segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bulling jornalístico

Portugal, 30 de Abril de 2011

As notícias dadas à estampa nos últimos dias não podem deixar sossegados os benfiquistas. Por várias razões.

A 1ª razão é que se pensava que com esta Direcção, definitivamente tinham acabado as visitas da PJ aos escritórios do Benfica.

A 2ª razão é que com esta Direcção se pensava que tinha acabado a falta de respeito da comunicação social relativamente ao Benfica.

A 3ª razão é que com esta Direcção tinham acabado as novelas com contratos, prémios de assinatura, prémios de conquistas, etc.

E como se percebe, nos últimos tempos diversos acontecimentos comprovam que afinal está tudo quase igual aos tempos da Direcção do Dr.º Vale e Azevedo. E está quase tudo igual, porque – tal como nessas alturas – as notícias baseando-se em meias verdades e meias mentiras, são programadas para desestabilizar a massa adeptos do Benfica e dar um pretexto aos ditos notáveis para criticarem a gestão. E também para entreterem os adeptos dos clubes rivais. Tal como há 11/12 anos atrás.

A substância das notícias anda tudo na base do mesmo, num dia é um jornal que cita fontes, no outro dia é uma rádio que cita o jornal, no dia seguinte é uma televisão que faz noticia no telejornal, citando a rádio e o jornal, etc. É aquilo que eu chamo de “requentar” a comida feita na véspera e continuar a chamar-lhe “prato do dia”. Mas este é o jornalismo que temos e nunca procede desta forma com os outros dois clubes rivais. O recente caso das “luvas” pagas por Pinto da Costa apareceu num dia e desapareceu no dia seguinte.

Não sendo apoiante de Vieira nem das mentiras que fizeram dele o Presidente do Benfica, também não sou inocente e jamais me colocarei do lado de fora para atacar o Benfica e os seus dirigentes. Por isso a minha posição hoje e sempre é defender o Benfica, porque entendo que havendo problemas de legalidade ou outros, eles devem ser resolvidos internamente e no âmbito dos Estatutos do Clube. Não na praça pública como quer a comunicação social.

Lembro que durante 3 anos, o Dr.º Vale e Azevedo foi acusado de tudo e mais alguma coisa através da comunicação social. Eram os contratos suspeitos da contratação de Poborsky, era a falta de pagamento, era a falta de credibilidade, era mil e uma coisa que depois se veio a resumir em 3 miseráveis processos: (1) o do cheque do Ovtchinikov (em que foi condenado por peculato, foi absolvido de devolver o dinheiro), (2) o dos terrenos da Euroárea onde foi acusado de ter metido ao bolso 5 milhões de euros e afinal acabou condenado por ter falsificado uma assinatura que teria beneficiado a contabilidade do Benfica (falsificação que qualquer um poderia ter feito) e (3) o do não pagamento de impostos, processo em que foi absolvido (mas não veio na 1ª página dos jornais, só nas interiores e em letras bem pequenas).

Estamos hoje, mais de 10 anos depois, em situação semelhante. Começou pelo contrato do Júlio César, onde o Benfica apenas foi notificado a mostrar recibos de pagamento mas já se especula que parte do dinheiro foi para pagar a nova casa de Jorge Jesus (!?). E também já se especula que há mais contratos de jogadores do Benfica a ser investigados, sem o Benfica ter sido notificado, mas especula-se. O caso mais mediático, é o de Roberto que alegadamente terá servido para pagar o prémio do campeonato (!?) a Jorge Jesus.

Analisando o que foi publicado e lendo nas entrelinhas, temos uma mão cheia de nada. A casa de Jesus custou mais de 1,5 milhões e o seu advogado também o representa noutros processos, assim como a muita mais gente. Até ao verdadeiro empresário do jogador. Depois o Roberto, que já não basta ser mal tratado pela crítica como é utilizado contra Jesus, que ainda há dias tinha sido noticiado (e pelos mesmos do CM) como tendo declarado mais de 3 milhões de euros de rendimento em 2010. Ora se o acusam de ter sonegado informação fiscal, como é que os jornais publicam que ele ganhou toda esta barbaridade de dinheiro? Mentiram quando? Na 1ª notícias dos 3 milhões ou agora?

As “peças” claramente não encaixam. E por isso vejo que a comunicação social continua a fazer bulling jornalístico ao Benfica. Eles não nos querem no “recreio”. Entenda-se, em boa posição para ganhar o campeonato. Qualquer coisa serve para dividir a massa adepta do Benfica. Basta alguém dar a “ordem”.

Não nos podemos esquecer que este é o último ano de mandato. E que vão haver eleições para a Direcção do Benfica. E que os contratos com a Olivedesportos terminam em 2013.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Balanço da época II

