segunda-feira, 24 de junho de 2013

O mau exemplo do Futsal II



Portugal, 24 de Junho de 2013



Em 27 de Março escrevi aqui um texto sobre “o Mau exemplo do Futsal”, onde abordei vários aspectos que me pareceram errados no que diz respeito quer ao despedimento do anterior treinador, Paulo Fernandes, quer no que diz respeito à estratégia da Direcção para as modalidades de pavilhão.


Escrevi na altura: “Despedido André Lima, que havia conquistado a inédita Champions League para as vitrinas do futuro museu, foi-se contratar o treinador que havia derrotado o campeão André Lima: Paulo Fernandes. Agora despede-se Paulo Fernandes e vai-se buscar outro treinador, a quem desejo a maior das sortes, mas que está condenado ao insucesso”. 


Claro está que recebi alguns comentários pouco abonatórios, próprios de quem continua a ver o Benfica pela imagem do Presidente, ou do “Faz-que-é-presidente”, e não pela ponderação serena e calculista, dos actos de gestão que são aprovados por ele. Ou que no mínimo merecem a sua concordância.


O treinador estava condenado ao insucesso porquê? Por várias ordens de razões. (1) Porque o SCP estava a fazer um excelente campeonato, e nós não, não só porque o SCP estava melhor, mas porque tivemos lesões e castigos que impediram a equipa de se apresentar na máxima força em alguns jogos. (2) Porque pontualmente fomos prejudicados pelos erros da arbitragem, em particular no 1º jogo em casa do SCP, onde somamos mais uma derrota. (3) Porque a secção utilizou as derrotas contra o treinador, fragilizando mais a sua posição que é frágil por natureza, sempre que no Benfica se perde um jogo.


Posto isto resulta que (1) o novo treinador não ia alterar a excelente prova que o SCP estava a fazer e pelo contrário, iria trazer modelos de treino e de jogo que os jogadores demoram tempo a assimilar. Ora assimilar modelos de jogo com a competição a decorrer, é um risco. E no desporto os riscos costumam-se pagar caro. Assim nesta fase de transição, fomos eliminados pelo Braga da Taça de Portugal, pavilhão onde também tínhamos perdido para o campeonato. Apesar de estarmos avisados, voltamos a perder. Com um novo treinador.


(2) Os erros de arbitragem continuariam a ter a matriz anterior porque ao mudarmos de treinador, assumimos – em termos de estratégia - que o problema principal não eram os erros dos árbitros. E com isso deixamos aberta a porta para quem manda neles, os continuasse a instruir da mesma maneira. O que foi bem elucidativo no jogo 3, com 2 penaltys do tamanho do Estádio da Luz, a não serem assinalados a nosso favor, com resultado 1-2 num caso e 1-3 no outro. Penaltys que bem poderiam ter alterado o rumo dos acontecimentos. No jogo 4, a 6ª falta contra o SCP nunca apareceu, nem mesmo quando César Paulo foi derrubado de forma bem evidente, com o resultado em 1-1. Estes lances são tão importantes que o Benfica levou 1 golo, de empate no jogo 3, de livre directo quando atingimos as 6 faltas mais ou menos a meio da 1ª parte!


(3) Por último, ao ter acentuado a erosão do papel do treinador Paulo Fernandes, por via das suas derrotas, em vez de o defender das críticas e das arbitragens, a Secção (com apoio da Direcção) criou um problema antes sequer de ele existir: caso o novo treinador falhasse, a sua liderança ficava desde logo em causa e a solidez da Secção também. Isto não é da minha cabeça... é dos “livros”! 


A pergunta que se impõe é: e agora? Alguém consegue imaginar a nova época ser iniciada com o actual treinador, que estava condenado à partida, e que ao longo da prova apenas confirmou que o problema do Futsal, não era de treinador? Alguém consegue imaginar a Direcção reconstruir uma equipa de Futsal para salvar “a pele” deste treinador (e da Secção), sem serem confrontados com a pergunta “se o problema era de plantel, porque despediram Paulo Fernandes?”?


O despedimento de Paulo Fernandes e sua substituição por um treinador a meio da prova, estava não só condenada ao insucesso desportivo, como também estava condenada a criar novos problemas sequentes a esse falhanço desportivo. Agora não é só o treinador que está em causa, como toda a Secção! E a Direcção que apoiou as decisões da Secção...


O procedimento correcto teria sido apoiar o ex-treinador, defendê-lo quando as arbitragens erraram muito mais do que os nossos jogadores, preparar os Play-offs da melhor maneira possível, com a recuperação física de jogadores e com a defesa intransigente do estatuto de liderança do ex-treinador, esperar pelo final da prova e fazer um balanço. Ganhou? Tirava-se uma conclusão. Perdeu? Toda a gente acharia normal a substituição do treinador campeão no Benfica e no SCP.


Assim, a Secção e a Direcção criaram, por grosseira incompetência, um problema sério e que, para variar, vai custar dinheiro desnecessário. Os sócios como sempre pagam e aplaudem... 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Escândalo na Arbitragem



Portugal, 21 de Junho de 2013



Com o chamativo (e bombástico) título “ESCÂNDALO NA ARBITRAGEM”, o jornal A BOLA colocava estes parceiros do futebol na 1ª página, numa das raras vezes que o título principal consegue sair da esfera do futebol e do Benfica.


