sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Férias

Uma breve nota para comunicar aos meus amigos e amigas que têm a amabilidade de ler estes textos, de que por motivo de férias estarei ausente deste espaço até ao dia 13 de Setembro.

Até lá, que o Benfica ganhe tudo. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Jesus e o ADN do Benfica


Portugal, 28 de Agosto de 2012

Queira-se ou não, Jorge Jesus já deixou uma marca incontornável no Benfica e no futebol nacional, através dos anos que tem servido o Benfica, e dos pequenos - grandes títulos que conseguiu conquistar, contra tudo e contra todos, incluindo a mesquinhez ignorante de gentes do próprio Benfica

De facto na nossa história recente, julgo que só Otto Glória serviu o Benfica mais anos do que Jesus, embora em dois períodos distintos e intercalados com, julgo, Bella Guttman. Não consigo encontrar outro treinador com 4 épocas iniciadas, nem no Benfica, nem no FCP ou SCP, esperando que em breve Alberto Miguéns possa satisfazer a nossa curiosidade sobre este aspecto.

Jorge Jesus chega ao Benfica após um mini ciclo descendente do nosso futebol, resultado da incapacidade da Direcção em segurar Koeman (levou-nos aos quartos de final da Champions), deixando depois Fernando Santos ao abandono para o despedir após a 1ª jornada da 2ª época, indo depois recuperar um amigo, Camacho, que contudo nunca conseguiu gerir Rui Costa na equipa e acabou por sair, dizendo com toda a sinceridade que “não sabia que fazer mais”. Veio Quique, depressa conotado com opção de Rui Costa no seu primeiro ano de dirigente. As guerras intestinas no clube fizeram o resto e mais uma vez trucidaram um treinador que a seguir foi recuperar o Atlético de Madrid das posições de descida de divisão, guindando-o à vitória na Liga Europa e na Supertaça Europeia.

Jesus surge neste contexto como escolha de Vieira e como mostra de fragilidade de Rui Costa a quem foram assacadas as responsabilidades pelo “fracasso” de Quique Flores.

Adepto confesso do futebol de ataque, Jorge Jesus implementou uma versão do 4-4-2 em losango (sistema tentado várias vezes por Fernando Santos, com outros intérpretes), com Di Maria no lado esquerdo, Ramires médio interior a descair para o lado direito (fez apenas 1 assistência, mas marcou vários golos na posição de ponta de lança), Javi Garcia como pêndulo de ligação defesa-ataque, dois pontas de lança que combinaram de forma contundente, Saviola e Cardozo, defesas centrais seguríssimos, Luisão e David Luís, o defesa lateral direito que já na altura não tinha alternativa, mas ninguém falava porque não vinha nos jornais, Maxi Pereira e um defesa esquerdo que não me lembro quem era e mais tarde passou a ser Coentrão.
Sorte, mérito, muito trabalho ou cansaço de títulos que o “sistema” tinha dado ao FCP, 4 consecutivos, o que é certo é que o Benfica fez uma época espectacular a todos os níveis, algo de irrepetível nos tempos mais próximos, pois obtivemos 84% de pontos, tantos quantos Mourinho no 1º ano que foi campeão pelo FCP (com boas arbitragens e um bom plantel, vencedor da Taça UEFA).

Os anos continuaram, os jogadores mudaram e Jesus continuou fiel à táctica do 4-4-2 em losango, desvalorizando as lições das derrotas em Anfield Road por 4-1 e em casa do FCP com Proença a arbitrar, por 5-0. Como resultado fomos eliminados da Champions por Shalke04 e Lyon, sem marcar 1 único golo fora de casa. Mas atacamos bastante, como os adeptos gostam.
Na época passada finalmente chegou um sinal de inteligência e reflexão, e vimos o Benfica jogar na Champions e em alguns jogos mais difíceis em 4-2-3-1, o que seguramente teve a ver com a chegada aos quartos de final da Champions e uma receita arrecadada de 20 milhões de euros só em prémios da UEFA.

Apesar dos bons resultados obtidos por este modelo de jogo, inédito no Benfica dos últimos anos (para não dizer desde sempre), ouviram-se e leram-se algumas criticas, quer de fora, quer de dentro. As de “fora”, sabemos que têm uma intenção: ajudar os adeptos a pensar mal. As de dentro confesso que não entendo e só as posso associar à tal burrice pelintra e ignorante que faz escola entre certos adeptos, mais ou menos ilustres do nosso Benfica.

