segunda-feira, 29 de abril de 2013

Meias rotas?



Portugal 28 de Abril de 2013

Infelizmente a viagem à Turquia não correu bem e perdemos pela 1ª vez nesta Liga Europa. Ao cabo do 7º jogo na fase a eliminar, perdemos. E perdemos por 1-0 um dos piores resultados que nos podia ter acontecido, dando crédito à estatística.
Efectivamente desde a época 84/85 que não damos a volta a uma eliminatória, na qualidade de visitados, com derrota na 1ª mão por 1-0. A comunicação social não referiu, mas na qualidade de visitantes sim, conseguimos na época de 1999/2000. Depois de perdermos na Luz por 1-0 (“frango” de Encke), fomos à Roménia vencer o Dínamo de Bucareste por 2-0 (golos de Maniche e Chano). E com isso fomos a 1ª equipa portuguesa a conseguir eliminar um adversário, depois de derrotados em casa na 1ª mão.
Voltando ao jogo, parece-me que estamos a pagar o preço de estarmos envolvidos em várias frentes desportivas. O nível de desgaste físico e essencialmente mental, é muito forte. E o dos adversários não! Tanto Fenerbahce como Chelsea apenas lutam pelos lugares da Champions, tarefa que lhes está mais ou menos facilitada. Pelo que se podem concentrar mais na Liga Europa.
Esta questão do desgaste só encontra excepção no Bayern de Munique. O Borussia de Dortmund está como os nossos adversários da Liga Europa. O Barcelona e Real Madrid, mais os catalães, também lutam ou lutavam por 3 objectivos. Parece que a final está mais ou menos emparelhada, depois dos resultados da 1ª mão.
Posto isto, o que mais se pode dizer? A táctica do jogo para mim foi a correcta: 4-2-3-1. Devido à rotação de plantel, castigos e lesões, jogou Aimar na posição 8 e André Gomes na 6, um apoiando o avançado com o toque de criatividade que sempre espera dele, o “menino” colaborando na difícil tarefa de recuperar a bola e colocá-la jogável nos processos ofensivos.
Terá faltado apenas algum toque de qualidade ao futebol de Aimar, na medida em que fomos pouco acutilantes no ataque, na 1ª parte. Terá faltado também alguma qualidade defensiva aos nossos defesas laterais. Mas esta é uma velha questão que não se pode colocar de modo simples e linear, pois foi com estes dois defesas que chegamos a uma fase tão adiantada da prova. É verdade que também chegamos com o Emerson (mais defensivo) aos quartos de final da Champions. Mas bem sabemos como é difícil a um treinador optar por defesas laterais mais tácticos. E Emerson acabou por pagar – estupidamente - por isso.
Sobre a derrota, é lamentável que a comunicação social mantenha a mesma cretinice no abordar das bolas nos ferros, como tinha demonstrado na manipulação dos supostos erros de arbitragem do jogo com o SCP. Falaram muito da “sorte” do Benfica nesses lances, mas esqueceram de referir que o golo dos turcos nasceu de um canto que era um pontapé de baliza a favor do Benfica!
Claro que também podemos interpretar isto, não como uma forma cretina de ver o futebol, mas uma forma de “propagandear” este “futebolês” no qual os erros de arbitragem contra o Benfica não podem ser destacados! A favor, mesmo que suportados com repetições e ampliações de imagens que o árbitro não tem em campo, sim, aí sim, tem que se dar destaque. Muito destaque! Tudo funciona numa lógica de condicionar árbitros e observadores, e esta cretinice é a que melhor serve os interesses do “sistema” do “futebolês”.
E por isso quando FCP ou SCP são beneficiados por erros de arbitragens, nunca há “polémica” (o tal adjectivo que o jornalista “cola” na noticia, como quer e para quem quer, ou lhe mandam). Ainda ontem o FCP teve mais um penalty inexistente a favor, com 0-0 (do mesmo árbitro que em Coimbra assinalou 2 inexistentes contra o Benfica) e teve mais um penalty perdoado contra (reveja-se a posição do árbitro – de frente para o lance, perfeita leitura do mesmo), na altura em que ganhava apenas por 1-0. Que lemos hoje na cretina comunicação social acerca disso? Nada! Nada vezes nada. Prejudicar os adversários do FCP é uma forma de fazer futebol tão natural como o ar que respiramos. É essa a mensagem que a comunicação social quer que seja consumida pelo adepto, dirigentes, árbitros, etc., todos!
Voltando à meia-final da Liga Europa. Temos um desafio muito complicado pela frente, mesmo com 3 jogadores adversários impedidos (nós temos um, para já). O Fenerbahce apenas jogou uma vez fora, na 2ª mão. Foi contra a Lázio. E empatou a 1 golo! Nas duas outras eliminatórias jogou sempre fora na 1ª mão. Num caso empatou 0-0 no BATE Borisov, no outro venceu 1-0 no Vitoria Plekzen (que eliminara antes o Nápoles com agregado de 7-0!).
Jesus já bateu tantos recordes no Benfica. Espero que bata mais um e se torne no primeiro treinador, no intervalo de 28 anos, a vencer uma eliminatória europeia depois de ter perdido na 1ª mão por 1-0. Mas vai ser difícil...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cretinos e Otários


