginas dos jornais) nos dias anteriores, quiçá porque fizeram o mesmo raciocínio que fiz em cima e porque apostavam num mau resultado, em particular porque no Mónaco jogam mais portugueses do que no Benfica, (e mais esse talento de nível estratosférico chamado Bernardo Silva), é a mesma comunicação social que no dia seguinte dá destaque ao Talisca, e nos dias seguintes ao SCP e ao seu fantástico 3º golo.
Sem dúvida que uma jogada que envolve 31 passes e termina em golo é uma boa jogada. Mas se o Benfica quisesse fazer isso em Braga, seguramente algum dos nossos jogadores ia levar uma paulada, e o árbitro ou não ia ver e a bola ficava na posse do Braga, ou marcava falta mas esquecia o cartão, ou havendo lugar a cartão mostraria o mais suave se fosse justificado o mais grave. Ou seja, contrariando um principio muito defendido por supostos entendidos em matéria de futebol, seja o Gaspar Ramos sejam alguns bloguistas, de que para marcar golos basta os jogadores jogarem bem, isto de marcar bons golos também ter a ver com boas arbitragens, coisa que por cá é o que sabemos com a complacência cúmplice da Direcção do Sr.º Vieira. E porque não dizê-lo, com a cumplicidade critica dos apoiantes notáveis do Benfica, os que têm direito de antena nos “media” com expressão nacional, que optam regra geral, por fazer o jogo do inimigo, criticando as opções do nosso treinador ou o desempenho de um ou outro jogador, e não a “marosca” das arbitragens indecentes, como a que se viu em Braga.
Esta vitória era um resultado que podendo acontecer (antes do jogo há sempre 3 resultados possíveis), não pode surpreender ninguém, e com estes 3 pontos continuamos na corrida. Se a corrida é mais fácil a partir daqui? Claro que não. Mas será uma corrida efectuada com níveis de confiança superiores. É preciso não esquecer que o Benfica fez a “pré temporada” em plena competição, já que no defeso, mais de metades dos jogadores da actual equipa, não alinharam em qualquer jogo, e outros como os que vieram do Mundial, apenas o fizeram na parte final da pré-temporada e numa ou duas ocasiões.

Mas isto remetia-me mais uma vez, para a crítica à gestão à moda de Alverca que se instalou no nosso clube. E se Jesus, com aquele misto de ingenuidade e espontaneidade dizia, quando instado a comentar a saída de mais um jogador da equipa, que “ não joga o Matic joga o Manuel”, o Sr.º Vieira é capaz de pensar o mesmo, se instado a comentar as criticas à sua gestão: “não ligo aos críticos porque tenho o Manuel”.
Voltando à Champions, convenhamos que o jogo na Rússia será muito difícil, contra uma equipa recheada de excelentes jogadores como Witsel, Javi Garcia e Garay. Uma derrota afasta-nos dos oitavos de final, pelo que o empate não será mau resultado, em particular se o Leverkusen vencer o Mónaco para selar o seu apuramento. Como estou convicto que irá acontecer. Na última jornada o Zenit não vencerá no Mónaco e nós teremos de ganhar ao Leverkusen para merecermos a passagem.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

"O águia do graveto"



