terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal

A todos os meus amigos e leitores, benfiquistas ou não benfiquistas, desejo um Santo Natal com muita paz e harmonia.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

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Portugal, 19 de Dezembro de 2013

Um pouco atrasado, mas com os temas ainda relativamente actuais, hoje escrevo sobre os 5 golos marcados no Olhanense – Benfica e nos 5 golos que despediram o Villas-Boas (AVB) do comando técnico do Tottenham.
Começando com o AVB, o tal treinador que à frente do FCP ganhou todas as provas que podia ganhar na época 2010/2011, que uns tantos referenciaram como uma boa descoberta de Pinto da Costa, e outros tantos defenderam que era uma boa solução para o Benfica. Afinal quem teve razão foi a minoria silenciosa, na qual tenho o prazer de me incluir, que apostava no falhanço de AVB fora do “sistema” que comanda o “futebolês portoguês”: arbitragem e comunicação social, trabalhando em perfeita harmonia na valorização do embuste, da batota e do consequente prejuízo financeiro das SAD’s.
Este “sistema” ordena as classificações e por mais que uns histéricos peçam, todos os anos, a demissão do treinador (e viu-se o que ganhamos nos primeiros 8 anos de mandato de Vilarinho/Vieira), é um “sistema” que por força das probabilidades e dos interesses económicos em jogo, perde 1 campeonato em 5 ou 6, não por exclusivo mérito do treinador ganhador, mas porque a pressão da arbitragem abranda o suficiente para que esse treinador ganhe mais vezes. Quem não se lembra de Jorge Sousa marcar o penalty que deu a vitória do Benfica, em Leiria no último título, num lance que nunca mais marcou, nestes últimos anos?
Portanto o AVB no Benfica teria o mesmo destino que todos os outros tiveram, mas que hoje fora deste “sistema” viciado, até têm tido percursos interessantes: Fernando Santos no PAOK e Selecção Grega, Ronald Koeman no PSV, Valência e agora Feeynord. Já para não falar do “polémico” Quique, que à frente do Atlético salvou-o da descida de divisão ,e na época seguinte ajudou-os a ganhar a Liga Europa e Supertaça Europeia.
Já os ex-treinadores ganhadores do FCP, os tais que fazem suspirar uma franja apreciável de adeptos do Benfica, em particular os que gostam de escrever, pelo contrário fazem muito pouca coisa digna de registo. Jesualdo, tri campeão no FCP, já depois de ser despedido do Málaga conseguiu a proeza de, em 2 épocas no Panathinaikos, ficar fora da Champions duas vezes (eliminado no play-off) e 1 vez fora da Liga Europa (eliminado no play off). AVB vai em dois despedimentos em três épocas apenas, com plantéis de luxo. No Chelsea foi o seu despedimento que permitiu ao italiano ser campeão europeu, o grande sonho que Abramovitch não conseguiu com o “special one” nem com o “cadeira de sonho”.
