terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Olé!



Portugal 10 de Fevereiro de 2015

Conseguimos um bom empate em casa do SCP, com essa saborosa perversidade de marcarmos na última jogada do desafio, mostrando que as derrotas com Chelsea e FCP no último minuto, não são questão de maldição ou incompetência, mas sim fruto das “leis” próprias do futebol.
Foi um jogo de padrão diferente de tantos que temos feito, mas convenhamos que não foi muito diferente do que fizemos em casa do FCP. Na altura fomos mais felizes e marcamos dois golos, desta vez não conseguimos. Por mérito do adversário, ou por demérito nosso, o que é um facto é que não conseguimos chegar à baliza deles, como chegamos à baliza do FCP. E na única vez que o fizemos, marcamos um golo, o que foi algo de justiceiro para a campanha que a comunicação social sportinguista fez durante a semana contra o Artur Moraes.
O empate e o padrão de jogo apresentado por Jesus fizeram palrar os habituais “filósofos futebolísticos” benfiquistas. Uns, porque Jesus teve “medo” do SCP, outros porque tivemos “sorte”. São os mesmos que quando perdemos com o Chelsea e com o FCP terão dito que o Benfica arriscou de mais. De facto não lembra a ninguém jogar contra o Chelsea com 2 avançados, Lima e Cardozo, contra um do adversário, Torres. E jogamos. Ou no caso do FCP, não lembra a ninguém substituir Ola Jonh por Aimar a 8 mn dos 90, obrigando Enzo Peres a desviar para a ala direita (onde estava Ola Jonh) saindo do miolo onde, com Matic fazia uma muralha intransponível, provocando o desequilíbrio organizacional de onde surgiu o tal golo que veio branquear uma data de erros de arbitragem contra o Benfica.
Os filósofos benfiquistas são o pior que pode existir neste clube.
À critica do ao “medo”, respondo que o plantel milionário do Chelsea jogando no seu estádio, se apresentou com um modelo táctico e funcional para não sofrer golos, quando há 1 semana atrás jogou contra o Man City, num jogo que empatou 0-0. E nessa altura, Mourinho foi elogiado pelo pragmatismo e capacidade de adequar a exibição à necessidade de um resultado específico. Qual a diferença entre O Chelsea e o Benfica, que jogando no estádio de um adversário moralizado, privilegiou um modelo de jogo reactivo que impedisse o adversário de marcar golos? Fomos bem sucedidos, com sorte e competência. Porque razão Jesus tem de ser acusado de algo que Mourinho não foi? Porque treina o Benfica? Porque doeu ao SCP? Porque não andou a estudar com Mourinho?
À crítica “sorte” e em particular ao jornal A BOLA que chamou para título principal “sorte grande”, apenas recordo o título quando o Benfica perdeu com o Chelsea: “maldição”, que não deve ter sido muito diferente do que quando perdemos com o FCP um jogo e um campeonato. Porque razão o Chelsea não teve sorte, o FCP não teve sorte, e o Benfica teve?
Já agora: qual foi o título de A BOLA quando o SCP venceu o Braga com 1 golo de livre directo no último minuto?
Quem não percebe porque existe uma certa cultura anti-Benfica a partir da comunicação social, estes exemplos fundamentam essa tese...
Quanto ao jogo em sim, jogando numa táctica de 4-4-2 com 2 avançados mais ou menos móveis, mas essencialmente com apetência pela baliza adversária, entende-se porque existiu espaço entre o meio campo e o ataque, situação de jogo por mim diversas vezes criticada ao longo deste e anteriores campeonatos. Talvez resida nesta opção a nossa menor competência relativamente ao jogo com o FCP, onde apenas fizemos alinhar 1 avançado, Lima e mais um médio, Talisca.
Há anos que critico esta forma de jogar, tão tradicional no Benfica, porque se comprova que não funciona com adversários de melhor nível. E quer se queira, quer não, o SCP era um adversário moralizado, com não sei quantas vitórias consecutivas, com um treinador que quebrou não sei quantos mitos vencidos, etc, etc. Como na final com o Chelsea (Lima e Cardozo) onde a dificuldade era o poderio adversário.
Por último, acho que agora já poderiam colocar um dos muitos jornalistas avençados a perguntar a Jesus: “com este empate o Benfica já perdeu tantos pontos na 2ª volta, como em toda a 1ª volta. Ainda acha que consigo o Benfica é mais forte na 2ª volta como disse há tempos?”. Penso que era importante que alguém confrontasse Jesus com as suas afirmações, pois não tenho dúvidas que levaria a equipa a ser mais humilde, mais focada nas dificuldades dos adversários, mais conscientes que não se podem perder mais pontos se quisermos ser campeões. E ajudava um pouco Jesus a pensar melhor antes de falar.
Uma coisa é perceber muito de futebol. Outra bem distinta é saber gerir as múltiplas implicações das mensagens que se mandam cá para fora.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MAXImizar o efeito...



