Portugal, 31
de Julho de 2012
A pré-temporada do
Benfica teve mais uma evolução, com a realização de 2 jogos em menos de 24
horas: a taça Eusébio Cup e o jogo de apresentação do Gil Vicente. Dois jogos difíceis que o conjunto
ultrapassou com distinção, vencendo 5-2 cada um dos jogos. Estamos então,
nesta pré temporada, na fase dos 5 golos marcados, algo que nos faz lembrar o
que de muito bom nos sucedeu no ano do último título.
Se o jogo com o
Real Madrid se antevia de grau de dificuldade superior (“osso mais duro de roer que o Benfica iria encontrar”, segundo a
apreciação do RECORD, antes do jogo), a goleada por 5-2 só nos podia deixar um
sorriso de orelha a orelha. Afinal não é
todos os anos que damos uma “manita” ao Real Madrid, que mesmo com
jogadores habitualmente não titulares, não deixa de ser uma “equipa temível” (isto, copiando as
apreciações do RECORD à equipa do Benfica que goleou o Gil Vicente em sua
própria casa).
Confesso que
estava pessimista para estes dois jogos, especialmente depois dos erros de
concepção verificados na fase Polska. Uma
incorrecta gestão do esforço físico dos atletas poderia deitar tudo a perder
e nós bem sabemos que não temos margem de manobra para esta comunicação social enfeudada aos interesses económicos e
desportivos que dominam o futebol português, desde há muitos anos, reforçada
nos últimos 12 com a desistência do Benfica em lutar pela transparência
efectiva, e não retórica, das competições.
Fosse porque JJ
viu o tremendo equívoco que tinha sido a sua gestão física, técnica e táctica
nos 2 jogos da Polónia, fosse porque razão fosse, os jogadores utilizados no 2º
jogo, 2 ou 3, só tinham nas pernas menos de 45 minutos. A esmagadora maioria
dos jogadores que alinharam em Barcelos, não tinha sido titular contra o Real
Madrid (por razões mais ou menos óbvias) e olhem
só que jogo fizeram em casa de um adversário que na época passada, tirou pontos
aos ditos clubes “grandes” deste país...
Por vezes a solução do sucesso no futebol está nas
soluções menos lógicas, mas nem por isso menos fortes do ponto de vista
técnico e táctico. Só é preciso acreditar nos jogadores e nas suas qualidades.
E JJ desta vez esteve muito bem, há que sublinhá-lo, gerindo bem a sobrecarga física
associada aos dois jogos e sendo premiado com duas “mãozinhas” que a todos (?) nos
deixaram contentes.
Claro que estamos
em Portugal, a comunicação social que via um osso duro de roer no Real Madrid,
depois do jogo não deixou de enfatizar que o Real Madrid tinha jogado
desfalcado. Se antes do jogo muita gente da comunicação social esfregava as
mãos esperando uma derrota do Benfica (em particular depois do que se tinha
passado na Polónia), depois do jogo
tiveram de recorrer ao plano B, ou seja, desvalorizar o plantel do Real Madrid.
A estratégia da comunicação social não pode surpreender. Faz parte dos ”livros”
Quando empatamos 1-1 com o vice-campeão europeu Manchester United na Champions,
também alinharam na mesma estratégia se bem se lembram.
Como nenhum dos
jornais desportivos conseguiu analisar o plantel do Real, a fazer fé na MARCA, o Real Madrid alinhou com 8 jogadores da 1ª
equipa, 1 dos quais titular. Di Maria? Higuain? Não sei qual contabilizam,
mas que esse Real é ainda assim uma equipa muito forte, superior seguramente ao
Atlético, Belenenses e Santa Clara, isso parece pacifico até para os adeptos
rivais.
Infelizmente estas
duas boas vitórias, numa fase mais avançada da preparação, não parecem ter convencido alguns dos exigentíssimos adeptos do Benfica
que continuam a preferir gastar energias nos “mediatizados” problemas laterais.
Parece que o último a aderir a esta problemática, foi o Dr.º Bagão Félix, mais
político do que entendido em futebol. Apaixonado
pelo Benfica, seguramente, mas quantas vezes lemos nos jornais que o
namorado matou a namorada, cheio de paixão e com medo de a perder?