Com a chamada de atenção para o ESCÂNDALO NA ARBITRAGEM queria o jornal A BOLA chamar a atenção para os erros grosseiros dos árbitros num determinado jogo ou num conjunto de jogos? Queria o jornal A BOLA chamar a atenção para a condenação do ex-árbitro Martins dos Santos, o árbitro que impediu o Benfica de ganhar em Alvalade em 2002, quando assinalou 1 penalty contra nós, por suposta mão na bola de Armando Sá, aos 94 mn de jogo? 


Não. Nada disso. O jornal a BOLA quis chamar a atenção para situações de natureza administrativa com implicação final na classificação final dos árbitros! Focando temas como “segundo melhor árbitro do ano apenas arbitrou 5 jogos na Liga”, “quinze árbitros impugnaram a avaliação”, “árbitro assistente que tem integrado a elite da UEFA despromovido aos distritais”, “Paços de Ferreira – FCP e Marítimo – Benfica foram classificados com coeficiente mínimo de dificuldade”.


Mas estes são os aspectos que têm a arbitragem descredibilizada relativamente aos interesses do FCP? Ou são aspectos que interessa a alguém que sejam questionados? Vamos lá por partes.


O tal árbitro que apenas arbitrou 5 jogos da Liga, é Pedro Proença. E que jogos arbitrou? SCP - Braga, Nacional - Benfica, FCP - Braga e FCP - Benfica. Falta-me o quinto jogo e não tenho tempo para procurar, mas já é perceptível que Proença é o preferido para os jogos importantes para os interesses instalados. Se avaliarmos o seu curriculum podemos concluir que o FCP ganha praticamente todos os jogos por si arbitrados, o Benfica na inversa, raramente ganha, e o SCP se jogar minimamente à bola, também ganha quase sempre.

Ora 3 dos 5 jogos que lhe foram destinados decidiram o campeonato: o Benfica não ganhou nenhum de dois, o FCP ganhou dois de dois, e até o SCP ganhou ao Braga com erros que a Sporti-FCP TV não analisou. Portanto este homem, nem devia ficar “apenas” em 2º lugar, mas sim em primeiro, mais uma vez.


Depois temos 15 árbitros a impugnar a avaliação. E pasme-se, no dia seguinte o presidente dos árbitros veio de imediato a terreiro admitir o erro. Mas esperem lá: se o erro era tão evidente (manipulação de critérios de avaliação no final da época) porque razão foi cometido? Será que estamos perante um ensaio de uma farsa em que árbitros conotados com o FCP, como Hugo Miguel, são mal classificados para dar a ideia que foram penalizados pelos erros que cometeram a favor do FCP, quando depois se engendra uma reclassificação e volta tudo ao normal? Será? Vamos ver quem perde e ganha na próxima avaliação...


Parece-me mais ou menos linear que a notícia e destaques de A BOLA foram um frete a alguém. Pelo inusitado destaque, pelo empolamento de um acto administrativo quando antes, os muito mais graves eros de campo lhes passaram “despercebidos”, enfim, pelo baralhar de problemas, para voltar a dar e ficar tudo na mesma. Este é o jornalismo cretino que várias vezes tenho denunciado...


Deixo aqui exemplos de alguns temas que deveriam ter merecido o mesmo destaque do jornal A BOLA, com títulos garrafais de ESCÂNDALOS e POLÉMICAS, antes das coisas terem descambado a favor do clube protegido, o FCP:



O comentador da TVI, Marcelo Rebelo de Sousa, fez uma revelação enigmática no seu comentário de domingo no jornal nacional. O antigo presidente do PSD afirmou que «o responsável pelos árbitros» lhe confessou que «a arbitragem vai piorar» esta temporada. SAPO Desporto online, 20 de agosto de 2012 08:23h

O FC Porto vetou os árbitros Duarte Gomes e Bruno Paixão. Segundo soube o CM, no dia 14 de Setembro, o nº 2 dos dragões, Antero Henrique, esteve em Lisboa e reuniu-se com o presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da FPF, Vítor Pereira, o ‘vice’ Antonino Silva e o vogal Lucílio Baptista. Luís Guilherme (vogal) também foi convidado, mas, de acordo com as fontes contactadas, recusou, por entender que o CA não deve ter reuniões secretas com os representantes dos clubes”. Correio da Manhã online, 1h00, 27 de Setembro de 2012

Ontem, no primeiro de dois dias de folga do plantel, a Direção do V. Setúbal esteve reunida para discutir que reação o clube pode tomar, oficialmente, em relação às últimas arbitragens, nomeadamente a de Jorge Tavares. Em princípio, segundo fonte do clube, os sadinos vão mesmo avançar com uma queixa formal devido aos erros da equipa de arbitragem, sobretudo o quarto golo do Rio Ave, marcado por Del Valle em posição de fora de jogo, e ainda uma grande penalidade que ficou por assinalar por mão na bola de Edimar. BOLA online, 08:38, 27-11-2012