Portugal, 23 de Maio de 2011

O balanço da época desportiva que termina, não pode ficar confinado à análise dos resultados e dos troféus ganhos ou perdidos. Deve estender-se a tudo que competia fazer à Direcção em matéria de arbitragem e de comunicação social, para proteger os nossos jogadores e treinadores, e contra-atacar o “sistema” instalado.
Como introdução ao tema, registo um pensamento publicado esta semana no jornal O BENFICA, da parte de um colunista com bastante idade e experiência, que diz bem do nível pré-histórico em que se encontra a cultura do Benfica face ao “sistema”. Dizia mais ou menos isto “é verdade que as arbitragens cedo nos impediram de lutar pelo título, mas esse não pode ser o único argumento uma vez que no ano passado conseguimos ser campeões e as arbitragens também nos tentaram prejudicar”.
Dou relevo a este pensamento porque esta é, ao fim e ao cabo, uma demonstração do pensamento dominante no Benfica, que se estende da Direcção à oposição mais ou menos visível, passando naturalmente por uma percentagem esmagadora de sócios e adeptos. E é um pensamento demasiado confrangedor para deixar passar em claro.
Desde logo, quem assim pensa esquece aquilo que se chama, “probabilidade” de ganhar. Ser o melhor é um conceito teórico. Ganha quem faz mais pontos, quem mete mais golos, quem sofre menos golos. A probabilidade de me sair a lotaria em duas apostas consecutivas é incrivelmente baixa. Tal como é a probabilidade de ganhar dois campeonatos consecutivos.
O matemático português, Jorge Buescu, escreveu à mais de 10 anos que o SCP não iria ser campeão novamente (depois do título de Inácio que interrompeu um jejum de 17 anos) e demonstrou-o com argumentos matemáticos que não vem aqui ao caso, mas que são argumentos sem “camisola”. Aplicam-se a qualquer equipa (menos ao FCP, que como se sabe já ganhou 5 e 4 consecutivos).
Ou seja. Em condições normais, a probabilidade do Benfica ser campeão duas vezes seguidas é muito baixa. E se em condições normais a probabilidade seria inferior à que precedeu a do ano da conquista do título, em condições anormais (arbitragens) essa probabilidade seria ainda menor.
Portanto quem defende que “ah, no ano passado também nos prejudicaram e fomos campeões” está a ser um idiota perfeito, daqueles que são, sem o saberem. Daqueles que escrevem e nada dizem de útil para o Benfica, mas que só serve de argumento aos adversários do Benfica, porque admitem que podíamos ser tão melhores que até poderíamos ser campeões outra vez.
O que este colunista disse espelha o que pensa a Direcção do Benfica. E a maioria dos adeptos e sócios do Benfica. Ninguém pensa que, sendo as probabilidades de ganhar inferiores às do ano anterior, teríamos de ser perfeitos na gestão das expectativas do grupo e dos adeptos, teríamos de ser competentes na oposição aos critérios das nomeações e das arbitragens em cada jogo, teríamos de ser sérios na fiscalização dos erros externos que podem ter implicação no nosso grupo de trabalho.
Ora que fez a Direcção liderada pelo Sr.º Vieira? ZERO! A Direcção do Sr.º Vieira organizou a Gala do Jornal Benfica e a Gala Cosme Damião. E o jogo com a Selecção de Angola. No final, o Sr.º Vieira veio justificar que perdemos o título porque os jogadores andaram demasiado tempo em festas! O Sr.º Vieira afirmou antes do jogo da meia-final da Taça com o FCP, que não respondia ao FCP para não condicionar a arbitragem. Mas que o faria depois. Ora que aconteceu? De facto ele falou, interrompendo um jogo de andebol na BenficaTV. Mas para dizer o quê? Que o inquérito para apurar os responsáveis pela fuga de informação que permitiu o apedrejamento do seu carro, não estava a sofrer desenvolvimentos. Que fez mais o Sr.º Vieira? Após o jogo/roubo de Guimarães, permitiu ao Plenário de Órgãos Sociais a tomada de um conjunto de posições vigorosas na defesa dos interesses do Benfica, mas passado pouco tempo, deixou caí-las a todas!
Com estas decisões erráticas e intermitentes, a Direcção do Sr.º Vieira, ou o Sr.º Vieira “himself” (não vejo mais ninguém a falar pela Direcção), provocou o enfraquecimento do Benfica perante todo o conjunto de interesses instalados neste futebol “portoguês”. E por isso a época acabou primeiro em Braga, e depois com o mesmo árbitro (perante a complacência da Direcção do Benfica), na meia-final da Taça.
Deste ponto de vista, esta época foi (mais) uma oportunidade perdida para marcar posição face a todo o conjunto de “truques” que fazem do FCP crónico campeão, mesmo contra as próprias probabilidades matemáticas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Europa por um canudo II

Portugal, 19 de Maio de 2011

A vitória do FCP na Liga Europa faz-nos sentir mal desportivamente. Mas deste estado de dormência e incredulidade pela rapidez como, uma época que estava bem orientada, acabou por ficar longe do que sabemos que podíamos ter alcançado, deveríamos saber extrair conclusões para evitar que se repita tudo isto.

Infelizmente não vejo, nem na Direcção nem nas figuras da dita “oposição” qualquer conclusão que me faça sentir bem por saber que ali há gente que sabe o que diz e o que anda a fazer. Se a Direcção já começou o disparate de permitir que a comunicação social especule com cedências, vendas ou contratações, do lado oposto ouvi qualquer coisa na Antena 1, de António Figueiredo e Bagão Félix, cada qual dizendo disparate maior que o outro. Figueiredo teve o desplante de dizer que se sentia “envergonhado” com a época do Benfica (ele que como Director do Futebol foi eliminado da Taça UEFA pelo Bastia logo na 1ª eliminatória). Bagão disse que se revelou um erro ter vendido David Luiz a meio da época. Este ex-vice Presidente do Banco de Portugal seguramente andou a dormir quando perdemos a Supertaça e o jogo da 1ª volta com o FCP, com David Luiz, e quando ganhamos no Porto para a 1ª mão da Taça, sem David Luiz.

Infelizmente no Benfica existe gente que pratica a maldade e incompetência gratuita. António Figueiredo e Bagão Félix pretenderam antes de mais atacar a “estratégia” da Direcção, seguindo uma fundamentação errada. Porque não é por esse lado que a Direcção esteve errada na “estratégia”, mas sim por pactuarem com o “sistema” que através das arbitragens e de uma comunicação social rafeira e domesticada, sistematicamente boicotam o trabalho sério, programado, competente, dos nossos treinadores e jogadores.

Voltando ao jogo, o que vimos foi que o Braga teve mais situações de golo eminente num jogo só, do que nos 2 que fez com o Benfica. E que o FCP sem um bom balanço do árbitro, é uma equipa que tem bastantes dificuldades com equipas que percebem o seu modelo de jogo. Mesmo com orçamento 6 vezes inferior.

O único golo surgiu numa situação no limite do fora de jogo, em que prevaleceu o critério da FIFA de beneficiar o atacante. Se estão lembrados no famoso jogo da Taça, 2ª mão, há 3 situações na 2ª parte em que é assinalado fora de jogo a Cardozo, 1 delas na mesma situação deste lance de Falcao, outras duas com Cardozo em linha com o adversário. O truque de “manual”: a situação é difícil de analisar, o árbitro não tem televisão na cabeça, na dúvida levanta o braço. Por isso o Hulk marcou o 2º golo quase 1 metro de fora de jogo. Porque neste tipo de dúvida beneficia-se o jogador do FCP. É o “manual” e quem foi eliminado foi o Benfica. Ainda hoje estamos a pagar essa “factura” emocional e desportiva.