Portugal, 25 de Abril de 2013

Por incrível que pareça, hoje em que o Benfica – única equipa portuguesa em provas europeias – começa a discutir a passagem à final da Liga Europa, hoje ainda se fala do “polémico” (o adjectivo é dos jornalistas) Benfica – SCP que se jogou há 4 dias!

Para os mais desatentos, recordo que o Benfica ganhou com 2 golos limpos, um deles na categoria de obra de arte, nenhum de penalty ou em fora de jogo. Igualmente o SCP não teve golos mal invalidados, o SCP não teve situações de impedimento por fora de jogo mal assinalado, o SCP não fez um remate digno desse nome à baliza do Benfica. Apenas cruzamentos e passes ao Artur Moraes.

Mas fala-se do “polémico” jogo. Qualquer semelhança com a final da Taça da Liga que os adeptos do SCP baptizaram de “Taça Lucílio Batista”, não é mera coincidência. A semelhança é o “modus operandi” de uma comunicação social cretina na forma e nos propósitos.

Olhanense0 - Benfica 0: “Queixou-se o Benfica da expulsão de Aimar como forma de explicar um nulo que pode deixar as águias mais distantes de um objetivo que encaravam ainda como palpável perante o encurtar da distância para o líder FC Porto, rival que poderiam ter ultrapassado ontem ainda que à condição. Contudo, faltou muito mais à equipa de Jorge Jesus para poder reclamar algo mais neste jogo” – JOGO 23-03-2012. À equipa de JJ “faltou algo mais” (branqueamento do erro do árbitro). E à do SCP não faltou nada?

“.. o que aconteceu foi quase impensável. Os encarnados não criaram uma única oportunidade de golo na primeira parte e, pior que isso, apenas fizeram um remate (cabeceamento de Jardel por cima) – BOLA 23-03-2012. “Impensável”? Mas afinal quantos remates fez o SCP à baliza do Benfica na 1ª parte?

Académica 0 – Benfica 0: O Benfica empatou, este sábado, na deslocação ao terreno da Académica (0-0). Este foi o terceiro jogo sem conseguir vencer e agora fica à mercê do FC Porto na liderança – BOLA 26-02-2012. Neste jogo já não houve “polémica” com os 2 penaltys tirados ao Benfica e vários foras de jogo mal assinalados ao Benfica. A “polémica” para os jornalistas é como o tempero da comida: põe-se quando e quanto se quiser.

Dúvidas em dois possíveis penáltis. Dois lances na área da Académica (aos 8' e 58') podiam ter dado penálti a favor do Benfica... ou não. Nem o painel de especialistas de O JOGO chegou a um consenso com recurso a imagens televisivas – JOGO 26-02-2012. Fantástico. Nos 2 lances, as imagens claríssimas não conseguiram unanimidade entre os paineleiros do JOGO. No último Benfica - SCP as mesmas imagens, que nada mostram nos lances da 1ª parte, já conseguiram unanimidade para lances de penalty.

Os cretinos voltaram a atacar, sob a capa da credibilidade que a comunicação social sempre merece para os incautos cidadãos e adeptos de futebol. Os agentes activos fizeram o seu papel de agitarem, branquearem, distorcerem conclusões e pressionarem a arbitragem para o decisivo jogo com o Marítimo. Os agentes passivos, os dirigentes do Benfica, também fizeram o seu papel habitual: calados, sem reacção, deixando que os adversários mintam e façam mal ao Benfica.