Como nós sabemos que temos uma Direcção que não pensa futebol, negoceia-o à custa de mais e mais empréstimos bancários, esta época temos outra vez o 4-4-2 em losango. O tal modelo de ataque, o tal futebol que é o ADN do Benfica

Jesus limita-se a ir de encontro à história táctica do Benfica. Transformou o 4-4-2 clássico dos anos 60 e 70, no 4-4-2 losango apesar de tudo, um pouco mais consistente nos contra ataques dos adversários. Criticar os modelos de jogo de Jesus é ao fim e ao cabo, criticar os modelos de jogo do Benfica ao longo dos anos, é criticar o tal ADN do futebol de ataque. 

Se algo está mal ou carece de reflexão entre sócios, adeptos e analistas que se interessam por estes pormenores, então temos de por o ADN do Benfica no cerne do debate. Não o treinador que está a fazer história no Benfica...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sálvio: o ponto final II



Portugal, 24 de Agosto de 2012

(continuação):

 “...os colchoneros têm um plano para rechear, quase de imediato, os cofres. Do plano faz parte a venda do passe de Rúben Micael, o ex-FC Porto envolvido na transferência de Falcao e que a época passada jogou emprestado ao Saragoça. O Atlético de Madrid pretende ganhar 15 milhões de euros, não apenas com a venda do médio madeirense, mas também com o brasileiro Diego Costa, que em Portugal representou Penafiel e Braga, figura de destaque a época passada ao serviço do Rayo Vallecano” – JOGO 30 de Junho de 2012 (nesta data o Atlético não tinha planos para vender o Sálvio, mas em Portugal o esquema estava já preparado e os jornais sabiam. Os dois jogadores aqui referidos são agenciados por Jorge Mendes).

O Atl. Madrid está determinado em só deixar sair Salvio por oito milhões de euros. Os encarnados gostavam de fazer regressar o internacional argentino (detêm 20 por cento do passe, que compraram por 2,5 milhões), mas Luís Filipe Vieira já afirmou que não pretende "entrar em loucuras", e só se mostra disponível a pagar cinco milhões de euros” – CM 4 de Julho de 2012 (fantástico, o Sr.º Vieira com a boa comunicação social, não dava mais de 5 milhões, o Atlético não vendia por menos de 8 milhões, no final o Benfica pagou 11 milhões, mais o que já tinha pago antes. Para onde foi a diferença? Mentiram os jornais?).

Encarnados já transmitiram [ao Atlético de Madrid] que não vão oferecer mais do que esse valor – 5 milhões -  pelo extremo direito argentino que há muito tem acordo para regressar a Lisboa.” – DN 10 de Julho 2012 (o DN também pertence ao grupo do Sr.º Joaquim Oliveira)
A contratação, em definitivo, de Salvio representa o investimento mais avultado de sempre dos encarnados. A compra da totalidade do passe custou 13,5 milhões de euros, valor que destrona da liderança o desembolsado, em 2001, para resgatar Simão Sabrosa ao Barcelona.” – RECORD 1 de Agosto de 2012 (o Sr.º Vieira que anuncia rigor em tudo que faz, mais uma vez ficou-se pelo discurso para enganar os adeptos e sócios, porque na prática fez como quis e lhe apeteceu, e paga sempre o Benfica “dos” sócios)
Segundo noticia o jornal espanhol Marca, o FC Porto ameaçou apresentar denúncia à FIFA do At. Madrid, por atraso no pagamento de uma parcela referente à transferência do avançado colombiano Falcao, na ordem dos 2,5 milhões de euros. O atraso terá motivado a ameaça feita pelo próprio Pinto da Costa, revela a Marca, ainda que fontes do At. Madrid contactadas por aquele jornal explicam que o FC Porto está a par das razões pela demora no pagamento do restante valor. Em causa, explica-se, estará o facto de o At. Madrid estar à espera também de receber de outros clubes, entre os quais poderá estar também o Benfica, que recentemente contratou ao emblema colchonero o argentino Eduardo Salvio.” – BOLA 9 de Agosto de 2012 (cá está uma “boa” razão para o Benfica contratar um jogador que não precisa, e como estamos em crise e no “Benfica não se entra em loucuras”, diz ele, pagamos 11 milhões quando o Atlético apenas pedia 8 milhões)
 “Sete milhões liquidados - Ao que O JOGO apurou, a SLB SAD já enviou para os cofres do Atlético de Madrid mais de metade dos 11 milhões de euros devidos pelo extremo argentino, em duas tranches” – JOGO 10 de Agosto de 2012 (o Benfica paga bem, a divida bancária vai aumentar outra vez e o Sr.º Vieira vai voltar a dizer “confiem em mim, sei o que estou a fazer”)
O At. Madrid já pagou os 2,5 milhões de euros em atraso relativos à transferência de Falcao. Os dirigentes do emblema da capital espanhola foram rápidos a responder à ameaça da SAD do FC Porto, que deu conta da intenção de recorrer à FIFA para receber a verba em falta da segunda tranche do pagamento da venda do avançado colombiano, no verão passado, e ontem mesmo depositaram o valor referido” – BOLA 11 de Agosto de 2012 (ora, ora, e não é que o FCP – e o amigo Jorge Mendes - receberam depois do Benfica pagar o Sálvio?)
A propósito da reunião entre o Benfica e o Fortuna Dusseldorf: “os clubes encontraram-se na sede da Federação alemã, em Frankfurt. A reunião realizou-se a pedido de Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, ele que pediu ao seu homólogo alemão, Wolfgang Niersbach, para mediar o encontro”. – BOLA 16 de Agosto 2012
Não sei quantos mais exemplos precisamos para concluir que não temos presidente mas sim, desportivamente falando e sublinho este aspecto, desportivamente falando temos um farsante, um impostor, uma pessoa que não ama o Benfica. Se amasse o Benfica nunca se podia deixar instrumentalizar representando o papel que outros escolhem, e não o papel que os sócios do Benfica escolheram para ele.
Para mim chega! Ex-sócio efectivo n.º 40 366.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sálvio: o ponto final I


