Portugal 27
de Novembro de 2014
A eliminação do Benfica da
Champions e da Liga Europa provocou o
habitual “frisson” jornalístico, o habitual campo para os treinadores falhados
e uns quantos jornalistas aspirantes a treinadores de bancada dissertarem
com intuito especulativo e como tal, não pedagógico, não formativo.
Antes de mais a eliminação era praticamente inevitável, a partir do momento que
se conjugaram duas variáveis determinantes: empobrecimento qualitativo do plantel e sorteio de um grupo difícil
em que o Benfica, apesar de sair do pote 1 em termos futebolísticos, era
contudo a equipa com menor orçamento.
O texto Champions 1 – Benfica 0,
que escrevi em 18 de Setembro após a derrota com o Zénit, tem lá este parágrafo:
“E
assim, com este amadorismo da Direcção, abordamos pela enésima vez a exigente
Champions, com vários jogadores sem rotinas. Os erros pagam-se caro e pior,
influenciam o jogo seguinte.”
A derrota caseira com o Zenit marcou e condicionou toda a
prestação da equipa no resto da prova. Fomos ao jogo 2 com a necessidade
imperiosa de pontuar, e se possível ganhar, mas encontramos mais um adversário
forte que nos derrotou por 3-1, ajudado por duas decisões do árbitro. Como os
erros de arbitragem são campo exclusivo do SCP, já quem nem o Sr.º Vieira nem
mais ninguém da Direcção ou da SAD querem falar disso, partimos para o jogo 3
com a necessidade de pontuar ainda mais reforçada.
Numa prova de campeonato, os resultados de uma jornada reflectem-se na
jornada seguinte.
Pela positiva, ou pela negativa. Começando mal com uma derrota caseira, numa
prova onde está o top da qualidade futebolística, é de muita ingenuidade pensar que o pior orçamento poderia solucionar com
sucesso os problemas competitivos colocados pelas equipas com maior orçamento,
com melhores jogadores, com melhores organizações de jogo resultantes do
binómio modelo táctico/executantes. Há sempre uma probabilidade de isso ser
conseguido, é um facto, mas é uma probabilidade muito reduzida.
Que a derrota inicial deve ser
determinante, isso é reforçado com o facto de NENHUM jornal ter mencionado quantas equipas conseguiram apurar-se para
a fase seguinte da Champions depois de terem perdido o 1º jogo e em casa! E
quantas se apuraram para a Liga Europa nessas mesmas condições!
Mas em contrapartida publicaram –
erradamente – que o Benfica foi o 1º cabeça de série a ser eliminado na fase de
grupos. Esta época? Sim, mas tal como foi colocada a notícia, sugere outras
interpretações. E assim tenho de lembrar o
Manchester United, do pote 1, que ficou de fora de todas as provas europeias,
quando calhou no nosso grupo, na época 2005/06! Esse Benfica saído do pote
4, ficou em 2º lugar, o Villareal que veio do pote 2 ficou em 1º lugar, e o
Lille que vinha do pote 3 ficou em 3º lugar.
O Benfica saiu das provas
europeias e estamos a sentir na pele o
que o FCP já sentiu na época 2005/06 (num grupo acessível com Inter, Celtic
e Artmedia). Julgo que o SCP já sentiu isso também na Champions (na Liga
Europa, foi há dois anos), embora a memória não tenha guardado. O que guardei é
que o SCP apenas por uma vez, na
Champions, chegou aos oitavos de final, e foi pulverizado com 12-1 pelo Bayern!
A eliminação já é um facto e nada
se pode fazer. Com esta Direcção de
amadores e oportunistas, só podemos esperar que os jogadores multipliquem o seu
talento por 5 e esperar que os outros façam pior. O que não foi o caso.
Para o ano há mais do mesmo, mas há mais...
Contudo vejo nesta eliminação uma oportunidade para gerirmos melhor o esforço
da equipa, pois caso seguíssemos para a Liga Europa, ir-nos-ia ser exigido
que chegássemos novamente à Final, ou seja, que nos fosse exigido que
fizéssemos mais 9 jogos. Mesmo que este plantel não desse para tanto (e daí,
com a futura inscrição de Jonas e os regressos de Fejsa, ficaríamos mais
fortes), iria ser desgastante cada eliminatória que fizéssemos. Assim vamos ver
o que fazem FCP (não deve passar dos oitavos de final) e SCP (que ainda pode
cair na Liga Europa) enquanto nós vamos preparar melhor o campeonato. Com menos
desgaste físico e mental, porque o plantel é fraco e muito curto.
E em Janeiro perspectiva-se que
ainda vai ficar mais curto com a venda de Enzo, que não saiu na época passada,
porque Vieira percebeu que estava a perder o apoio dos apaniguados da Direcção
e círculos mais próximos. E ele, e quem está por trás, sabe que precisa desses
apaniguados para colocar na comunicação social, a tecer loas ao seu trabalho...