Portugal 26
de Março de 2014
Tenho de
começar este texto evocando o que escrevi no texto intitulado “Pois” publicado
anteontem acerca da questão da remuneração dos árbitros de futebol: “neste ranquing não entra o dinheiro dos
árbitros internacionais porque o que ganham lá fora não é contabilizado. Tudo
somado, os internacionais ganham mais e logo a seguir vem o Xistra”.
E também
tenho de recordar o que escrevi no texto “Paços firmes e decididos” publicado
em 19 de Fevereiro: “Contudo, depois dos
“roubos” das épocas anteriores, é obvio que aguardo pela reacção da equipa quando jogar com arbitragens de Proença
e Xistra, em particular..... Por
isso parece-me fundamental que só façamos “contas” quanto ao título de campeão
quando passarmos por estes dois árbitros.”
Tudo isto tem
que ver com a nomeação de Pedro Proença para o Braga – Benfica, nomeação também
conhecida numa terça-feira, tal como as anteriores, e que vem colocar a questão do fantasma da brilhantina e não do fantasma do final da época passada,
como servilmente alguns jornalistas continuam a referir quando interrogam JJ
nas conferências de imprensa.
Proença
estava impedido de arbitrar jogos do Benfica devido ao julgamento por agressão
de um adepto do clube. O julgamento terminou na semana passada com a sentença
que condenou o adepto a uma pena suspensa de 15 meses e ao pagamento de uma
indemnização de mais de 7 mil euros. Ora como
se deve entender a pressa que a Comissão de Arbitragem teve, para nomear
Proença para o 1º jogo de grau de dificuldade elevada envolvendo o Benfica?
Como se deve entender que essa nomeação não tenha acontecido no último jogo com
a Académica?
Com sabemos,
o Benfica regista com o Sr.º Proença a mais baixa percentagem de pontos
conquistados, do que com qualquer outro árbitro nacional ou internacional. Num
raciocínio muito simples, mas incontornável, quem nomeia este árbitro para
jogos do Benfica sabe que a probabilidade do Benfica perder pontos é maior do
que com qualquer outro. Percebe-se pois que, se a nomeação for efectuada em jogos
de maior grau de dificuldade, a probabilidade do Benfica perder pontos com
Proença aumenta. Então a única conclusão
que se pode tirar é que Proença foi escolhido para Braga, para procurar tirar
pontos ao Benfica.
Porque não
foi metido no jogo com a Académica? Jogávamos em casa, o adversário é
teoricamente mais fraco, o efeito
Proença dificilmente iria resultar. E perdiam um “trunfo” pois entre cada
dois jogos arbitrados pelo mesmo árbitro, devem decorrer um número mínimo de
jogos.
Daqui se
conclui que quem escolheu Proença fê-lo
na plena convicção de fazer mal ao Benfica. E é isto que me deixou muito
incomodado, muito mais do que o receio da má arbitragem do indivíduo em
questão. Reacções da Direcção do
Benfica? O costume: o silêncio ensurdecedor, enquanto nos fartamos de ouvir
as críticas da Direcção de Bruno de Carvalho.
Mas há mais.
Dado que faltam 6 jornadas, esta nomeação não impede que o Sr.º Proença volte a
ser nomeado para o jogo com o FCP, na última jornada. Ora se considerarmos que
ainda há o Xistra para ser utilizado, podemos
contar com 3 jogos de altíssimo coeficiente de dificuldade, 2 com Proença e
1 com Xistra.
Considerando
que o FCP está 12 pontos atrás e que as probabilidade de ser campeão são
reduzidas, como entender a estratégia da
Comissão de Arbitragem? Simples: é
uma estratégia que visa ajudar o SCP a ser campeão. De facto o Benfica pode
ser campeão “esbanjando” 2 empates e 1 derrota. Mas basta que num destes 3
jogos, os erros de arbitragem se sucedam com maior intensidade e o acerto da
nossa equipa seja menor, e em vez de 2 empates e 1 derrota, podemos ter 2
derrotas e 1 empate, ou pior, o que nos colocaria à mercê do SCP, caso consigam
ganhar os jogos todos, o que não me parece difícil considerando a coacção que a “choradeira” deles já provocou nos
jogos com FCP e Marítimo.
Portanto
“reservar” o título sem saber quanto vale a nossa equipa perante as arbitragens
de Proença ou Xistra, é um disparate arrogante.
E dada a
importância de Proença tem na máquina da arbitragem e na ilusão que provoca nas
hostes leoninas quanto à possibilidade de ainda virem a ser campeões (com a sua
ajuda), o indivíduo esteve ontem na SIC Noticias, pela 1ª vez esta época. Até a comunicação social esperou que fosse
nomeado para um jogo do Benfica, para ser entrevistado e homenageado por
muita gente ligada ao futebol, e que pode ainda vir a beneficiar dos seus
“serviços” (como Mourinho por exemplo). Daqui também não pode sair coisa boa.
