Portugal 28
de Julho de 2014
Ao fim de 4 jogos ditos de
preparação, a equipa principal do Benfica acumula 3 derrotas consecutivas, todas
pela margem mínima, embora cada uma com
a sua história própria, mas todas com uma consequência comum: o desânimo e a dúvida
que se vai instalando.
As pré temporadas do Benfica de
Vieira, em particular deste porque lidera os destinos do clube/SAD desde 2003
como Presidente, mais dois anos como Gestor do Futebol, 13 anos completos no
total, caracterizam-se por alguma volatilidade nas entradas e saídas
de jogadores. Como tal, é difícil
estabilizar um padrão de jogo porque os jogadores à experiência, ou
contratados para serem emprestados, ou que tendo transitado estão ainda à
procura da melhor forma.
A sucessiva rotação de jogadores
da equipa principal aliada à sujeição desde cedo a testes difíceis perante
equipas de bom nível e que, regra geral, mantêm os seus núcleos base, torna mais difícil de conciliar-se com bons
resultados e/ou boas exibições. Por vias disso, na época em curso já
somamos 3 derrotas....
Espanta-me contudo, que devendo
estas premissas ser conhecidas pelos tais que supostamente deviam pensar o
futebol da equipa principal, ninguém
relacione os modelos de jogo com
a situação que a equipa atravessa. Ou seja, sabemos que devido aos
condicionalismos da gestão desportiva, entram e saem jogadores como se metem e
tiram matraquilhos. E vamos optar por um
modelo de jogo, o tradicional 4-4-2 em losango, que privilegia o movimento
ofensivo e expõe a defesa ao menor erro?
Vejamos. Derrota com o SCP com 1
golo nascido de uma bola mal endossada pelo nosso meio campo, o adversário fez
um rápido contra ataque porque podia, já que a equipa do Benfica estava
balanceada no ataque e como tal tinha poucas unidades em posição defensiva. Logo
havia mais linhas de passe que foram aproveitadas pelo ataque do adversário. Na
derrota com o Marselha, o 2º golo nasce de erro quase idêntico ao erro cometido
no jogo com o
SCP. A diferença foi que o adversário neste caso conduziu o ataque pelo centro,
enquanto no caso do SCP, o ataque foi conduzida pela lateral direita.
Excepção no jogo como Ajax, mas
num jogo onde tivemos a infelicidade de falhar um penalty, marcado por um
jogador que não se sabe se vai ficar ou sair, sendo as probabilidades da saída
mais elevadas.
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Por razões diversas não consegui
concluir o texto no dia que comecei, e já temos mais dois jogos para incorporar
nesta “análise”. Uma vitória sobre o Sion e uma derrota com o Athletic de
Bilbau. Em ambos os jogos prevaleceu o 4-4-2, com os mesmos jogadores à
experiência e outros que aparecem no plantel fruto da relação de interesses que
existe entre o Sr.º Vieira
e o Sr.º Jorge Mendes.
Se na vitória sobre o Sion ficou a
ideia que a superioridade do Benfica permitiria ter marcado 4 ou 5 golos, também ficou evidente que o Benfica não tem
jogadores para os marcar. Isto é, conseguimos gizar algumas boas jogadas,
mas quando ficamos em frente ao guarda-redes, os nossos jogadores, portugueses
ou não portugueses, não conseguem ter as melhores opções de remate.
Obviamente que a vitória sobre o
Sion enganou uns quantos inteligentes que escrevem em blogues e facebook, mais
os que comentam na BTV a favor da estratégia desportiva do patrão, mas na
realidade ficou a ideia que contra uma
equipa mais organizada, com melhores jogadores e habituada a outras andanças
competitivas, os falhanços do Benfica poderiam provocar mossa. Sem grande
surpresa para mim (mas com enorme tristeza) vamos coleccionar mais uma derrota
com o Bilbau (a 1ª da época por 2 golos de diferença), fruto também do amadorismo
dos inteligentes que mandam no nosso futebol.
Para além do que já referi sobre a
quantidade de jogadores que o Sr.º Vieira trouxe esta época para o Benfica, para
além das lesões que apoquentam uns 3 ou 4 jogadores da equipa do ano passado (a
que verdadeiramente tem qualidade) ainda temos as habituais opções de quem
planifica a pré época (Rui
Costa ? Vieira? Jesus?) a
optar por jogos diários contra adversários que descansam entre cada jogo.
Não bastavam os problemas da falta de qualidade do plantel, da manutenção do
modelo de jogo suicida do 4-4-2 agravado pelas experiências, ainda temos jogos
diários contra rivais de boa qualidade, competência, regularidade e... descansados.....
O amadorismo campeia no Benfica e
não se pode estranhar que em 14 anos apenas tenhamos ganho 3 campeonatos... há um denominador comum a todos os
falhanços, e não é o Jesus...
Mas há que manter a calma. Vem aí
o torneio dos Emirates com Valência e Arsenal. Em 6 jogos vamos com 4 derrotas.
Vamos ver com mais 2 jogos como fica a estatística...