Portugal 31 de Outubro de 2014

Confesso que ainda sinto uma enorme raiva e frustração pela falta de reacção da Direcção do Benfica, após mais um escândalo em Braga que culminou na primeira derrota e perda de 3 preciosos pontos na luta pela vitória no campeonato. Lembrei-me que tem sido sempre assim, quando somos enxovalhados. Foi no Bessa na época 2001/2002 quando Simão e Mantorras foram “atropelados” dentro da área sem que Proença marcasse os correspondentes penaltys. Foi assim quando Lucílio Batista roubou o Benfica de Jesualdo na Póvoa de Varzim na época 2002/03. Foi assim quando fomos gamados pelo Carlos Xistra em Guimarães na época 2008/09. Ou quando fomos gamados pelo Olegário na mesma Póvoa de Varzim na época 2006/07 num jogo da Taça. Foi assim quando fomos gamados no Bessa, perdemos 3-0 e acabamos com 8 jogadores, na época 2006/07. Foi assim quando este Marco Ferreira nos roubou na Luz com a Académica na época 2008/09. Quando o Jorge Sousa nos roubou na final da Taça com o Guimarães na época 2012/13. Quando o mesmo Jorge Sousa nos roubou em Braga na época 2009/10, o Xistra na época 2010/11 e o Proença na época 2011/12. Foi assim quando o Pedro Henriques nos roubou 1 golo limpo ao mn 94 com o Nacional, na época 2008/09, sem que os jornais lisboetas pusessem a palavra “ROUBO” na 1ª página, Foi assim quando somos agredidos, apedrejados, gozados no Porto e em Braga em particular. No Futsal, no Hóquei, etc.
Mais uma vez a semana passou e tal como previ há 3 dias atrás, do PresiMente nem sinal de vida. Não há uma Casa do Benfica para inaugurar, um livro para promover, uma visita guiada ao estádio da Luz de uma qualquer ilustre comitiva, um apartamento para entregar aos desalojados das enxurradas da Madeira, enfim, na derrota o Sr.º Vieira está sempre ausente e longe das objectivas das máquinas de fotografar ou das câmaras de televisão, como tem sido habitual nestes longuíssimos 14 anos da sua gestão/presiMência à frente do honrado e glorioso Sport Lisboa e Benfica.
Dei então por mim a pensar no link que me enviaram algures entre Março e Abril de 2013, quando todos pensavam que iríamos ser campeões, dada a excelência do futebol que praticávamos. E onde acabamos por não ser por 1 ponto e muita polémica de arbitragem que começou logo na 1ª jornada num Benfica 2 – Braga 2, arbitrado por Soares Dias.
Ora esse link reportava para uma notícia do Diário de Notícias, que por sua vez recordava uma entrevista que o Sr.º Pinto da Costa, o antigo ídolo de Vieira, que em 1 de Abril de 2010 tinha dado à RTP, semanas antes da conquista do brilhante título da época 2009/2010.
Na altura achei de mau gosto a circulação do link, e disso dei conta a quem mo enviou, não só porque dava protagonismo a Pinto da Costa, um presidente derrotado, mas também porque pretendia “emporcalhar” a brilhante vitória do Benfica, contra tudo e todos, como bem sabemos. Aind apor cima, a entrevista tinha sido dada no dia das mentiras. E como tal, arquivei numa pasta qualquer.
