terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Feliz Natal
A todos os meus amigos e leitores, benfiquistas ou não benfiquistas, desejo um Santo Natal com muita paz e harmonia.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
5
Portugal, 19
de Dezembro de 2013
Um pouco
atrasado, mas com os temas ainda relativamente actuais, hoje escrevo sobre os 5
golos marcados no Olhanense – Benfica e nos 5 golos que despediram o
Villas-Boas (AVB) do comando técnico do Tottenham.
Começando com
o AVB, o tal treinador que à frente do FCP ganhou todas as provas que podia
ganhar na época 2010/2011, que uns tantos referenciaram como uma boa descoberta
de Pinto da Costa, e outros tantos
defenderam que era uma boa solução para o Benfica. Afinal quem teve razão
foi a minoria silenciosa, na qual tenho o prazer de me incluir, que apostava no falhanço de AVB fora do
“sistema” que comanda o “futebolês portoguês”: arbitragem e comunicação
social, trabalhando em perfeita harmonia na valorização do embuste, da batota e
do consequente prejuízo financeiro das SAD’s.
Este
“sistema” ordena as classificações e por mais que uns histéricos peçam, todos
os anos, a demissão do treinador (e viu-se o que ganhamos nos primeiros 8 anos
de mandato de Vilarinho/Vieira), é um “sistema” que por força das
probabilidades e dos interesses económicos em jogo, só perde 1 campeonato em 5
ou 6, não por exclusivo mérito do treinador ganhador, mas porque a pressão da
arbitragem abranda o suficiente para que esse treinador ganhe mais vezes.
Quem não se lembra de Jorge Sousa marcar o penalty que deu a vitória do
Benfica, em Leiria no último título, num lance que nunca mais marcou, nestes
últimos anos?
Portanto o AVB no Benfica teria o mesmo destino que
todos os outros tiveram, mas que hoje fora deste “sistema” viciado, até têm
tido percursos interessantes: Fernando Santos no PAOK e Selecção Grega, Ronald
Koeman no PSV, Valência e agora Feeynord. Já para não falar do “polémico”
Quique, que à frente do Atlético salvou-o da descida de divisão ,e na época seguinte
ajudou-os a ganhar a Liga Europa e Supertaça Europeia.
Já os
ex-treinadores ganhadores do FCP, os
tais que fazem suspirar uma franja apreciável de adeptos do Benfica, em
particular os que gostam de escrever, pelo contrário fazem muito pouca coisa digna de registo. Jesualdo, tri campeão no
FCP, já depois de ser despedido do Málaga conseguiu a proeza de, em 2 épocas no
Panathinaikos, ficar fora da Champions duas vezes (eliminado no play-off) e 1
vez fora da Liga Europa (eliminado no play off). AVB vai em dois despedimentos
em três épocas apenas, com plantéis de luxo. No Chelsea foi o seu despedimento
que permitiu ao italiano ser campeão europeu, o grande sonho que Abramovitch
não conseguiu com o “special one” nem com o “cadeira de sonho”.
Ora perante a
evidência da menor qualidade de AVB relativamente ao que lhe tinham atribuído
(eles, os do “sistema”), a comunicação
social portuguesa, a tal do “sistema”, tudo tem feito para limpar a sua imagem.
As notícias sucedem-se em catadupa. Achei piada a uma que diz que ele não subscreveu 4 das 7 grandes contratações
desta época, como se isso justificasse a sua inabilidade para ganhar, fora das
boas arbitragens e desta comunicação social viciada. É que dos 3 que ele avalizou, Soldado foi o mais caro – 30 milhões – e não
marca golos! Para além disso, “encostou” Germaine Defoe, o melhor marcador
da equipa na Liga Europa, e o Adebayor, ficando assim sem uma referência na
grande área (idem nosso problema sem Cardozo, mas porque ele está lesionado),
não renovou ou despediu algumas referências do Tottenham e ao cabo destes 3
meses, a equipa joga pior de jogo para jogo. As humilhações frente ao City,
6-0, já depois de ter sido goleado em casa pelo West Ham por 3-0 (com o seu
único avançado no banco, Soldado).
Claro que
nada disto é dito porque interessa
manter a áurea de que o FCP ganha bem ganho os seus títulos nacionais, e
que o problema é do patrão do Tottenham. E já agora do russo do Chelsea embora na
altura ninguém se tivesse lembrado de dizer que o AVB tinha discordado de
algumas contratações.
Bom, no nosso
jogo de Olhão houve 5 golos, tendo ficado bem evidente as lacunas defensivas
que o 4-4-2 provoca, mas que infelizmente – e mais uma vez – os tais “entendidos”,
carregaram para cima do Artur Moraes.
No 1º golo,
Cortez, ah não, Sílvio (português e da formação), perdeu uma bola em zona
proibida, transição rápida e golo.
Poucos jogadores em posição defensiva porque a maior parte estava a sair para o
ataque, em posição ofensiva portanto, quando se perdeu a bola. No 2º golo, mais
uma bola perdida a meio campo, rápida transição,
poucos jogadores em posição ofensiva, ninguém faz pressão porque não está
ninguém por ali, o adversário arrisca e tem sorte, com a bola a bater à frente
de Artur Moraes e a ganhar altura. Claro que para o RECORD, o Artur podia fazer
mais. Já era assim com o Roberto. Para SCP (ou Académica frente ao Benfica)
seria “a bola bateu à frente e o guarda-redes
nada podia fazer”.
Marcamos 3
golos, e não pelo mérito do modelo táctico,
mas sim de circunstâncias do jogo. Lima em fora de jogo, marcou de cabeça –
o que é raro, Matic e Suleijamn marcaram dois golos de inspiração individual.
Qual a contribuição do 4-4-2? Só se
fosse no congestionamento de jogadores nas imediações da baliza, como
aconteceu frente ao Arouca.
Deve ser
sublinhado que há 1 penalty claríssimo sobre Gaitan aos 21 mn, que o árbitro do
Porto não assinalou, enquanto no jogo do SCP outro árbitro do Porto assinalou 1
penalty por falta fora do campo. Não dá que pensar, é assim mesmo: o SCP faz mais pontos que o Benfica, com
árbitros do Porto. A explicação existe, mas anda tudo entretido a tentar
despedir o treinador do Benfica, que nem vale a pena teorizar sobre isso...
sábado, 14 de dezembro de 2013
BCC - Baboseiras, Confusões e Conclusões
Portugal, 14
de Dezembro de 2013
Na última
jornada das fases de grupos quer da Champions, quer da Liga Europa, apenas o Benfica conseguiu ganhar. Quem
é que a comunicação social procura atingir portanto? Exacto: o único treinador vencedor.
Do Benfica!
Na época
passada muito se falou na “blogolândia” do penoso final desportivo, somando
derrotas em todas as finais. Duas destas derrotas, nas provas nacionais, em vez
de porem essas mesmas pessoas a debater porque
é que os árbitros erram sempre para o mesmo lado e o presidente do Benfica
continua a assobiar para o lado, não! Em vez disso, vi e li muita gente
defender que o Benfica deveria contratar ou Paulo Fonseca (ex-Paços de
Ferreira), ou Rui Vitória (Guimarães) ou Marco Silva (Estoril). Treinadores com boa imagem na comunicação
social...
Feitas as
contas finais, o Estoril ficou em último lugar (atrás de Friburgo e Slovan
Liberec), FCP ficou em 3º lugar com os mesmos pontos do último, Áustria de
Viena (32ª equipa do ranquing das 32 que participaram na fase de grupos), e
Guimarães ficou em 3º lugar, 1 ponto acima do último, o Rijeka. Claro está, que
os “crânios” que defenderam estes
treinadores como putativos e qualificados candidatos a substituir o “casmurro”
e “incompetente” Jesus, agora serão bem capazes de defender que o falhanço
se deveu à “falta de experiência” nas provas da UEFA. Mas se qualquer um deles, por hipótese académica, treinasse o actual Benfica, isso já não aconteceria... a experiência iria aparecer por artes
mágicas ou pela leitura das opiniões de alguns artistas da caneta e do
teclado que são lançados pelos poderes do futebol, como “analistas”...
Essa minoria
ruidosa que escreve e barafusta, tem de ser colocada no seu lugar pela maioria
silenciosa que paga, apoia e não desestabiliza. Ter opiniões é normal. Saber utilizá-las é uma virtude.