Portugal, 23 de Agosto de 2012

Este texto totalmente baseado em notícias de jornais, pretende evidenciar como o Sálvio foi contratado, como se faz a gestão do futebol no Benfica, como os sócios e adeptos do Benfica são completamente enganados pela actual gestão da “credibilidade” e do “sabemos para onde vamos”. É um texto de alerta e que ao mesmo tempo explica porque vou renunciar à minha condição de associado com 18 anos de antiguidade (1994):
 
“Luís Filipe Vieira na inauguração da casa número 206 do Benfica, em Alcains: os próximos anos vão ser duríssimos do ponto de vista económico, estamos a sentir dificuldades e elas vão agravar-se. Vamos enfrentar a tempestade. Sabemos que vamos ter que manter o mesmo rigor, mas mesmo assim vamos ter de investir menos” – BOLA 12 de Novembro de 2011. (uma declaração normal e adequada aos tempos de austeridade que vivemos. Se fosse sincera, seria de aplaudir)

O CM sabe que a seguir ao jogo entre encarnados e blues (Chelsea) houve uma conversa telefónica entre os líderes da FPF e o do Benfica. Gomes elogiou a exibição da equipa portuguesa e lamentou a actuação do árbitro. Só depois de incentivado é que Luís Filipe Vieira se prontificou a criticar publicamente o juiz Damir Skomina” – CM 4 de Abril de 2012 (mais uma prova que o presidente do Benfica não tem vontade própria, ou não sabe o que é ser presidente do Benfica ou anda a reboque dos amigos do “sistema”)

