Portugal, 13
de Maio de 2013
Perder um jogo com
um golo sofrido aos 92mn de 94mn dados pelo árbitro, um jogo que pode significar a derrota do labor, a luta, o querer, a
ambição de toda uma época, enfim, não sei se é para rir ou se é para chorar.
Tanto mais que a equipa vencedora chegou a esta fase da prova com inúmeras
ajudas – habituais – de erros de arbitragem bem complementados com o labor de
branqueamento da generalidade da comunicação social, com a SportiTV à cabeça e
a falta de reacção da Direcção do Benfica.
Às vezes a vida
não é justa dando a sensação que o crime compensa.
Obviamente que
nestas alturas há sempre análises absolutamente infalíveis, do que devia ser
feito para evitar que tudo isto tivesse acontecido, e que a derrota fosse
sempre vitória. E sempre para nós. Invariavelmente, essas análises conduzem aos
“últimos” responsáveis do processo, criando movimentos de pressão de opinião
pública que, regra geral, conduzem ao
seu despedimento ou subalternização. No ano passado foi o Emerson, há dois
anos o Roberto. Despedimos mas continuamos a não ganhar a prova principal,
apesar de, tal como nos anos anteriores fazermos um conjunto de bons resultados
nas provas não organizadas pelas viciadas FPF ou Liga de (alguns) Clubes.
Não resolve os
nossos problemas mas é seguramente um instrumento de análise válido considerar
que o Benfica, no ano passado, com Emerson, Nolito e Bruno César, fez melhor na
Champions que o FCP desta época, e que o Benfica com Melgarejo, Sálvio e Ola
Jonh fez melhor na Liga Europa do que o FCP na época passada. E já agora, lembrar
que o Benfica empatando com o Moreirense faz a pontuação que o FCP fez na época
passada. Se ganhar, ultrapassa essa pontuação do tal FCP de Hulk, e com isso não está garantido o título de
campeão.
Posto isto não perceber onde está o problema é um
problema de inteligência, ou de falta dela. No Benfica de Vieira, do BES,
da Olivedesportos, da PT e dos empresários, há défice de inteligência a gerir
os aspectos laterais à equipa, como seja a pressão da comunicação social e a
qualidade da arbitragem. Seja
intencional, seja involuntário, essa falta de habilidade para lidar com isso é
notória e irritante. Pela persistência.
Voltemos ao jogo.
O famigerado golo surge com a linha defensiva da equipa muito próxima do meio
campo, com os dois defesas laterais subidos no terreno e propícios a levarem
com bolas nas suas costas. Porque
tínhamos esse posicionamento quando, no cômputo geral, durante o jogo não
cometemos esse tipo de erros?
Eu atribuo esse
erro defensivo ao principio – ADN - que existe neste clube e é: “no Benfica
joga-se sempre para ganhar”. Ninguém é imune a esta ideia, entranhada no presente com as vitórias do passado, nem o treinador,
jogadores e demais elementos do corpo técnico, etc. Posto isto o que acontece é
que Jesus não foge à regra e tendo a possibilidade de ser campeão não cuidou de manter a equipa com a mesma
dinâmica de jogo. Vai daí, apostou em Aimar para o lugar de Ola Jonh aos 83
mn. Podia ter trocado jogador por jogador (Urreta ou Melgarezo), mas entendeu
dar um toque de classe e de génio ao nosso meio campo, puxando Enzo Peres para
a ala e deixando Aimar como “maestro”. Obviamente
fez esta opção porque quis ganhar o jogo, já que Aimar caracteriza-se pelo
futebol que tem com a bola nos pés e não quando a bola está com o adversário.
E quis ganhar o
jogo, porque no Benfica joga-se sempre para ganhar. Considerar um empate na
programação do jogo é visto como falta de coragem. Uma covardia até, como me
disse um amigo destas lides quando Koeman apostou num modelo de contenção
(embora em 4-4-2) para empatar em casa do Lille na Champions (uso este exemplo
muitas vezes porque tudo isto é recorrente no Benfica).
Ou seja, a somar ao teorema “15 mn à Benfica” e
“deve jogar sempre o onze de gala” (este é o teorema José Augusto, em sua
homenagem) que tão maus resultados deram contra o Estoril por exemplo, temos
mais um teorema: “no Benfica joga-se
sempre para ganhar”. Não perceber que uma boa parte dos fracassos
desportivos do Benfica dos últimos 30 anos assentam nestes 3 teoremas, só serve
para mandar embora Emersons e Robertos, para virem outros tomar o seu lugar.
Este ano será se calhar o Maxi ou outro qualquer. E para o ano idem.
Claro que se
somarmos a estes erros de concepção benfiquista, os erros das arbitragens,
temos a explicação para tão pouco lucro
de tão grandes investimentos no futebol. É que este FCP devia ter chegado a
este jogo com uns 4 a 6 pontos a menos, e nós seguramente com 2 ou 4 a mais.
Por exemplo. E a gerir o próximo jogo da Final da Liga Europa...
Mas sabemos que
não é assim. Pelo contrário os maus resultados resultantes dos teoremas à
Benfica colocaram-nos (em conjunto com os árbitros) nesta situação, e agora
está tudo mais difícil para o triplete.
São mais 3 jogos
para acabar a época. 3 vitórias farão
toda a diferença do mundo...
Gervásio Cutileiro, afinal vou ver o jogo com o Moreirense e não a final da Taça. Continuo à espera que comuniques através do e-mail basta2002@gmail.com para combinares. Aguardo teu contacto para ver se és tão corajoso pessoalmente como és através da merda que despejas aqui regularmente.
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