Passados uns meses, tive curiosidade em saber que livro era esse do “Águia do Graveto” a que o Sr.º Pinto da Costa se tinha referido (tal como Eugénio Queirós no jornal RECORD, como vim depois a constatar). Coloquei esse título no “google”, fiz uma busca e fiquei siderado com a quantidade de referências que existem desse livro que não terá sido publicado por decisão do Tribunal. Passo alguns excertos.

Narração da personagem “Ondina”, secretária de uma empresa concorrente de pneus, sobre o “Sr. Ferreira”:

"Chegava ao ponto de me detalhar as batotices com que fustigava os clientes, uma das quais me provocou um ataque de riso: as dúzias de dez unidades! Garantia que eram raros os casos em que não resultava."
"Mesmo aqueles clientes que se arrogavam que o senhor Ferreira não tinha capacidade para os enganar foram comidos com facturas em duplicado. Todos os meses se aprontava uma lista de alvos e resultava em mais de 50% dos casos. E muitos receberam produto inferior aquele que lhes mencionavam na factura. Mas não só, também havia casos com a colaboração dos fiéis de armazém e chefes de compras, em que a mercadoria entrava e, em contrapartida, era devolvida outra equivalente à que fora descarregada e o resultado distribuído a meias. Chamava a isto martelar os clientes. Nem a seguradora escapava, com roubos importantes ao armazém, executados pelo segurado, com a conivência do director do multi-risco."
"Por isso é que o Sr. Ferreira reivindicava, com desfaçatez e tola vaidade: "Tenho tudo minado!" (...) Não se importava de baixar preços a um nível ruinoso para obter mais vendas, acreditando que os clientes , ao não sonharem com as manhas do seu funcionamento, lhe permitiriam converter margens negativas em positivas. A rentabilidade é máxima, quando todos pensam que é mínima!"
"Problemas? Acho que não. O chefe de repartição de finanças almoça com o senhor Ferreira e leva o que precisa sem factura. Mas não só, a contabilidade para as finanças é coligida por um funcionário das finanças. É o dois em um, está sempre tudo bem!"
Narração do personagem “Dr. Alfredo” ex-sócio do “Sr. Ferreira”, após descobrir ter sido alvo de concorrência desleal com origem em espionagem comercial.
"Antes colocou em risco a nossa coesão empresarial; agora repete o gesto e faz o mesmo à nossa relação pessoal. O gene da trafulhice está-lhe na massa do sangue, é da sua natureza! A política do vale tudo, do não olhar a meios para atingir os fins é, e há-de continuar a ser, uma constante neste pulha. (...) Tenho constatado que o Kadhafi nos persegue de todas as maneiras possíveis (...)"
Nas afinal, o que é que o livro em que o “Sr.º Ferreira” é o personagem principal, conhecedor de uma infindável panóplia de truques “comerciais” para vigarizar a concorrência e obter proveitos próprios, tem a ver com o Sr.º Luís Filipe Ferreira Vieira? Não sei.. deixo ao critério da imaginação de cada um...

