Portugal, 14
de Fevereiro de 2014
Se dúvidas
houvessem de como a arbitragem decide
jogos e títulos, o jogo de ontem entre o Rio Ave e o Braga para a Taça que
ninguém ligava, é (apenas) mais um exemplo. Como consequência, o presidente do
Braga, Salvador, protestou e fê-lo de forma pouco edificante: roubaram-nos uma
final, disse.
Há coisas
simples no futebol que talvez por serem muito simples, passam despercebidas aos
amantes das “tácticas depois do jogo acabar”. E uma delas é que um jogo de futebol tem 3 componentes, sendo
elas duas equipas de futebol e uma equipa de arbitragem. As equipas
procuram meter golo na baliza do adversário, enquanto a equipa de arbitragem
deve cuidar que ambas o façam de forma correcta e de acordo com as leis do
jogo.
Ora o que se verifica
por cá é que por vezes a equipa de
arbitragem também joga. Não aplica as leis de jogo de forma imparcial, mas fá-lo de forma tendenciosa e incorrecta,
alterando as probabilidades de êxito de uma equipa em relação à outra. Como
o faz? Enquanto os tais analistas das “tácticas depois do jogo”, imaginam que
os árbitros só interferem quando pegam na bola e a metem eles próprios na
baliza que estão a atacar, há outros adeptos mais simples (ou simplórios) que
percebem que quando o árbitro marca uma
falta que não é, está a tirar a bola a uma equipa e a dá-la a outra, invertendo
o sentido da jogada. Quando o árbitro valida uma situação de fora de jogo,
está a ajudar o atacante a fazer golo. Quando o árbitro não marca um penalty
claro a favor de uma equipa, está a funcionar como o melhor defesa da equipa
que quer proteger. Quando o árbitro penaliza com cartão amarelo um jogador,
está a inibi-lo de continuar a jogar nos limites. Quando mostra a um jogador de
uma equipa, e não mostra a um jogador de outra equipa que fez falta igual, está
a funcionar como motivador do jogo de uns relativamente a outros.
Etc, etc.,
que o cardápio de truques é extenso e
variado.
Acontece que
o Benfica, por força de ser um concorrente do FCP e o FCP por se preocupar com
estas matérias, é das equipas mais massacradas com estas “habilidades” de parte
significativa dos árbitros, em particular de alguns mais “experientes”.
Olegário Benquerença (o do Rio Ave – Braga) é um deles, tal como Pedro Proença,
Jorge Sousa e Carlos Xistra. Num patamar inferior vem outros como Soares Dias,
Rui Costa, Hugo Miguel, Bruno Esteves, etc.
Ora o que
temos assistido ao longo dos anos do actual “projecto” de Benfica da
credibilidade e dos empréstimos bancários, é que são vários os exemplos de
jogos como os que ontem o Braga protestou, sem que da parte do Benfica exista
qualquer tipo de reacção equivalente. Sim, equivalente. Eu não gostaria de ver
o presidente do meu Clube falar de “roubos”, mas gostaria de o ver defender a equipa quando isso acontece.
Se o Braga se
queixa de uma final que lhes foi “roubada”, eu gostaria de ouvir o presidente do Benfica falar da Taça de Portugal
que nos impediram de ganhar (sem falar do campeonato). Com dois cartões
amarelos na 1ª parte para os “motores” do Benfica, Enzo e Matic, quando se viram
3/4 situações iguais de jogadores do Guimarães passarem sem sanção, com 1 golo
do empate um corpo em fora de jogo não assinalado, etc., nem foi preciso
recorrer aos sempre “polémicos” penaltys para ajudar o Guimarães a ganhar uma
Taça injustamente e mais uma vez à nossa
custa.
