segunda-feira, 25 de julho de 2011

Em defesa de Roberto II

Portugal, 25 de Julho de 2011

Na passada sexta-feira tentei colocar um comentário no Record online, a propósito da alarmante notícia “Luisão vira costas ao Benfica”. Apenas queria perguntar como é que tendo ele o telemóvel desligado, no Record se avançava que já não regressava ao Benfica. Claro que a minha pergunta não foi publicada, mas dezenas (centenas?) de outras foram. As que desancavam no jogador.
No fundo percebe-se como funciona esta comunicação social há muito conluiada entre as simpatias clubísticas de FCP e SCP dos jornalistas, a que se somam os interesses que a Olivedesportos defende e pratica contra o Benfica. Como não interessa um Benfica ganhador e de olhos bem abertos, há que criar casos no Benfica, casos que ponham as pessoas a pensar e a opinar, casos que dividam os adeptos do Benfica e que suscitem movimentos comportamentais contra este ou aquele jogador, treinador ou dirigente.
O que Luisão disse, “gostava de dar o lugar aos mais novos”, não é muito diferente do que disse Falcao em 10 de Junho, citado pelo Correio da Manhã: “gostava de jogar na Liga Espanhola”. Ou Hulk através do empresário, em 21 de Maio, citado pelo mesmo Record “Hulk sonha jogar no Milan”. Claro que estes assuntos no FCP não são sinal de querer “virar as costas ao FCP”, logo não há opiniões publicadas sobre o assunto. As televisões não aparecem a fazer perguntas incómodas. As rádios não passam nada. Com Luisão já é tudo diferente. Porque é jogador do Benfica. Publicam-se opiniões, fazem-se capas de jornais, enfim, há que dar “alpista aos pardais”.
Como se pode perceber, dificilmente o problema de Roberto foi dar “frangos”, ser espanhol ou ter custado 8,5 milhões de euros. O problema do Roberto foi ser contratado pelo Benfica! Como antes dele, outros, e como depois dele outros serão criticados enquanto forem jogadores do Benfica. Quando estiverem para sair, a perspectiva da comunicação social muda, e até César Peixoto deixa de ser o “patinho feio” para ser mais uma vitima da politica de contratações do Benfica (na época anterior era o tal que não acrescentava velocidade aos processos de jogo do Benfica e o tal que os sócios assobiavam).
Apesar da perseguição cruel e implacável que muita gente da comunicação social dedicou a Roberto, alguns assumidos adeptos do Benfica como João Querido Manha, a realidade é que Roberto sofreu a média de 0,92 golos por jogo da Liga, contra 0,94 de Artur Moraes e 1,04 de Rui Patrício. Melhor que ele, apenas Helton com a inalcançável média de 0,36 golos por jogo. Como se sabe o FCP é o clube que mais beneficia do truque de arbitragem que é não marcar faltas contra nas proximidades da área.
Para além de ser o 2º melhor guarda-redes da Liga, como sublinho, apesar da cruel perseguição que lhe foi movida, Roberto juntou outro feito à sua época, que foi voltarmos, após em 17 anos, às meias-finais da Liga Europa, antiga Taça UEFA.
Poder-se-á dizer que na época anterior, Quim sofreu menos golos (0,67 por jogo). Sim, é um facto. Mas o que mudou de um ano para o outro, para além do guarda-redes? (1) As equipas passaram a conhecer melhor a forma de jogar do Benfica, em pressão muito alta e com pouca compensação entre sectores, o que estimula e permite os chamados contra ataques. (2) Com o título de campeão no bolso, Jorge Jesus optou por arriscar ainda mais, buscando a perfeição no futebol de ataque, vertical e de velocidade. E pedindo um guarda-redes que desse pontos, pedido manifestamente desajustado do que é a dinâmica do futebol, pois não há “milagres” durante 30 jornadas seguidas. (3) As arbitragens selvagens das primeiras 4 jornadas que, utilizando os truques habituais, só nas grandes penalidades não assinaladas impediram que o Benfica vencesse os 4 jogos e não se falasse (tanto) do Roberto.
Ou seja, fosse qual fosse o guarda-redes, iríamos sempre sofrer mais golos que no ano do titulo. Isso era óbvio. Quer então dizer que o Benfica preparou mal o assunto “mudança de guarda-redes”? Sim, claramente. Quem sabe como funciona esta comunicação social enfeudada aos interesses do “sistema”, sempre pronta a criar casos por tudo e por nada (para além de Luisão, já foi tema o número de jogadores contratados e a seguir poderá ser – vamos aguardar - o numero de jogadores novos na equipa base do Benfica), sabendo que o Benfica iria sofrer mais golos pelos motivos que já expliquei e tendo sido campeões parece-me que a melhor estratégia seria ter dado mais 1 ano ao Quim.
Porque esta comunicação social percebe que se mude, quando não se ganha. Não percebe que se mude quando se ganha, mesmo que se queira e possa mudar para melhor. E quando eles não percebem, quem fica a perder é o Benfica ...

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