Salvio, de 21 anos, representou os encarnados em 2010/11 e foi um dos jogadores que maior rendimento alcançaram nessa época. Contudo, a cláusula de rescisão de 15 milhões de euros levou a SAD a desistir da sua continuidade e a apostar em Enzo Pérez. Agora, as águias equacionam promover o seu regresso, caso se concretize a saída de Gaitán para o Man. United. Segundo apurou o CM, o Benfica quer fazer o acerto de contas com o Atl. Madrid, de forma a recuperar os 20 por cento que detém do passe do internacional argentino. A isto, há que acrescentar 25 por cento do passe de Reyes, que os madrilenos venderam ao Sevilha por 3,5 milhões, pelo que os encarnados têm ainda a receber 875 mil euros” – CM 25 de Abril de 2012 (nesta fase, a boa comunicação social do presidente do Benfica, empola os seus méritos, amplia o rigor da gestão, mas no fim sai sempre mentira e prejuízo para o Benfica)
Título «SAD equaciona emprestar Emerson na próxima época». Notícia: a entrada de Fábio, provavelmente sob o cenário de empréstimo do Manchester United, no Benfica vai obrigar a SAD a fazer mexidas na defesa. O facto de o plantel apenas comportar dois laterais esquerdos dita, tudo indica, a saída do mal-amado Emerson” - JN 27 de Abril de 2012 (a prova que faltava para que se perceba que quem “encostou” Emerson foi a Direcção e não o treinador. A Direcção que prometia o Fábio como alternativa, e depois trouxe o Sálvio. A Direcção que agora – com covardia - remete a responsabilidade do defesa esquerdo para o treinador)
Título principal: “Falcao surge como oportunidade de mercado”, sub título: ATLÉTICO MADRID PRECISA DE LIQUIDEZ. Notícia: “...O jornal catalão Sport escreve que os merengues poderão tirar proveito da necessidade dos colchoneros de vender o colombiano devido a problemas financeiros. O Atlético só pagou 5 milhões dos 45 que acordou com o FCP, devendo por isso 20 milhões ao FCP e 20 milhões a Jorge Mendes” – JOGO 11 de Maio de 2012. (não somos só nós a sermos enganados. O FCP só recebeu 20 milhões do Falcao? O Jorge Mendes recebeu o resto?)
O processo Eduardo Salvio está em andamento e estão agora reunidas todas as condições para avançar com o negócio” – BOLA 27 de Junho de 2012 (qual o interesse, e pressa em particular, na contratação de um jogador para uma posição onde temos Gaitan, Bruno César e Enzo Perés?) (cont.)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Problemas laterais III


Portugal, 20 de Agosto de 2012

Como referi num texto anterior “a pré-temporada do Benfica é normalmente marcada por debates que a comunicação social lança, e que dada a sua repetitividade, ou seja, dado que ano após ano há sempre um tema novo que se prolonga durante a época. Na minha opinião isso é premeditado, pretendendo entreter os benfiquistas e desviar a atenção dos problemas graves que irão acontecer com a arbitragem. Em particular com esta, que é a componente administrativa mais influente na definição do campeão.
Este ano o tema é, a adaptação do Melgarejo a defesa esquerdo vs utilização de Luisinho, e a falta de um substituto ao nível do Maxi Pereira.

O campeonato começou e o tema da adaptação do defesa lateral veio ao de cimo, porque foram atribuídas a Melgarejo a responsabilidade nos 2 golos do Braga. Não vejo aqui novidade nenhuma, pois no ano passado sofremos 2 golos e a culpa foi do Jesus (Emerson só jogou mais tarde). Há dois anos sofremos dois golos e a culpa foi do Roberto. Como alguns bem se recordam, quando encostaram o Emerson perguntei: para o ano a “culpa” vai ser de quem?

A “culpa” é um sentimento facilmente manipulável entre pessoas de espírito fraco, de poucos conhecimentos, características de sociedades sub desenvolvidas. E o nosso Benfica transformou-se nestes anos de “esplendor”, nestes anos de “credibilidade”, nestes anos de “agora sabemos para onde vamos”, o Benfica dizia eu, transformou-se numa anedota de culpas sobre culpas, todos criticam e ninguém ajuda o Benfica a sair do sitio onde está, submisso, subalterno, resignado à sorte e azar do destino, há 12 anos.

Portanto quando leio alguns textos, autênticos “tratados”, de adeptos sempre bem intencionados, cheios de ideias mas que não percebem que os empates e as derrotas não se julgam, analisam-se, não se culpam, aceitam-se, vem-me à cabeça a ideia que o Benfica anda aos círculos e faliu. Ou seja, não sai disto. Não ganha, mas gasta, não sabe produzir, mas promete sempre bastante, não é altivo, mas submisso. E para o ano os adeptos vão dizer o mesmo do próximo treinador, como aliás têm feito... 

A massa critica de ex-governantes, políticos, professores universitários, empresários, sexólogos, cineastas, analistas desportivos, ex-dirigentes e toda a tralha dos ditos “notáveis” que apoiou o pseudo projecto Manuel Vilarinho, baseado numa mão cheia de nada, excepto ataques pessoais a Vale e Azevedo (cumprindo o delineado nos pequenos almoços de Ricardo Salgado do BES e Joaquim Oliveira), essa tralha dizia eu, reduziu-se ao nível da Direcção do Sr.º Filipe Vieira, o tal que terá partido uma perna ao ir ver um jogo do Benfica, pendurado num eléctrico, mas que anos mais tarde, celebrou a vitória do FCP sobre o “seu” Benfica, como manifestação de amizade ao FCP e seus líderes. Ou seja, o Benfica tem hoje um líder desqualificado, e uma massa crítica que se reduziu à banalidade dos seus conhecimentos, agora expostos como medíocres. Quem apoia medíocres não pode ser melhor que eles.