Ora perante a evidência da menor qualidade de AVB relativamente ao que lhe tinham atribuído (eles, os do “sistema”), a comunicação social portuguesa, a tal do “sistema”, tudo tem feito para limpar a sua imagem. As notícias sucedem-se em catadupa. Achei piada a uma que diz que ele não subscreveu 4 das 7 grandes contratações desta época, como se isso justificasse a sua inabilidade para ganhar, fora das boas arbitragens e desta comunicação social viciada. É que dos 3 que ele avalizou, Soldado foi o mais caro – 30 milhões – e não marca golos! Para além disso, “encostou” Germaine Defoe, o melhor marcador da equipa na Liga Europa, e o Adebayor, ficando assim sem uma referência na grande área (idem nosso problema sem Cardozo, mas porque ele está lesionado), não renovou ou despediu algumas referências do Tottenham e ao cabo destes 3 meses, a equipa joga pior de jogo para jogo. As humilhações frente ao City, 6-0, já depois de ter sido goleado em casa pelo West Ham por 3-0 (com o seu único avançado no banco, Soldado).
Claro que nada disto é dito porque interessa manter a áurea de que o FCP ganha bem ganho os seus títulos nacionais, e que o problema é do patrão do Tottenham. E já agora do russo do Chelsea embora na altura ninguém se tivesse lembrado de dizer que o AVB tinha discordado de algumas contratações.
Bom, no nosso jogo de Olhão houve 5 golos, tendo ficado bem evidente as lacunas defensivas que o 4-4-2 provoca, mas que infelizmente – e mais uma vez – os tais “entendidos”, carregaram para cima do Artur Moraes.
No 1º golo, Cortez, ah não, Sílvio (português e da formação), perdeu uma bola em zona proibida, transição rápida e golo. Poucos jogadores em posição defensiva porque a maior parte estava a sair para o ataque, em posição ofensiva portanto, quando se perdeu a bola. No 2º golo, mais uma bola perdida a meio campo, rápida transição, poucos jogadores em posição ofensiva, ninguém faz pressão porque não está ninguém por ali, o adversário arrisca e tem sorte, com a bola a bater à frente de Artur Moraes e a ganhar altura. Claro que para o RECORD, o Artur podia fazer mais. Já era assim com o Roberto. Para SCP (ou Académica frente ao Benfica) seria “a bola bateu à frente e o guarda-redes nada podia fazer”.
Marcamos 3 golos, e não pelo mérito do modelo táctico, mas sim de circunstâncias do jogo. Lima em fora de jogo, marcou de cabeça – o que é raro, Matic e Suleijamn marcaram dois golos de inspiração individual. Qual a contribuição do 4-4-2? Só se fosse no congestionamento de jogadores nas imediações da baliza, como aconteceu frente ao Arouca.
Deve ser sublinhado que há 1 penalty claríssimo sobre Gaitan aos 21 mn, que o árbitro do Porto não assinalou, enquanto no jogo do SCP outro árbitro do Porto assinalou 1 penalty por falta fora do campo. Não dá que pensar, é assim mesmo: o SCP faz mais pontos que o Benfica, com árbitros do Porto. A explicação existe, mas anda tudo entretido a tentar despedir o treinador do Benfica, que nem vale a pena teorizar sobre isso...