Se o
treinador do Benfica com 10 pontos arrasou a concorrência (fizeram 5, 4 e 3),
cada uma no seu patamar competitivo, não é isso que vemos estampado nos
jornais, rádios e televisões. Em particular no RECORD
que tem como director o benfiquista Querido Manha. Já li peças pseudo noticiosas que colocam Jesus como “principal
responsável pelo adeus à Champions”, que “Jesus é pouco eficaz” (4 títulos em
mais de 4 épocas) e até conseguiram por o despedido do Tondela, Vítor Paneira,
a falar em
aspectos tácticos. Fantástico. A encenação não podia ser mais grosseira.
De facto não
me lembro que (na altura com um director do Belenenses) o RECORD tivesse feito o mesmo tipo de análise ao Paulo Bento e suas 4 épocas
à frente do SCP da “formação” e dos jogadores portugueses. Se não me falha a
memória, Bento ganhou os mesmos 4 títulos/troféus de Jesus (2 Supertaças e 2
Taças), esteve também 4 vezes na fase de grupos da Champions League, apenas por
1 vez – tal como Jesus - passou aos oitavos de final onde alcançou um recorde
que vai perdurar por muitos anos, 12-1 no acumulado da eliminatória com o
Bayern (a seguir eliminado nos quartos de final).
Ah, claro,
bolas estava a ser incorrecto. O SCP não tinha plantel para mais... essa história
da “formação” e dos portugueses é só para chatear os tipos do Benfica que não
percebendo “pevide” de futebol e tendo uma memória bem curta, defendem que o
Benfica deve aproximar-se do modelo do SCP. Talvez para repetir façanhas iguais, com o Celta de Vigo, onde
alinharam 5 portugueses, 2 da formação (Maniche e Paulo Madeira).
A minha filha
quando era pequena e íamos ao restaurante, na altura de pedir a sobremesa
perguntava como é que as pessoas tiravam a “baba ao camelo”. Isto de falar de futebol tem muito que se lhe diga, e o 2+2 = 4 que estes crânios
defendem, está longe de ser uma certeza...
Mas então,
porque falhamos o apuramento, sem voltar a apontar para Roberto ou Saviola (em
6 jornadas, entre 32 colegas, acho que é obra)? Podemos falar de várias hipóteses, com a ordem de importância que cada
um lhe quiser dar: 1) choveu a cântaros no jogo com os gregos, e isso
favorece quem defende, 2) jogamos com 2 pontas de lança porque Jesus é fiel ao
esquema táctico tradicional do Benfica quando joga em casa com equipas do nosso
campeonato, 3) Matic perdeu uma bola da qual resultou o único golo dos gregos,
muito por culpa do esquema de jogo tradicional do Benfica, 4) Sálvio lesionado,
não tem substituto à altura, porque Bruno César foi vendido à pressa e Markovic
como já se viu, gosta de jogar pelo meio e não nas alas.
Admito que exista
alguma frustração por termos ficado de fora, mesmo com 10 pontos. Mas a
explicação para essa frustração, reside na confiança que esses mesmos adeptos
fazem no Presidente e suas “teorias”: “O
presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira , contrariou esta terça-feira o
objetivo de Jorge Jesus para esta temporada. O líder encarnado garantiu que o
Benfica está preparado para vencer todas as provas e que, ao contrário do que o
treinador disse, o campeonato não é o único objetivo” – RECORD online,
24 de Setembro de 2013.
Concordo que
anda alguém a mais no Benfica. Mas não é
o treinador!
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
BCC - Benfica, Champions, Culpa
Portugal, 12
de Dezembro de 2013
É sempre
penoso para mim, ir à Internet ler notícias sobre futebol, quando o Benfica
perde, empata ou falha um objectivo. Seja nos onlines dos grandes diários
desportivos, seja na blogolândia, a esmagadora maioria dos comentários
deixam-me pensativo sobre o que é afinal
a propalada cultura benfiquista.
Se os
comentários dos anónimos são regra geral eivados de ordinarice intelectual, os comentários
dos ditos notáveis não se ficam atrás, quando pelo contrário, deveriam ser exemplo
de grandeza e altivez que dizem caracterizar a nossa cultura. Dizem, porque a realidade é bem diferente.
Como exemplo
pego nas palavras de Gaspar Ramos (como ex-dirigente foi um fiasco, nacional e
internacional, na sua última passagem pelo Clube, em 1994/97), que andou vários
anos “hibernado” (em particular quando Vale e Azevedo andava a pagar as
despesas que ele e sua comandita tinham deixado), mas é hoje um “habituée” dos
midia, ou não fosse ele um assumido crítico do treinador do Benfica). Disse então
que “o Benfica está ao nível do PSG e é
superior ao Olympiakos” para não ter
de ficar grato à equipa, e ao treinador, pela vitória sobre o PSG. Este
tipo de afirmações revelam bem a
mesquinhez que grassa entre comentaristas ditos notáveis, gente que devia
marcar uma posição construtiva da cultura benfiquista, mas que pelo contrário,
mostram ser demasiado tacanhos. Ou demasiado tacanhos para o meu benfiquismo.
A serem
sinceras estas palavras ficamos a saber que segundo Gaspar Ramos, o Cardozo
compete com Ibrahimovic, que o Lima compete com o Cavanni, que o Gaitan não
fica nada a dever ao Lavezzi, que o Pastore e Rodrigo são quase a mesma coisa,
etc. E que quando precisarmos de contratar um jogador de 62 milhões, como
Cavanni, venha ele que nós pagamos. Se isto não fosse ridículo, teria de nos
por a pensar sobre o que é que esta gente é capaz de inventar, apenas para
defender os seus pontos de vista. Sim, porque Gaspar Ramos disse há tempos
atrás que “Jesus tem as suas ideias de futebol, mas eu também tenho as minhas”.
Com 10
pontos, a 3ª maior percentagem de pontos que o Benfica consegue nas fases de
grupos da Champions League desde a época 94/95 ou seja, há quase 19 anos, ficamos
de fora dos oitavos de final. Como já não têm o Emerson para deitar as “culpas”
(ajudou a fazer-nos 12 pontos e a passar aos oitavos), então deitam as culpas
para o treinador. Esta malta é assim...
A culpa é um
conceito que está associado à Religião e à nossa génese como Estado soberano. Expiar a culpa é algo que alguns ainda hoje
não se conseguem livrar, projectando violência não através da labareda de uma
fogueira inquisitória, mas através da violência e vulgaridade verbal.
É este um
sinal, uma característica da cultura benfiquista? Possivelmente sim, pelo menos
daquela que nos chega através dos meios de comunicação social lisboetas. Porque
os do FCP falam de roubos de arbitragem e da sua “guerra” de estimação contra
Lisboa. Algo que ao resto do país não interessa pevide...
Na
actualidade, a culpa é algo que pode ser
visto como uma consequência ao desvio da “norma”, sendo a “norma” os
princípios, as regras, os requisitos básicos que qualquer agente desportivo
deve seguir, seja ele treinador, seja ele jogador. Então, a culpa do
Benfica ter ficado de fora dos oitavos de final, foi do treinador Jorge Jesus,
porque a “norma” é definida por essa
gente com larga experiência e muitos resultados na área do futebol: os
comentaristas e os jornalistas!
Tenho contudo
opinião diferente. Não só porque como qualquer pessoa educada, percebo que fazer
10 pontos não é para qualquer treinador (para o treinador do FCP – putativo
substituto de JJ na época passada - num grupo ridículo, não foi), e porque
percebo que é fácil falar como poderiam
ser feitos os outros 8 pontos, ou vá lá, mais 1 ponto pelo menos, do que
propriamente reconhecer o mérito de quem fez esses 10 pontos, a tal 3ª
melhor marca dos últimos 19 anos.
Dado que o
Benfica perdeu o lugar para o Olympiakos, com 1 derrota em Atenas e 1 empate em
Lisboa, objectivamente temos de apontar para Roberto na Grécia (foi 2 vezes o
guarda redes da jornada, em 6 jornadas da Champions, entre 32 equipas) e para
Saviola na última jornada frente aos belgas. Roberto foi despachado (ainda por
cima com contornos estranhos) porque a pressão da comunicação social e de
alguns adeptos era insuportável, ou seja, Roberto foi despachado num acto de
gestão populista e demagógica. Saviola foi despachado quando Vieira decidiu
contratar Lima em Agosto de 2012, para poder pagar 5 milhões ao amigo Salvador,
quando se sabe que logo a seguir em Janeiro, Lima podia ver de graça.