Assim pudemos ouvir o que pensa o presidente do SCP, pudemos ouvir o que pensa o presidente do FCP, o tal que há uns tempos dizia que só fala de arbitragem quem é parvo. Ouvimos ex-presidentes do SCP, ouvimos ex-jogadores do FCP pronunciarem-se sobre a arbitragem.

Mas... e o presidente do Benfica? Alguém ouviu o “faz-que-é” presidente do Benfica? Alguém o ouviu defender a verdade desportiva neste jogo? Alguém o ouviu dizer que o SCP está a apoiar-se em imagens de televisão para marcar os golos que não conseguiu marcar, não só neste jogo mas em todo campeonato. Alguém o ouviu dizer que o FCP não tem legitimidade moral para falar de arbitragens? Alguém o ouviu dizer que se os lances de penalty fossem assinalados como devem ser, o FCP estava a pelo menos 10 pontos de atraso do Benfica e estávamos a encomendar as faixas de campeão?

Ninguém ouviu! Desta vez o Sr.º Vieira não fez chegar aos jornalistas, através dos seus assessores de imprensa, a nota de que queria falar. Mas como reagiu este “faz-que-é” presidente do Benfica após o jogo de Olhão arbitrado por esta Capela?

Noticia RECORD, 24-03-2012: “Luís Filipe Vieira não poupou os jogadores do Benfica a um valente puxão de orelhas, que serviu também como um sinal de alerta para os jogos que se seguem ...”.

Roubados pelo árbitro e enxovalhados pelo que se supõe ser presidente do clube... Otários....

Se querem ver um jogo onde houve erros gravíssimos com influência no resultado, aqui têm. Até o jornalista da RTP ficou engasgado com algumas decisões do árbitro: http://www.youtube.com/watch?v=x9CkYPCEjGY

terça-feira, 23 de abril de 2013

O Fair-play é uma treta...



Portugal, 23 de Abril de 2013

O Benfica ganhou ao SCP, o jogo teve a matriz táctica esperada, a arbitragem voltou a ser a tábua de salvação do SCP, enfim, pouco ou nada mudou relativamente aos últimos derbys.

Já é quase fastidioso mencionar o nosso 4-4-2 como causa dos problemas de articulação e fluidez de jogo, em particular quando jogamos em casa. Foi assim contra o Bordéus, foi assim contra o Newcastle, enfim, volta e meia quando jogamos contra boas equipas que se apresentam apenas com 1 ponta de lança, temos este tipo de dificuldades de, organizar e sobrepor o nosso jogo ao do adversário que coloca mais unidades no meio campo.

Os sportinguistas e os muitos analistas sportinguistas da comunicação social, pensaram então que o SCP estava a dominar os primeiros 20 mn, quando o que se estava a passar na realidade, era um ajuste de jogo fruto da superioridade numérica do SCP no meio campo (tal como o Bordéus e o Newcastle já referidos). Aliás quando na 2ª parte JJ tirou Cardozo (avançado) para meter Ola Jonh (médio ala, derivando Gaitan para o corredor central), reequilibramos as forças, marcamos o 2º golo e o jogo acabou ali...

A matemática dos modelos tácticos ainda é o que era...

Quanto à arbitragem, parece começar a estar impregnada na cabeça dos adeptos que, sempre que o Benfica não for prejudicado por erros de arbitragem, é sinal que foi beneficiado! Isto acontece porque (1) há agentes activos – comunicação social, dirigentes de clubes adversários - a propagandear a existência de supostos erros de arbitragem que beneficiam o Benfica, ao mesmo tempo que branqueiam erros de arbitragem contra o Benfica, erros que de facto são erros, com argumentos de que “o árbitro tem de decidir em fracções de segundo e não tem as repetições das televisões para o ajudar a decidir”. (2) Porque há agentes passivos – responsáveis benfiquistas – que uma vez mais não reagem, quiçá cumprindo ordens da Direcção do Sr.º Vieira. Não é por acaso que o Sr.º Jesualdo quando era treinador do Benfica nunca protestou uma das várias roubalheiras que lhe haveriam de custar o lugar, tais como Póvoa de Varzim e FCP, e olhem só como o “pássaro agora já canta”...

O SCP fala em particular de um lance de Garay sobre WW onde houve um toque na perna de WW que lhe provoca desequilíbrio (só se vê na TV e de ângulo que julgo que o árbitro não tem). Contudo WW teve sempre o controlo da jogada e conseguiu rematar, coisa que ao longo do jogo e em melhor situação, teve mais dificuldade. Para além disso, e uma vez que criticam o critério largo, há falta de Rinaudo sobre Lima na jogada que antecede esse lance.