Indignação total, ARBITRAGEM DE PROENÇA RESPONSABILIZADA POR DERROTA. O golo anulado a Alan e outras decisões de Pedro Proença durante o jogo de Alvalade deixaram o grupo bracarense completamente indignado. RECORD online, 03:30, 13 novembro de 2012

“A arbitragem de Bruno Paixão gerou grande descontentamento na equipa do Beira-Mar, muito por causa de um golo anulado a Saleh, à passagem do minuto 70. “Foi mais um golo que nos tiraram, que era limpinho. Assim fica difícil”, atirou o central Bura, de 24 anos, continuando: “Sofremos muitos golos no campeonato mas também temos marcado muitos. Só que alguns tiram-nos e é complicado...” , RECORD online, 03:28, 8 abril de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A época quase perfeita II

Portugal, 17 de Junho de 2013

Na continuação do tema, tentei explicar no texto anterior porque razão os erros do treinador não podem ser tão esmiuçados e univocamente relacionados com a causa das três derrotas nas provas que nos podiam ter dado a época perfeita. 

Aceito que o futebol é paixão e ilusão, e que a análise dos adeptos – formatados ou não pela comunicação social – muitas vezes vê os maiores defeitos naqueles que mais idolatram e aplaudem: treinadores e jogadores. Por isso compreendo que existam criticas contra o treinador por alguns maus resultados embora sejam criticas injustas e incorrectas, como tento demonstrar. Mais não fosse porque a existir um treinador que tivesse solucionado bem o jogo com o Estoril, ou o jogo com o Guimarães, quem pode dar garantias que esse treinador teria chegado ao mesmo jogo com o Estoril com possibilidade de ser campeão, ou que conseguisse ter chegado à final da Taça? 

Criticar porque faltou algo, esquecendo de valorizar o que se conseguiu alcançar, não me parece um raciocínio inteligente pois conduz à mudança sem garantias de sucesso. Ter garantias que o novo treinador não vai errar como supostamente errou Jesus, não é garantia de que o Benfica vai ganhar como tem ganho com Jesus. E para conquistar títulos é preciso ganhar jogos.

Como já referi noutros textos, nas análises sou pouco dado a paixões e mais dado a reflexões com fundamento rigoroso. Por isso costumo estar do lado oposto à paixão, na abordagem aos problemas do futebol do Benfica.
Porque há de facto, dois outros problemas, estes de natureza claramente objectiva: os erros da arbitragem e os erros da gestão da Direcção. Uns e outros, com implicações distintas, tiveram mais responsabilidades na “época quase perfeita” do que propriamente algumas decisões do treinador menos consensuais.

A arbitragem ao contrário dos treinadores, tem regras objectivas para serem cumpridas, que são as denominadas leis de jogo. Estão no sítio da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e estão ao alcance de qualquer um. A aplicação das leis de jogo depende da qualidade dos árbitros, da sua disponibilidade física para acompanhar de perto as jogadas e assim terem percepção correcta dos lances, bem como da sua disponibilidade intelectual para saberem interpretar os lances com correcção após um único visionamento dos mesmos. 

Ser árbitro não é fácil. Esperar arbitragens com erros zero é uma utopia. O que se espera é que os árbitros errem de igual modo para todas as equipas e isso manifesta e objectivamente não acontece! Para quem está atento aos jogos do Benfica e do principal rival, FCP, conclui que há um manual de arbitragem, que o líder da Comissão de Arbitragem gere a seu bel-prazer, de acordo com os resultados e os interesses em causa. Árbitro que erre de forma grosseira contra o Benfica, continua a arbitrar com mais ou menos jogos de suspensão, a maior parte das vezes para o protegerem para outras “encomendas” futuras. Árbitro que tenha um deslize, nem que seja mediático (caso Capela), a favor do Benfica, tem garantido uns jogos de suspensão, em maior ou menor número, conforme o erro seja mais mediático ou mais grosseiro. Na inversa, árbitro que erre de forma grosseira em benefício do FCP, é protegido e continua a arbitrar jogos. “Árbitros que errem contra o FCP” é cenário que não posso caracterizar, porque isso não aconteceu ao longo da época. E não foi por acaso...

Quando se perde um campeonato por 1 ponto, para mim é óbvio que temos de procurar na arbitragem as razões do insucesso, e só depois, caso se conclua que a arbitragem errou de forma aleatória, seja na natureza dos erros seja na diversidade de oponentes beneficiados, só nessa hipótese devemos partir para causas internas. O que não foi o caso. O FCP, uma vez mais, beneficiou de vários lances de grandes penalidades perdoadas, por lances de braço na bola: Gil Vicente, Moreirense, Braga, Setúbal, etc., quando em situações de jogo adversas, com 0-0 ou 1-0 a seu favor, Tal como no ano de Villas-Boas, onde aí o infractor era geralmente Rolando (Guimarães, Nacional da Madeira, etc.). O FCP beneficiou uma vez mais de critério disciplinar largo em particular nos jogos difíceis, como na 1ª volta na Luz, ao passo que o Benfica teve regra geral critério disciplinar curto, como atesta a expulsão de André Gomes no jogo com o Olhanense na Luz, pelo mesmo árbitro João Ferreira que não teve igual critério cm Fernando no jogo do Benfica – FCP. O FCP teve 1 fora de jogo mal assinalado (!) em 30 jogos, na Luz, 1º mn, enquanto o Benfica teve mais de uma dezena. O FCP não sofreu golos em fora de jogo, enquanto o Benfica sofreu. O FCP marca golos em fora de jogo. O Benfica não.