O treinador
foi sincero no que disse: Roberto é um
grande guarda-redes e que tem saudades de Saviola. Ficou mais ou menos
claro, em meias palavras, que não foi por ele que saíram da equipa. E ficou
muito claro que sem eles, os gregos dificilmente teriam passado à nossa frente.
Mas tal como
com Emerson, os tais da “norma” não percebiam porque razão JJ insistia tanto
com Roberto. Os tais da “norma” que também aplaudiram a contratação de Lima,
porque Saviola teve uma “época apagada”. Alguém
sabe quantas vezes foi titular e quantos golos marcou Lima de bola corrida
nestas duas últimas épocas da Champions? Proximamente eu digo...
E porque o
Benfica para esta gente é um mundo à partelembro que o FCP do Paulo Fonseca foi
eliminado com 5 pontos e que, pasme-se, aos
5 mn do último jogo, Josué levou um cartão amarelo. É só comparar com o que
se passa cá (no Benfica – Arouca por exemplo) e perceber porque falham os
treinadores no Benfica (uns mais do que outros).
domingo, 8 de dezembro de 2013
Preconceito e táctica l(ar)ouca...
Portugal, 8
de Dezembro de 2013
Não terá sido
seguramente por mera coincidência que a equipa que nos voltou a tirar pontos em
nossa casa, tal como a que o conseguira na última vez, é uma equipa do fundo da
tabela classificativa. Primeiro o Belenenses, agora o Arouca.
“Desapontamento”
é uma palavra que não traduz com rigor o que senti, logo após ter terminado
esse jogo. Talvez “lixado” com “f” estivesse melhor... De facto há coisas que não se entendem no Benfica, e
não é de agora, desta época, deste treinador. Deu um trabalho enorme
adquirir as rotinas positivas de jogo e consequentes vitórias, e quando
alcançamos o 1º lugar, parece não estarmos muito à vontade e deitamos tudo a
perder na primeira oportunidade...
Vejamos.
Durante a semana, após a magnífica vitória em Vila do Conde ,
alguns entendidos viram nos golos de Lima (2) e Rodrigo, a ressurgimento do
“génio” destes jogadores. Seguiu-se o
habitual exagero mediático (o Benfica vende, não é?), falou-se de “brasucas
do golo” nas 1ªs páginas dos jornais, escreveram-se opiniões sobre a fantástica
dupla de jogadores e pronto, o Rodrigo até confessou que gosta muito de jogar
ao lado de Lima, ficando por saber se também gosta de jogar ao lado de Cardozo.
Ou se essa sua preferência pode indicar que não gosta de jogar ao lado de
Cardozo, o que na minha opinião seria mau.
Também não
faltou a desastrada contribuição da SAD com a notícia encomendada de que “estavam a preparar Funes Mori para
substituir Cardozo”. Não sei o que é que têm contra Cardozo, pois com 30/31
anos, ainda tem muito para dar ao Benfica. A não ser que eles não queiram e
prefiram os velozes Lima e Rodrigo, ou a incógnita Funes Mori, mais uma das contratações
de Vieira.
Ou seja,
andaram uma semana a promover Lima e Rodrigo, incentivando-os a marcarem mais
golos de modo a que outras opções da SAD pudessem ser promovidas (Funes Mori), mas não consideraram que jogar em Vila do Conde em
4-3-3 é bem diferente do que jogar em 4-4-2 na Luz, mesmo com um dos
últimos. A inteligência da SAD e seus assessores de futebol “impressiona”...
É importante
sublinhar que não estou a criticar qualquer jogador do Benfica, simplesmente
julgo que Lima e Rodrigo são jogadores
para o 4-3-3, um modelo com um ponta
de lança que deixa encaixar o adversário, que deixa o adversário jogar no
nosso meio campo, e assim permite linhas
de passe amplas e nítidas como as que deram a vitória em Vila do Conde. Querer fazer de Lima e Rodrigo, goleadores em ataque
continuado e massivo, como costuma originar o habitual 4-4-2 em losango, é
um erro tremendo e custa pontos importantes, como se viu com o Arouca.
Isto é. Ou
jogamos com Lima ou Rodrigo ao lado de um bom jogador posicional, como é
Cardozo, se quisermos jogar em 4-4-2,
para aliarmos o benefício das linhas de passe que Cardozo origina, pela
marcação que lhe é feita, com a velocidade do segundo ponta de lança. Ou
quando Cardozo não está, por lesão ou impedimento, o melhor é optar pelo sistema 4-2-3-1 já ensaiado em jogos de maior
coeficiente de dificuldade.
Aqui é que a
coisa se complica, porque nem a
comunicação social nem os adeptos iriam entender bem que jogássemos contra o
Arouca (ou equipas de autocarro), com apenas um avançado! Porque no Benfica
isso não é natural. Mas é natural ver o SCP golear o Arouca só com um ponta de
lança! Ou o FCP que joga sempre com um único ponta de lança, nas mais variadas
combinações do 4-3-3. Para eles já pode ser...
A constatação
que estou aqui a registar, baseia-se também na vitória contra a Académica, na
época passada, também com Pedro Emanuel do outro lado e também sem Cardozo, mas
com Lima e Rodrigo, em
que o Benfica dominou e apenas marcou 1 golo de penalty aos
92 mn. Nada acontece por acaso no futebol. Pedro
Emanuel estrutura as suas equipas da mesma forma, sempre que vai jogar a casa
do Benfica. Ponto! E nós cometemos
sempre os mesmos erros tácticos quando jogamos contra autocarros. Ponto!
Perguntava um
amigo meu, “mas se eles se encaixam lá atrás, o que é que podemos fazer?” Uma
boa pergunta. Será que são eles que se
encaixam lá atrás, ou será que somos nós que os empurramos lá para trás? Aí
recordei-me de uma derrota do Benfica na 2ª passagem de Camacho, contra o Belenenses de Jesus! Jogamos
só com um ponta de lança (Cardozo) e aos 60 mn com 0-0, já nos tinham
invalidado um golo por fora de jogo que, para
variar, a Sporttv não mostrou bem. Camacho (à boa maneira benfiquista)
entendeu mexer na equipa e meteu um 2º avançado, Nuno Gomes , preterindo Maxi
Pereira, na altura a jogar a médio. Bastaram 6 mn para o Belém marcar o golo, porque
nos apanhou em contra pé, com a nossa
linha defensiva coincidente com o
meio campo!
Ora se antes
isso não tinha ocorrido antes no jogo, porque
aconteceu depois da entrada do 2º avançado? A explicação parece-me pois
encontrada. Mais um avançado, mais proximidade do meio campo com os avançados,
mais proximidade dos defesas com o
meio campo, sobem-se as linhas, e
encosta-se o adversário no seu ultimo terço do campo.
Também
podíamos falar do árbitro que marcou 1 penalty a favor do Benfica, quando podia
fazer como os outros e não marcar, apesar de existir. É que a jogada do 1º golo
do Arouca nasce de um contra ataque em que o médio que lançou o Pintassilgo, ajeitou abola com o braço, e o árbitro “não” viu.
Depois o Fejsa fez a falta de onde sai o golo, com uma barreira mal posicionada,
e pronto, está explicado porque razão o
FCP (e também o SCP) não sofre certo tipo de golos. Porque a jogada seria
interrompida pela falta devida ao corte com o braço.
sábado, 30 de novembro de 2013
Chocolate belga
Portugal, 30
de Novembro de 2013
O tempo passa
depressa e os afazeres profissionais impediram-me de escrever umas linhas a
propósito da fantástica primeira vitória em casa do Anderlecht, nosso carrasco
na única final da Taça UEFA que disputamos ao longo de todo o nosso historial.
Para os “canucos” que na década de 80 ainda
brincavam ao pião e ao berlinde, é natural que esta vitória seja sentida como
apenas mais uma. Para os que como eu, nessa década já tinham plena
consciência desportiva, é uma vitória especial, 30 e tal anos atrasada, mas que
ainda veio a tempo para quem não esqueceu a derrota nessa Taça UEFA de 1982.