E assim vamos cair na arbitragem. E nos 8 últimos anos em que não conseguimos ganhar o 1º jogo do campeonato. Não sei qual foi para mim a experiência mais dolorosa, se o empate concedido ao Leixões aos 94 mn, depois de avançarmos no marcador aos 90 mn (que ditou o despedimento de Fernando Santos, hoje bem sucedido na selecção grega depois de passagem digna pelo PAOK) ou se a derrota frente à Académica aos 92 mn e na sequência de um penalty não assinalado a nosso favor, que a comunicação social transformou num erro do nosso guarda redes Roberto (entretanto eleito para uma das equipas preferidas dos adeptos espanhóis).

Não creio que seja preciso ser muito inteligente para concluir que estes 8 anos de falta de vitórias na 1ª jornada (a somar a mais 2 épocas com Toni e Camacho, ou seja 10 em 12 anos de gestão Vilarinho/Vieira), não se devem a Melgarejo, Roberto, Emerson. Heldon, Yebda, Cristiano, Fernando Aguiar, etc., como não se devem a Toni, Camacho, Fernando Santos (2), Quique e Jesus (4).

A estratégia da culpa está aqui ao serviço da arbitragem, tal como eu havia sugerido há semanas: este árbitro que expulsou Sidnei por encosto de ombro em Alvalade, há 2 anos, para tentar ajudar o FCP a ser campeão mais cedo, foi o mesmo que para uma tackle por trás de Alan a Bruno César se esqueceu de mostrar o amarelo que seria o 2º. E permitiu jogo duro, com critério disciplinar largo, que só favorece quem não tem a pressão de ganhar. Teve influência no resultado? Se o Braga jogasse toda a 2ª parte com menos um e os seus jogadores sentissem que o árbitro assinalava os contactos, de certeza que eles jogariam menos e nós um pouco mais, pondo no terreno mais qualidade correspondente ao talento dos nossos jogadores.

Se recuarem no tempo, recordar-se-ão que este árbitro assinalou 4 penaltys a favor do Braga contra o Guimarães, no ano do nosso ultimo titulo, para impedir que o Benfica descolasse para o título. A culpa não é pois de Jesus ou Melgarejo...

sábado, 18 de agosto de 2012

Prétemporada - a fase dos empates


Portugal, 18 de Agosto de 2012

A última fase da actual pré-temporada do Benfica terminou com 2 empates, ambos em campo neutro ou do adversário, frente à poderosa e campeã italiana (invicta) Juventus e aos novos primodivisionários alemães, e nossos velhos conhecidos da Taça UEFA, Fortuna de Dusseldorf. Como o futebol pode ser surpreendente, os empates não tiveram a mesma importância nem as mesmas consequências neste rematar da época.

Do ponto de vista táctico, o Benfica jogou inicialmente em 4-2-3-1 contra a Juventus e em 4-4-2 losango contra os alemães. O esquema táctico do 4-2-3-1 permite termos uma equipa mais equilibrada, porque acrescenta uma unidade no meio campo defensivo que é subtraída aos jogadores de área, que se reduzem a um. Este terá de saber jogar sem bola, ou seja, tacticamente, privilegiando a amarração dos dois defesas centrais, impedindo-os de subirem no terreno para reforçarem o seu próprio meio campo e assim permitirem aos nossos jogadores controlarem o jogo nessa nevrálgica zona do terreno de jogo.

O 4-4-2 em losango (implementado por Fernando Santos, nos anos mais recentes) resulta de uma evolução do 4-4-2 clássico, que um amigo meu em feliz momento de inspiração baptizou de “pernas abertas”. De facto, com 2 jogadores juntos às alas (como defende José Augusto) e apenas com 2 médios interiores atrás de dois avançados (que ou estão na área ou vêm cá trás buscar jogo), o modelo é uma “peneira” para qualquer equipa que jogue com variações do modelo 4-3-3, modelo que permite ter 10 jogadores atrás da linha da bola, quando não têm a posse dela, mas permite ter rapidamente seis, quando recuperam a bola.