Quem pensa que este tipo de erros de arbitragem, são aleatórios e uma simples consequência do “errar é humano”, ou é uma pessoa distraída, ou é bem intencionada, ou é um otário por completo.

Sobram por fim, os erros de gestão. Para não ser maçudo e não ser acusado de estar sempre contra o Sr.º Vieira, deixo o tema para outra altura. Foram cometidos vários erros, objectivamente falando, sendo o mais evidente e recorrente, a falta de estratégia para a arbitragem e defesa dos superiores interesses do Benfica. A recorrência desta falta de estratégia faz-me pensar que é uma opção deliberada. Voltarei ao tema.

Para já espero ter conseguido passar uma outra mensagem sobre a responsabilidade do treinador no inêxito desta época, quando podia ter sido uma época de ouro. Bastava ter ganho as duas provas nacionais, o que teria acontecido, e com larga vantagem, se a arbitragem fosse correcta e não estivesse ao serviço do clube ali de baixo (para um transmontano, é assim).

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A época quase perfeita I



Portugal, 13 de Junho de 2013

Com presença nas finais da Liga Europa e Taça de Portugal, e disputa do título de campeão até à última jornada, a que se somou a presença na meia-final da Taça da Liga, a equipa de futebol do Benfica esteve perto de alcançar a época perfeita.

Como se sabe, ficamo-nos pela época “quase perfeita”. Isto digo-o sem qualquer provocação aos que pelo contrário, acham que foi uma época de pesadelo.

Não preciso de explicar porque tenho uma visão mais correcta. Basta lembrar a época do SCP, 7º lugar e ausência das provas europeias pela 1ª vez na sua história, e seguramente irão perceber que há uma enorme diferença de escala entre a época “quase perfeita” do Benfica e a época de “pesadelo” do SCP.

O que nos faltou então para termos a época perfeita? Faltou ganhar as 3 principais provas cujo sonho alimentamos, com legitimidade: o Campeonato, a Liga Europa e a Taça de Portugal. Porque não ganhamos? Aqui as opiniões dividem-se, como é óbvio.

A esmagadora maioria dos adeptos, com opiniões formatadas pela comunicação social, irão dizer que o principal responsável foi o treinador.

No texto “teoria dos erros e os erros de gestão”, escrevi que não é por acaso que o treinador do Benfica, hoje Jesus ontem Fernando Santos, etc., é o único dos 3 ditos grandes a ser esmiuçado pelos ditos analistas da comunicação social, sobre eventuais erros de composição da equipa, eventuais erros de modelo táctico, eventuais erros nas substituições, etc. Nenhum dos 7/8 treinadores do SCP despedidos no mesmo período que Jesus orienta o Benfica, foram apontados a dedo pelos seus, muitos mais erros técnicos que os levaram ao despedimento.

É pois perfeitamente aceitável que a maior parte dos adeptos, do Benfica e os outros, centrem a maior (e quase, única) responsabilidade no treinador. Nesse texto recebi dois contributos que merecem referência. Um deles mencionava que por vezes o treinador faz opções “cuja probabilidade” de resultar é muito baixa. Recebi outra opinião que mencionava que “o treinador também tinha que ter bom senso nas escolhas que fazia”.

Trata-se de duas opiniões bastante ouvidas neste tipo de debate e que por isso merecem umas linhas neste texto. Uma primeira observação para dizer que, a probabilidade, enquanto percentagem de ocorrência de um determinado facto tomando como base a análise de um conjunto, mais ou menos alargado, de resultados anteriores, é algo que não se pode aplicar às opções de um treinador. Porque variam as circunstâncias objectivas e subjectivas de cada conjunto de jogadores em questão, logo não se pode afirmar que metendo o A em vez do B, tínhamos mais probabilidades de alcançar um melhor resultado, sendo que essa probabilidade foi obtida com outro conjunto de jogadores, quer do ponto de vista físico quer do ponto de vista mental.

Uma segunda observação para a questão do “bom senso”. O que é o bom senso? Os treinadores despedidos pelo SCP usaram de bom senso nas equipas que escolheram? O que é isso de bom senso? A mim parece-me que quem fala de bom senso no fundo pretende uniformizar a cultura futebolística a partir de um padrão: o dos jornalistas que comentam e que sugerem erros e mais erros do treinador do Benfica (não de FCP e SCP, aí foi o adversário que jogou bem ou o árbitro que errou). Serão os jornalistas pessoas indicadas para falar de bom senso?

Claro que não. Basta ver os seus curriculuns desportivos. Nenhum deles alguma vez ganhou alguma coisa como treinador. Nem ganharão! É uma impossibilidade matemática (digamos assim), alguém que comenta depois do jogo, poder saber como ter sucesso antes do jogo. Se fosse matematicamente possível, os jogos acabavam sempre com dois vencedores: as duas equipas orientadas por 2 jornalistas!