Na altura, primeira
metade da década de 80, o Anderlecht era uma equipa de grande dimensão
europeia, ligeiramente atrás de Real Madrid, Bayern, AC Milan, Liverpool (na
época a melhor equipa inglesa) e Juventus. Mas acima de outras como por exemplo
o Barcelona.
As eliminatórias
com equipas portuguesas tinham o FCP como maior vítima, sempre eliminado com
alguma facilidade. Numa das visitas à Bélgica foram goleados por 4-0. O Benfica
apenas teve um cruzamento nessa fatídica final a duas mãos em 1982, em que
Diamantino falhou um golo de baliza aberta, na Bélgica (derrota por 1-0), e
depois cá, Lozano (depois contratado pelo Real Madrid) empatou o jogo (o golo de
Shéu empatara a final), obrigando o Benfica a ter de marcar mais dois golos
para vencer a Taça. O que não sucedeu.
Essa derrota
foi difícil de encaixar (mais do que a recente derrota com o Chelsea), porque
tínhamos feito um excelente percurso até à final, sem derrotas, com Filipovic
como maior goleador da prova, e porque eu achava que o Benfica era melhor e
merecia ganhar. Adiante.
Infelizmente
hoje, e ao contrário de há 30 anos atrás, o
grau de exigência dos adeptos é maior, a cultura futebolística está desvirtuada
por acenos de perfeição ao virar da esquina, vindos da bancada dos jornalistas
(alguns pançudos), analistas e outros auto proclamados entendidos de futebol,
que mais não são do que peões de influência, num jogo que é de outros. De
quem lhes paga e quer que as coisa sejam assim.
Fiquei pois
algo perplexo por umas quantas criticas que li e ouvi ao jogo do Benfica, assim
como com os 56% de votos no CM de adeptos que não gostaram da exibição do
Benfica. Mas no CM temos de compreender, porque o público leitor é de tendência
sportinguista e não gostam nada destas vitórias do Benfica.
Já na Benfica
TV captei uma parte do debate em que estavam Calado, Mantorras, Rogério Matias,
Pedro Ferreira e o Hélder Conduto como condutor do programa. A dado passo,
Calado exprimiu uns quantos comentários à forma de jogar do Benfica, em
particular após termos conseguido dar a volta ao resultado, sendo que segundo
ele, “o Benfica não controlou bem o jogo
depois disso, não foi coeso a defender a vantagem, não foi organizado a
explorar o contra ataque” etc, etc. No que foi corroborado pelo Matias.
Tenho muita
simpatia pelo Calado. Já o ouvi falar algumas vezes e reconheço-lhe
conhecimento de causa. Fala do que acontece, fala de aspectos técnicos, fala com proactividade na busca do
conhecimento resultante do jogo que foi observado. Contudo desta vez, não
posso estar mais em desacordo com ele. Porque quando se ganha um jogo, não se
comenta como é que se podia ter evitado um golo ou como se podia ter marcado
mais um golo. Isso faz-se quando não se
ganha. Quando se ganha e em particular quando se ganha onde nunca se havia
ganho, não há como reter a importâncias
desse facto e sublinhá-lo, porque, seguramente, nos próximos anos não vai
voltar a acontecer.
Até porque quando
estava a ouvir Calado falar dos “metros
que Enzo tinha que correr sem que tivesse ninguém à sua frente”, dei por mim
a pensar “mas Calado, tu foste titular na derrota por 7-0 em Vigo. O que é que
falhou nessa altura e porque não viste logo isso dentro do campo?”.
Teve de ser o
Hélder Conduto a salvar o tema quando constatou “mas na Grécia o Benfica fez um jogo mais organizado, mais equilibrado,
teve várias situações de golo e perdeu”. Foi o clique necessário para todos
se rirem e constatarem que é bem melhor
jogar mal e ganhar, do que jogar bem e perder. Assim já nos entendemos.
Não penso que
o Anderlecht tenha sido um chocolate doce e fácil de trincar. Longe disso. Ao
contrário do RECORD que salientou a diferença de qualidade e meios das duas
equipas (aspecto que não lhes ocorreu quando perdemos 3-0 com o PSG), o
Anderlcht teve momentos que mostrou ser uma equipa compacta, culta
tácticamente, esperando o erro do Benfica, mas teve pela frente um Benfica de fé, crença, raça e ambição. Pode não
parecer aos simplistas que só gostam de jogar a bola no meio campo do
adversário, mas este Benfica está a jogar muito. E não é o erro táctico aqui
com os gregos que altera isto.
O minuto 90 desta vez não foi destacado, pelos
mesmos que o fazem quando a situação é ao contrário. Mas foram
dois minutos 90: o do nosso golo da vitória, e o do golo da derrota dos gregos
em Paris. Pode ser premonitório...
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
1.10
Portugal, 25
de Novembro de 2013
Numa jornada
em que os 3 primeiros classificados marcaram 1 golo, Benfica e SCP
aproximaram-se do 1º lugar, estando agora a 1 ponto e tudo porque o FCP sofreu
1 golo.
Uma jornada
que decorreu sob o signo do 1, pelo menos para os três clubes “grandes”.
Mudando a
agulha para a análise técnica (permitam-me a presunção), a exibição do Benfica foi marcada pela organização caótica do seu jogo!
Tacticamente a presença de 1 ponta de lança indicaria que iríamos jogar num
equilibrado 4-2-3-1, mas, por causa das
características dos jogadores escolhidos ou por causa das orientações dadas a
esses jogadores, o que é certo que quando tínhamos a posse da bola, a
táctica mais parecia um desequilibrado 4-2-4.
Quando da 1ª
bola que levamos no ferro, podem-se ver 4 defesas do Benfica a tentar
contrariar o contra ataque do Braga mas nenhum
centro campista! Nem Matic que há tempos atrás foi utilizado num estéril
debate se deve jogar a 8, como JJ este ano em alguns jogos o colocou, ou a 6
como a critica, analistas e pseudo entendidos de bancada defendiam, de modo a
resgatar a qualidade exibicional da época passada (não perceberam a importância
de Sálvio nessa outra “máquina”).
Sempre que
tínhamos a bola, via-se muitas vezes Lima descair para o lado esquerdo,
Djuricic cair para o lado direito, o que a somar a Gaitan e Markovic faziam uma linha de 4 avançados, os quais, pela tese
da aproximação de linhas posicionais, “puxavam” os médios e estes “puxavam” os
defesas. Ou seja, devido às características dos jogadores ou das instruções
que tinham, a equipa assumiu uma dinâmica de pressão alta, a tal que estamos
fartos de criticar por não dar em nada. E deste modo, a maior parte da nossa posse de bola foi no meio campo defensivo do
Braga, que por sua vez e de forma natural, se “encostou” atrás, à espera de
um erro do Benfica. Foram as bolas nos postes que noutras situações poderiam
ter dado golo e agora estávamos aqui a “desancar” no Raul José...
Deste jogo
resultou a lição que os nomes não jogam,
se a organização que produzem ou que lhes dizem para produzir, não for uma
organização de jogo adequada, com equilíbrio posicional e distribuição
equitativa ao longo do campo, entre balizas. Todos lá à frente, está provado
que não dá. Todos atrás não vai com o nosso ADN. A solução é o equilíbrio ao longo do terreno de jogo.
Daí a importância de Cardozo na disciplina dessa
organização, porque se trata de um jogador posicional de amplitude de
movimentos relativamente reduzida, que capta a marcação de 1 ou 2 defesas adversários
e dessa forma – por redução dos efectivos da defesa - contribui para que os
nossos “médios ala” tenham o seu espaço de actuação perfeitamente definido. E
como uma equipa é um conjunto, também os “centro campistas” têm o seu domínio
mais bem definido, em posições mais recuadas no terreno de jogo, o que traz a
vantagem de obrigar o adversário a subir um pouco as suas linhas, para
pressionaram o erro do nossos centro campistas.
Dito isto,
sobre a importância de Cardozo no futebol do Benfica (que muitos não percebem),
está-se a ver a minha confiança num bom resultado em casa do Anderlecht se, como tudo indica, Cardozo não jogar...
