quinta-feira, 4 de junho de 2015

Os meus destaques do 34



Portugal 4 de Junho de 2015

Parece que já foi há 1 mês que nos sagramos campeões, bicampeões, e foi apenas há dias. Mas tantas notícias contraditórias têm sido publicadas, com concordância ou não dos nossos “altos” responsáveis, que diria que hoje em dia interessa mais é saber se JJ fica com o mesmo salário, se vai para o SCP ou se aceita uma das propostas tentadoras que lhe têm sido colocadas pelo seu empresário, ficando nós sem saber porque razão o Benfica ainda não fez qualquer proposta “tentadora” (mantenho este parágrafo, porque quero exprimir – com toda a pureza - o que pensei ontem sobre isto. A seu tempo escreverei sobre a saída de JJ).
O 34º campeonato foi uma prova difícil, ganha com mérito, raça, querer e ambição de muita gente. Quero aqui deixar os meus sublinhados, não esquecendo nunca, e em primeiro lugar, o apoio dos adeptos espalhados pelo país fora, que nos momentos menos bons conseguiram ser o 12º jogador, empurrando para cima o que os adversários e árbitros tentavam empurrar para baixo. Para além dos adeptos, queria registar mais o seguinte:
Artur Moraes - apesar de ter vindo a perder importância na equipa, em particular depois da lesão em Olhão na época passada, quando surgiu um super Oblak que veio mostrar ser um dos melhores guarda-redes da Europa, dizia eu que Artur Moraes foi determinante na conquista da Supertaça, defendendo duas grandes penalidades, num jogo em que não conseguimos marcar um golo ao Rio Ave, mas também, e em particular, defendendo o penalty contra o Paços de Ferreira, aos 15 mn da 1ª jornada. Dado o fraco nível técnico que a equipa apresentava, depois de uma péssima pré temporada, se o Paços tem feito golo não sei se teríamos ganho o jogo, e com isso marcado 3 pontos que também nos permitiram ganhar o campeonato! Uma derrota ou um empate nesse jogo teria sido terrível para os nossos principais objectivos. Artur Moraes não deixou.
Eliseu – Na fase inicial da época, foi com dois grandes golos de Eliseu que nos mantivemos nos lugares de cima da classificação. Ao Boavista, onde vencemos com o seu golo, e depois frente ao Moreirense, onde com o seu golo empatamos um jogo que estávamos a perder. E que depois ganhamos marcando mais 3 pontos.
Luisão e Jardel – desfeita a dupla Luisão + Garay por critérios que poucos entenderam, Jardel foi o escolhido para jogar ao lado do “professor” Luisão. E os resultados não deixam margem para dúvidas: 16 golos sofridos, 2 de grande penalidade. Luisão primou pela sobriedade defensiva, Jardel marcou 1 golo determinante, já na 2ª volta, aos 94 mn em Alvalade, ajudando assim a tirar o SCP das contas do título, e ajudando a cimentar a entrada directa na Liga dos Campeões.
Talisca – ainda na fase inicial da prova, digamos, o primeiro terço (11 jogos), o jovem de 20 anos Talisca acabou por ser uma grande alavanca no lançar de bases para a conquista do título. Com um Lima em crise (sem Cardozo ao lado, isso não me surpreendeu), foram também os golos de Talisca que nos ajudaram a facturar muitos 3 pontos. Setúbal (hat-trick), Estoril e Rio Ave (ganhamos 1-0) são 3 jogos que até à jornada 9 evidenciam a importância de Talisca. Sem o seu contributo tenho dúvidas que existisse este 34.
Júlio César – contratado com o “comboio” em movimento, foi com algum sentimento de injustiça que o vi ocupar o lugar de Artur Moraes, em particular porque este tinha começado bem a época, dando-nos a Supertaça e ajudando a ganhar ao Paços na 1ª jornada. Ironia das ironias, Artur esteve mais de 200 mn sem sofrer golos, e Júlio César apenas 17 mn! Contudo com o passar dos jogos, Júlio César foi ganhando confiança e ajudou, de que maneira, a manter a baliza inviolada nos dois jogos com o FCP. E isso também foi determinante para a conquista do título.