Então se não se aplica a teoria das probabilidades à generalidade das opções do treinador, se o bom senso é subjectivo e não marca golos, porque razão se continua a achar que a culpa do fiasco desta época (note-se, é o que pensam a esmagadora maioria dos adeptos do Benfica, e os outros – não eu!) é do treinador? Porque razão estivemos tão perto e ficamos tão longe da época perfeita?

Há mais dois factores (cont).

terça-feira, 11 de junho de 2013

A minha selecção 2004 (parte I)

Longe da vista ficaram também os meus colegas jornalistas que almoçam, jantam ou passam férias à conta de empresários de futebol para que certas notícias sobre certos jogadores sejam publicadas para inflacionar o valor desses atletas. (Ainda hoje o esquema é esse. Nada mudou...)
Luís Costa Branco, opinião em RECORD em 27-01-2004

E agora José? (referência a Mourinho) (título que revela a mesma intimidade que ainda hoje a comunicação social tem com certos agentes do futebol, em particular do FCP e SCP)
Título da Grande Reportagem – 08-05-2004

"Não sei se os jogadores falados estão contratados. O que eu sei é que um dia antes da final (da Taça de Portugal acrescento eu) não é a altura certa para se saber que foi contratado um guarda-redes. Como treinador a situação irritou-me, como aos jogadores que estão no balneário. Se está contratado, quem o fez deve sair do Benfica", esclareceu, criticando assim os responsáveis da SAD. Camacho – RECORD 15-05-2004 (o responsável por essa contratação e pela do Sálvio, Lima e Ola Jonh por quase 20 milhões, ainda está cá. Camacho, é que teve de sair porque ficou sem espaço, e aceitou o convite que não queria aceitar: treinar o Real Madrid)

“Com o Maniche, não senti nada na altura. Nem me apercebi se me tinha tocado com a cabeça, o ombro ou o cotovelo. Só depois, no jornal, é que vi que ele foi um pouco maldoso. Já com o Derlei, só queria dar-lhe um toquezinho mas sem qualquer maldade. Se fui duro peço-lhe desculpas." Fernando Aguiar – RECORD 19-05-2004 (há quase 9 anos, tal como hoje, os jogadores do FCP utilizavam um excesso de virilidade, neste caso até foi violência não sancionada por Lucílio Batista, para intimidar os nossos jogadores. Para o Sr.º Vieira temos de “jogar mais” e apoiar o Dr.º Fernando Gomes)

 “Não sei se os adeptos sabem, mas o clube depende dos bancos para tudo. O nome Benfica, Estádio SA diz tudo. O presidente está a trabalhar muito para pagar o estádio, as dívidas, não sobra dinheiro para contratações (cá está um sinal de que o estádio veio acrescentar mais problemas financeiros aos que havia, e não veio trazer soluções para o clube. Hoje que está quase pago pelos sócios, já pode ser dividido com os accionistas particulares como Luís Filipe Vieira, Somague, BES e Joaquim Oliveira). Podíamos ter contratado Ronaldinho em tempo útil e com ele, se calhar, as dívidas estariam pagas hoje em dia. Mas não havia dinheiro. Camacho – BOLA 22-05-2004 (mas em contra partida havia dinheiro para o guarda-redes Yannick e outros jogadores do Alverca, como o sobrinho do Futre, que nesse Verão passaram do Alverca para o Benfica. É a tal “pesada” herança)”

O presidente do FC Porto, primeiro contestatário do centralismo do Terreiro do Paço, hoje transformado num enorme pombal, teve a arte de atrair para o seu território todo o tipo de políticos, desde ministros, secretários de Estado, deputados, autarcas, etc (e até o Sr.º Vieira nos anos 90 do século passado, tenho de lembrar). Qual o objectivo? Rui Santos, Correio da Manhã 23-05-2004 (o que se tem visto: ganhar mais e mais no campo desportivo, para assim continuar a ganhar mais e mais nos negócios do futebol. Em Lisboa, o SLB e o SCP continuam a discutir os treinadores ou os jogadores)

A SAD vai canalizar esforços no sentido de se inteirar da vontade de Luiz Felipe Scolari treinar o Benfica nas próximas épocas. Os contactos vão avançar nas próximas horas com o empresário do técnico”
Notícia BOLA 24-05-2004 (Scolari já tinha sido falado quando Luís Filipe Vieira foi à TVI dar uma entrevista ao telefone, onde manifestava confiança em Jesualdo, treinador que foi buscar ao Alverca – para variar. Na semana seguinte a esta intervenção, despediu-o após a derrota com o Gondomar. Mais um reflexo da “pesada herança”)

“Se a opção Scolari parecia, à partida, interessante para os responsáveis da Luz, a questão financeira poderá inviabilizar qualquer tentativa de conseguir o acordo do actual seleccionador de Portugal.”
Notícia BOLA 25-05-2004 (A Selecção de Portugal agradeceu as dificuldades do Benfica, do novo estádio, do Mantorras, Simão e legião do Alverca. Mas valha a verdade: em 2004 o Sr.º Vieira não falava na “pesada herança”. Lembrou-se ao fim de mais de 10 anos que o clube podia ter acabado em 2003)

O presidente do Benfica garantiu que até ao início da próxima semana será encontrado o novo treinador.” Notícia RECORD 25-05-2004 (o Record sempre esteve bem informado do que se passa no Benfica. O Record, tal como a SIC, foi associado pelo Dr.º Vilarinho aos “inimigos” do Benfica. Conversa da “treta” para enganar adepto, como se viu depois).