Por último,
atingiu-se a jornada 10, que faz um terço do campeonato. Analisando a posição
classificativa, verificamos que conseguimos obter 76,7% de pontos, o que não
dando para o primeiro lugar, ainda assim deu
para muitas equipas serem campeãs nacionais antes de Fernando Gomes chegar à
Liga e FPF. Estamos aquém dos 85,6% da fantástica época passada, mas como a
nossa pré temporada apenas começou aos 60 mn do jogo em Alvalade, quando entrou
Cardozo, as minhas expectativas é que a
percentagem de pontos vai subir, embora seja muito difícil alcançar os 85,6%.
Quanto ao
goal-average, e voltando à referência Cardozo, verificamos que até aos 60 mn do
3º jogo do campeonato (em Alvalade), tínhamos 4 golos encaixados. Depois dos 60
mn deste 3º jogo e até ao 10º jogo, apenas
sofremos 3 golos, 1 dos quais, quase 3 metros em fora de jogo (Belenenses).
O que é que um avançado tem que ver com
os processo defensivos de uma equipa? Se calhar tem... é só puxarmos um
pouco pela cabeça que iremos descobrir.
Nos golos
marcados e tomando como referência esses tais 60 mn do 3º jogo, constatamos que
até aí tínhamos 3 golos marcados e depois desse momento, nos restantes 7 jogos
e mais 30 mn, marcamos mais 14 golos. O total vai em 17 golos, atrás do FCP com
20 (com mais 3 penaltys do que nós) e a 7 golos do SCP (também com mais 3
penaltys). No capítulo dos golos marcados, curiosamente a entrada de Cardozo no
se tornou tão rentável como no capítulo dos golos sofridos.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
'Deus' e a Selecção de Jorge Mendes
Portugal, 20
de Novembro de 2013
Confesso que
fui dos que pensou que a Selecção de Jorge Mendes , também conhecida como Selecção
Nacional, iria assistir ao Mundial de 2014, no sofá. As exibições medianas e
medíocres dos dois últimos jogos, não auguravam nada de positivo perante o 2º
adversário mais difícil (a seguir à França), que estava disponível para os
jogos do play-off.
Acontece que
o futebol é como é, e de facto cada jogo
tem uma história diferente, mesmo que jogado pelas mesmas equipas. Como há
temos atrás se viu nos dois jogos do Benfica contra o Olympiakos para a
Champions League. Quem visse a exibição do 1º jogo não podia imaginar a
exibição que o Benfica fez no 2º jogo.
O que sobra
da vitória de ontem, não é a exibição de Ronaldo mas o cínico e natural aproveitamento de 3 jogadas de contra ataque,
criadas a partir da errada movimentação ofensiva da Suécia que ao optar por
privilegiar o numero de atacantes, subiu as linhas, incluindo as linhas
defensivas, o que permitiu vários “desenhos” de contra ataques límpidos e
eficazes, onde se destacou Ronaldo como
concretizador.
O que eu
distinguiria do jogo de ontem, foi a movimentação de conjunto, de um lado e de
outro, em que os que quiseram atacar
mais, foram penalizados pelas consequências da dinâmica do seu sistema de jogo,
pois a sua linha defensiva estando quase no meio campo, deixou uma grande
distância na retaguarda, para o seu guarda redes. Essa distância foi
aproveitada pela Selecção de Jorge
Mendes que tendo
espaço e clareza de opções, conseguiu aproveitar 3 lances de transição
rápida (contra ataque) em que Ronaldo se destacou pela qualidade da execução e quantidade
de concretização.
Serve isto
para dizer que no Benfica há muitos
teóricos que defendem este tipo de jogo que a Suécia praticou, com muitos
atacantes o que leva a equipa a ter uma dinâmica ofensiva com consequências
inevitáveis no posicionamento da linha defensiva, provocando o seu
adiantamento. Recordo o golo da derrota em Belém, na época em que Camacho
substituiu Fernando
Santos (que também não servia, diziam os teóricos e
críticos), em que a linha que unia o defesa esquerdo Léo e o defesa direito
Nelson, era a própria linha do meio
campo! Já depois de Camacho fazer a substituição clássica de tirar um médio
(Maxi) para meter um avançado (Nuno
Gomes ), com 0-0, o Belém mandou uma bola para as costas da
nossa defesa (tipo ontem), o Weldon fez de Ronaldo (com um remate difícil e
bonito, convenhamos) e as culpas caíram em cima de Luisão
(para variar). Recentemente contra o Olympiakos lá tivemos dois pontas de lança
quando jogamos na Luz, com resultados nulos mais uma vez...
Quando a
cabeça não tem juízo, o corpo é que paga e isso aplica-se inteiramente ao nosso
Benfica e a esta “catrafilada” de gente
que fala, fala, e não diz nada que se aproveite. Mas incomodam e prejudicam a
equipa....
Voltando à
Selecção de Jorge Mendes ,
houve mais dois factos a ajudar ao seu
sucesso: 1) a vitória por 1-0 no estádio talismã da Luz, e isso é um facto
que registo com agrado, 2) o excesso de confiança dos suecos traduzidos na
campanha de mau gosto (mesmo para mim) da Pepsi, nas afirmações patéticas de um
jogador que pediu aos seus adeptos que gritassem por Messi quando Ronaldo
tivesse a bola e acabando no pateta do Ibrahimovic que tem tanto de talento
futebolístico como de estúpido, quando se equiparou a “Deus”. Esta malta da Suécia no que toca a “mind
games” está atrasada uns bons 10 anos relativamente a nós...
Este
apuramento difícil e tremido quer dizer
que mudou alguma coisa, para melhor na Selecção? Obviamente que não...
quando tivermos de empurrar o adversário para a sua baliza, porque o adversário
nos reconhece superioridade, o Ronaldo não marca três – como não tem marcado - e
ficaremos dependentes das demais incidências de jogo. Como por exemplo, não
encaixar um golo com 0-0...
No Benfica
devíamos aproveitar estas “lições” que o futebol de Selecção nos dá. E deixarmos os preconceitos e lugares
comuns de lado...
terça-feira, 12 de novembro de 2013
To be or not to be, to talk or not to talk...
Portugal, 12
de Novembro de 2013
No sábado à
noite logo após a épica vitoria sobre o SCP, comentei com um amigo benfiquista
com quem partilho muitos momentos de benfiquismo (bons e maus), que “foi um bom jogo, com muitos golos e muita
emoção, mas amanhã o que vamos ver e ler nos jornais será bem diferente”.
Também foi
nesse sentido que ao falar na sexta-feira, com um cliente adepto do SCP, quando
ele desejou que “fosse um bom jogo, que
ganhe o melhor e que não haja casos de arbitragem”, eu respondi que também
esperava o mesmo, mas que quanto á arbitragem, ficasse “descansado” que a
comunicação social iria desenterrar os casos que fosse possível.
Não estou
portanto, surpreendido com o caminho que as “coisas” tomaram após a vitória do
Benfica sobre o SCP, justa, sem grandes
penalidades e sem golos em fora de jogo. O Benfica, como JJ tem vindo a
frisar (apesar de muitos adeptos do Benfica não perceberem), está a subir de
forma e apresenta um colectivo mais forte do que há um mês atrás. Seguramente
daqui a um mês estaremos ainda melhor.
O SCP bateu-se bem, trabalhou muito e acabou por
ser “beneficiado” por um 2º golo que raramente marcam, na sequência de um
canto. À primeira vista, diria que a defesa do Benfica, em particular Luisão,
foi lenta a abordar o lance. Mas no dia seguinte vi que o Manchester ganhou 1-0
ao Arsenal (líder do campeonato) com um golo praticamente igual, e fiquei mais descansado.
Este 2º golo
do SCP aconteceu pouco mais de 15 mn na segunda parte, ou seja, relativamente
pouco tempo para que o esquema táctico do Benfica (4-2-3-1 com um único
avançado) desse os seus frutos, o tal 4º golo da tranquilidade. Pelo contrário,
ao cair para o lado do SCP, o golo complicou tudo para o nosso lado. Cenário normal nos jogos com resultado de 2
golos de diferença...
O 3º golo do
SCP, que alguns irão mais uma vez atribuir ao mau posicionamento da defesa (que “azar” já não termos o Roberto) ou
ao misticismo dos descontos, é um golo que na minha opinião, nasce mais de um
erro de Ivan Cavaleiro que não soube
pensar o jogo naquela fase crucial e fez falta escusada em zona complicada.