Portugal 3 de Fevereiro de 2015

O nosso desporto é pior que as novelas que todos os dias nos trazem episódios diferentes, para entreter. A diferença é que no desporto os novos episódios nos devem suscitar alguma reflexão.
Começando pelas partes boas, vencemos a Taça Hugo dos Santos dando continuidade ao domínio hegemónico que vimos exercendo no Basquetebol, no Futsal vencemos o Braga pela segunda vez consecutiva em sua casa, no Hóquei tivemos uma vitória mais difícil do que o esperado contra o Hóquei de Barcelos, apuramo-nos para a fase seguinte da Taça de Portugal em Vólei e só destoou o Andebol onde voltamos a perder com o ABC (2 jogos, 2 derrotas) e já estamos a 7 pontos do 1º lugar, o invariável FCP, havendo poucas mas algumas possibilidades de encurtarmos distâncias para entrarmos na 2ª fase com o mínimo de distância pontual possível.
No futebol tivemos uma exibição de boa qualidade, que a comunicação social lisboeta confundiu com facilidades concedidas pelo Boavista. Ainda bem que pensam assim, pois contra o SCP esperamos que esta qualidade exibicional se mantenha, para eles voltarem a dizer o mesmo. No Benfica, como não me canso de repetir, o copo está sempre meio cheio, excepto quando ganhamos ao SCP.
Destaco na vitória sobre o Boavista, Maxi Pereira, um exemplo de profissional que se confunde com o que consideramos ser um jogador “à Benfica”: não dá uma bola por perdida, remata com o pé que tem mais “à mão” e está sempre em jogo. Foi ele quem fez a assistência para o 1º de Lima e foi ele a marcar o 2º golo com o pé esquerdo, teoricamente o seu pior pé.
No geral penso que o Boavista quis perder por poucos, pois só talvez a meio da 2ª parte se abriu um pouco mais, e também penso que o árbitro estava bem colocado para marcar os dois penaltys que existiram, e para não marcar o que marcou, e que não existiu pois ainda não há lei que transforme livres fora da área em penaltys dentro da área. Mas este é o Hugo Miguel que há 3 épocas em Coimbra viu Aimar ser ceifado dentro da área e ainda conseguiu marcar falta contra o Benfica, perante o silêncio da nossa Direcção.
Nestes dias tivemos também dois acontecimentos “sociais”, a despedida da arbitragem do “heterossexual e benfiquista”, Sr.º Proença e a apresentação da biografia do dito super empresário Jorge Mendes. Em ambas as ocasiões, lá esteve o Sr.º Vieira, sorridente, ao pé dos seus amigos do futebol, de tanta e tanta gente que lhe abriu as portas para ser o que hoje é. à custa do Benfica.
Não me incomodou ver Vieira dar um abraço efusivo e até algo comovido, ao Proença que tantas e tantas vezes nos “roubou” em campo, e que alguns campeonatos nos tirou. Vieira consegue dizer hoje uma coisa e amanhã o seu oposto com a mesma naturalidade de quem acordou de um sono letárgico entre um dia e o outro. Assim como consegue aparecer no local onde sabe que as televisões estavam, para zurzir – faz - de conta no Proença, após o jogo perdido para o FCP com um golo em fora de jogo de 2 metros, mas na hora da verdade, nunca patrocinou uma queixa do Benfica contra Proença ao contrário do que fez o SCP contra Bruno Paixão e Duarte Gomes, entre outros, e o FCP contra Bruno Paixão entre outros.
Há que fazer de conta, pois os sócios do Benfica isso esperam do Presidente do Benfica. Mas na hora da verdade, lá esteve na homenagem e lá estará a apoiar uma promoção de Proença a um qualquer lugar internacional de relevo, pois a vida de Vieira no Benfica não se faz a pensar no clube, sócios e seus interesses, mas sim na forma que ele tem de tirar o maior partido de cada situação. Nem que seja na vertente social.
Podia também falar de Vieira e da sua “aposta na Formação”, título de um chavão que a comunicação social avençada “vende” bem aos adeptos do Benfica (pois há muitos que acreditam e elogiam os progressos na Formação), mas vou terminar com a evocação dos dois derbys com o SCP, um para o campeonato e que é mais importante do que o outro para o Futsal também para o campeonato.
Uma vitória no Futebol “arruma” o SCP e dá-nos confiança. Nos últimos tempos contudo temos vindo a assistir a uma alteração de discurso de Jorge Jesus, mais arrogante e menos humilde como era a sua imagem de marca. A afirmação “os adversários é que têm de olhar para cima” não se encaixa no padrão da sua filosofia de “pastilha elástica”, como lhe costumo chamar.
O SCP vem de uma longa de série de jogos a ganhar, pelo que matematicamente está mais perto do jogo que não vai ganhar. Nós iniciamos com o Boavista uma nova série de jogos a marcar golos, que a manter-se 80 e tal como de costume, nos garante um golito no mínimo em Alvalade. Vamos ver para que lado cai a matemática. Que não tem a ver com quem joga, se é o Artur se o Júlio César. Nos 3 últimas deslocações a Alvalade para o campeonato, com Artur apenas perdemos 1 vez, com um golo de penalty, e “roubados” de princípio a fim de jogo pelo Soares Dias, para dar o título ao FCP. Também ganhamos 1 e empatamos 1.
No Futsal, o jogo não é tão decisivo, mas joga-se para ganhar. O Benfica dificilmente sairá do 1º lugar da fase regular e irá começar o play-off com o factor casa a favor, em caso de necessidade de desempate.
Esperamos que se consiga Maximizar o efeito da última jornada, vencendo novamente....