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A "teoria do erro" e os erros de gestão


Portugal, 7 de Junho de 2013



Como seguramente alguns adeptos e sócios do Benfica já perceberam, o treinador do Benfica é o único que após cada desaire é “espremido” em termos de desempenho, em termos de opções, em termos de erros. Os treinadores de FCP e SCP, pelo contrário, têm sempre o álibi da arbitragem ou de um jogo menos conseguido.


Quem patrocina este tipo de coisas é a comunicação social e o silêncio do Benfica. Exemplo máximo no denominado Caso Capela, exemplo mínimo os Casos Xistra, Proença, Soares Dias, Hugo Miguel, Vasco Santos, Jorge Sousa, etc. A Direcção do Benfica, encolhe os ombros, já que o bom actor que é o “faz-que-é” Presidente, lá vai repetindo até à exaustão os discursos que outros escrevem, onde se apela a mais e mais entrega, mais e mais dedicação, mais e mais capacidade de sofrimento, mais e mais crença no rumo traçado, etc, etc. A máquina que manda no Benfica através do Sr.º Vieira, de facto envolve muita gente, das mais variadas actividades e sabem bem como manipular pensamentos e vontades dos adeptos. Adiante.


A questão do “erro do treinador” é uma ficção fácil de desmontar. Porque por definição, um erro é um desvio à norma, e por definição não há norma no futebol. Se houvesse uma norma no futebol isso significaria que dominando a norma, tomávamos sempre as melhores opções e ganhávamos sempre. Ou seja, aqueles que mais falam dos erros, ou seja, aqueles que mais subentendem conhecer a norma no futebol, esse ganhariam sempre. Quem são eles? Os tais jornalistas da comunicação social....


Ora quantos jornalistas têm ou tiveram sucesso como treinadores de futebol? Nenhum. Percebe-se pois que a teoria do “erro” do treinador do Benfica é uma forma de desviar as atenções dos “erros de arbitragem”, esses sim mensuráveis por comparação com a norma. Qual é a norma da arbitragem? As leis do jogo! 


Como se depreende, os tais que patrocinam a teoria do “erro do treinador” do Benfica, são os mesmos que escondem a teoria do “erro do árbitro”. Ora quando o FCP e SCP são beneficiados, ora quando o Benfica é prejudicado. Mas é sempre assim?


Não. O critério inverte-se quando entendem que o Benfica foi beneficiado, ou o FCP e SCP prejudicados. Temos pois “casos Capela” mas nunca teremos “casos Hugo Miguel”, apesar de este ter rubricado uma das mais vergonhosas arbitragens que há memória em Portugal, desde o 1º campeonato nacional no tempo do Estado Novo!


Mas há outro campo onde com rigor, podemos falar de erros: os erros de gestão. E no Benfica infelizmente acontecem demasiadas vezes, com – coincidência – encobrimento da comunicação social. A mesma que patrocina o erro do treinador do Benfica e patrocina a manipulação do erro do árbitro, também patrocina o branqueamento do erro de gestão da Direcção do Benfica.


Há uma “norma” na gestão que se possa aplicar às decisões tomadas? Julgo que sim. A do bom senso! Vejamos. Em Abril de 2012 cedendo às críticas dos analistas (que por tabela arrastam os adeptos), a Direcção anunciou – em mais um acto populista e demagógico - que Emerson não ia continuar no Benfica. Em Abril começaram a negociar Sálvio para o Benfica. Sálvio não é defesa esquerdo, mas sim “médio ala” direito, portanto continuou a faltar substituto para Emerson. E não se percebeu o interesse em Sálvio, uma vez que entre a comunicação social (os tais protagonistas) era unânime que o Benfica não tinha ganho o campeonato por causa da má rotação do plantel por parte do treinador, e também porque o defesa esquerdo não subia, não cruzava, não atacava como eles achavam que devia ser.


O tempo passou, Sálvio veio, o defesa esquerdo não. E contudo Eliseu do Málaga, que pelos vistos apenas custava 5 milhões, estava disponível para vir. Mas a decisão da Direcção foi apostar no Sálvio e contratar o Luisinho por 500 mil euros ao Paços de Ferreira. Decisão correcta? Acho que não. E não o digo porque a época passou, mas porque pesando o trinómio custo/qualidade/carências, a opção prioritária era o defesa esquerdo.


Um ano depois a opção da Direcção manifestou-se, como eu esperava, errada. Jesus voltou a ter de arrostar com o título de “inventor” pela adaptação de Melgarejo a defesa esquerdo (sinal que não terá sido ele a decidir contratar Luisinho), ou seja, Jesus voltou a ser fragilizado pelas opções que foi obrigado a tomar por incúria da Direcção, Sálvio apesar da boa comunicação social (e estas coisas nunca saem de “borla”) marcou 10 golos em 29 jogos, os mesmos de Bruno César mas em 26 jogos, ou os 11 golos de Nolito em 29 jogos. E no final voltamos a perder os títulos todos pelos erros dos mesmos árbitros (Carlos Xistra e Hugo Miguel) que na época passada ajudaram os adversários a tirar 5 pontos ao Benfica antes da recepção ao FCP, e que depois desse jogo marcado por mais um golo em claro fora de jogo (idem Taça desta época), ainda fomos penalizados em Alvalade e Vila do Conde por erros escandalosos de arbitragem.