Falam também de uma alegada carga de Maxi sobre Capel, em que o que se vê é que Maxi não sabe quem está atrás de si, mas Capel sabe que tem Maxi à sua frente. Visto e revisto o vídeo que a SAPO online disponibilizou, não consegui ver quem rasteirou quem. O árbitro imagino que também deva ter ficado sem saber, tão rápido é o lance. Imprudência de Maxi? Excesso de crença de Capel?

Não vi os analistas sportinguistas tão assanhados quando Soares Dias, na época passada, derrotou o Benfica em Alvalade com 1 penalty duvidoso, sem que antes, aos 3 mn, não quis ver 1 penalty de Polga sobre Gaitan, assinalando um canto que não viu (e que de facto não foi). Mais a expulsão perdoada a Ínsua por entrada em tackle sobre Bruno César aos 5 mn e a expulsão de Luisão com 2 cartões amarelos em duas faltas inofensivas e não tipificadas como perigosas pelo Regulamento de Arbitragem.

O SCP agarra-se à arbitragem para explicar uma época péssima, com 2 presidentes, 4 treinadores e uma carrada de jogadores contratados! Em vez de elogiarem a sua prestação e os grandes golos do Benfica, não! Agarram-se à ilusão e ficção da arbitragem! O fair-play é mesmo uma treta....

Ultrapassado SCP, ultrapassada mais uma “etapa de montanha” de 1ª categoria, falta uma outra e última “etapa de montanha”, também de 1ª categoria, que é no Funchal. Uma vitória nesse jogo, quase garante o título embora tenhamos de estar preparados para as etapas seguintes, adequadas a “roladores”...

Sobre o tema “gestão dos jogadores”, a substituição de Luisão na parte final do jogo, por dores musculares, a somar às incertezas de Gaitán que esteve diminuído na semana anterior, vêm dar razão, em certa medida, ao que escrevi antes. Contra o Paços devia ter sido feita outro tipo de gestão com 3/4 dos jogadores mais utilizados. Isso não foi feito por razões que só JJ poderá assumir e que na minha leitura se prenderam com as pressões da “estrutura” do Benfica. As tais intromissões dos tipos da estrutura dirigente ou que gravitam na sua órbita, tipos que como treinadores nunca ganharam nada, mas têm opiniões sobre tudo.

Vamos ver. O que se viu é que SCP sem competir desde a jornada anterior, apresentou-se fisicamente melhor, contrariando as opiniões que defenderam que isso não iria acontecer por não terem tido competição durante demasiados dias...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Agri-Doce


Portugal, 19 de Abril de 2013



Ao cabo da 4ª época de Jorge Jesus e 8 anos após a última presença, conseguimos finalmente estar na Final da Taça de Portugal, a tal festa do futebol que alguns gostam de chamar. Nos últimos anos foram mais as vezes que fomos impedidos de prosseguir por erros de arbitragem, do que por a equipa jogar mal e não merecer seguir adiante.


Após essa última presença, com Trappatoni no comando e 8 dias após nos sagrarmos campeões nacionais, perdemos 2-1 com o Setúbal num jogo em que Paulo Costa até marcou 1 penalty a nosso favor logo aos 5 mn. Para o campeonato não marcava mas na Taça, e num jogo entre equipas de “mouros”, já podia ser.


De seguida veio Koeman que foi derrotado em casa pelo Guimarães, num golo em que a bola é ajeitada com o braço antes de ser rematada. Árbitro, Jorge de Sousa que viu essa jogada, como viu várias entradas à margem das leis dos jogadores do Guimarães, sem penalização correspondente. Expulsou 1 jogador ao Guimarães quando já perdíamos por 1-0, o que serviu para eles se fecharem defensivamente. O Guimarães foi depois eliminado fora pelo Setúbal.


Depois veio Fernando Santos, e fomos eliminados pelo Varzim da 2ª divisão de Honra. Árbitro Olegário Benquerença que não viu 2 penaltys claros sobre Simão e Nuno Gomes, um com 0-0, outro com 0-1. O Varzim a seguir foi jogar a Braga, perdendo, e o Braga foi de seguida eliminado pelo Belenenses (de Jorge Jesus) fora também.


