segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Selecção e os erros...



Portugal, 21 de Outubro de 2013

As sofríveis exibições da Selecção Nacional ante oponentes de menor valia, Israel e Luxemburgo, veio tranquilizar-me sobre aquilo que está banalizado por esses lugares de reflexão e debate apaixonado, e que é o “não jogamos nada”. Afinal, há quem tendo um plantel mais valioso, treinado por alguém que não é “teimoso” nem “inventa”, consegue exibir-se a muito pior nível do que o Benfica. Uma Selecção que não tem árbitros em contra... imagino se tivesse...
Para além da estreia de André Almeida na Selecção, fruto do trabalho paciente e orientação que Jesus tem feito com os jovens da Formação do Benfica, pouco mais se aproveitou dos dois jogos da dita Selecção Nacional que mais não é, que um emaranhado de interesses, onde se destaca a preponderância de Jorge Mendes, o empresário que representa a maior parte dos jogadores seleccionados. E que representa também o Seleccionador.
No jogo com Israel, fizemos um jogo esforçado, muita entrega dos jogadores (como pedem comentadores e adeptos) traduzida também em muita velocidade mas transições ofensivas (como gostam comentadores e adeptos), e muitos remates, muita posse de bola e no final um empate oferecido pelo habitual protegido da comunicação social, Rui Patrício.
Naturalmente que no dia seguinte a esse jogo que equivaleria a um Benfica – Santa Clara (onde não faltaria quem lembrasse que só um jogador do Benfica paga todos os salários do adversário), não vi, não li, não escutei nada sobre o treinador Jesus e o guarda-redes Roberto. Isto é, sobre o treinador Paulo Bento e guarda-redes Patrício, ambos representados por Jorge Mendes....
Só pode ser por coincidência que os argumentos do tipo “Roberto comprometeu”, desapareceram das páginas dos jornais. E a oferta de Patrício a 4 mn do final do jogo (!) foi vista pelo jornal A BOLA: “a culpa não foi só de Patrício!” Pois não. Foi do Roberto...
Também não vimos aquela “cândida” capa do mesmo jornal A BOLA quando o FCP venceu na Luz com 1 golo quase 2 metros fora de jogo, que “erros de arbitragem de Jesus, de Artur e Emerson não retiram mérito à vitória do FCP”. Gostava que nessa altura a capa de A BOLA fosse mais do tipo: “erros de Jesus e Artur não explicam tudo”... Como foi essa capa que protegeu Patrício... Ah, mas eles nem são representados por Jorge Mendes nem jogam no FCP ou SCP...
No meio de tanto erro que na comunicação social “ninguém” viu, o árbitro decidiu bem um golo de Hugo Almeida em fora de jogo, que seria o 2-0, quase igual ao que valeu esse tal golo do FCP na Luz. Há árbitros e árbitros, bem sabemos, e não deu jeito nenhum que o árbitro decidisse bem. Se tivesse validado o golo, ganhávamos 2-0 possivelmente, e eu não estava aqui a escrever sobre o assunto... a importância que uma simples decisão de um árbitro pode ter...
Quem não se faz rogado em falar de erros de arbitragem é o presidente do SCP. Em resposta a mais uma pergunta de um jornalista, Bruno de Carvalho disse que “se não fosse pelos erros da arbitragem, o SCP estava em 1º lugar”. Tal e qual! A mesma pessoa que antes afirmara após o jogo com o Rio Ave que, “é verdade que o árbitro errou mas nós fizemos a pior exibição da época”, já se esqueceu que tinha considerado que nesse jogo o SCP não mereceu ganhar.
Convenhamos que os sportinguistas andam sempre a ensinar-nos e nós não conseguimos aprender.
Não aprendemos a parte positiva da lição, porque parece não interessar a ninguém das cúpulas do Benfica, que o Benfica ganhe campeonatos com arbitragens justas e isentas. Parecem preferir a via mais difícil e se calhar mais lucrativa. De reforçar (entenda-se: contratar) a equipa todos os anos, esperando que o treinador faça “milagres”.
Para chegarmos ao nível do Bruno de Carvalho teríamos de ter um presidente que após o jogo com o Belenenses afirmasse que “o Benfica não está em primeiro por erros de arbitragem”, e que a comunicação social a seguir não viesse dissertar se o Benfica jogou bem, ou não, nesses jogos. Porque no caso do Presidente do SCP todos se esqueceram de lembrar os erros de arbitragem (grosseiros) que beneficiaram o SCP com interferência na pontuação. Dois em particular: o 1º golo marcado ao Olhanense em fora de jogo, golo que motivou o SCP e fez o adversário abrir-se na procura do empate, e o penalty aos 83 mn a favor do Benfica em Alvalade, que com Cardozo em campo tinha fortes probabilidades de ser convertido em golo e numa derrota do SCP.
Entretanto a Selecção vai jogar com a Suécia, um castigo merecido pela medíocre fase de apuramento que fizeram, e o Montero do SCP marcou mais 1 golo em fora de jogo, desta vez na Taça. Não pretendo tirar créditos ao jogador, mas isto está a tornar-se um hábito... No ano do nosso último titulo, os jornalistas contavam o número de penaltys que eram assinalados a nosso favor, foram 12 tantos como o FCP na época seguinte sem ninguém ter feito referência.
Estamos muito longe de FCP e SCP, para a comunicação social....

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