E as pessoas, os dirigentes e os candidatos a serem dirigentes, vêm isto e das duas uma. Ou não reparam que em todos os jogos este critério é aplicado demasiadas vezes ou então são tão incompetentes que continuam a pensar que com um treinador “certo” e jogadores de “mais qualidade”, é possível fazer mais que os 93% de pontos que o FCP fez para ganhar este campeonato. Claro que tudo isso custa dinheiro, mas hipotecamos aqui e ali, e depois ... logo se vê. Andamos nisto há quase 20 anos e Pinto da Costa a rir-se ...

Também podíamos falar do modelo de jogo do FCP. Voltei a confirmar tudo o que escrevi sobre este assunto nos textos sobre a Taça de Portugal. Este Villas-Boas está a beneficiar de um sistema de jogo que só na teoria é atacante, porque na prática é de propensão defensiva. É um modelo que espera pelo erro do adversário, ao contrário do nosso modelo, que é claramente de cariz ofensivo.
O FCP voltou a jogar em 4-1-2-3 (como estou cansado de repetir), que só funciona assim quando o FCP tem a bola em situação de transição rápida, ou seja contra ataque. Quando o FCP não tem a bola, os médios ala recuam para desenhar um 4-1-4-1. Quer isto dizer que quando não têm a bola, o FCP reúne 5 jogadores no meio campo, que têm mais hipóteses de trabalhar para roubar bolas ou impedir linhas de passe. Pela superioridade numérica.

Será que os “crânios” do Benfica viram e analisaram as virtudes deste modelo de jogo e os seus defeitos também? Não creio. A questão agora é quem entra e quem sai, e não, porque falhamos ou nos obrigaram a falhar e como devemos jogar para ter mais sucesso em cada ambiente competitivo (Liga, Taça, Taça da Liga e competições europeias). Por isso vamos continuar a ver títulos por um canudo ...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Balanço da época I

Portugal, 18 de Maio de 2011

A época desportiva acabou mais cedo para nós, vencemos apenas o troféu de menor importância (Taça da Liga), mas ao contrário da ideia (programada) veiculada pela comunicação social, eu penso que a época foi bastante positiva.
Basicamente porque ficamos em 2º lugar na Liga, com acesso à pré-eliminatória da Champions League (factor evidenciado para destacar as boas épocas de Paulo Bento no SCP), porque chegamos às meias-finais da Taça de Portugal (o que não acontecia desde a época 2007/2008), porque chegamos às meias-finais da Liga Europa (não alcançávamos esta fase numa competição europeia há 17 anos) e porque ganhamos a Taça da Liga. Ah, e conseguimos 18 vitórias consecutivas!
Estando tão perto de ganhar vários troféus e ficar apenas com o menos importante, causou e continua a causar uma grande frustração em todos nós. Há uma dor que permanece silenciosa nos nossos corações atónitos com as derrotas que não podiam ter acontecido. Que não merecíamos ter, mas que os nossos inimigos conseguiram que tivéssemos.
Mas vendo a coisa pelo lado positivo, as 7 derrotas que tivemos na Liga, um número excessivo para os nossos hábitos, só encontraram melhores registos no Manchester United (4), Barcelona (2), Real Madrid (4), Milão (4), Lille (4), Marselha (6) e PSG (7), Dortmund (5), Bayern Leverkusen (6) e Bayern Munique (7). Ou seja, nos principais campeonatos da Europa, grandes equipas como Chelsea, Arsenal, Liverpool, Lyon, Valência, Inter de Milão, Juventus, sofreram mais derrotas do que o Benfica, o que quer dizer que outros também sofreram e não deixaram de comparecer no estádio para continuar a apoiar.
Vendo os nossos 63 pontos pelo prisma percentual, 70% dos pontos possíveis, não sendo uma percentagem de campeão, é bom não esquecer que após derrota em Braga, o nosso treinador optou por fazer muitas experiências, procurando a melhor gestão do plantel, e com isso perdemos 7 pontos com Portimonense, Naval e Olhão, que em condições normais não teríamos perdido. Ora 70 pontos (63+7) daria 77,7%, o que é percentagem de muitos campeões nos últimos anos.
Já o FCP fez a incrível marca de 84 pontos, ou seja 93,3% dos pontos possíveis, marca que nem Mourinho atingiu no FCP do Apito Dourado (o máximo foram 84% tanto como Jesus na época passada) e que Eusébio só por uma vez ultrapassou em 72/73 com Jimmy Hagan: 95,6%. Nos gloriosos anos 60, o mais perto que o Benfica esteve e por uma única vez, foi com 92%. Nessa década, já agora, fomos campeões também uma vez com 77% de pontos.
Refiro estes números para que os leitores percebam a realidade da “batota” em que a competição uma vez mais decorreu. Seja porque a equipa de Mourinho com estes mesmos árbitros e com jogadores de melhor qualidade (Deco, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Maniche, Derlei, Alenitchev, etc) não passou dos 84%, seja porque olhamos para os principais campeonatos europeus, e melhor que o Benfica, só fizeram o Barcelona (84%), Real Madrid (80%), Dortmund (74%) e Milan (73%), já considerando o desperdício de 7 pontos com as experiências! 4 equipas apenas! Acham normal? Eu não ...
Quanto à Taça já escrevi o suficiente. Repito a ideia fundamental: não fomos nós que desperdiçamos os 2-0 de vantagem, foi o árbitro Carlos Xistra que ajudou o FCP a tirar-nos essa vantagem. De outra maneira, estávamos lá.
Na Liga Europa, fizemos (com Roberto) um percurso brilhante até à meia-final. Não é todos os anos que se eliminam equipas da valia do Estugarda (apenas concedeu 2 derrotas depois dessa eliminação, uma fora com o Bayern), PSV (o “susto” só existiu para o Benfica, não para o FCP com o Sevilha, na derrota 0-1) e PSG (eliminou o Dortmund na fase de grupos) que apenas concedeu 1 derrota na Liga Europa, precisamente connosco! A eliminação frente ao Braga, por golos fora, é outra história que vem do terramoto emocional provocado pela eliminação na Taça. A confiança dos jogadores caiu a pique, a gestão do plantel com alguns maus resultados não ajudaram em nada, as lesões de Gaitan e Salvio nesta fase ainda pioraram o que não estava bem e o excesso de confiança “matou” a concentração dos jogadores e da equipa.
No fundo resumo esta época desportiva como muito boa. Fomos impedidos de fazer melhor na Liga por erros de arbitragem contra nós e a favor do FCP. Fomos eliminados nas meias-finais da Taça por um árbitro de futebol. Fomos eliminados da grande prova que fizemos na Liga Europa por um conjunto de incidências resultantes de tudo que veio de trás.
Quem não perceber o futebol como uma série de instantes, em que o instante actual influencia o seguinte, e o instante anterior influencia o actual, não se pode por em bicos de pés a pedir a “cabeça” do treinador ou do jogador A ou B. Os instantes no futebol não dependem só de nós. Mas também do valor do adversário e do efeito conjugado do valor do adversário com os benefícios dos erros de arbitragem. O Benfica mais uma vez, foi prejudicado de forma escandalosa (para a minha sensibilidade, tal a gravidade e clareza dos erros). Foram esses pormenores que fizeram muitos e muitos instantes em que acabamos por não conseguir o que merecíamos porque éramos melhores.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Gralhas