Como no nosso Benfica ninguém parece preocupado em estudar as características cinemáticas e dinâmicas de cada um dos modelos de jogo, andamos há anos a tentar encontrar os jogadores “certos” para fazer funcionar os modelos “errados”, como os baseados no 4-4-2. A divida à Banca já vai em 255 milhões e muita gente da elite pensante do Benfica, ou que a tal patamar se candidata quando publica opiniões, continua a ver os problemas onde eles não estão: normalmente no treinador ou num determinado jogador.

Voltando aos dois jogos, percebeu-se que contra a equipa mais forte o Benfica fez um jogo bastante conseguido, que por mera infelicidade e muito mérito do adversário, não acabou em vitória. Em 4-2-3-1.

O 4-4-2 em losango frente aos alemães, repetiu a exibição de há 2 épocas com o Shalke04 onde tivemos muita posse de bola, fizemos muita pressão no meio campo deles, mas as oportunidades de golo mais evidentes aconteceram na nossa área, fruto dos lances de contra ataque (que não se podem reduzir a zero). Jogo pouco conseguido que, não só, mas também por isso mesmo, terminou aos 39 mn quando Javi (um trinco) viu-lhe ser assinalada uma falta (que não fez) no meio campo defensivo do... adversário: um trinco em posição de ataque, assim é este 4-4-2 losango que tantos adeptos e críticos preferem, ao 4-2-3-1 menos espectacular mas mais produtivo em resultados.

Não vou falar do que se passou a seguir, excepto para dizer que tomei a decisão de renunciar à minha condição de associado do SLB. Tudo que aconteceu após esse lance de Javi prova o que penso há 12 anos, justifica o dinheiro que investi nas providências cautelares e vem acabar com a angústia que tenho desde que as forças hostis ao Benfica (BES, Olivedesportos e PT) entraram no clube pela mão do “cavalo de Tróia”, Manuel Vilarinho. Esta “prenda”, iria ser o presidente que iria recuperar o clube e ia ensinar Vale e Azevedo a ganhar campeonatos (ler jornais da época).

O que se viu na Alemanha foi uma equipa abandonada, sem qualquer acompanhamento de elementos da Direcção, o máximo representante foi o funcionário António Carraça (adepto do SCP e pessoa sem funções de representar o clube), um jogo entre equipas de 1ª divisão dirigido por um mau árbitro da 2ª divisão (imagine-se se acontecesse a FCP ou SCP), erros de arbitragem em sistemático prejuízo do Benfica, com epílogo numa cena do Charlot, como alguns já lhe chamaram.

Durante 5 dias o Benfica foi denegrido pelos representantes dos alemães e pelo árbitro incompetente que escolheram, a vitima Luisão foi equiparada pela nossa comunicação social a um qualquer Bruno Alves ou Eric Cantona, tudo perante o silêncio – cúmplice - da nossa Direcção e Presidente em particular. Passados 5 dias, o tal suposto Presidente aparece nos jornais sorridente, ao lado do presidente do clube alemão, onde foi devolver o cachet do jogo de cujos incidentes nós não tivemos qualquer responsabilidade. E para que tal acontecesse, quem o convenceu foi o presidente da FPF, o ex-vice do FCP que ainda há dias era acusado pelo nosso Presidente de o estar a desiludir, porque só promovia gente do FCP dentro da FPF.

A farsa para mim terminou. Com o meu dinheiro o Sr.º Vieira não devolve mais cachets nem compra mais “Salvios” para que o FCP receba o que lhe devem!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

These foolish things


Dos jornais:

“Neste capítulo, Jesus teve quase sempre carta branca e a maioria dos reforços contratados no último ano e meio resultam de pedidos expressos do treinador benfiquista. Como é o caso de Nicolás Gaitán, jogador que tem sentido enormes dificuldades para se impor no onze das águias” – João Rui Rodrigues, RECORD, 8 de Novembro de 2010 (no rescaldo da goleada no estádio da “Galinha”, tudo servia para “filosofar”. Até o Gaitán que por acaso marcou lá um golo, na época seguinte, e que tem mostrado ser jogador de elevado recorte técnico”)

“Para já, Jesus continua. Mas se não voltar a ter a equipa do seu lado, a época do Benfica passará de mal a pior. Estará Jesus à altura deste desafio?” – José Delgado, ABOLA, 26 de Novembro de 2010 (se a questão residia em saber se a equipa estava do seu lado, o resto da época confirmou que sim. A arbitragem é que esteve contra. Apesar de ainda hoje, muitos adeptos defenderem o contrário)