Na época seguinte começamos com Fernando Santos, passamos por Camacho e foi já com Chalana que fomos eliminados nas meias-finais contra o SCP, depois de estarmos a vencer por 2-0 ao intervalo, perdemos 5-3. Árbitro, Jorge de Sousa que juntamente com os auxiliares não viram a legalidade do 3-0 do Benfica (Di Maria) e permitiram – embora pouca diferença fizesse – o 5º golo após entrada violenta de Miguel Veloso sobre Léo, que não foi sancionada e originou um contra ataque de golo.


Veio Quique Fores e fomos eliminados pelo Leixões nas grandes penalidades, na primeira vez em que vi Moretto não defender qualquer penalty. Esse Leixões que tinha ganho em casa do FCP bateu-nos porque o árbitro Olegário Benquerença não viu 2 penaltys na mesma jogada de Nuno Gomes aos 91 mn.

Depois de 4 eliminações aos apitos de Jorge Sousa e Benquerença, sem que a Direcção do Sr.º Vieira protestasse o que quer que fosse, veio Jorge Jesus e fomos eliminados pelo Guimarães com arbitragem de Elmano Santos. Para variar não viu 2 grandes penalidades a favor do Benfica, uma delas na última jogada do desafio.


No ano seguinte, fomos eliminados nas meias-finais pelo FCP, com arbitragem inenarrável de Carlos Xistra e silêncio absolutamente conivente do Sr.º Vieira. Para branquear os erros de arbitragem chegou a sugerir-se que o Roberto, enfim, mas quem defendeu foi o Júlio César. As marcas a equipa e nos adeptos forma de tal ordem marcantes, que a equipa não mais se encontrou a nível mental e psicológico estando nesse factor a maior parte das explicações da eliminação nas meias-finais da Liga Europa.


Por fim na época passada, talvez a única eliminação sem interferência dos apitos dos árbitros mas com 1 “frango” do Eduardo. O presidente do Catania dizia que com “Eduardo estavam garantidos 5 ou 6 frangos por ano” e apesar disso o Sr.º Vieira foi contratá-lo para suprir a falta de Roberto... Eduardo “caprichou” nesse jogo e fomos à vida.


E cá estamos agora com esta sensação boa que é estarmos na final e não termos de jogar nem contra o SCP nem contra o FCP. Não quero dizer que será por isso mais fácil, apenas quero dizer que agradável saber que nós conseguimos e eles não.


Contudo a passagem à final trouxe para mim um sabor agri-doce. Doce, porque estar na final da prova em que temos o maior número de vitórias, é como estar de regresso a casa! Mas também me deixou um sabor muito amargo relativamente à forma como a equipa foi gerida. Porque vi ali mais prejuízos do que benefícios e vi Jesus contrariar aquele que tem sido o padrão das suas decisões.


Ao colocar a maior parte dos jogadores que constituem o denominado onze base (apenas Lima e Ola Jonh não alinharam de início), JJ quebrou uma regra que vinha praticando: a rotação de plantel. Acredito que estar na final era – por todas as razões e mais alguma – muito importante para o Benfica. Mas então e as outras provas, não são?


Como se pode entender que o mesmo Jesus que fez alinhar Carlos Martins e Roderick contra o Bordéus e em Braga na meia-final da Taça da Liga, agora em nossa casa não tenha arriscado noutros centro campistas menos sobrecarregados de jogos? Como entender que o mesmo Jesus que lançou André Gomes na Alemanha contra o sempre forte Bayer Leverkusen, desta vez não tenha tido o mesmo critério? Será que o Paços de Ferreira mesmo com derrota no 1º jogo por 2-0 era assim tão temido pela equipa técnica? 


Não costumo criticar as opções dos treinadores, muito menos deste. Mas o desvio daquilo que costumavam ser as suas opções, não me parece normal em JJ. E como vi na Benfica TV, após o jogo com o Bordéus, o José Augusto (lá estou eu outra vez) defender que o Benfica tem jogadores para alinharem sempre os melhores me todos os jogos que faltam até final da época, não me espantaria que JJ se tivesse rendido às pressões da “estrutura”. Será? Não sei. O que sei é que perdemos mais do que ganhamos com esta opção. 

Espero estar muito enganado e que a recta final desta até agora, gloriosa época, não redunde em fracasso pela opção da meia-final da Taça com o Paços, que significou sobrecarga física escusada em 4/5 jogadores mais utilizados, e que significou a perda de confiança dos outros que viam nesse jogo uma oportunidade para serem úteis à equipa. Se não jogaram nesse jogo, vão jogar quando?