Portugal, 16 de Maio de 2011

A semana finda foi mais uma cheia de “gralhas”: começou na entrevista do Sr.º Filipe Vieira à Benfica TV, continuou nas habituais fugas de informação para o RECORD sobre a hipotética dispensa de Roberto e acabou com o árbitro Gralha ajudando o Leiria a empatar com o Benfica, no meio das habituais gralhas que são aqueles que durante um jogo de futebol assobiam e insultam a sua própria equipa, em vez de a apoiarem.


A entrevista do Sr.º Vieira à Benfica TV foi mais do mesmo. Não sei se foi por isso, ou porque minutos antes de ir para o ar, os principais tópicos da mesma já tinham sido publicados no RECORD, o que é certo é que foi uma entrevista pouco divulgada na comunicação social desportiva. 


entrevista contém uma série de gralhas, que vão desde a forma como ele diz ter chegado ao Benfica (após telefonema de Manuel Vilarinho) até às razões porque perdemos este campeonato: “andamos demasiado tempo em festas”, “o plantel revelou-se insuficiente”, “acredito no trabalho da comissão de arbitragem presidida por Vítor Pereira”, etc., etc. 


As gralhas do Sr.º Vieira têm uma finalidade precisa: evitar que os adeptos critiquem o planeamento que a Liga do Dr.º Fernando Gomes (apoiada por Vieira) preparou para a presente temporada, em que antecipou o início das provas sabendo que estávamos em ano de Mundial, e que uma equipa que tivesse lá muitos jogadores seria forçosamente prejudicada. E houve uma que de facto teve lá muitos jogadores: o Benfica. 


A derrota na Supertaça é vista como marcante, o que até certo ponto é correcto, mas uma vez mais não é ligada com a antecipação das provas, nem com outro factor que parece causar “fobia” ao Sr.º Vieira: os erros de arbitragem. O Benfica entrou mal nesse jogo, levando um golo a frio aos 4 mn, mas depois houve um penalty claríssimo sobre Coentrão, que o árbitro João Ferreira, como bom intérprete do “manual da arbitragem azulada” interpretou como simulação. Em vez de empatarmos o jogo, ficamos com um jogador condicionado daí em diante. Na parte final do jogo, e em clara compensação, perdoou várias faltas disciplinares aos jogadores do Benfica, que se desorientaram claramente em 2 ou 3 lances. 


João Ferreira mais tarde viu 1 penalty a favor do FCP contra o Beira-mar, numa simulação de Hulk, jogo que o FCP ganhou por 1-0, com esse golo “oferecido” pelo árbitro. Aí o “manual” foi mais uma vez “bem” aplicado. 


Mas isto para o Sr.º Vieira é apenas “andamos demasiado tempo em festas”! 


As gralhas continuaram durante o jogo com o Leiria, onde uma das claques do Benfica invectivou os nossos jogadores por causa da eliminação da Liga Europa. Só gente anormal pode pensar que assobiando a equipa, esta vai render mais. Resultado: em 20 mn o Leiria marcou 2 golos, com culpas para o guarda-redes (e árbitro, já lá vamos), e empatou o jogo. Note-se que falo do guarda-redes apenas e só porque Roberto teria tido direito a 1ªs páginas no dia seguinte e também porque nenhum jogador consegue manter a concentração com os seus adeptos apupando-os. Os assobios a um jogador, atacam todos os jogadores. Pensei que ainda se lembrassem de Thomas e do exemplo recente do SCP (vieram nos jornais algumas declarações de jogadores dizendo ser mais difícil jogar com os assobios).

Por último o árbitro Gralha completou o ramalhete das “gralhas” da semana ao expulsar Luisão (Benfica vencia 3-2 e adeptos assobiavam a equipa), quando o 1º cartão amarelo é mal mostrado. Porque ou ele considerava que houve agressão, e aplicava o cartão vermelho. Ou considerava encenação do jogador do Leiria, e mostrava-lhe amarelo. A jogada enquadra-se nesta 2º hipótese!

Mas como sabemos, as leis de jogo para o Benfica são aplicadas de forma diferente do FCP, e Luisão foi expulso por 2º cartão amarelo, por falta menos grave do que a que fez Cebola Rodriguez sobre Maxi Pereira na meia-final da Taça. Cebola não foi expulso porque o FCP estava em desvantagem na eliminatória. São as leis do “manual da arbitragem azulada”. Luisão contudo foi expulso. Se o critério fosse igual, o Benfica tinha eliminado o FCP da Taça e o desânimo que aconteceu depois, não teria acontecido. Nem a deterioração da relação entre alguns adeptos e a equipa, com prejuízo desportivo acentuado.