sábado, 14 de dezembro de 2013

BCC - Baboseiras, Confusões e Conclusões

Portugal, 14 de Dezembro de 2013

Na última jornada das fases de grupos quer da Champions, quer da Liga Europa, apenas o Benfica conseguiu ganhar. Quem é que a comunicação social procura atingir portanto? Exacto: o único treinador vencedor. Do Benfica!
Na época passada muito se falou na “blogolândia” do penoso final desportivo, somando derrotas em todas as finais. Duas destas derrotas, nas provas nacionais, em vez de porem essas mesmas pessoas a debater porque é que os árbitros erram sempre para o mesmo lado e o presidente do Benfica continua a assobiar para o lado, não! Em vez disso, vi e li muita gente defender que o Benfica deveria contratar ou Paulo Fonseca (ex-Paços de Ferreira), ou Rui Vitória (Guimarães) ou Marco Silva (Estoril). Treinadores com boa imagem na comunicação social...
Feitas as contas finais, o Estoril ficou em último lugar (atrás de Friburgo e Slovan Liberec), FCP ficou em 3º lugar com os mesmos pontos do último, Áustria de Viena (32ª equipa do ranquing das 32 que participaram na fase de grupos), e Guimarães ficou em 3º lugar, 1 ponto acima do último, o Rijeka. Claro está, que os “crânios” que defenderam estes treinadores como putativos e qualificados candidatos a substituir o “casmurro” e “incompetente” Jesus, agora serão bem capazes de defender que o falhanço se deveu à “falta de experiência” nas provas da UEFA. Mas se qualquer um deles, por hipótese académica, treinasse o actual Benfica, isso já não aconteceria... a experiência iria aparecer por artes mágicas ou pela leitura das opiniões de alguns artistas da caneta e do teclado que são lançados pelos poderes do futebol, como “analistas”...
Essa minoria ruidosa que escreve e barafusta, tem de ser colocada no seu lugar pela maioria silenciosa que paga, apoia e não desestabiliza. Ter opiniões é normal. Saber utilizá-las é uma virtude.
Se o treinador do Benfica com 10 pontos arrasou a concorrência (fizeram 5, 4 e 3), cada uma no seu patamar competitivo, não é isso que vemos estampado nos jornais, rádios e televisões. Em particular no RECORD que tem como director o benfiquista Querido Manha. Já li peças pseudo noticiosas que colocam Jesus como “principal responsável pelo adeus à Champions”, que “Jesus é pouco eficaz” (4 títulos em mais de 4 épocas) e até conseguiram por o despedido do Tondela, Vítor Paneira, a falar em aspectos tácticos. Fantástico. A encenação não podia ser mais grosseira.
De facto não me lembro que (na altura com um director do Belenenses) o RECORD tivesse feito o mesmo tipo de análise ao Paulo Bento e suas 4 épocas à frente do SCP da “formação” e dos jogadores portugueses. Se não me falha a memória, Bento ganhou os mesmos 4 títulos/troféus de Jesus (2 Supertaças e 2 Taças), esteve também 4 vezes na fase de grupos da Champions League, apenas por 1 vez – tal como Jesus - passou aos oitavos de final onde alcançou um recorde que vai perdurar por muitos anos, 12-1 no acumulado da eliminatória com o Bayern (a seguir eliminado nos quartos de final).
Ah, claro, bolas estava a ser incorrecto. O SCP não tinha plantel para mais... essa história da “formação” e dos portugueses é só para chatear os tipos do Benfica que não percebendo “pevide” de futebol e tendo uma memória bem curta, defendem que o Benfica deve aproximar-se do modelo do SCP. Talvez para repetir façanhas iguais, com o Celta de Vigo, onde alinharam 5 portugueses, 2 da formação (Maniche e Paulo Madeira).
A minha filha quando era pequena e íamos ao restaurante, na altura de pedir a sobremesa perguntava como é que as pessoas tiravam a “baba ao camelo”. Isto de falar de futebol tem muito que se lhe diga, e o 2+2 = 4 que estes crânios defendem, está longe de ser uma certeza...
Mas então, porque falhamos o apuramento, sem voltar a apontar para Roberto ou Saviola (em 6 jornadas, entre 32 colegas, acho que é obra)? Podemos falar de várias hipóteses, com a ordem de importância que cada um lhe quiser dar: 1) choveu a cântaros no jogo com os gregos, e isso favorece quem defende, 2) jogamos com 2 pontas de lança porque Jesus é fiel ao esquema táctico tradicional do Benfica quando joga em casa com equipas do nosso campeonato, 3) Matic perdeu uma bola da qual resultou o único golo dos gregos, muito por culpa do esquema de jogo tradicional do Benfica, 4) Sálvio lesionado, não tem substituto à altura, porque Bruno César foi vendido à pressa e Markovic como já se viu, gosta de jogar pelo meio e não nas alas.
Admito que exista alguma frustração por termos ficado de fora, mesmo com 10 pontos. Mas a explicação para essa frustração, reside na confiança que esses mesmos adeptos fazem no Presidente e suas “teorias”: “O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, contrariou esta terça-feira o objetivo de Jorge Jesus para esta temporada. O líder encarnado garantiu que o Benfica está preparado para vencer todas as provas e que, ao contrário do que o treinador disse, o campeonato não é o único objetivo” – RECORD online, 24 de Setembro de 2013.