Pois é. A “estrutura” tem muito que se lhe diga...

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um par de meias



Portugal, 16 de Abril de 2013



Pela 2ª vez em 3 épocas, o Benfica de Jorge Jesus apurou-se para as meias-finais de uma competição europeia. Um par de “meias” que a somar a um par de “quartos” faz recuperar o estatuto europeu do Benfica.


Como no Benfica as coisas parecem acontecer sempre por acaso, a questão da renovação do treinador continua sem sinais claros de evolução, o que dadas as circunstâncias não pode ser interpretado como um bom sinal. E nem as notícias publicadas no CM podem apaziguar esta sensação de incomodidade, porque é fácil fazer circular notícias nos jornais. Eu próprio dei em 2001 uma entrevista a um jornal lisboeta já extinto, a propósito das providências cautelares, e tudo foi negociado num almoço que aconteceu na Bairrada. Agora imaginem os que têm milhares para investir mensalmente em jornalistas...


A renovação com o treinador é neste momento, uma questão que já deveria ter sido resolvida. Independentemente de como acabar a época, o Benfica deve ter ideias claras do que pretende e num balanço sério, racional e actual, dos 4 anos de contrato de JJ, este deve continuar. Caso a renovação já tivesse acontecido, isso seria um sinal de pujança da liderança da Direcção, seria um sinal de confiança no treinador com óbvios reflexos no espírito de grupo dos jogadores, seria um sinal dado aos adversários que a estratégia não vai mudar e que nos vamos continuar a apresentar fortes, seria uma forma de negociar em melhor circunstâncias com o treinador, pois por cada título alcançado, ele irá – obviamente – cobrar mais. 


Haverá também quem defenda, na senda de uma lógica tacanha típica de um certo pensamento português, que quanto mais se protelar a renovação mais o Benfica pode poupar em salários, caso JJ não vença todos os troféus ou até, se possa justificar a não renovação se não ganharmos nada. Isto é um pensamento ridículo mas parece ter alguma aceitação entre as “altas esferas” do Benfica. Entenda-se, dirigentes e ex-dirigentes que já se pronunciaram afirmando que, caso JJ não ganhe o título de campeão, o Benfica não deve renovar com ele (Gaspar Ramos).


Estes “Gaspares” do nosso clube, são um bom exemplo do pensamento "suicidário" que faz escola entre muito boa gente que diz sofrer pelo Benfica. E que nalguns casos chega a exercer funções de dirigismo no clube, explicando assim uma parte da decadência que atingiu o clube nos anos 90 e na primeira meia dezena do século actual, e que custou ao Benfica muitos milhões de contos em experiência falhadas de novos jogadores pedidos pelos novos treinadores!


Adiante que me estou a desviar do tema. Chegamos às meias-finais da Liga Europa, não ganhamos nada ainda, mas estar aqui e passar por cima de Bayer de Leverkusen, Bordéus e Newcastle é um facto a salientar. Porque para ganhar é preciso chegar à final, e para chegar à final é preciso chegar à meia-final. Quantas mais vezes chegarmos à meia-final, mais vezes seguramente chegaremos à final. Logo, não conquistar a Liga Europa não pode ser um factor penalizante para avaliar o treinador que, em duas das últimas 3 épocas, colocou o Benfica na antecâmara da final (nos últimos N anos, quantas equipas europeias conseguiram este feito?). 


Quanto ao jogo com o Newcastle, o esquema de jogo veio ao encontro do que eu defendera no texto “Alea Jacta est”: “em casa do Newcastle vamos ter muitas dificuldades contra o seu futebol atlético e linear. É desejável que Jesus esqueça o 4-4-2 (cada vez menos losango, pelas características de Matic) e aposte no 4-2-3-1, reforçando o meio campo para tentar controlar o ritmo do jogo. Se deixarmos o Newcastle pegar na bola e obrigar-nos a correr atrás deles, vai ser muito complicado”.


Apenas falhei no avançado, uma vez que a minha aposta seria em Cardozo e a de JJ foi em Lima. Contudo, e uma vez mais, foi com Cardozo que igualamos o resultado, uma prova mais do quanto injustiçado é este grande jogador por parte significativa dos adeptos.