Quem se interessar pois pela teoria do erro, deve pois mudar de alvo. Não é o treinador que erra, porque não há “norma” nas opções dos treinadores. São os árbitros e a Direcção do Benfica que erram, porque ambos podem ser comparados com “normas”, seja o regulamento da arbitragem, seja o regulamento do bom senso. Mas curiosamente, ambos estão bem protegidos pela comunicação social. Não é por acaso...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A renovação

Portugal, 5 de Junho de 2013

Após vários episódios perfeitamente reveladores da falta de rumo, falta de estratégia ou o que de equivalente se lhe queira chamar, o Benfica finalmente comunicou à CMVM a renovação de contrato com Jorge Jesus. Não foi um processo simples, muito menos foi fácil de concluir em particular após a derrota nas 3 grandes provas em que estivemos empenhados até ao final.

Esta demora no processo era perfeitamente escusada, mas adivinhava-se que assim seria. Recordando o que foi sendo dito na imprensa, que como sabemos, funciona também como receptáculo de “recados” e outras mensagens com conteúdo ambíguo, que ao contrário do que pensam os seus mentores, costumam ter custos desportivos imprevistos:
Título principal “Renovação de Jesus fora dos planos”, titulo secundário “Vieira recusa abordar assunto”, RECORD on-line, quarta-feira, 31 outubro de 2012 | 06:40.
“O treinador do Benfica, Jorge Jesus, não sabe ainda qual vai ser o seu futuro no clube, uma vez que o contrato que os liga aos encarnados acaba no final da temporada” – BOLA online, 15-12-2012
Este tipo de mensagens, resultantes da habitual inépcia da Direcção em saber utilizar a comunicação como ferramenta ao serviço dos interesses do clube, conduziu os midia a debates opinativos com alguma regularidade, sobre os méritos e deméritos do treinador, ora elogiando, ora apontando lacunas e criticas, que no final da época se transformaram apenas em lacunas e criticas pelo falhanço dos objectivos que legitimamente esperávamos alcançar.
Passar o debate dos midia para os adeptos é muito fácil, uma vez que vivemos em autênticas sociedades de informação, e como tal as pessoas falam do que se fala e não do que lhes apetece falar. Porque estão condicionadas e a grande maioria dos adeptos não consegue fugir aos temas que os midia criam.
Ou seja, percebe-se com facilidade que a figura do treinador estava fragilizada nas últimas semanas devido ao acumular de inêxitos, apesar de nem todos esses inêxitos se deverem a factores de incompetência própria. E com naturalidade, o resultado final da articulação das vontades dos midia com a influência nos adeptos, tornou a renovação de Jesus muito mais difícil do que seria desejável. Com consequências para a próxima época.
Como se vê o problema da falta de estratégia do Benfica para a comunicação, tem consequências várias e acarreta sistemáticos ónus para quem tenta fazer o melhor, em competições viciadas, como bem se viu nas “performances” dos árbitros nas ultimas jornadas do campeonato, culminando na indicação de Jorge Sousa (o árbitro que nos impediu de ganhar a Taça de Portugal), como n.º 1 dos árbitros portugueses. “Feito” que já havia alcançado na época 2008/2009 quando, por mera coincidência seguramente, arbitrou 4 jogos ao Benfica e conseguiu que tivéssemos 3 derrotas, quando os demais árbitros nos restantes 26 jogos apenas tinham “conseguido” 2. O “sistema” da arbitragem é muito claro nas suas opções e não é também por acaso que Bruno Paixão, o ultimo árbitro que esteve numa derrota justa do FCP, ainda hoje não arbitra jogos desse clube, para além de ter perdido as insignias de internacional.
A renovação de Jesus veio tarde. Envolvida numa penumbra sebastianista e com declarações de princípios demagógicas por parte do mesmo Presidente que despediu Fernando Santos na 1ª jornada do 2º ano de contrato, a renovação deveria ter acontecido por avaliação global positiva dos 3 anos de contratos integralmente decorridos, bem como dos meses já vencidos neste 4º ano de contrato. Jesus, como qualquer treinador do Benfica, não deve ser avaliado pelo número de títulos conquistados, mas pelo dinheiro e prestígio gerado. E porquê? Porque o paradigma dos clubes mudou.
Hoje um bom treinador é um treinador que gera dinheiro para sustentar uma boa equipa sem perder nunca a ilusão da conquista. Se ganhar títulos tanto melhor. Mas esta não pode ser a condição necessária para definir a renovação. A independência dos Bancos deve ser conseguida à custa do dinheiro gerado pelo futebol. E não da conquista de títulos, para os quais se gastam recursos que muitas vezes não se têm, que depois custam caro na gestão das épocas seguintes. O exemplo do SCP é elucidativo: durante os últimos 3 anos buscaram uma equipa e hoje não têm dinheiro para nada.