Uma característica dos jovens que se vão afirmando na equipa principal, é não
pensarem bem o jogo, não tomarem as melhores decisões. Falta de maturidade. E
numa equipa constantemente pressionada como o Benfica, a margem de erro dos jovens jogadores é muitíssimo menor.
No final, e
apesar deste erro de Ivan Cavaleiro, ganhamos com a ajuda de Patrício, o SCP –
estranhamente - não teve andamento para o Benfica nos últimos 30 mn, e acabou
por cair, como se costuma dizer, de “cabeça erguida”. Parabéns a todos os intervenientes que
proporcionaram esse grande espectáculo a quem pôde assistir, em particular aos
que foram ao estádio, com grandes golos, grandes jogadas e muita entrega física
sem maldade.
Ora já
sabemos que o futebol português, ao contrário do futebol de outros países, tem 3 fases bem distintas, com impactos
geridos de formas muito variadas e com distintos objectivos. Temos o antes
do jogo, os 90 e tal minutos do jogo, e o pós jogo. Normalmente o pós jogo é a fase que dura mais e onde se revela a
baixa qualidade ética e moral dos outros protagonistas: dirigentes,
comentadores e jornalistas.
A actual
Direcção do SCP surpreendeu-me pela negativa. Não esperava a traulitada verbal de um Presidente que tem dado
exemplos de inteligência na gestão financeira do seu clube/SAD e que tem sabido
agregar a cultura leonina em torno de um objectivo futebolístico de médio –
longo prazo.
Bruno de
Carvalho não podia agarrar-se desesperadamente às ampliações e repetições da
Sporttv, para julgar o trabalho do árbitro. Porque sabe que as ampliações e
repetições são escolhidas por critério, e naquela estação raramente têm algum paralelo com a proporcionalidade dos erros dos
árbitros em relação aos dois clubes. Como já se tinha visto no caso Capela.
Falar de “erros sempre para o mesmo lado” não é
de pessoa séria, idónea, justa, mas sim de um adepto tendencioso a
quem chegaram informações distorcidas (pela Sporttv) porque no campo não viu nada daquilo que depois
criticou. Não viu porque não existiu. Não existiu fora de jogo de Cardozo
no 3º golo, como não existiu fora de jogo de Capel no 1º golo (na dúvida
favorece-se quem ataca), não existiu penalty de Luisão porque este abordou a
bola antes do jogador do SCP, pode existir penalty de André Almeida porque já
se viu que em Portugal os critérios nesta matéria são muito distintos de
árbitro para árbitro, e de camisola para camisola, pode ter existido um fora de
jogo mal assinalado a Sílvio aos 50 mn, que na sequência podia ter dado o 4-1,
mas que não mereceu da Sporttv o destaque que mereceram outros lances de
centímetros. No lance do 4º golo existiu penalty sobre Luisão, e a sermos tão
rigorosos teríamos de falar num penalty e numa expulsão não assinalada (mais a
imagem de Patrício poupada). Existiu falta, no lançamento de linha lateral que
o precede? Já se viram tantos lances iguais, nuns marca-se, noutros não se
marca, porque razão teria de existir premeditação contra o SCP?
Bruno de
Carvalho sabe que os homens do apito não têm televisão em campo e têm de
decidir com base no que vêem, com base no bom ou mau posicionamento no terreno
de jogo, com base na boa ou má capacidade de interpretar lances mais fáceis ou
mais difíceis. Se Bruno de Carvalho quer
que na dúvida os árbitros apitem a favor do SCP, então é apenas mais um desqualificado que veste a roupa do Sr.º Doutor mas
que tem as cuecas sujas, como tantos
outros que por aí andam, seguindo aquela velha afirmação de Pimenta
Machado.
Não quero
reduzir este tópico do debate a um “falar ou não falar” das arbitragens. Os que falam demais como o SCP. Os que
falam de menos como o Benfica. A solução estará sempre no meio. Porque os clubes têm de saber defender os seus
interesses, num determinado contexto competitivo manobrado por diversos
“actores”. E há actores que prejudicam o espectáculo subvertendo as leis do
jogo. Não foi o caso de Duarte Gomes, o árbitro que ficou ligado ao famoso
penalty que só ele viu sobre Jardel em 2001/2002, e ao título que o FCP
comemorou no estádio da Luz, em que aos 5 mn parou uma jogada de contra ataque perigoso
do Benfica, para marcar falta contra o FCP...
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Quando a cabeça não tem juizo...
Portugal, 7
de Novembro de 2013
“São tantas as dificuldades que a equipa do
Benfica tem de ultrapassar, muitas mais do que o SCP por exemplo, que poderemos bem dizer que subir ao Olimpo é
capaz de ser mais fácil, do que subir ao 1º lugar do nosso campeonato.”
Recupero este
parágrafo do último texto que aqui publiquei (com título “Subir ao Olimpo...”) para
explicar o que quis dizer. A exibição do Benfica na Grécia confirmou esta minha
previsão: subimos ao Olimpo à Benfica, ou seja, dominamos o adversário com a
qualidade e competência de uma equipa com um modelo de jogo de avançado único,
e ao contrário do campeonato português, fizemo-lo de forma inequívoca. O
problema foi que perdemos.... mas isso é outra história.
Ao contrário
de muitos adeptos que desde a 1ª jornada acrescentam criticas e mais criticas,
como se a equipa tivesse de piorar todas as semanas fruto das grandes razões
que eles se esfalfam em repetir até à exaustão (o treinador, a pastilha
elástica, o projecto, o Vieira, a falta de confiança, etc.), eu penso o futebol
de forma diferente. Após cada jogo,
começa-se outro completamente diferente. Se a equipa tiver qualidade e
competência, irá perceber o que fez de menos positivo, irá corrigir, e irá
fazer melhor. Portanto, o jogo da Luz com os gregos não teria nada a ver com o
jogo de lá. E a nossa exibição provou, uma vez mais, que esta é a forma
acertada de ver o futebol e em particular, a nossa equipa.
O Olimpo esteve ali tão perto, mas
infelizmente tinha um bom “guarda” à “porta”: um bom guarda-redes entenda-se, que para mim foi o melhor
guarda-redes que passou no Benfica depois de Preud’homme. Um jogador que por
acaso fomos forçados a esbanjar no final da 1ª época. Não houve lugar a novas oportunidades. A Direcção da demagogia,
apoiando-se nas criticas dos analistas decidiu “empandeirar” Roberto na 1ª
oportunidade. O negócio com o Artur Moraes estava feito, com base nas mesmas
premissas dessa comunicação social: era um guarda-redes seguríssimo,
carismático, fazia defesas enormes, ajudou a levar o Braga à final da Liga
Europa... E vinha a “custo zero”. Essa mesma comunicação social que hoje releva todo e qualquer erro de
Artur...
O “esquema” da comunicação social está bem
montado há anos e resulta. Vejamos este exemplo que dei no texto “Em
defesa de Roberto I” publicado em Julho de 2011: “em 18 de Janeiro de
2004, o Benfica recebeu e venceu o Boavista por 3-2. Na Rádio Renascença, o relato
foi conduzido por João Fonseca, com comentários de João Rosado e Pedro Sousa,
este em estúdio. No 1º golo do Boavista disse João Rosado “concordo com o
João Fonseca de que o Moreira tem alguma responsabilidade no golo”.
Acrescenta o Pedro Sousa: “realmente Moreira não está isento de culpas””.
Se foi por
este motivo que Vieira “aproveitou” para ir contratar o Yannick ao Alverca, na
semana anterior à final da Taça de Portugal ganha ao FCP, em Maio de 2004, não
sei. O que sei é que a “fórmula” é a
mesma e há sempre uns otários que caem. Alguns têm blogues até, como na
altura tinham fóruns, etc.
Como caiu
Roberto? Simples. 1º jogo na Suíça, defesa remendada devido ao Mundial de 2010,
jogadores vendidos (Di Maria e Ramires), sol em contra e Roberto tem uma má
saída quando a defesa do Benfica estava no meio campo adversário (!) Qual foi o
erro? A defesa mal posicionada ou o Roberto?