Mas esta
entrevista teve o condão de por Proença a falar de si próprio e dos ganhos dos
árbitros internacionais. Ficamos a saber que um jogo cá rende ao árbitro de
campo 1340 euros (!?) e um jogo europeu
rende 6000 euros (wtf ?!?!?). Os tipos que, ignorantemente e sem saber
quanto ganha um árbitro, defenderam a profissionalização dos árbitros, devem
agora estar com as orelhas a arder. Otários...
No fundo ficou explicito que há duas categorias de
árbitros: os que são internacionais, e os que querem ser. Ficou explicito
que “quinhentinhos” é coisa do passado, porque hoje ser internacional dá muito mais e de forma limpa. Mas não é
internacional quem quer, mas quem o “sistema” quer. O episódio de Vítor Pereira
baixando a nota de Bruno Paixão num Gil Vicente 2 – SCP 0, é bem demonstrativo
de como funcionam as “coisas”: erras contra os clubes do “sistema”, és
penalizado. Erras contra o Benfica, és promovido. E aí Proença é de facto o “maior”. Não é por acaso portanto....
Termino com
algumas “pérolas” retiradas da comunicação social, que evidenciam com Proença é
importante nessa máquina mafiosa em que se tornou a arbitragem nacional:
A Comissão de Instrução e
Inquéritos (CII) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional decidiu arquivar o
processo de inquérito instaurado ao árbitro Pedro Proença, no seguimento das
declarações que fez em relação aos observadores.
Em causa estava uma entrevista do
árbitro lisboeta ao jornal A Bola, a qual, segundo a CII, poderia indiciar «um comportamento indevido por parte dos observadores
dos árbitros, eventualmente comprometidos com alguns grupos de interesses».(só nós é que não
podemos dizer o mesmo dos árbitros, porque somos julgados e condenados por
atentado à idoneidade dos mesmos)
Segundo a CII, o árbitro
esclareceu que as declarações foram uma «crítica construtiva ao modelo de
avaliação e funcionamento dos observadores em Portugal» e que em «nenhum momento quis colocar em causa a
competência e idoneidade dos observadores». (cá está um bom argumento para
quem quiser questionar o trabalho dos árbitros. Só tem de decorar a resposta do
Proença e argumentar com o mesmo significado).
SAPO com Lusa a 14 de Janeiro de 2013
O árbitro Pedro Proença travou-se,
esta noite, de razões com alguns adeptos do V. Setúbal, que aguardavam pela
saída do estádio do Bonfim, onde o seu trabalho na partida entre os sadinos e o
FC Porto (0-3) foi muito contestado pela equipa da casa. (e eu a pensar que era
só com o Benfica. Mas espera. Com quem jogou o Setúbal? Ah, foi com o FCP: Só
pode ser coincidência, pois claro…)
BOLA 23 de Janeiro de 2013
BOLA 23 de Janeiro de 2013
(após polémica no jogo Nacional –
2 – Benfica 2) A finalizar, Pedro Proença foi questionado se recebeu alguma
mensagem de solidariedade por parte do presidente do Conselho de Arbitragem da
Federação Portuguesa de Futebol, Vítor Pereira.
«A nomeação da UEFA é a maior prova de confiança no meu trabalho que poderá haver», concluiu. (exacto: só vai a internacional quem o “sistema” quer que vá e Proença reconheceu-o em toda a largura, nesta resposta)
«A nomeação da UEFA é a maior prova de confiança no meu trabalho que poderá haver», concluiu. (exacto: só vai a internacional quem o “sistema” quer que vá e Proença reconheceu-o em toda a largura, nesta resposta)
BOLA
08:48 - 13-02-2013
Pedro Proença, que esteve
recentemente na final do Euro2012, respondeu às críticas que o Benfica lhe
dirigiu ao longo da época.
«Se respondessem pelos orçamentos
megalómanos que fazem e pelos objetivos desportivos que não alcançam...»,
começou por dizer Pedro Proença, de forma irónica. (mais uma vez o árbitro pode ser
irónico com um clube com milhões de adeptos, mas ninguém pode ser irónico com
os árbitros)
«Convivo com naturalidade com este
tipo de críticas. Gostava é que as pessoas percebessem as responsabilidade dos
seus atos de gestão na sua própria casa», acrescentou Proença numa entrevista à
Rádio Renascença. (mais uma vez os árbitros permitem-se apontar à gestão da “casa”
dos outros, mas não aceitam que se questione a gestão que fazem da sua própria
“casa”. E como é que os Proenças e os Xistras têm boas notas em más arbitragens
prejudicando o Benfica, e os Paixões têm má nota em eventuais más arbitragens
contra SCP e FCP)
Pedro Proença garantiu que as
nomeações para a final da Liga dos Campeões e Euro não são «uma resposta» às
críticas do clube encarnado.(Pois não, são apenas a consequência de ser árbitro
internacional e o Paixão não).
Por Sapo
Desporto 09 de julho de 2012 13:01h
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