Se bem se
recordam, nesse jogo, ao contrário do último jogo com o SCP ou contra o FCP, o presidente do Benfica refugiou-se lá
longe e por pouca mera coincidência, não se cruzou com nenhum dos solícitos jornalistas que o encontram com facilidade, quando
ganhamos. Logo, ficamos sem saber o que ele pensava do jogo acabado de
perder, ao contrário do que vimos com Salvador. As sucessivas imagens de
fraquezas do Presidente do Benfica, são um ónus sobre a equipa de futebol que
assim fica mais sujeita à acção destruidora dos apitos.
Não estou a
exagerar nas relações de causa - efeito que acabo de fazer. É que o mesmo árbitro, talvez pelo bom desempenho
na final da Taça, acabou por ser nomeado para o 1º jogo do Benfica no presente
campeonato, e “surpresa” (?) perdemos
outra vez e pelo mesmo resultado: 2-1. A única derrota até ao momento...
Benquerença e
a “troupe” de árbitros que mencionei, são a prova evidente que o problema da
arbitragem não é a “profissionalização”. Ao contrário do que tantos e tantos
teóricos vaticinaram, a
profissionalização é uma luta perdida pela credibilização da arbitragem.
Porque, e parece-me fácil de apontar onde está a génese do problema, não é na
profissionalização mas sim em quem nomeia, avalia e promove os árbitros. Ou
melhor, quem nomeia, avalia e promove os
erros dos árbitros.
De facto a
gestão da arbitragem é o problema. Quando Lucílio Batista assinalou mal 1
penalty a favor do Benfica, que nos permitiu empatar e acabar por ganhar a Taça
da Liga ao SCP, o barulho do SCP levou Vítor Pereira a colocar LB na jarra durante 6 (!) semanas. Mas quando Cosme
Machado tirou 4 penaltys ao Benfica no 1º jogo da época em que defendemos o
titulo, contra a Académica, o castigo foi de apenas 1 semana, porque na 2ª semana já teve direito a um jogo da
Liga de Honra. Suprema prova de
confiança para um, e de censura para outro. E claro está: sinal claro de quais
os erros que podem acontecer.
Concluo com
um exemplo que ilustra a hipocrisia da
Direcção do Benfica nesta matéria. Na época passada, outra vez com a
Académica mas em Coimbra, Carlos Xistra assinalou 2 penaltys fantasmas contra
nós. “Revolta” na Direcção que tornou pública uma decisão: ir até à FIFA se
necessário. Passado mais de 1 ano, qual foi a FIFA que o Sr.º Vieira mandou a
queixa? Ah, pois é. Eu é que ando distraído?
(Título
CM) Encarnados querem caso Xistra na FIFA CM 26-09-2012
O Benfica está na disposição de enviar uma
exposição à FIFA, denunciando aquilo que entende ser uma perseguição do árbitro
Carlos Xistra à equipa de futebol.
Segundo apurou o CM, as águias vão
alegar que o juiz de Castelo Branco não reúne condições para integrar a
primeira categoria da arbitragem portuguesa.
Na
queixa, estará incluído um compacto de imagens de vídeo, que testemunham erros cometidos por Xistra
contra o Benfica nas últimas épocas.
O
CM sabe também que o clube da Luz só avançará para a FIFA se perceber que a FPF
nada vai fazer em relação ao juiz de 38 anos.
O
primeiro choque entre o Benfica e Xistra ocorreu na época 2006/07, na Luz. As
águias venceram o Estrela da Amadora por 3-1, mas o craque da equipa, Fabrizio
Miccoli, foi expulso aos 82’, num lance que a crítica considerou injusto. O
Benfica deslocava-se na semana seguinte ao Dragão e viu na atitude do árbitro alguma
premeditação, que favorecia o FC Porto.
Seguiu-se
nova polémica num V. Guimarães-Benfica, em 2008/09 (1-2). Xistra expulsou Reyes
(30’), mostrando-lhe dois amarelos no espaço de dois minutos, gerando grande
contestação nos encarnados. Em Março de 2011, voltou a estar no centro da ira
das águias, no Minho, diante do Sp. Braga (1-2, para a Liga), ao expulsar Javi
García, aos 46’, num lance em que os encarnados consideram que Alan fez teatro.