O que pode fazer um simples cartão amarelo, e que um Gralha acabou por voltar a evidenciar (depois de Vasco Santos no Olhanense - Benfica, com o 1º cartão amarelo a Jardel, igual a situação que envolveu Sapunaru e Saviola nesse famigerado jogo da Taça)...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pigmeus

Portugal, 12 de Maio de 2011

Ontem ficou a saber-se que o Tribunal Central Administrativo do Sul declarou “inexistente a deliberação do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol que aplicou uma suspensão de dois anos a Pinto da Costa e subtracção de seis pontos aos dragões, castigando também o Boavista com a pena de descida de divisão”.

Se bem se recordam tudo aconteceu em Maio de 2008 quando o CJ da FPF analisou os recursos de Pinto da Costa e do Boavista, numa tumultuosa reunião que, pelo meio, teve a destituição de um dos conselheiros por parte do Presidente, conselheiro esse que se opunha à posição do Presidente, nomeado pela AF Porto (e confesso adepto do FCP), e que era (naturalmente) dar razão a Pinto da Costa e ao Boavista. E anular os castigos impostos pelo CD da Liga de Ricardo Costa.

O Presidente do CJ deu a reunião como finda por falta de quórum, mas os demais conselheiros não aceitaram a destituição do tal conselheiro, prosseguiram a reunião do CJ e ratificaram o castigo imposto pelo CD da Liga. Deste modo o curriculum de Pinto da Costa passou a incluir uma condenação pela prática de crime de corrupção desportiva, e o Boavista desceu de divisão.

Se bem estão lembrados, muitos dirigentes do Benfica se têm referido a Pinto da Costa como tendo sido o único dirigente em exercício de funções que foi condenado por corrupçãoNão sei se estariam ao corrente de que, tanto ele como o Boavista tinham recorrido da decisão do CJ da FPF. E portanto haveria sempre a possibilidade de ganharem o recurso. Ou seja, fazer uma bandeira com a condenação desportiva de Pinto da Costa, seria sempre prematuro e inconsciente, até à sentença transitar em julgado.

Mas no nosso Benfica as coisas correm assim, com um amadorismo tremendo e difícil de compreender. Ou talvez não.

A decisão do Tribunal Central do Sul foi adequada e conforme às leis?

Já hoje respiguei do SOL o caso da absolvição do Médico Psiquiatra acusado de violar uma paciente grávida. Factos que foram apurados pelo Tribunal: “(tendo) o médico começado a escrever uma receita. Quando voltou, aproximou-se da paciente, exibiu-lhe o seu pénis erecto e meteu-lho na boca, agarrando-lhe os cabelos e puxando a cabeça para trás, enquanto dizia: «estou muito excitado» e «vamos, querida, vamos”.  “A mulher tentou fugir, mas o médico agarrou-a, virou-a de costas, empurrou-a na direcção do sofá fazendo-a debruçar-se sobre o mesmo, baixou-lhe as calças (de grávida) e introduziu o pénis erecto na vagina, até ejacular”. 

Ou seja: o médico obrigou a paciente a praticar sexo oral, obrigou a paciente a ter relações sexuais, mas o colectivo por maioria simples (vá lá, alguém teve escrúpulos) decidiu que “o arguido não cometeu o crime de violação, porque este implica colocar a vítima na impossibilidade de resistir para a constranger à prática da cópula”. 

Este Tribunal decidiu bem? Neste caso só saberemos quando o Médico aplicar a “receita” à mulher de um dos juízes do colectivo. 

No caso do FCP e do Boavista, digamos que o tal Presidente tinha a lição bem estudada. Caso a maioria dos conselheiros estivesse do seu lado, a reunião prosseguia com normalidade e os castigos seriam revogados. Caso não estivessem do seu lado, tinha sempre a possibilidade de criar um incidente administrativo e terminar a reunião por ali. 

Ou seja. Enquanto os amadores e ingénuos dirigentes do Benfica e analistas desportivos assumidos benfiquistas, resumem a análise do sucesso desportivo às bolas que entram e não entram na baliza, ou às opções técnico-tácticas do treinador que no ano anterior foi campeão, deslumbrando, os do FCP controlam praticamente todas as variáveis da Arbitragem, Organização das Provas e como se vê, também da Justiça Desportiva

Digamos que a competição futebolística entre Benfica e FCP é praticada com uma certa diferença de proporções. Como a diferença de tamanho entre os pigmeus e os gigantes europeus.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A pressão II (e agora Luís)

Portugal, 10 de Maio de 2011

Terminei o texto anterior da seguinte forma, relativamente à pressão que se tem feito sobre Roberto: “(é) uma mensagem que toca a todos e não só a Roberto. Toca aos adeptos, toca à equipa técnica, toca aos próprios colegas de equipa. A “pressão” existe e está mais uma vez orquestrada para diminuir as variáveis de confiança do Benfica, dando assim ajuda extra ao nosso adversário. Hoje (amanhã) é português, antes foi estrangeiro. Não interessa! Interessa é atacar o Benfica para impedir que ganhe ...”.

Infelizmente a melhor equipa – Benfica – foi eliminada e nunca saberemos se a desestabilização em torno de Roberto, por tocar a todo o plantel, mais outros factores que não cabem neste tema, não terão ajudado à falta de concentração dos nossos jogadores que na hora do remate acertaram no poste ou falharam golos ditos “fáceis”. Nunca o saberemos.

Com a eliminação do Benfica e porque desta vez não foi possível dizer que a culpa foi do Roberto, tal como a comunicação social havia ensaiado nos dias anteriores (ao estilo, “nós bem avisamos”), como também não houve coragem para por em causa os “preconceitos futebolísticos” que sustentaram a titularidade de Saviola, em clara falta de forma (“os melhores devem jogar sempre”, dizia Pragal Colaço após a eliminação da Taça), a derrota com o Braga caiu em cima de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e de Jorge Jesus (este já não surpreende).

E agora Luís?” titulava a BOLA a quem Pinto da Costa chama de “Pravda”. A familiaridade do tratamento (1ª pessoa do singular, sinal de intimidade) sugere uma encruzilhada para o Presidente do Benfica. Já os sportinguistas do RECORD titulavam no sábado “não sai, ninguém o tira” sobre foto de Jesus, o que é uma mensagem desrespeitosa porque define um “alvo” a que atribuem uma situação de “privilégio” (fica, faça as asneiras que fizer).