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Bombos da festa...



Portugal 28 de Outubro de 2014

Mais uma vez o Benfica foi o bombo da festa em Braga, cidade onde nos últimos anos têm sido frequentes episódios rocambolescos e autênticos “roubos de igreja”, que a Direcção do Sr.º Vieira vai consentindo, com silêncios cúmplices. Desde a confusão no túnel que valeu um castigo a Cardozo, que nas imagens televisivas não se viu fazer o que quer que fosse, até à falta de Luz que só aconteceu dentro das instalações do estádio, sem que o clube/SAD do Braga fossem penalizados, ao jogo que perdemos com influência do árbitro Carlos Xistra impedindo-nos de obter a 19ª vitória consecutiva em todas as provas, até ao jogo deste fim de semana onde mais uma vez um árbitro, Marco Ferreira desta vez, nos derrotou de forma escandalosa e uma vez mais contando com a cumplicidade do Sr.º Vieira, o maior PresiMente do Benfica.
Seria imbecil da minha parte não relacionar as graves distorções às leis de jogo por parte do árbitro, com os níveis de confiança das duas equipas durante o evoluir do jogo. Começou bem o Benfica, começou mal o Braga. Com o decorrer do tempo e perante as sucessivas agressões ou faltas anti-desportivas não sancionadas, os jogadores do Braga cresceram e os do Benfica encolheram. Isto é básico. É uma lei do futebol: a confiança ganha jogos e os árbitros podem ajudar a aumentar os níveis de confiança, bastando deixar fazer quase tudo a uns, e quase nada a outros.
Este tipo de arbitragem é recorrente contra o Benfica e já tinha sido vista, por exemplo, no Guimarães - Benfica com Quique Flores, onde o “habituée” Carlos Xistra permitiu um pontapé na cara de Suazo, sem punição (nem falta marcou), permitiu jogo violento aos da casa e nada ao Benfica, com o cúmulo de ter expulso Reyes por 2 faltas em dos minutos, sendo que nenhuma delas era passível de penalização disciplinar. Aos de Guimarães, nem os desarmes em “carrinho” eram penalizados, nem um penalty quando Aimar foi ceifado na grande área. Nessa altura ganhamos 2-1, mas tínhamos o Cardozo e agora temos o Lima que tipos muito inteligentes na área de futebol, como o “Shadows” e o “Geração”, do blogue NovaGeraçaoBenfica, sempre defenderam em oposição às criticas que faziam sobre a lentidão de Cardozo e ao fim de ciclo após o jogo da Final da Taça de Portugal.
O Benfica tem de lidar com muitos adversários como sejam os árbitros e os cromos que tem entre os seus adeptos. Adiante.
Marco Ferreira, que só engana os ingénuos e muito distraídos, esteve ao nível do Benfica 0 – Académica 1, também com Quique Flores. Nessa altura, aos 10 mn assinalou 1 fora de jogo sobre Aimar que estava em posição legal de cerca de 2 metros! Era o “sinal” para os jogadores da Académica ficarem tranquilos porque ele e os assistentes, estavam ali para dar uma “ajudinha”. Mais tarde e já com 0-1, anulou um golo limpo a Aimar, considerando ter havido carga de Nuno Gomes sobre o guarda-redes, quando foi este que “aterrou” em cima de Nuno Gomes, fora da pequena área. Depois conseguiu não ver David Luiz ser rasteirado e empurrado dentro da área. Qualquer semelhança com a placagem em Braga sobre Gaitan não é mera coincidência.
Nesse jogo com a Académica, o Benfica de um banho de bola. Pelas alas, pelo centro, com criatividade, com intensidade, o Benfica fez uma excelente exibição. Ninguém pôde dizer que o árbitro errou mas o Benfica também não fez por jogar mais! Não! O Benfica, apesar de ter feito um excelente jogo, perdeu única e exclusivamente por erros do árbitro.
Reacção da Direcção do charlatão que não consegue provar quando é que recebeu o emblema de prata pelos 25 anos de sócio do Benfica? Não houve nessa altura, há quase 7 anos, como não haverá agora. O charlatão não está aqui para defender o Benfica, os seus atletas, os seus adeptos, mas sim para promover uma estratégia que não é dele, mas que ele beneficia, com os negócios que faz com empresários através de off-shores.
Uma vez mais fomos enxovalhados, agredidos, impedidos de jogar e quase “enrabados” como o pobre do Gaitán. Do charlatão PresiMente nem sinal de vida! Da Direcção ninguém fala, nem Rui Costa, nem Soares Oliveira, administradores (bem) remunerados da SAD. Esta é a fotografia do tal Benfica que tem um projecto e um rumo, como não se cansa de repetir a cassete do PresiMente. O silêncio directivo após as várias faltas de respeito demonstradas quer pela equipa do Braga quer pela equipa de arbitragem, são o bilhete de identidade actual deste clube a quem todos xingam e agridem. Até no Hóquei somos agredidos porque ninguém respeita esta “tralha” que se locupletou, por via democrática, do poder no Benfica e que mais não faz do que parasitar os nossos interesses, grandiosidade e volume de negócios gerado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Primeiro ponto...