Concordo que anda alguém a mais no Benfica. Mas não é o treinador!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

BCC - Benfica, Champions, Culpa



Portugal, 12 de Dezembro de 2013

É sempre penoso para mim, ir à Internet ler notícias sobre futebol, quando o Benfica perde, empata ou falha um objectivo. Seja nos onlines dos grandes diários desportivos, seja na blogolândia, a esmagadora maioria dos comentários deixam-me pensativo sobre o que é afinal a propalada cultura benfiquista.
Se os comentários dos anónimos são regra geral eivados de ordinarice intelectual, os comentários dos ditos notáveis não se ficam atrás, quando pelo contrário, deveriam ser exemplo de grandeza e altivez que dizem caracterizar a nossa cultura. Dizem, porque a realidade é bem diferente.
Como exemplo pego nas palavras de Gaspar Ramos (como ex-dirigente foi um fiasco, nacional e internacional, na sua última passagem pelo Clube, em 1994/97), que andou vários anos “hibernado” (em particular quando Vale e Azevedo andava a pagar as despesas que ele e sua comandita tinham deixado), mas é hoje um “habituée” dos midia, ou não fosse ele um assumido crítico do treinador do Benfica). Disse então que “o Benfica está ao nível do PSG e é superior ao Olympiakospara não ter de ficar grato à equipa, e ao treinador, pela vitória sobre o PSG. Este tipo de afirmações revelam bem a mesquinhez que grassa entre comentaristas ditos notáveis, gente que devia marcar uma posição construtiva da cultura benfiquista, mas que pelo contrário, mostram ser demasiado tacanhos. Ou demasiado tacanhos para o meu benfiquismo.
A serem sinceras estas palavras ficamos a saber que segundo Gaspar Ramos, o Cardozo compete com Ibrahimovic, que o Lima compete com o Cavanni, que o Gaitan não fica nada a dever ao Lavezzi, que o Pastore e Rodrigo são quase a mesma coisa, etc. E que quando precisarmos de contratar um jogador de 62 milhões, como Cavanni, venha ele que nós pagamos. Se isto não fosse ridículo, teria de nos por a pensar sobre o que é que esta gente é capaz de inventar, apenas para defender os seus pontos de vista. Sim, porque Gaspar Ramos disse há tempos atrás que “Jesus tem as suas ideias de futebol, mas eu também tenho as minhas”.
Com 10 pontos, a 3ª maior percentagem de pontos que o Benfica consegue nas fases de grupos da Champions League desde a época 94/95 ou seja, há quase 19 anos, ficamos de fora dos oitavos de final. Como já não têm o Emerson para deitar as “culpas” (ajudou a fazer-nos 12 pontos e a passar aos oitavos), então deitam as culpas para o treinador. Esta malta é assim...
A culpa é um conceito que está associado à Religião e à nossa génese como Estado soberano. Expiar a culpa é algo que alguns ainda hoje não se conseguem livrar, projectando violência não através da labareda de uma fogueira inquisitória, mas através da violência e vulgaridade verbal.
É este um sinal, uma característica da cultura benfiquista? Possivelmente sim, pelo menos daquela que nos chega através dos meios de comunicação social lisboetas. Porque os do FCP falam de roubos de arbitragem e da sua “guerra” de estimação contra Lisboa. Algo que ao resto do país não interessa pevide...
Na actualidade, a culpa é algo que pode ser visto como uma consequência ao desvio da “norma”, sendo a “norma” os princípios, as regras, os requisitos básicos que qualquer agente desportivo deve seguir, seja ele treinador, seja ele jogador. Então, a culpa do Benfica ter ficado de fora dos oitavos de final, foi do treinador Jorge Jesus, porque a “norma” é definida por essa gente com larga experiência e muitos resultados na área do futebol: os comentaristas e os jornalistas!
Tenho contudo opinião diferente. Não só porque como qualquer pessoa educada, percebo que fazer 10 pontos não é para qualquer treinador (para o treinador do FCP – putativo substituto de JJ na época passada - num grupo ridículo, não foi), e porque percebo que é fácil falar como poderiam ser feitos os outros 8 pontos, ou vá lá, mais 1 ponto pelo menos, do que propriamente reconhecer o mérito de quem fez esses 10 pontos, a tal 3ª melhor marca dos últimos 19 anos.
Dado que o Benfica perdeu o lugar para o Olympiakos, com 1 derrota em Atenas e 1 empate em Lisboa, objectivamente temos de apontar para Roberto na Grécia (foi 2 vezes o guarda redes da jornada, em 6 jornadas da Champions, entre 32 equipas) e para Saviola na última jornada frente aos belgas. Roberto foi despachado (ainda por cima com contornos estranhos) porque a pressão da comunicação social e de alguns adeptos era insuportável, ou seja, Roberto foi despachado num acto de gestão populista e demagógica. Saviola foi despachado quando Vieira decidiu contratar Lima em Agosto de 2012, para poder pagar 5 milhões ao amigo Salvador, quando se sabe que logo a seguir em Janeiro, Lima podia ver de graça.
O treinador foi sincero no que disse: Roberto é um grande guarda-redes e que tem saudades de Saviola. Ficou mais ou menos claro, em meias palavras, que não foi por ele que saíram da equipa. E ficou muito claro que sem eles, os gregos dificilmente teriam passado à nossa frente.
Mas tal como com Emerson, os tais da “norma” não percebiam porque razão JJ insistia tanto com Roberto. Os tais da “norma” que também aplaudiram a contratação de Lima, porque Saviola teve uma “época apagada”. Alguém sabe quantas vezes foi titular e quantos golos marcou Lima de bola corrida nestas duas últimas épocas da Champions? Proximamente eu digo...
E porque o Benfica para esta gente é um mundo à partelembro que o FCP do Paulo Fonseca foi eliminado com 5 pontos e que, pasme-se, aos 5 mn do último jogo, Josué levou um cartão amarelo. É só comparar com o que se passa cá (no Benfica – Arouca por exemplo) e perceber porque falham os treinadores no Benfica (uns mais do que outros).