O Benfica tinha um jogo difícil em Vila do Conde. Um jogo que poderia aumentar a distância pontual ao 1º lugar, como eles tanto têm repetido nas 1ªs páginas. Até têm falado em recorde negativo. Já o FCP tinha um jogo mais acessível por ser em casa e a equipa vir moralizada do apuramento para a final da Liga Europa.

Os títulos criam quadros de referência. A articulação entre esta alcateia da comunicação social, originou os títulos que já referi e que provocaram incómodo entre todos. Mais uma vez não são só afectados os visados na 1ª página, mas todo o grupo de trabalho que sente a instabilidade de tomadas de decisão que lhes podem ser adversas, os adeptos que se dividem entre os que querem poucas mudanças, porque consideram os árbitros como maiores responsáveis e os que querem muitas mudanças porque acham que os jogadores e o treinador poderão ser superiores a todas as armadilhas de arbitragens. A divisão entre adeptos gera divisão no apoio à equipa. A divisão dos adeptos entre assobios e aplausos, enfraquece a confiança dos jogadores e estimula o adversário.

A pressão jornalística uma vez mais apostava num tipo de resultados. Mas saiu-lhes tudo ao contrário. O FCP empatou, o SCP perdeu, o Braga empatou e só o Benfica ganhou. O clube que queriam que perdesse pontos (pela pressão que colocaram), foi o único que ganhou.

Ficamos a aguardar que falem nos 36 pontos de avanço do FCP sobre o SCP e os 35 pontos de avanço sobre o Braga. Falarão? Talvez sim mas no fim do campeonato quando o “efeito” 1ª página não produzir resultados.

Aliás, e relacionado com este assunto, não acharam estranho o silêncio da alcateia da comunicação social, sobre a questão do futuro treinador do SCP? Não acharam estranho que nenhum dos habituais comentadores, painelistas, paineleiros, jornalistas, etc, ninguém tenha especulado sobre o futuro treinador do SCP? Que ninguém tenha publicado a foto do futuro treinador do SCP na 1ª página?

Estou a exagerar? Vamos lá lembrar o que aconteceu naquele último mês de Quique Flores no Benfica. Quase todos os dias saíam notícias dando conta que Jesus ia ser o novo treinador do Benfica, que Quique Flores seria despedido (a bem ou a mal), que isto e aquilo. Intranquilidade programada para justificar a saída de Quique. Isto é: criando condições para perdermos mais pontos, depois há melhores razões para sustentar a troca de treinador.

A alcateia sabe bem o que faz. Hoje o SAPO online refere que Domingos vai assinar um contrato de 2 anos com o SCP. Hoje já se pode saber o que está decidido há semanas. Não se pôde saber antes porque enfraquecia o Braga para o jogo da Liga Europa com o Benfica! Como o Braga vai jogar com o SCP a decisão pelo 3º e 4º lugar, agora já toda a gente pode saber.

A ideia é ajudar o SCP (e FCP na Liga Europa) e enfraquecer o Braga. A alcateia sabe bem o que faz...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Europa por um canudo

Portugal, 6 de Maio de 2011

Não esperava a eliminação em Braga, ainda por cima com arbitragem estrangeira. Contudo também sabia que estávamos a passar muitas eliminatórias com vitórias no 1º jogo por 2-1. E algum dia, isso poderia acabar. Também sabia que íamos em 34 jogos sempre a marcar golos (recorde enorme e por ser positivo, não foi descriminado pela comunicação social) e sabia que um dia isso iria acabar.

Por azar e injustiça “divina”, tudo se conjugou para acontecer no 2º jogo com o Braga. Será que merecemos este castigo? Acho que não! A Direcção sim, merece estas derrotas e muito mais. Pelas mentiras que nos impingem desde há 10 anos. Mas pensando na gente boa e simples que apoia o Benfica, considerando a entrega dos jogadores e profissionalismo do treinador, acho que não merecíamos.

Até porque jogamos melhor no conjunto das duas mãos, fomos extremamente infelizes nas bolas ao poste (3 nestes dois jogos, 6 no total da Liga Europa) e nos lances de bola parada, de onde resultaram os 2 golos do Braga (este último em falta igual ao que nos anularam em Braga na época do título, mas aceitável porque o nosso golo também era de validar, e não foi porque empatávamos o jogo).

Numa perspectiva técnica, diria que o Braga foi uma equipa acessível, ao contrário do que tem mostrado nos jogos da Liga Portuguesa. Foi nítida a influência positiva da arbitragem, cortando jogadas que cá em Portugal seriam validadas ao Braga, não cortando jogadas ao Benfica que cá seriam cortadas com o “truque” do fora de jogo ou da falta inexistente.

Ainda na perspectiva técnica, parece-me que o Benfica voltou a jogar em 4-1-3-2, ou seja, um modelo de jogo de propensão ofensiva, como tenho várias vezes criticado, contra um Braga com um 4-2-3-1 que Mourinho gosta de utilizar, e que é um modelo de propensão defensiva e mais dado ao contra ataque. Ora sabendo que o Braga ia jogar assim, e Jesus reconheceu-o, porque razão voltamos a utilizar um modelo de jogo de propensão ofensiva, que acabou por ser “facilmente” neutralizado no “miolo” do terreno de jogo?

Numa perspectiva de níveis anímicos, diria que o Benfica “acabou” na derrota com o FCP, para a Taça de Portugal. O terramoto emocional que provocou em jogadores e adeptos, prejudicando ou destruindo a relação de cumplicidade que havia entre adeptos e jogadores, rebaixando os níveis de confiança dos jogadores, essa derrota como referi, deixou marcas que ainda ontem se verificaram, tal como na 1ª mão. E onde se verificaram? Na concentração!