Para concluir, ontem conseguimos voltar à final da Taça de Portugal, 8 anos depois e na 4ª tentativa de JJ. Poderíamos ter estado lá há 2 anos atrás, caso não fossemos impedidos por Carlos Xistra. Mas deste empate com sabor a vitória, que me deixou um sabor agri-doce, escreverei no próximo texto.

terça-feira, 9 de abril de 2013

"Alea jacta est"



Portugal, 9 de Abril de 2013

“Alea jacta est”, os dados estão lançados.

No espaço de 3 dias, a equipa principal do Benfica venceu o Newcastle por 3-1 e foi a Olhão quebrar um enguiço que durava há 3 épocas consecutivas, incluindo a época do último título. O plano da equipa foi pois alcançado com sucesso. 

Segue-se nova série de jogos que incluem a 2ª mão do jogo com o Newcastle, onde podemos apurar-nos para as meias finais de uma competição europeia pela 2ª vez em quatro anos, e depois a 2ª mão da meia final da Taça de Portugal contra o Paços de Ferreira que permite algum descanso antes da entrada na recta final da época. O jogo seguinte contra o SCP só acontecerá no fim-de-semana o que garante um período mínimo de 6 dias de descanso.

A nossa equipa tem vindo a ultrapassar os adversários, jogo a jogo, mas continuamos na mesma: ainda não ganhamos nada, podemos não ganhar nada, como podemos ganhar tudo. A concentração da equipa e dos adeptos, o tal 12º jogador, deve pois estar no máximo.

Recuperando os últimos dois jogos, ficou mais ou menos evidente que a equipa com Cardozo é uma coisa, sem Cardozo é outra. Os 2 primeiros golos marcados contra o Newcastle tiveram a sua marca. No 1º golo, é dele o forte remate que obriga o guarda-redes a defender mal, aparecendo Rodrigo com grande sentido de oportunidade, a concretizar. No 2º golo, é ele e André Almeida que pressionam o defesa esquerdo que vendo a sua frente tapada, opta pelo passe para o guarda-redes, onde aparece Lima com sentido posicional apurado, a roubar a bola e concretizar de ângulo algo difícil. 

Estes dois golos são a prova evidente de que no futebol, os golos são resultado do colectivo embora só um possa meter a bola na baliza. Mas sem o contributo dos outros, não consegue fazê-lo. No nosso clube, infelizmente, há uma cultura desportiva que enaltece o “eusébiozinho” que faz o golo, mas não quem trabalha para criar essa situação. Depois dispensamos os que trabalham para criar situações de golo e não percebemos porque razão os nossos heróis afinal não são tanto como se pensava.

Aliás neste caso nem foi preciso esperar muito para perceber esta mecânica. Jesus escolheu a dupla Rodrigo + Lima para Olhão, na minha opinião apenas e só por gestão física. Cardozo jogara 75 mn contra o Newcastle, Lima 30 mn e Rodrigo 60 mn. Ora faltando Cardozo o que é que vimos? Mais do mesmo. Na 1ª parte várias situações de remate à baliza, todas dentro da grande área (já agora este pormenor é importante), mas nenhum golo e com algumas perdidas que se fosse com Cardozo, logo provocavam a urticária do costume, aos do costume.

Valeu na 2ª parte um golo de categoria, de Sálvio, na sequência de jogada de ... contra ataque, que prova que o 4-4-2 é um modelo muito ofensivo que por vezes não funciona. Contributo dos dois avançados do Benfica no 1º golo que decide o jogo? Zero. E no 2º golo? Outro zero. “Ah, mas eles correm e esforçam-se e até quase fizeram golo. Têm é algum azar...”. O Cardozo é que não. Quando falha é porque é lento, é porque é “isto e aquilo”...

O nosso Benfica é um clube de peculiaridades. O que incomoda é que não se aprende nada com os sucessivos erros de análise, prevalecendo sempre as convicções axiomáticas de cada um.

Vem agora dois jogos importantes antes da tal mini pausa para o jogo com o SCP. Em casa do Newcastle vamos ter muitas dificuldades contra o seu futebol atlético e linear. É desejável que Jesus esqueça o 4-4-2 (cada vez menos losango, pelas características de Matic) e aposte no 4-2-3-1, reforçando o meio campo para tentar controlar o ritmo do jogo. Se deixarmos o Newcastle pegar na bola e obrigar-nos a correr atrás deles, vai ser muito complicado.