Adivinharam: o Roberto. Vejamos:
Frango à espanhola, título principal da 1ª página de RECORD, 11 de Julho
Roberto "oferece" vitória ao Sion – páginas interiores de RECORD, 11 de Julho 2010
O Benfica perdeu este domingo com a formação suíça do Sion por 1-2, e
em ambos os golos sofridos as culpas
recaem em Roberto. O guardião encarnado falhou duas saídas e os jogadores da
equipa helvética aproveitaram o "presente"
– idem.
Basta
compararmos as capas deste mesmo RECORD e BOLA, com o “presente” de Rui Patrício
no jogo Portugal – Israel, para percebermos que há guarda-redes e guarda-redes.
Se trocarmos os clubes, apostaria que
Roberto ainda hoje seria guarda-redes do SCP e que Patrício há muito que tinha
sido despachado do Benfica...
Entretanto o Benfica continua a sofrer golos por ter a
defesa mal posicionada, mas felizmente já não temos o Roberto para explicar...
Uma das críticas
mais contundentes feitas na sequência desta derrota na Grécia foi: (Roberto) “vingou-se do jogo na Luz, quando falhou no lance que deu o empate ao
Benfica, mas vingou-se, sobretudo, de
toda uma temporada de críticas por parte dos adeptos benfiquistas” –
Nuno Peralta, BOLA online 05-11
Ora este Peralta foi exactamente o mesmo que escreveu em
13 de Julho de 2010 (2 dias depois do jogo com o Sion!) “E ao terceiro
jogo, inesperadamente, a maior preocupação no Benfica é saber como vai reagir
Roberto a uma exibição comprometedora. Contra o Aris, Jorge Jesus deve dar ao
guarda-redes espanhol uma oportunidade para limpar a imagem. Roberto terá
sempre sobre si o cutelo dos 8,5 milhões que custou a sua transferência.
Jesus procurou aliviar a pressão, afirmando que jogam os melhores e que sabe
quem eles são. Mas a verdade é que nasceu
a dúvida sobre o real valor de Roberto”.
Daqui podemos
tirar outra conclusão: os jornalistas ou
são parvos, ou sofrem de amnésia ou pior, são mal intencionados. Não lhes
fica bem terem criado o problema “Roberto”, terem escrito sobre as aptidões de
Roberto sempre pelos piores motivos, terem destacado em 1ªs páginas um erro ou
outro de Roberto mas nunca as suas defesas impossíveis, e no final, perante uma
exibição que pode custar muitos milhões na presente época ao Benfica, virem
atirar com esse odioso para os adeptos do Benfica. É um truque muito baixo...
Termino recordando
que na época 2010/2011, o melhor guarda-redes foi Helton com a inalcançável
média de 0.36 golos sofridos por jogo, a
seguir veio o “frangueiro” Roberto com 0.92, o “experiente” Artur Moraes
com 0.94, o “seguríssimo” Patrício com 1.03 e o “talentoso Beto (titular em 6
jogos do FCP) com 1.17.
Há gajos que
acreditam em tudo que lhe metem à frente e
acham que não temos sorte nenhuma com os guarda-redes (e com os defesas
esquerdos).
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Subir o Olimpo ...
Portugal, 4
de Novembro de 2013
Na última
jornada, conseguimos uma robusta vitória sem sofrer golos, sobre um adversário
que se moralizara por ter ganho em Braga, mais uma vitoria com o selo de Jorge
Jesus e Cardozo, mas para variar a comunicação social haveria de referir “um jogo que teve nota artística mínima” e “no segundo período, a qualidade do espetáculo
piorou” BOLA online.
Já para o empate do FCP
“foi um FC Porto sem chama, a viver
essencialmente de os impulsos de alguns jogadores” mas “onde o relvado também não facilitou o trabalho
da equipa de Paulo Fonseca”, BOLA online. Para a vitória do SCP reservaram
“não foi fácil, nada fácil a vitória do
Sporting” e “nem com mais um jogador
o Sporting conseguiu ser mais tranquilo”, BOLA online.
Para o RECORD online, tivemos
“uma exibição q.b. valeu ao Benfica
para vencer a Académica, por 3-0”, tivemos “enorme surpresa no Restelo! Mangala acaba o jogo como protagonista, por
boas e más razões” e ainda para o SCP “Três
pontos importantes na luta pelo título”.
Numa
interpretação livre, diria que nem BOLA
nem RECORD conseguiram criticar a qualidade do jogo do FCP, apondo sempre um
factor de distracção (o estado do campo, para um, o Mangala para outro).
Diria que tanto BOLA como RECORD deram
conta, quer da dificuldade do jogo do SCP, quer da importância dos 3 pontos
conquistados. E diria também que o
Benfica, por ter simplificado as dificuldades do seu jogo, devido à competência
do treinador e qualidade do grupo, por ter ganho com clarividência e por margem
confortável, foi o que dos 3 “grandes” o que saiu mais penalizado pelas
apreciações sobre “notas artísticas” e “exibições qb”.
Esta é a matriz cultural dos “mídia” lisboetas, dominados
por adeptos do SCP ou pelos que não sendo adeptos do SCP se encaixam bem na sua
forma de ver e pensar o futebol. Por exemplo aqueles adeptos do Benfica que sonham com “jogos vibrantes”, “goleadas das
antigas”, dos que facilmente embarcam na treta do “jogar bem”, da “nota
artística”, da “pressão alta”, disto e daquilo, e quando perdemos jogando
dessa maneira, dizem que Jorge Jesus devia deixar o romantismo de lado.
A idiotice pode-se
apresentar sob a forma de muitos tipos de disfarces...
O que é certo
é que os 3 pontos importantes para o SCP, mais
importantes para eles do que para o Benfica segundo a comunicação social,
permitiram recuperar 2 pontos de atraso nesta escalada difícil ao 1º lugar do
campeonato. São tantas as dificuldades que a equipa do Benfica tem de
ultrapassar, muitas mais do que o SCP por exemplo, que poderemos bem dizer que subir ao Olimpo é capaz de ser mais fácil, do
que subir ao 1º lugar do nosso campeonato.
Ao contrário
de qualquer outra equipa, o Benfica vê-se sucessivamente confrontado na
comunicação social com debates sobre a táctica (o losango, o quadrado, os trincos,
o 6, o 8, o meio, as alas, o 10, etc.), sobre o número de avançados, sobre a
marca da pastilha elástica do treinador, sobre o defesa lateral esquerdo, sobre
o número de meses que o Cardozo leva sem marcar um golo de livre directo, sobre
o número de jogos que levamos a sofrer golos consecutivamente, sobre a falta de
eficácia da equipa nas bolas paradas, sobre a marca de gasóleo do Benficão,
sobre o excesso de confiança ou o discurso pouco mobilizador do treinador
(conforme dá jeito), sobre a nota artística ou sobre a falta de brilhantismo
num determinado jogo ganho, sobre o número de lesões (musculares ou
traumáticas, tanto lhes dá), sobre os milhões que se gastaram em jogadores que
não saem do banco, sobre o número de nacionalidades dos jogadores num determinado
jogo, sobre as duas opções para cada posição, sobre o ordenado do treinador,
etc, etc.
Nós no
Benfica, não temos a “sorte” de, e ao contrário dos rivais, sermos presenteados
com comentários da RTP, quando da vitória tangencial (golo de Tonel, de canto)
de um rival contra o extinto Estrela da Amadora, “sem deslumbrar mas com a
eficácia que se exige a um candidato ao título”, assim como não temos a
“sorte” de nos desculparem com “o estado do terreno”, como aconteceu
recentemente no jogo da 1ª mão com o Olympiakos. Porque nestas alturas de mau
tempo, a bola só não rola bem para o FCP. Para o Benfica isso já não é
relevante...
Enquanto não
se perceber a importância que este tipo de mensagem tem na moldagem do carácter
do “12º jogador”, nuns casos para o bem,
noutros para o mal, vamos continuar divididos sobre o valor, o respeito, o apoio que a nossa equipa, treinador e jogadores
em particular, tem e merece...
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
"Anda Pacheco..."
Portugal, 1
de Novembro de 2013
Sem tempo
para abordar para já, os 10 anos do novo Estádio e os 10 anos da presidência
Vieira, neste futebol português em que
tudo acontece muito depressa excepto a evolução no sentido da transparência e
verdade desportiva, vou dedicar algumas linhas à 3ª nomeação de um árbitro
do CA Porto em 10 jogos de provas oficiais (incluindo o jogo da Taça).