Portugal 24 de Outubro de 2014

Finalmente conseguimos o primeiro ponto nesta fase de grupos da Champions, e se é correcto pensar que se trata de um resultado positivo, nada vou mudar da minha linha de raciocínio acerca das possibilidades de êxito nesta prova, sobre a qual já escrevi nos textos Champions 1 – Benfica 0 e Champions 2 – Benfica 0.
Tratou-se de um resultado positivo por 4 boas razões: porque foi alcançado em casa de um rival directo, de um rival com orçamento superior, um rival que perdeu 2 pontos, um rival que havia ganho ao Bayer Leverkusen.
Não esquecer o contexto do grupo em que se insere o Benfica, pois – pela primeira vez na Champions – há uma nítida inversão do factor desportivo vs factor económico, e a equipa que saiu do pote 1 no mérito desportivo, sairia do pote 4 no orçamento por equipas. Este facto altera uma série de premissas competitivas e conduz a conclusões pouco previsíveis. Daí que não ser líquido concluir que estamos mais afastados, nem ser líquido concluir que temos agora mais possibilidades de ser apurados.
Claro que para a comunicação social lisboeta, as coisas são diferentes e, segundo a BOLA, o Benfica apresenta pouca vontade na Champions (o SCP com 1 ponto apresenta mais?) ou, RECORD, estamos no vermelho, numa alusão às maiores dificuldades que temos para conseguir o apuramento. O que é curioso é que ambos os jornais de Lisboa “perdem-se” em comentários (?!) de 1ª página junto ao título principal com letras garrafais! A necessidade de passarem mensagens direccionadas é tal, que salpicam a 1ª página com palavreado.
E se compararmos os critérios desses jornais lisboetas, nos jogos que envolvem Benfica e SCP, tiramos conclusões interessantes que confirmam a existência de um critério redactorial pró Sporting. Como tenho referido em muitos textos escritos aqui pelos blogues.
Para o Benfica essas “cagalhetas” de 1ª página enfatizam a fragilidade da equipa por causa do vermelho de Lisandro quando o Benfica mais precisava de atacar (“ah malandro do Lisandro”) no RECORD.  Já a BOLA, o tal PRAVDA segundo Pinto da Costa, sugere haver desinteresse do Benfica na Champions (?!), enfatiza a expulsão de Lisandro (e vão dois jornais contra o Lisandro) e as contas muito complicadas do Benfica.
Ora no caso do SCP o mesmo RECORD enfatiza o “ROUBO” e não tem problemas em colocar a foto do árbitro de baliza que assinalou o penalty da polémica, que sublinham ter sido inexistente, salientam a expulsão do Maurício aos 33 mn (num enquadramento mediático de erros de arbitragem contra o SCP) mais a indignação de treinador e jogadores no relvado. A BOLA enfatiza “ROUBADO” enaltecendo a recuperação do SCP travada por um penalty fantasma.
No caso do SCP, os destaques negativos dos jornais lisboetas foram para factores externos à equipa (erros de arbitragem), no caso do Benfica os destaques foram para factores internos (falta de vontade, fragilidade da equipa por causa da expulsão de Lisandro). Em matéria de destaques positivos, só o SCP tem direito a algumas referências. O Benfica zero.
Tudo isto poderia ser considerado uma ficção de mau gosto da minha parte, se não tivéssemos a derrota do Benfica na final da Liga Europa, como referência. Como é que estes jornais lisboetas trataram esse jogo, onde ficaram 2 penaltys evidentes e outro menos evidente, por assinalar a favor do Benfica? Onde foi evidente a ilegalidade das defesas do português Beto, no desempate por marcação de penaltys, que deu o título ao Sevilha? Ainda se lembram? Eu recordo:
O jornal A BOLA enfatizava “HERÓI DE TURIM” com a foto do Beto em 1º plano, mais a “cagalheta” a referir que “a desilusão do Benfica tem um nome: Beto” (ah, pensei que também era o árbitro). Já o RECORD enfatizou a “MALDIÇÃO” (cheguei a pensar que tinha sido um ROUBO) e Benfica perde oitava final europeia consecutiva. Deram uma “cagalheta” ao Beto que ficou “invicto nos penaltys” (apesar de ter sofrido 2 golos) e às suas palavras “foi especial por ter sido contra o Benfica”.
Ou seja, o Benfica foi roubado de forma escandalosa, numa Final europeia, mas a “nossa” comunicação social (em particular a tal que dizem ser “vermelha”) branqueou e ainda humilhou o clube, equipa e jogadores. O SCP sofreu (mais) um frango do Patrício, mas os erros foram do árbitro que por sinal, marcou 1 penalty a favor do SCP.
Termino recordando o seguinte, que também passou despercebido a esta comunicação social lisboeta e sportinguista. No jogo com o Zenit, tivemos um jogador expulso e houve 1 penalty claro por assinalar a nosso favor, com 0-2, quando dominávamos o jogo e podíamos recuperar no marcador. Contra o Leverkusen a reacção do Benfica, após o 2-1, foi travada por 1 penalty fantasma, seguido de 1 penalty não assinalado a nosso favor sobre Luisão. Contra o Mónaco acabamos com 10 jogadores. Erros a favor do Benfica? Zero. Penaltys assinalados a favor do Benfica? Zero. Primeiras páginas dos desportivos lisboetas referindo os erros de arbitragem que penalizaram o Benfica? Zero.
Um “zero” igual ao respeito que têm pelo nosso clube, equipa e massa adepta.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Em surdina...