Um Benfica alegre como o que venceu 18 jogos consecutivamente, na 1ª mão ganhava por mais de 2 golos ao Braga. Sem qualquer sombra de dúvida. Aquele Benfica que se mostrou até ao jogo de Braga, onde fomos “xisrrotados”, primava pela espontaneidade, criatividade, espectacularidade, crença, capacidade para inverter resultados negativos (Estugarda e PSG, bem mais fortes que o Braga) e de se transcender nos jogos difíceis (Estádio da “Galinha” para a 1ª mão da Taça).

Esse Benfica perturbou-se em Braga e acabou na 2ª mão da Taça de Portugal. Uma vez mais “xisrrotados”. Não vou voltar a falar na arbitragem desse jogo porque já falei no texto que escrevi, Taça I. Apenas sublinho o pormenor da não expulsão do Sapunaru quando agarrou Saviola, com 0-0, e interrogo-me: e se o árbitro tivesse aplicado as leis de jogo e o FCP ficasse reduzido a 10? Estaríamos na final da Taça de Portugal e na final da Liga Europa seguramente!

Para variar a Direcção do Benfica não percebeu. Veio a contestação após vitória na Taça da Liga, e a Direcção nada fez. Era uma minoria? Talvez, mas ruidosa, logo, mais interveniente, mais desestabilizadora. Tinha que se ter actuado.

Ainda hoje não sabemos porque razão o Sr.º Vieira disse que iria falar sobre a pressão que o FCP estava a fazer sobre a arbitragem antes do jogo da Taça, e acabou por não falar, depois de ter sofrido um golo em fora de jogo de metro! Porquê? Ao Mourinho invalidaram-lhe 1 golo e foi o que se viu.

No Benfica as coisas, o sucesso entenda-se, acontecem ao acaso. Ganhamos o ano passado, mas foi um acaso. Bastava que os erros dos árbitros que favoreceram o FCP tivessem resultado em mais vitórias, e nada poderíamos fazer se tivéssemos menos pontos que eles. Este ano, Vieira apoiou o ex-dirigente da SAD portista Fernando Gomes e com esta leviandade ofereceu não 1, mas 3 títulos de campeão ao FCP (todo o mandato de Fernando Gomes).

Não tenho dúvidas que o Benfica dos últimos jogos, é uma equipa triste e deprimida, o que provoca a ausência do brilho futebolístico que antes se mostrou. O maior responsável foi Carlos Xistra em Braga e Taça. Não entender estes pormenores, é continuar a barafunda em que o Benfica vive desde há 20 anos para cá.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A pressão I

Portugal, 4 de Maio de 2011

Muito se fala que a “pressão” sobre os jogadores do Benfica é enorme, e possivelmente maior do que noutros clubes. Mas quando se pretende caracterizar o que é essa “pressão”, as definições regra geral são incompletas ou românticas. Uns dizem que “no Benfica tem de se ganhar sempre” e por isso há mais pressão, outros dizem que a pressão é pelo facto do “Benfica ter milhões de adeptos”.

Sempre achei que a “pressão” é muito mais que estes conjuntos de argumentos incompletos e romântico, uma vez que qualquer jogador profissional que vai para um clube que luta por títulos, sabe que vai ter de ganhar mais do que noutros clubes que não lutam por títulos. Portanto esse conceito de “pressão” é pois natural. O que é que distingue então a “pressão” no Benfica, da “pressão” nos outros clubes?

Quando tinha 15 anos e estudava no Liceu (hoje Escola Secundária), a minha professora de Introdução à Politica explicava-nos que “os media são o 4º poder”. E muita confusão me provocava isto. Primeiro, não sabia o que eram os “media”, depois de saber, interrogava-me como é que eles poderiam ser tão importantes...

Mais tarde ao ler uns textos sobre comunicação social, ainda antes de entrar na Faculdade e no curso que escolhi (não foi jornalismo), fiquei a perceber que uma noticia é a transformação de um facto (algo que aconteceu) numa informação. Fiquei a perceber que uma noticia na 1ª página é mais impactante do que na última página de um jornal, apesar de ser a mesma. Ou na abertura ou fecho de um telejornal. Fiquei a saber que a notícia deve ser separada da opinião. E fiquei a perceber que conjugando adequadamente tudo isto, de facto as pessoas formam as suas ideias sobre as coisas ou temas, sem pensarem muito pois antes de pensarem já foram induzidas a tirar certas conclusões.

As palavras podem ser “pedras” para uns, e “flores” para outros. Mas são palavras que saem do mesmo emissor.

Adaptando estas ideias à tal “pressão” que existe no Benfica, penso podermos concluir que ela é o resultado de uma conjugação de vontades e esforços, entre grupos e profissionais da comunicação social, que optando e subjectivando a importância dos temas, provocam nos receptores um determinado efeito que depois se repercute em cadeia e provoca as mais dispares e disparatadas reacções comportamentais.

O que se passa com Roberto é exemplar. Sabendo da importância deste lugar específico, os guarda-redes do Benfica não costumam ter vida “fácil” com a “pressão” artificialmente criada por esta comunicação social orquestrada numa lógica de actuação, que é distinta – para pior - no caso do Benfica. E um exemplo recente é o “falhanço” do alemão Butt, que depois foi campeão na Alemanha.

Pois Roberto, ou porque deu nas vistas pelo seu custo (que ele nada tem a ver) ou porque substituiu o guarda-redes campeão Quim ou simplesmente porque qualquer pretexto serve para pressionar um jogador do Benfica, dizia eu, Roberto após o 2º jogo amigável com o Sion, foi imediatamente bombardeado com rótulos (forma mais simples, prática e eficaz de passar a “mensagem”): titulo principal “frango à espanhola” no RECORD e sub-título na BOLA “erros de Roberto dão vitória ao Sion”.

Logo percebi que Roberto iria ser o jogador chave, entenda-se “vítima”, para a alcateia da comunicação social, os tais que a cada “frango” de Patrício acrescentam “no melhor pano cai a nódoa”. Ao Roberto não foi possível deixar mostrar o seu “pano”.