Convenhamos que num passado recente, esta percentagem de árbitros do Porto era
superior.
Já agora, no
total foram mais 2 nomeações de Setúbal, 2 nomeações de Braga, 1 de Lisboa, 1
de Aveiro e 1 de Portalegre.
O árbitro
Hugo Pacheco arbitra-nos pela 1ª vez esta época, facto que alguma comunicação
social decidiu enfatizar não sei porquê, dado que o campeonato vai no seu
início, e num quadro com mais de 20 árbitros esta situação é perfeitamente
normal.
O que não é
normal, são os erros deste árbitro, erros
que não se podem enquadrar no âmbito do “erro humano”, do erro por
limitação de visão, do erro por indevida colocação, do erro por má leitura e
interpretação dos regulamentos.
Por manifesta
falta de tempo para pesquisar os jogos de épocas anteriores, vou recordar
apenas o jogo de apresentação do FCP contra o Celta de Vigo, que o FCP ganhou
com 1 golo em que Jackson não estava fora de jogo. Estava quase fora do campo, tal era a sua deslocação relativamente ao
último defensor dos espanhóis. Se compararmos com o golo do Belenenses na
Luz, Jackson conseguiu estar ainda mais deslocado.
Este exemplo
acaba por ser perfeito para calar a boca de painelistas, paineleiros,
opinadores profissionais desbocados e outros idiotas, quando concluem que um erro de um árbitro não pode servir de desculpa a
uma “má” exibição, ou quando concluem que no geral os árbitros erram em
favor dos clubes “grandes”.
É que este exemplo
demonstra precisamente que o erro do fora de jogo no jogo do FCP validou uma vitória ilegal por 1-0, e no caso do Benfica o mesmo tipo de erro
impediu uma vitória legal por 1-0. No final os jogadores e adeptos do FCP
ficaram contentes, embora reconhecendo que ganharam com um erro do árbitro, e
os jogadores e adeptos do Benfica ficaram chateados, sendo que os adeptos pediram
aos seus jogadores mais entrega, mais qualidade, mais raça, mais “qualquer coisa” que desse uma vitória
folgada e uma boa exibição (ou que fosse superior ao erro do árbitro).
Claro que no
meio disto tudo, para explicar esse empate, sempre há uns “inteligentes” que se
lembraram que o Cortez também jogou contra o Belenenses...
Ora o árbitro
Hugo Pacheco que validou 1 golo em fora de jogo visto do “espaço”, também
cometeu um erro grave de natureza disciplinar na parte final do encontro,
quando permitiu que Kelvin pontapeasse por várias vezes Nolito, antes deste
responder com uma cotovelada. Pacheco deu então o jogo por terminado, opção
inteligente dado que o encontro de facto caminhava para o final, e assim, e mais uma vez, um jogador do FCP não era
expulso, o que sempre dá confiança aos colegas por sentirem ali, um exemplo
prático de como eles estão “acima de todos”.
Logo à noite
como será? Sinceramente não tenho reservas morais relativamente ao árbitro,
mesmo depois do exemplo que me permite rotular Hugo Pacheco, de ser pró FCP.
Mas não sou ingénuo ao ponto de pensar
que ele nos vai deixar marcar 1 golo em fora de jogo, ou que vai sancionar disciplinarmente
o jogo duro de 1 ou 2 academistas, “truque” habitual em equipas treinadas
por ex-jogadores do FCP para intimidar os jogadores do Benfica. O critério do fora de jogo será
precisamente o “habitual”: apertadíssimo para o Benfica, mais largo para o
adversário. O critério disciplinar será largo para o adversário, e para o
Benfica logo se verá em função das “compensações” que são geridas pelo árbitro,
para dar a ilusão que está a ter o mesmo critério para as duas equipas.
Mais logo veremos...
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Cair na real...
Portugal, 29
de Outubro de 2013
A derrota do
SCP em casa do FCP parece que fez cair a comunicação social lisboeta, RECORD e
BOLA, na dura realidade do exagero que
patrocinaram, dias a fio, sobre a equipa que tinha ao melhor ataque da
Europa, graças aos 8 golos marcados a uma equipa dos distritais, um deles em
fora de jogo.
Não me parece
que quem tenha caído na real, fosse a equipa do SCP, embora durante a semana, à
boleia do tempo de antena que dispuseram, tivéssemos lido e ouvido umas quantas
afirmações de “corajosos” jogadores, de que iam a casa do FCP jogar para
ganhar.
Descontando o
conteúdo “la palissiano” deste tipo de afirmações que fizeram várias manchetes
de 1ª página a sul, (não conheço equipas que vão jogar a casa dos adversários
para perder, ou para empatar), na realidade os maiores derrotados do jogo de anteontem, foi a enorme legião de
painelistas, paineleiros, opinadores profissionais desbocados ou idiotas,
que viam neste SCP algo que não podiam ver: um candidato ao título melhor colocado que os outros dois.
É certo que o
SCP evoluiu em muitos aspectos, dos quais a organização da sua estrutura de
futebol é exemplo evidente. Mas futebolisticamente falando, não fossem uns
quantos erros de arbitragem, como o penalty tirado ao Benfica sobre Cardozo, ou
o golo em fora de jogo em Olhão, mesmo que pelo meio exista um penalty a favor
deles contra o Rio Ave, e este SCP iria jogar a casa do FCP em 3º lugar, não
sendo muito entendível que o seu presidente pudesse afirmar que “se não fossem
os erros de arbitragem, estávamos em 1º lugar”.
Na inversa
temos o Benfica, que continua a ser apreciado
por comparação com a perfeição, pela mesma legião de painelistas,
paineleiros, opinadores desbocados e outros idiotas. Para a BOLA, “Triunfo justo do
Benfica, mesmo que sem grande brilho
ainda”, para o RECORD “a águia venceu bem, evitou o sofrimento que tem
caracterizado a época e ainda apresentou momentos de alguma exaltação que
serviram para pincelar uma exibição que,
sem ter sido brilhante, foi serena, segura e consistente”. Para o CM a
“coisa” deixou tantas dúvidas que fizeram um inquérito com a pergunta: “Gostou
da exibição do Benfica?”.
Se eu
perguntar quantas vezes as exibições de FCP e SCP, frente a adversários do
calibre do Nacional, mereceram este tipo de avaliação em que a comparação é o
“brilhantismo”, seguramente vão-me dizer que sim, que também foram avaliadas
com esse grau de exigência. Não é essa a minha opinião...
Na real também devem ter caído os que dentro do
Benfica, defenderam a saída de Cardozo após o incidente da final da Taça, em que
fomos “espoliados” por um árbitro do Porto, “craque” nas matérias do fora de
jogo e da dualidade de critérios na acção disciplinar. De acordo com as teorias
reinantes na altura, e que faziam eco na comunicação social (não por acaso),
Cardozo, pela idade, por “ser lento” e “desperdiçar” muitos golos, não tinha
possibilidade de lutar com Lima e Rodrigo por uma vaga de ponta de lança....
Como já
referi bastantes vezes, pela observação sistemática e sistematizada, já que nada
sei de futebol teórico, percebe-se que Cardozo
tem uma função posicional que prima mais pela componente táctica do que pela
velocidade. É um jogador que não precisa de fazer muitos remates para
marcar 1 golo e por força do seu jogo posicional é um “pivot” que faz tabelas
como as que resultaram no 1º golo, quando não é ele próprio a criar linhas de
passe para os médios de ataque, pela fixação de um ou dois defesas na sua zona
de movimentação.
Em suma, é
fundamental numa máquina de ataque como se pretende que seja a equipa do
Benfica e não foi por acaso que as duas primeiras jornadas correram como
correram (derrota n Funchal, vitória in extremis contra o Gil Vicente).
Por último, também caíram na real todos aqueles que ao
longo dos anos têm colocado tudo que é adjectivo negativo às claques do Benfica,
em particular aos No Name Boys, confundindo as atitudes de um numero reduzido
de seus elementos que se contam pelos dedos de uma mão, com o comportamento da
claque enquanto um todo. É que depois de vermos a forma organizada como a
extrema-direita se embrenhou nas claques do SCP e do FCP, é caso para dizermos
que as nossas claques ao pé desse tipo de gente são uns “santos”.
Muita gente caiu na real. Mas será
que aprenderam alguma coisa? “À suivre”...
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