“Depois de despachar Quim de forma pouco digna no defeso passado, Jorge Jesus elevou a fasquia e foi ainda mais longe. O avançado não foi apenas preterido agora, quando o seu vínculo contratual chegou ao fim. Aquele que é (e continuará a ser durante muito tempo) um dos jogadores mais concretizadores da história centenária do clube da Luz (e um dos nomes mais sonantes de todo o futebol nacional) foi humilhado, vezes sem conta, por um técnico que, depois de ganhar um campeonato, passou a pensar e agir como se fosse a figura encarnada mais consensual depois de Eusébio.” – Luís Avelãs, RECORD, 16 de Junho de 2011 (a seguir foi humilhado por Leonardo Jardim, sendo corrido para a 2ª divisão inglesa e quanto ao ser um dos maiores concretizadores da história centenária do Benfica, ficou uns lugares abaixo de Cardozo. E do Lima já agora)

“Mais do que discutir as razões que levaram a este desfecho - lamentado pelos fãs do capitão benfiquista e por aqueles que, mesmo admitindo que ele já não tinha lugar na equipa, gostavam de o ver despedir-se do clube de outra maneira – e que continuarão, seguramente, a ser matéria de muitos fóruns, ....” – António Magalhães, RECORD, 16 de Junho de 2011 (gostavam de o ver despedir-se de outra maneira, os seus fãs ou os jornalistas? Como se despediram do FCP, Vítor Baía e Domingos, dois “emblemas” do clube? Como se despediu Nuno Gomes do Braga? Quem não sabe de onde vem a substancial antipatia por Jesus, mais uma vez tem de buscar resposta nos “media...)

Comentário final sobre o tema “media” vs Jesus: depois de pedirem, exigirem o despedimento de Jesus, na sequência da derrota com o FCP e eliminação da Champions para a Liga Europa, Jesus conseguiu bater o recorde de 17 anos de jejum nas meias finais de uma competição europeia, estabeleceu o recorde de 18 vitórias consecutivas em todas as competições, inclusive na Alemanha e em casa do FCP para a Taça, facturou dezenas de milhões de euros e o Proença continuou a errar da mesma maneira, nas duas épocas sequentes. Se Jesus tivesse saído, teríamos tido o mesmo sucesso relativo? Proença teria sido melhor?

Título “Águias na corrida por Jackson Martínez”, por Redacção de ABOLA, 6 de Maio de 2012: “depois de ter sido noticiado como alvo do interesse de FC Porto e Liverpool, o avançado colombiano Jackson Martínez estará também nas cogitações do Benfica, segundo noticia a imprensa daquele país”. (a BOLA ao serviço do “sistema” para branquear o custo e a necessidade de contratar o jogador. O truque de usar o Benfica, é repetitivo como nos lembramos nos últimos anos)

Título “Benfica: Holandês tem praticamente tudo acordado com as águias”, sub título “FC Porto tenta desviar Ola John”, Correio da Manhã, 23 de Maio de 2012: “O FC Porto quer desviar Ola John para o Dragão” (o CM sempre pronto a ajudar alguém dentro do Benfica, que tal como no FCP, tem de justificar o custo e a necessidade de contratar o jogador. O truque de usar o FCP continua igual).

Título “Mauro Caballero troca Benfica pelo FC Porto”, Correio da Manhã, 25 de Junho de 2012: “Mauro Caballero vai mesmo jogar no Dragão, estando no centro de mais uma “guerra” entre o FCP e o rival Benfica...” (bastou o CM avançar esta notícia e logo meio mundo nos blogues avançou para textos que punham em causa a preparação da época do Benfica e sobrevalorizavam a qualidade do jogador).


Título “Libertad espera por proposta”, sub títuloDOSSIER MAURO CABALLERO”, RECORD, 30 Junho de 2012, “Mauro Caballero é mais um jovem talento em quem os dragões parecem apostar para o futuro, mas até ao momento não se registaram avanços relativamente à sua eventual contratação” (esta notícia não podia vir no CM como é óbvio, nem podia ser analisada pelos mesmos bloggers, mas mesmo vê-se o jeito do jornalista do Record ao apelidá-lo de “jovem talento”. Imagine-se o Olá Jonh no FCP...).

