sábado, 30 de junho de 2012

Como vender melões III

Portugal, 30 de Junho de 2012


Continuando a sequência de textos anteriores, vou continuar a mostrar e concluir como é que a comunicação social conseguiu ajudar Jorge Mendes e o FCP a vender Bruno Alves. Depois de vermos como utilizaram Chygrynsky, único alvo do Barcelona para o eixo da defesa, e pelo qual pagaram 25 milhões de euros, vamos ver outras notícias que saíram durante o ano de 2009 e em 2010, quando finalmente conseguiram que o “peixe mordesse o isco”. Calhou ao Zenit ...

“«Bruno Alves tem uma cláusula de rescisão no contrato. Se surgir alguém disposto a pagar o valor previsto [30 milhões de euros], não há nada que possamos fazer. Mas se isso acontecer, eu próprio falarei com o jogador para ele não sair», afirmou Pinto da Costa, esta sexta-feira, à margem da visita à instituição ‘Coração da Cidade’ com a candidata do PS à presidência da câmara do Porto, Elisa Ferreira” - Pinto da Costa, BOLA online 19 de Julho 2009. (uma vez mais a táctica portista do fazerem-se caros para depois venderem por 22 milhões, abaixo da cláusula, e Pinto da Costa ainda ia pedir para ele não sair)
Título principal: “BRUNO ALVES: A BOMBA-RELÓGIO”, “o ‘quase’, tratando-se de Bruno Alves ficar ou partir, ganha uma expressão quase incontrolável para quem quer traçar estratégias e escolher caminhos. Esse é o grande problema de definição dos portistas. Enquanto não houver uma clarificação sobre a questão de Bruno Alves, nenhum avaliador será suficiente para se olhar com olhos de ver este novo dragão” – Vítor Queirós, BOLA online em 20 de Julho. (mas o Barcelona não tinha já tudo tratado com o FCP? O Mourinho não precisava de um defesa central para reforçar o Inter? O Terry não ia sair? Ah, a bomba não rebentou)

Bruno Alves é para segurar ao extremo. «Absolutamente», disse a A BOLA ontem em Isla Canela, um dos principais responsáveis do FC Porto, numa reacção glaciar à notícia que ontem publicámos, na qual se dava conta de uma oferta de 22 milhões de euros do Manchester City. Prontamente recusada - Vítor Queirós, BOLA online em 25 de Julho (curiosamente, no ano seguinte venderam por esse preço. Prontamente)

“Guardiola detectou logo no início da pré-temporada lacunas na área defensiva, apontou soluções e Bruno Alves ganhou cotação para entrar na equipa, mas os catalães continuam a considerar que o preço a pagar pelo capitão portista é excessivoCarlos Vara, BOLA online em 25 de Julho (mas deram 25 milhões por Chygrynsky que até já tinha feito a 1ª pré-eliminatória pelo Shacktar e não podia jogar pelo Barcelona na Champions)

“O pai de Bruno Alves, Washington, revelou que uma possível da transferência do seu filho para outro clube é apenas «especulação», em declarações à ‘Renascença’” – Washington, RR em 5 de Agosto (ou seja, Jorge Mendes lança a confusão de noticias e depois, com lógica, dizem que nada sabem).

“O «manager» do Manchester United, Alex Ferguson, sabe que o defesa-central Nemanja Vidic pretende sair no final da temporada e terá virado as atenções para o internacional português Bruno Alves, do FC Porto, segundo revela, esta terça-feira, a imprensa espanhola” – BOLA online, 29 de Dezembro 2009 (o Vidic continua no Manchester e por acaso, a noticia não saíu nem em Inglaterra nem Portugal, mas Espanha)

O alvo dos merengues está definido há muito: Bruno Alves. A ideia inicial do Real Madrid era mesmo contratar o jogador ao FC Porto para o ter na próxima temporada e, sabe A BOLA, as conversações até já tinham começado em Outubro. Só que a grave lesão de Pepe, que o afasta dos relvados pelo menos até Março, precipitou o interesse dos merengues, que nos últimos dias avançaram com as démarches necessárias para ter o futebolista já em Janeiro”Carlos Vara, BOLA online 27 de Dezembro 2009 (qual Janeiro? Mas aqui está outro truque, a lesão de um jogador)

Bruno Alves vai sair do FC Porto depois do Mundial. O central, fortemente assediado no Verão – o Barcelona ofereceu-lhe cinco anos de contrato, mas esbarrou numa cláusula de rescisão de 30 milhões fixada pelo FC Porto –, vê-se agora num processo de faz-que-anda-mas-não--anda. E já confessou no seu círculo de amizades que "a saída é inevitável", estando apenas à espera de propostas do estrangeiro, concretamente do Inter de Milão e do AC Milan, que já fizeram chegar ao jogador ecos de interesse” – Matilde Dias no CM 17 de Março de 2010 (os ecos do interesse eram do Milan e do Inter. Mas resultou).

“O Lyon, parceiro privilegiado de negócios com o FC Porto, o Lyon em crescimento imparável: chegou às meias-finais da Champions e, com tudo em aberto, refina nos sonhos de grandeza. Bruno Alves é um deles.”Carlos Vara, BOLA online em 24 de Abril de 2010 (tudo muito refinado para o jornal A BOLA).

“Ao que apurou o CM, o FC Porto admite negociar se o Lyon subir a parada até aos 18 milhões. E a venda do central é já um dado adquirido, visto que o clube não pretende renovar o contrato do central, válido até 2012. Recorde-se que, na época passada, no auge de forma do jogador, os portistas recusaram uma proposta de 20 milhões do Barcelona” - Matilde Dias no CM 11 de Junho de 2010 (contentavam-se com 18 e depois venderam por 22. Jorge Mendes pagou comissão a quem comprou?)
“Segundo a A Bola, Bruno Alves já não entra nas contas de André Villas Boas. Ainda sem se saber o clube, o capitão portista deverá rumar a umas das grandes ligas europeias, com Jorge Mendes a tratar do assunto”. – SAPO online 14 de Julho 2010
Título “Ingleses dizem que dragões querem vender Bruno Alves ao Man. Utd” – BOLA online 21 de Julho (outra vez?)
“A Rússia será o próximo destino de Bruno Alves, central do FC Porto. O Zenit S. Petersburgo deve pôr na mesa os vinte milhões de euros exigidos pelos dragões, quando se revela impossível que algum clube atinja os trinta milhões da cláusula de rescisão” – S.P.C. no CM 22 de Julho de 2010 (saiu por 22 quando o FCP aceitava 20. Haverá pagamentos por baixa da mesa? Não sei).
E assim se faz de um melão um grande jogador. Esteve entre o Inter, o Barcelona, o Lyon, o Manchester United, o Real Madrid, o City, etc. Notícias nunca confirmadas, como é óbvio. O FCP ganha dinheiro, Jorge Mendes idem. E o circuito continua a funcionar. Com apoio da comunicação social.



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