Lima – jogador muito adorado pelos adeptos, ou não fosse um jogador também bem visto pela comunicação social, Lima foi na fase inicial da época um autêntico flop. Se a “estrutura” do Benfica apostava nele para segurar as pontas da equipa, os poucos golos e assistências, confirmaram o que era previsível da leitura das suas estatísticas: marcou 20 golos quando jogou ao lado de Cardozo, e apenas 14 ao lado de Rodrigo. Não foi por acaso. Contudo tem de ser feita justiça, pois foi determinante num único jogo: no Porto com os dois golos que marcou, que nos deram a vitória e nos permitiram acreditar que afinal, contra tudo e todos, era possível ficar à frente do FCP.
Jonas – Veio à 7ª jornada, mais uma prova da má gestão que a “estrutura” do Benfica fez e faz. Podia ter sido trucidado caso a situação na tabela classificativa fosse má. Não foi assim, a equipa estava bem, e Jonas teve condições mentais, psicológicas e técnicas para mostrar o que é: o melhor jogador da Liga Portuguesa para a UEFA. Os seus golos estão associados à conquista do campeonato. Sem Jonas o título teria sido impossível!
Jorge Jesus – A inveja é tramada e ainda se vê e escuta muita gente a criticar o seu ordenado, ou a desvalorizar o seu mérito no futebol actual do Benfica, com alegadas condições que outros não tiveram. Uma falácia completa de gente mesquinha que não vale os “tomates de um gato”. Ao longo de 6 anos, e comparando apenas as épocas 2009/10 a 12/13 (os únicos dados que recolhi de um artigo qualquer), o FCP investiu 29,7+43+41,6+10 = 124,3 milhões. O Benfica investiu 34,3+36,1+29,7+22 = 122,1 milhões. Em ambas as situações não estão incluídas as vendas de jogadores do plantel principal, o que poderia dar uma medida do empobrecimento ou não, do valor desportivo de cada equipa. Mas com algum bom senso, também concluímos que não ganhamos os campeonatos de 11/12 e 12/13 por razões extra desportivas, e não por erros de Jesus ou porque o FCP investiu ligeiramente mais do que nós.
Jesus foi o “cimento” aglutinador da equipa. Aquele que com a sua sabedoria de anos de bola, impôs a sua liderança com naturalidade. Aquele que veio de baixo e teve de lutar para ser melhor, que teve a capacidade para coleccionar conhecimentos e competências, aquele que utilizou bem toda essa experiência adquirida em prol das equipas que treinou e treina, e que no Benfica resultou em 3 campeonatos limpinhos, em 6 possíveis. Só quem não sabe como a arbitragem é e continuará a ser responsável pela atribuição dos títulos, e que para o Benfica reduz a pontuação, só quem não conhece a importância da pressão mediática e a sua influência nos adeptos do Benfica e por consequência nos jogadores e treinadores da equipa, é que poderá desvalorizar os feitos de Jesus. Ou, também pode ser isso, por má fé e tacanhez de vistas, algo que me custa a aceitar num clube que se diz grande. Mas de grandeza, e isso é uma constatação, apenas tem os seus sócios e adeptos, e o seu passado glorioso. No presente somos um clube de gente muito pequena e perigosa.
Uma palavra naturalmente para todos os outros jogadores, cuja entrega, raça e ambição ajudaram a ser bem sucedidos. E também para o Lopetegui que errou o suficiente em dois ou três jogos, como o FCP - Benfica e com isso, ajudou-nos a chegar aos 83% de pontos e à vitória no campeonato.

Portugal 5 de Junho de 2015

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