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Problemas laterais II


Portugal, 7 de Agosto de 2012

Como referi no texto anterior “a pré-temporada do Benfica é normalmente marcada por debates que a comunicação social lança, e que dada a sua repetitividade, ou seja, dado que ano após ano há sempre um tema novo que se prolonga durante a época. Na minha opinião isso é premeditado, pretendendo entreter os benfiquistas e desviar a atenção dos problemas graves que irão acontecer com a arbitragem. Em particular com esta, que é a componente administrativa mais influente na definição do campeão.

Este ano o tema é, a adaptação do Melgarejo a defesa esquerdo vs utilização de Luisinho, e a falta de um substituto ao nível do Maxi Pereira.

A importância da comunicação social percebe-se no facto de tantos analistas de referência e cidadãos de topo deste país, como Bagão Félix na BOLA, ou João Paulo Guerra no jornal Benfica, dedicarem demasiadas palavras (na minha opinião) a este “não assunto”. Este último escreveu na edição de 27 de Julho que “a demanda de um defesa esquerdo e também de uma alternativa para o lado direito, é uma velha questão. Já vem de longe”.

Este tipo de opiniões não passa de um conjunto de banalidades, facilmente demonstrável. Se este tipo de questão já vem de longe, porque razão não se falou disso no ano do título? Ou no ano seguinte? Porque razão se centrou a polémica em Roberto? E na época seguinte, nas “invenções” de Jesus? Só mais tarde veio a polémica com Emerson apenas porque Capdvilla não fora inscrito para a Champions? Se tudo isto é tão óbvio porque cargas de água se espera que alguém na comunicação social, fale da adaptação do Melgarejo, para depois virem as carpideiras do costume, chorar atrás do tema?

Vejamos a pré temporada dos nossos rivais SCP e FCP. O SCP perdeu 1-0 com o Charlton (2ª Liga inglesa), os defesas laterais foram Pereirinha e Ínsua, ganhou ao St. Étienne 3-1 com Cedric e Pranjic, perdeu 1-0 com o Getafe com Pereirinha e Pranjic, empataram 0-0 com o Atlético (2ª Liga de Honra) com Pereirinha e Ínsua, empataram 0-0 com o Belenenses (2ª Liga de Honra) com Cedric e Pranjic, ganharam 2-0 ao Sheffield Wednesday (2ª Liga inglesa) com Pereirinha e Ínsua, vendceram 3-1 o Atléhtic Tehuan (Marrocos) com Cedric e Ínsua.

Os mais atentos irão concluir que o SCP utilizou 2 defesas direitos, Cedric e Pereirinha, sendo que este último é um médio adaptado, e também utilizou 2 defesas esquerdos, Ínsua e Pranjic, sendo que este último é um médio adaptado. Há problemas nas laterais do SCP? Há necessidade de boas alternativas para os “donos do lugar”? Os laterais de raiz garantiram melhores resultados ao SCP do que os adaptados? A mesma comunicação social tão “preocupada” com o Benfica, neste caso não tem opinião.

Quanto ao FCP, jogou com os defesas laterais Djalma e Mangala, contra o Evian (vitória 1-0), com Djalma (depois Sereno) e Mangala contra o Celta de Vigo (vitória 3-0 graças ao Carlos Xistra), Djalma (depois Miguel Lopes) e Mangala contra o Santa Clara (2ª de Honra e erros de arbitragem a favor do FCP, árbitro Pedro Cabral), Miguel Lopes e Sereno contra o Valência (empata 1-1, derrota nos penaltys com 4 remates falhados pelo FCP - inédito), Miguel Lopes (depois Sereno) e Mangala contra o Lyon.

Resumidamente, o FCP utilizou 3 defesas direitos, Miguel Lopes, Sereno e Djalma, sendo que os dois últimos jogavam originalmente no eixo da defesa e como médio ala, e dois defesas esquerdos, Mangala e Sereno, ambos originalmente defesas centrais.

Ou seja. O FCP e SCP utilizaram nos jogos de pré temporada 5+4= 9 defesas laterais, sendo que apenas 2 são laterais de raiz, os restantes são improvisos dos actuais treinadores. 

Ora em face disto, qualquer pessoa com um mínimo de senso percebe que afinal todos os treinadores adaptam jogadores, perdão, o Jesus inventa, os outros adaptam, a defesas laterais. Infelizmente uma boa parte dos adeptos do Benfica, continua a não perceber que este debate acerca dos defesas laterais apenas visa outras finalidades, que não ajudar o Benfica a ser mais competitivo por via da estabilidade. Pena que continuem sem perceber a lateralidade deste tipo de assuntos. Inclusive Bagão Félix e João Paulo Guerra...