Portugal 3 de Outubro de 2014

O CM lançou hoje a próxima novela em torno do treinador do Benfica, como aliás anda há anos a fazer através de artigos de opinião ou notícias “maquilhadas” e sempre orientadas contra o treinador. Não contra a Direcção e Vieira pois como se sabe, a Cofina tem boas relações com eles e até promoveu Pedro (em) Guerra (com todos), um “talibã” vieirista que já se deu ao desplante de ligar para a BTV com nome camuflado, apenas para tecer loas à gestão do muito ilustre, nas palavras dele, Filipe Vieira. Que já agora, também é quem lhe paga o salário na BTV.
De acordo com a “notícia” do CM, subscrita por António Pereira, que só por mero acaso é adepto do SCP, Jesus está a ser contestado em surdina pela forma como tem abordado a participação do Benfica na Champions. Segundo “testemunhos” que o jornalista do SCP conseguiu obter, em surdina, criticam o facto de manter o modelo de jogo do campeonato nacional na Champions League, sugerem que os jogadores têm uma atitude passiva nos jogos por causa do discurso do treinador, e outros ainda questionam as exibições de Júlio César, Jardel e Cristante embora refiram que eles não são os maiores culpados.
Como alguns sabem e muitos mais continuam a não querer saber, esta malta da comunicação social move-se bem entre as hostes benfiquistas, sabendo quem devem e que não devem contactar, sempre que alguma coisa corre mal. No que diz respeito ao futebol, a perspectiva é sempre empolar o que está mal, para criar a confusão generalizada e impedir que se pense racionalmente na procura das melhores soluções.
No Benfica há quem goste deste estado de coisas. Em particular a Direcção, pois enquanto a comunicação social “bate” no treinador e nos jogadores, não bate nas opções de gestão e de estratégia dessa mesma Direcção. Parece até haver um pacto com a comunicação social: “quanto à equipa de futebol, sirvam-se. Quanto à Direcção alto e pára o baile”.
Voltando ao jogo da Alemanha, é bom recordar que em mais de 50 anos, apenas por 2 vezes ganhamos lá, ambas com Jesus a treinador e Cardozo a marcar golos (Estugarda e Leverkusen). Contra o Bayer também jogaram Garay, Luisão, Urreta, André Gomes, Gaitan, Melgarejo, Matic, Ola Jonh e Artur Moraes. Suplentes utilizados, Enzo Peres, Lima e Sálvio.
Claro que na perspectiva dos que criticam Jesus em surdina, antes do jogo este seria um 11 de “invenções”. Urreta em vez de Sálvio? André Gomes (2 anos mais “puto”) em vez de Enzo Peres? Ah, ganhamos e como tal, Jesus não inventou. Pelo contrário, descobriu os talentos de Urreta e André Gomes. Se não ganhasse, já tinha inventado. O benfiquista da “surdina” é apenas um mau adepto, pouco sabedor das coisas do futebol mas com mania que sabe.
Também é bom lembrar que essa equipa que ganhou lá, tinha saído da Champions e como tal, levava muitos jogos em cima das pernas. Ao contrário da que agora perdeu 3-1, que fez apenas o 9º jogo oficial com metade da equipa sem ter feito a pré-temporada (Luisão, Jardel, Cristante, Samaris e Júlio César), ou terem jogado pouco tempo nesses jogos (Derlei)!
Mas os da surdina, os mesmos que alimentam a critica que nos consome, há anos, acham que nada disto é relevante. E que o ordenado de Jesus é suficiente para transformar Jardel em Garay, Cristante ou Samaris em Matic ou até Fejsa, Talisca em Cardozo. Mas não é! E o stock do “manel” esgotou...
Mas o mais surpreendente dos críticos da surdina, é contestarem Jesus por usar a mesma táctica nas competições nacionais, e nas europeias! Depois de 5 anos à frente do futebol do Benfica, só agora repararam! Mas foi com essa forma de “armar” as equipas que perdemos 4-1 em Liverpool, 2-0 no Shalke04, 3-0 com o Happoel, 2-1 em Moscovo contra o Spartak e na época passada empate 1-1 em casa e derrota 1-0 fora contra o Olimpiakos. Infelizmente nessa altura ninguém reparou, excepto eu e mais uma meia dúzia de adeptos atentos!
Mas não foi por aí que perdemos e que demos uma má imagem do Benfica. Como já tínhamos dado na tal pré-temporada que os avençados da BTV e alguns comentadores “lambe botas” defendem como tendo sido positiva. Perdemos e vamos perder mais vezes, na Champions pelo elevado grau de dificuldade da prova, neste ou noutro grupo, uns mais outros menos, porque na alta competição não há lugar para amadorismos na preparação das equipas, nem lugar para quem acha que num ano pode levar uma equipa, e noutro levar outra que é 50% diferente e mais barata.
Isto é que se devia discutir, não em surdina, mas alto e bom som, para que se pudesse avaliar qual o modelo desportivo e futebolístico do Benfica e porque para além de se vender quase todos os jogadores que são interessantes para o mercado do futebol, ainda se “dão” praticamente dados, sem explicação plausível, jogadores de categoria mundial como Garay, e jogadores importantes na manobra atacante do Benfica, como Cardozo, para apostarmos em César da 2ª divisão brasileira, e Talisca (4 milhões) que não é um jogador posicional como Cardozo (para além de ser jovem e estar em fase de aprendizagem do rigor táctico do futebol europeu).