Portugal, 26 de Julho de 2011
Com a realização do jogo da 1ª mão da 3ª pré-eliminatória da Champions League, está terminada a pré-temporada do Benfica. Chamo-lhe a 3ª fase porque o plantel se vai consolidando após cada jogo ou torneio, e houve alguma compartimentação entre o estágio na Suíça, o torneio da Guadiana e a recta final até ao 1º jogo oficial (Trabzonspor), o que permitiu fazer avaliações e encaminhar alguns jogadores, entre cada uma destas fases ou etapas.
Neste defeso e a pensar na próxima época, contratamos 17 jogadores (7 na época passada sem incluir Janeiro): Mora, Wass, Artur Moraes, Nolito, Matic, Bruno César, Melgarejo, André Almeida, Nuno Coelho, Leó Kanu, Enzo Pérez, Mika Domingues, Ezequiel Garay, Axel Witsel, Emerson, Eduardo e Capdevila. Regressaram 6: Freddy Adu, Balboa, Urretavizcaya, Miguel Vítor, Oblak e Rodrigo. Da formação vieram David Simão, Nelson Oliveira, Ruben Lima e Miguel Rosa.
No total dos contratados, investiram-se cerca de 30 milhões de euros (valor idêntico à época passada) e somos detentores da totalidade dos passes com excepção de Garay de que apenas detemos 50%. A ver vamos se vamos vender ao Benfica Star Fund algumas percentagens dos passes destes jogadores.
Por outro lado das 27 caras novas (foram 13 no ano passado), 10 das quais regressos e formação, estão muito longe da quantidade de nomes que se tem falado como interessando ao Benfica, e que já deram azo às brincadeiras dos sportinguistas, como aquela da mesa de matraquilhos da ASAE ou o autocarro de 5 andares para levar todos os jogadores do Benfica. O SCP tem 14 nacionalidades, mas isso não é motivo de brincadeira, porque nós no Benfica não gostamos de brincar com o SCP.
Dos 27 jogadores da equipa do ano passado, 11 já foram colocados e possivelmente mais 4 deverão sair, César Peixoto, Roberto (a pedido da comunicação social) e Júlio César (arrastado pela polémica com Roberto) e Carole. Assim do ano passado transitam 12 jogadores para a próxima época. Ou seja, saíram 15, dos quais só 2 por motivos alheios à nossa vontade: Salvio e Coentrão, e 2 em fim de contrato: Nuno Gomes e Luís Filipe. Saíram 11 por vontade do clube, o que me parece um tiro no pé, pois são 41% do plantel. É muito.
Dos 27 novos jogadores, 5 já estão colocados: Miguel Rosa, Wass, André Almeida, Melgarejo e Léo Kanu. 3 são cartas fora do baralho, Balboa, Adu e Oblak. Ou seja, temos 19 jogadores para escolher 15, de modo a constituir um plantel de 27 jogadores. Na minha opinião, são candidatos a sair, Nuno Coelho, Ruben Lima, Rodrigo e Mora. São apenas palpites, não fico chateado se falhar.
Do jogo de apresentação aos sócios contra o Toulouse, que termina as experiências da pré temporada, resultou uma exibição mais sólida que as duas do torneio do Guadiana, dando já para perceber que os automatismos da equipa serão diferentes da época passada devido às diferentes características dos jogadores contratados, os tais que não passarão tanto tempo a comemorar o título. Cometemos apenas 2 erros que poderiam ter dado golo: uma má defesa de Artur Moraes que deu sapatada para a frente na 1ª parte, um contra ataque aos 85 mn em que Emerson se deixou levar, optando por não fazer falta. Penso que são poucos erros, um deles de natureza individual e outro colectivo.
Penso que a experiência com o Toulouse foi boa porque se trata de uma equipa parecida com o Trabzonspor, isto é, bem organizada, bem equilibrada e pragmática a trocar a bola. Por outro lado alguns vícios dos dois últimos anos, derivados da “pressão alta”, levam a que tenhamos sempre muitos jogadores na frente quando vamos para o ataque. O que gera percentagens de posse de bola elevadas mas sem grande expressão em golos, pois criamos maior densidade no último terço do campo defensivo do adversário, o que prejudica as linhas de passe. Neste aspecto nada irá mudar na próxima época, o que quer dizer que nem Jorge Jesus aprendeu nem Rui Costa e toda a extensão directiva ligada ao futebol.
O ano passado esta tríade de responsáveis pediu um guarda-redes que desse pontos. Esta época a escolha recaiu em Artur Moraes (0,94 golos por jogo no Braga) e Eduardo que leva 4 a 5 frangos por época, segundo o presidente do Génova (sofreram 1,24 golos por jogo), em detrimento de Roberto um dos obreiros da razoável época do ano passado (não vamos perder tempo a discutir, pois defendo que foram os árbitros que não deixaram fazer mais). Daquilo que já vi iremos ter uma época pior, defensivamente. Oxalá esteja enganado. Quero mesmo estar enganado.