Por ultimo quem sabe porque razão não conquistamos o titulo de campeão esta época e de vencedores da Taça, bem como porque razão fomos impedidos no ano passado de lutar pelo título, óbviamente sabe que só as percentagens de Jesus poderão, com alguma sorte (já que o Sr.º Vieira só fala de arbitragens quando estes forem profissionais, ou seja, nunca) vir a dar títulos. Porque nos últimos 27 anos foi o treinador que com consistência conseguiu obter as maiores percentagens de pontos conquistados no campeonato, condição necessária para ganhar o título.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Hóquei Histórico

Portugal, 3 de Junho de 2013

O 1º título de campeões europeus no Hóquei em Patins fez história nas modalidades de pavilhão do Benfica e ao mesmo tempo ajudou a mitigar a frustração da má época no futebol, no qual perdemos 2 títulos internos “roubados” pelos erros direccionados dos árbitros, e a Liga Europa por um golo infeliz.

Quanto ao título de campeões europeus no Hóquei, finalmente conseguimos o que já há muito merecíamos: o máximo título das competições europeias. Merecíamos porque somos o clube que, ininterruptamente, pratica a modalidade há mais tempo, merecíamos porque somos o clube português com maior palmarés na modalidade e merecíamos porque já tínhamos perdido 4 finais anteriores.

Dá-se a particularidade que este baptismo de vitórias na Euro Liga do Hóquei aconteceu precisamente onde a lógica menos apontaria no início da prova: no pavilhão do FCP e precisamente contra a equipa da casa!
O requinte da coincidência foi tal, que nem faltou o presidente do FCP, o mesmo que na antevéspera brincava na Casa do FCP da Afurada que “no FCP ganham-se os jogos no 1º ao 92º minuto” e também “não estava a ver o FCP perder um jogo no último minuto”.

Pois ontem teve de assistir na privilegiada bancada presidencial do seu pavilhão à 1ª vitória do Benfica na Champions do Hóquei, e não foi no último minuto. Foi no 4º minuto do prolongamento! Como gostei de ver aquela cara de “bola sobada” quando a bola entrou... E a “netinha” ao seu lado... que espectáculo ...

Mas como no Benfica de Vieira temos um “rumo” e “sabemos para onde vamos, logo de seguida lembrei-me de uma noticia publicada no RECORD em 22 de Maio, na qual se dava conta que: “Perdido o campeonato, são poucas as certezas do Benfica para a próxima época. Pública que é a saída do treinador Luís Sénica, a indefinição começa logo no banco, estando em cima da mesa os nomes de dois técnicos portugueses – Pedro Nunes (Paço de Arcos) e Vítor Silva (Candelária) – e um espanhol”. E também que “sendo certa a continuidade de Valter Neves, Diogo Rafael e João Rodrigues, os restantes sete jogadores aguardam por notícias, desesperando pela definição da sua situação, quando outros clubes já começaram a tratar de renovações em Fevereiro”.

Ou seja: perdido o campeonato, há que fazer uma revolução. Mais ou menos a mesma lógica do que queriam fazer no futebol, porque já se percebeu qual é o “rumo”. É não haver rumo. Adiante. 

Agora e por mero acaso do destino, mas com muito suor, inspiração e dedicação dos galhardos atletas e treinadores do hóquei benfiquista, ganhamos o que NUNCA havia sido ganho em toda a história do Benfica e a pergunta é: a revolução vai para a frente?

Ou será que quem devia sair eram precisamente os que decidiram revolucionar o Hóquei?

Vamos concluir desta maneira. O Prof.º Sénica pôs o Hóquei do Benfica no trilho do sucesso. Em 4 anos, disputou duas Final Four da Taça CERS, uma perdida, a segunda ganha, discutiu a Final Eight da Euro Liga perdendo nos quartos de final com o Valdagno, e ganhou a Euro Liga na 2ª participação. 4 participações positivas nas provas europeias.

Pelo contrário, no campeonato, apenas ganhou 1, para além de 1 Supertaça e 1 Taça de Portugal, cito de memória. Ou seja, ganhou 2 troféus internacionais e apenas ganhou 1 campeonato. Onde quero chegar?

O Benfica venceu em provas arbitradas por árbitros estrangeiros. Não é uma coincidência, é uma constatação. E ganhou mais, apesar do nível de dificuldade das provas ser superior à dificuldade do campeonato português.
O FCP conseguiu pela 2ª vez, organizar a Final Four da Champions League do Hóquei. A 1ª vez, há uns 9/10 anos terminou com agressões aos hoquistas do Barcelona, que venceram o FCP na final. Como é que apesar disso eles ganham a organização desta prova, só a Federação de Hóquei poderá explicar. Mas o que é certo é que o Benfica concorreu à organização da Final Four da 1ª Taça CERS e da actual Champions League. A 1º foi perdida para Torres Vedras, a 2ª, esta, foi para o FCP. Nada acontece por acaso...

No Hóquei como no Futebol, a Federação está ao serviço do FCP. A eventual dispensa dos serviços do Prof.º Sénica e da esmagadora maioria do plantel, apenas servirá para o Benfica (!?) branquear o controlo do FCP nesta modalidade. Porque esta revolução anunciada, não irá tornar o Benfica mais forte.