domingo, 8 de dezembro de 2013

Preconceito e táctica l(ar)ouca...

Portugal, 8 de Dezembro de 2013

Não terá sido seguramente por mera coincidência que a equipa que nos voltou a tirar pontos em nossa casa, tal como a que o conseguira na última vez, é uma equipa do fundo da tabela classificativa. Primeiro o Belenenses, agora o Arouca.
“Desapontamento” é uma palavra que não traduz com rigor o que senti, logo após ter terminado esse jogo. Talvez “lixado” com “f” estivesse melhor... De facto há coisas que não se entendem no Benfica, e não é de agora, desta época, deste treinador. Deu um trabalho enorme adquirir as rotinas positivas de jogo e consequentes vitórias, e quando alcançamos o 1º lugar, parece não estarmos muito à vontade e deitamos tudo a perder na primeira oportunidade...
Vejamos. Durante a semana, após a magnífica vitória em Vila do Conde, alguns entendidos viram nos golos de Lima (2) e Rodrigo, a ressurgimento do “génio” destes jogadores. Seguiu-se o habitual exagero mediático (o Benfica vende, não é?), falou-se de “brasucas do golo” nas 1ªs páginas dos jornais, escreveram-se opiniões sobre a fantástica dupla de jogadores e pronto, o Rodrigo até confessou que gosta muito de jogar ao lado de Lima, ficando por saber se também gosta de jogar ao lado de Cardozo. Ou se essa sua preferência pode indicar que não gosta de jogar ao lado de Cardozo, o que na minha opinião seria mau.
Também não faltou a desastrada contribuição da SAD com a notícia encomendada de que “estavam a preparar Funes Mori para substituir Cardozo”. Não sei o que é que têm contra Cardozo, pois com 30/31 anos, ainda tem muito para dar ao Benfica. A não ser que eles não queiram e prefiram os velozes Lima e Rodrigo, ou a incógnita Funes Mori, mais uma das contratações de Vieira.
Ou seja, andaram uma semana a promover Lima e Rodrigo, incentivando-os a marcarem mais golos de modo a que outras opções da SAD pudessem ser promovidas (Funes Mori), mas não consideraram que jogar em Vila do Conde em 4-3-3 é bem diferente do que jogar em 4-4-2 na Luz, mesmo com um dos últimos. A inteligência da SAD e seus assessores de futebol “impressiona”...
É importante sublinhar que não estou a criticar qualquer jogador do Benfica, simplesmente julgo que Lima e Rodrigo são jogadores para o 4-3-3, um modelo com um ponta de lança que deixa encaixar o adversário, que deixa o adversário jogar no nosso meio campo, e assim permite linhas de passe amplas e nítidas como as que deram a vitória em Vila do Conde. Querer fazer de Lima e Rodrigo, goleadores em ataque continuado e massivo, como costuma originar o habitual 4-4-2 em losango, é um erro tremendo e custa pontos importantes, como se viu com o Arouca.