Até ao início do campeonato, Roberto foi sempre visto à “lupa”. De forma incrível cada golo sofrido podia ser sempre defendido. E não era defendido porque o Roberto “tinha estado mal”. A sucessão de mensagens desta natureza, derruba qualquer um. Eu estou do lado dos que resistem.
Roberto defendeu 1 penalty no primeiro jogo em que foi preterido. Irónica e hipocritamente, a mesma BOLA que tanta “pedra” lhe tinha atirado, desta vez virou-se contra ... Jesus. O título foi sintomático: Deus manda mais que Jesus! Porque entendamo-nos, eles têm de atirar sempre em cima de alguém do Benfica.

Vamos jogar a 2ª mão da meia-final da Liga Europa. Chegamos até aqui com Roberto na baliza. Vamos fazer o 14º jogo europeu, 6 dos quais de “borla” por termos sido campeões. Nos 17 anos anteriores não conseguimos. Fala-se de futebol nas importantíssimas 1ªs páginas dos jornais desportivos? Não, fala-se de Roberto. A mensagem é a incerteza, a angústia, a possibilidade maior do erro, a opção do treinador, as características do Roberto.

Uma mensagem que toca a todos e não só a Roberto. Toca aos adeptos, toca à equipa técnica, toca aos próprios colegas de equipa. A “pressão” existe e está mais uma vez orquestrada para diminuir as variáveis de confiança do Benfica, dando assim ajuda extra ao nosso adversário. Hoje (amanhã) é português, antes foi estrangeiro. Não interessa. Interessa é atacar o Benfica para impedir que possamos ganhar ...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Camarada Vasco

Portugal, 2 de Maio de 2011

As nomeações dos árbitros, representa um dos “segredos” sobre como funciona o “sistema” na parte que diz respeito à arbitragem. Digamos que as nomeações são um indicador de como o “sistema” vê as arbitragens dos homens do apito, em função dos erros que cometem e da sua tendência.

Como já aqui escrevi nos textos intitulados “crónica de um título anunciado”, o campeonato ficou entregue na 1ª jornada quando o árbitro do Benfica – Académica perdoou 4 lances para grande penalidade a favor do Benfica, todas em situações de empate 0-0 e 1-1, e no dia seguinte Paulo Batista perdoou 1 penalty contra o FCP, com possível expulsão do Álvaro Pereira (o avançado da Naval está enquadrado com a baliza), e assinalou 1 penalty inexistente a favor do FCP ao mn 83, que valeu 3 pontos para o FCP. Quem assim erra, não erra por acaso. E quando não se erra por acaso, esses erros vão acontecer quando o “sistema” precisar que aconteçam para não deixar cair o FCP.

Qual a leitura que o “sistema” teve desses erros? Volto às nomeações. Estes 2 árbitros não foram seleccionados para arbitrar na 2ª jornada. Mas na 3ª jornada foram ambos escolhidos para arbitrar na 2ª de Honra. E na 4ª jornada já estavam a arbitrar na 1ª Liga. Uma primeira conclusão é óbvia: errar a favor do FCP ou contra o Benfica, tem exactamente o mesmo tipo de avaliação por quem nomeia os árbitros, permitindo-lhes “facturar” 800 euros por jogo na 2ª de Honra e 1100 euros na 1ª Liga.

Para tirarmos uma 2ª conclusão, teremos de lembrar o jogo da final da Taça da Liga, onde Lucílio assinalou 1 penalty inexistente que deu o empate ao Benfica e apesar de ter tido muitos erros disciplinares a favor do SCP, devido ao vendaval mediático que se abateu sobre esse erro que beneficiou o Benfica, Lucílio acabou por ser excluído das nomeações durante 6 semanas! Como se vê, aqui o critério foi distinto do aplicado a Paulo Batista que errou a favor do FCP.

Quem não percebe o poder das nomeações na definição de uma certa lógica de actuar por parte dos árbitros, é melhor dedicar-se à pesca ou ao golfe, duas modalidades que já se praticam no nosso clube.

Dito isto, quando se soube que seriam dois árbitros do Porto a arbitrar os jogos de Benfica e FCP, nomeações que saíram antes da realização da 1ª mão dos jogos da Liga Europa, ficou para mim evidente que ambos iriam influenciar os jogos de Benfica e FCP. No caso do Benfica tentando tirar pontos para tirar partido de algum desânimo que se instalou nos adeptos após a Xisrrota na Taça de Portugal. No caso do FCP, e com Setúbal a precisar de pontos, iriam tentar impedir que FCP perdesse pontos e tivesse jogadores lesionados.

Por acaso as coisas correram bem ao FCP na 1º mão da Liga Europa (destaque contudo para o estranho penalty que deu o empate ... depois do intervalo) e o efeito das nomeações ficaram neste caso um pouco diluídos. Tanto assim que o treinador do FCP até fez algo que até aqui não tinha feito de forma evidente: geriu o plantel e poupou 6/7 titulares conforme o critério de contabilização dos mesmos. Mas ficou o Benfica à mercê de Vasco Santos, o árbitro que nas escutas aparece bem recomendado por gente do FCP.

O camarada (camarada do “sistema” entenda-se) Vasco, teve contudo uma actuação que veio provar a minha tese de que existe um manual de arbitragem. De facto, querendo agradar aos amigos do “sistema” e continuar a merecer a confiança para as nomeações (1100 euros por jogo é uma boa “renda”), Vasco mostrou cartão amarelo a Jardel num lance em que Toy se podia isolar. O lance descreve-se como um por e tirar de braço à frente do adversário, com este a aproveitar o balanço para se deixar cair. O Tribunal do JOGO por unanimidade concorda com este cartão (discorda também por unanimidade do 2º que deu a expulsão).

Onde pretendo chegar? Simples. No jogo da Taça, Sapunaru agarra Saviola no ombro, que já lançado em corrida, desequilibra-se e cai. Saviola estava enquadrado com a baliza e não tinha outro jogador entre si e o guarda-redes. Foi assinalada falta? Não! Graças ao camarada Vasco ficamos a saber que deveria ter sido assinalado livre directo contra o FCP e admoestado Sapunaru com 2º cartão amarelo (no mínimo).

O jogo estava 0-0. Alguém acredita que o Benfica perdia a eliminatória a jogar contra 10? Não creio. O Benfica foi Xisliminado da Taça por erro grosseiro de arbitragem. Erro de manual (contra FCP isto não acontece)!