De seguida sai um mais acessível, pelo resultado da 1ª mão, jogo com o Paços de Ferreira. Do que tenho observado de Jesus, será um jogo sem facilitismos mas com grande rotação de plantel. Não me admiraria ver Aimar, Jardel e Roderick na equipa principal.

Compreende-se: contra o SCP iniciamos o ciclo do ataque ao tudo, ou quase tudo desta época.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Três



Portugal, 3 de Abril de 2013

Hoje é por mero acaso o dia 3, mas já antes tinha decidido escrever sobre o Três e o Benfica.

Três é o número de competições em que o futebol do Benfica está envolvido e como tal, é o número de competições que podemos ganhar. “Poder ganhar” não quer dizer que “vamos ganhar”. O entusiasmo tolda o raciocínio de boa parte dos adeptos do Benfica que nestas alturas dão como adquirido o que será sempre muito custoso de alcançar. Mas não são só os adeptos e a comunicação social a desconcentrar a equipa. Os dirigentes, por razões diferentes, também dão o seu contributo.

Noticia BOLA, 29/12/2011: Luís Nazaré, presidente da Mesa da Assembleia-geral do Benfica, diz que a equipa encarnada pode aspirar a um lugar na final da presente edição da Liga dos Campeões. (ainda não tínhamos jogado os oitavos de final com o Zénit).

O Benfica pode conquistar 3 provas, como pode não conquistar nenhuma (longe vá o agoiro), tudo depende de como se conseguirem manter competitivos os níveis de concentração individual, os níveis físicos e os níveis tácticos em face da esperada gestão física. Acresce que o entorno da equipa deve ser com base no apoio responsável de adeptos e dirigentes, jogo a jogo, sem fazerem muitas contas em função dos jogos seguintes. Essas contas não são para os adeptos, são para a equipa técnica.

Três é também o número de jogos em que, se formos competentes com até aqui, (e não formos muito roubados pelos apitos) podemos aumentar a distância pontual para o 2º classificado, o clube que joga andebol na grande área e os árbitros nunca vêem penalty. Acredito que dado o tipo de calendário e a própria dinâmica do campeonato (à medida que decorrem as jornadas, o adversário sabe que tem menos hipótese de recuperar os pontos perdidos e isso pode influenciar para menos, o rendimento do jogo seguinte), podemos entrar nas últimas 3 jornadas com mais do que os actuais 4 pontos de diferença. Temos é de ser competentes e ganhar os nossos jogos (Olhanense, Sporting e Marítimo).

Três foi também o número de provas que o Bayern de Munique treinador pelo nosso conhecido Juup Heynckes (apenas mais um que falhou no Benfica e teve algum sucesso lá fora), podia ter ganho na época passada: Campeonato, Taça da Alemanha e Champions League. Com alguns se recordarão, perdeu as três provas, sendo que duas delas foram derrotas na final.

Deve ter sido doloroso e para podemos comparar basta imaginarmos com nos sentiremos caso não consigamos ganhar nenhuma das provas que ainda estamos em prova, das quais só numa podemos dizer que estamos quase garantidos na final (Taça de Portugal). Seria sem dúvida doloroso...

Mas que conclusões se podem tirar dessa fatalidade que aconteceu ao Bayern, ao Benfica da Alemanha? Uma mais ou menos óbvia. Enquanto por cá a inteligência de alguns, que na vida pouco mais fazem do que vender opiniões (isto no plano da comunicação social), ou que continuam a pensar o futebol como uma experiência “pavloviana” (dirigentes e ex-dirigentes do Benfica), discutem se o treinador do Benfica deve ficar caso não ganhe o título de campeão, na Alemanha, esse pobre país do Biafra – sem ofensa para as gentes desse local, decidiram que o treinador iria continuar a orientar a equipa.

Gente atrasada esta da Alemanha. Enquanto cá se discutem com à vontade imbecil o conceito de “erro de treinador” ou “erro de jogador”, mas nunca “erro de árbitro” ou “erro de dirigentes” (na actual realidade empresarial do Benfica, por razões óbvias), na “pobre” Alemanha parametrizam a avaliação, por outros factores nos quais não se inclui o “erro”. E como tal, não houve lenços brancos e o treinador continuou. Por coincidência esta época vai ganhar o Campeonato, pode ganhar a Taça (está na final) e vai bem lançado na Champions League dos milhões.

A grandeza dos clubes vê-se em muitos pormenores que não necessariamente os títulos conquistados.