Isto é. Ou jogamos com Lima ou Rodrigo ao lado de um bom jogador posicional, como é Cardozo, se quisermos jogar em 4-4-2, para aliarmos o benefício das linhas de passe que Cardozo origina, pela marcação que lhe é feita, com a velocidade do segundo ponta de lança. Ou quando Cardozo não está, por lesão ou impedimento, o melhor é optar pelo sistema 4-2-3-1 já ensaiado em jogos de maior coeficiente de dificuldade.
Aqui é que a coisa se complica, porque nem a comunicação social nem os adeptos iriam entender bem que jogássemos contra o Arouca (ou equipas de autocarro), com apenas um avançado! Porque no Benfica isso não é natural. Mas é natural ver o SCP golear o Arouca só com um ponta de lança! Ou o FCP que joga sempre com um único ponta de lança, nas mais variadas combinações do 4-3-3. Para eles já pode ser...
A constatação que estou aqui a registar, baseia-se também na vitória contra a Académica, na época passada, também com Pedro Emanuel do outro lado e também sem Cardozo, mas com Lima e Rodrigo, em que o Benfica dominou e apenas marcou 1 golo de penalty aos 92 mn. Nada acontece por acaso no futebol. Pedro Emanuel estrutura as suas equipas da mesma forma, sempre que vai jogar a casa do Benfica. Ponto! E nós cometemos sempre os mesmos erros tácticos quando jogamos contra autocarros. Ponto!
Perguntava um amigo meu, “mas se eles se encaixam lá atrás, o que é que podemos fazer?” Uma boa pergunta. Será que são eles que se encaixam lá atrás, ou será que somos nós que os empurramos lá para trás? Aí recordei-me de uma derrota do Benfica na 2ª passagem de Camacho, contra o Belenenses de Jesus! Jogamos só com um ponta de lança (Cardozo) e aos 60 mn com 0-0, já nos tinham invalidado um golo por fora de jogo que, para variar, a Sporttv não mostrou bem. Camacho (à boa maneira benfiquista) entendeu mexer na equipa e meteu um 2º avançado, Nuno Gomes, preterindo Maxi Pereira, na altura a jogar a médio. Bastaram 6 mn para o Belém marcar o golo, porque nos apanhou em contra pé, com a nossa linha defensiva coincidente com o meio campo!
Ora se antes isso não tinha ocorrido antes no jogo, porque aconteceu depois da entrada do 2º avançado? A explicação parece-me pois encontrada. Mais um avançado, mais proximidade do meio campo com os avançados, mais proximidade dos defesas com o meio campo, sobem-se as linhas, e encosta-se o adversário no seu ultimo terço do campo.

Também podíamos falar do árbitro que marcou 1 penalty a favor do Benfica, quando podia fazer como os outros e não marcar, apesar de existir. É que a jogada do 1º golo do Arouca nasce de um contra ataque em que o médio que lançou o Pintassilgo, ajeitou abola com o braço, e o árbitro “não” viu. Depois o Fejsa fez a falta de onde sai o golo, com uma barreira mal posicionada, e pronto, está explicado porque razão o FCP (e também o SCP) não sofre certo tipo de golos. Porque a jogada seria interrompida pela falta devida ao corte com o braço.