terça-feira, 31 de julho de 2012

Prétemporada: a fase 5


Portugal, 31 de Julho de 2012

A pré-temporada do Benfica teve mais uma evolução, com a realização de 2 jogos em menos de 24 horas: a taça Eusébio Cup e o jogo de apresentação do Gil Vicente. Dois jogos difíceis que o conjunto ultrapassou com distinção, vencendo 5-2 cada um dos jogos. Estamos então, nesta pré temporada, na fase dos 5 golos marcados, algo que nos faz lembrar o que de muito bom nos sucedeu no ano do último título.

Se o jogo com o Real Madrid se antevia de grau de dificuldade superior (“osso mais duro de roer que o Benfica iria encontrar”, segundo a apreciação do RECORD, antes do jogo), a goleada por 5-2 só nos podia deixar um sorriso de orelha a orelha. Afinal não é todos os anos que damos uma “manita” ao Real Madrid, que mesmo com jogadores habitualmente não titulares, não deixa de ser uma “equipa temível” (isto, copiando as apreciações do RECORD à equipa do Benfica que goleou o Gil Vicente em sua própria casa).

Confesso que estava pessimista para estes dois jogos, especialmente depois dos erros de concepção verificados na fase Polska. Uma incorrecta gestão do esforço físico dos atletas poderia deitar tudo a perder e nós bem sabemos que não temos margem de manobra para esta comunicação social enfeudada aos interesses económicos e desportivos que dominam o futebol português, desde há muitos anos, reforçada nos últimos 12 com a desistência do Benfica em lutar pela transparência efectiva, e não retórica, das competições.

Fosse porque JJ viu o tremendo equívoco que tinha sido a sua gestão física, técnica e táctica nos 2 jogos da Polónia, fosse porque razão fosse, os jogadores utilizados no 2º jogo, 2 ou 3, só tinham nas pernas menos de 45 minutos. A esmagadora maioria dos jogadores que alinharam em Barcelos, não tinha sido titular contra o Real Madrid (por razões mais ou menos óbvias) e olhem só que jogo fizeram em casa de um adversário que na época passada, tirou pontos aos ditos clubes “grandes” deste país...

Por vezes a solução do sucesso no futebol está nas soluções menos lógicas, mas nem por isso menos fortes do ponto de vista técnico e táctico. Só é preciso acreditar nos jogadores e nas suas qualidades. E JJ desta vez esteve muito bem, há que sublinhá-lo, gerindo bem a sobrecarga física associada aos dois jogos e sendo premiado com duas “mãozinhas” que a todos (?) nos deixaram contentes.

Claro que estamos em Portugal, a comunicação social que via um osso duro de roer no Real Madrid, depois do jogo não deixou de enfatizar que o Real Madrid tinha jogado desfalcado. Se antes do jogo muita gente da comunicação social esfregava as mãos esperando uma derrota do Benfica (em particular depois do que se tinha passado na Polónia), depois do jogo tiveram de recorrer ao plano B, ou seja, desvalorizar o plantel do Real Madrid. A estratégia da comunicação social não pode surpreender. Faz parte dos ”livros” Quando empatamos 1-1 com o vice-campeão europeu Manchester United na Champions, também alinharam na mesma estratégia se bem se lembram.

Como nenhum dos jornais desportivos conseguiu analisar o plantel do Real, a fazer fé na MARCA, o Real Madrid alinhou com 8 jogadores da 1ª equipa, 1 dos quais titular. Di Maria? Higuain? Não sei qual contabilizam, mas que esse Real é ainda assim uma equipa muito forte, superior seguramente ao Atlético, Belenenses e Santa Clara, isso parece pacifico até para os adeptos rivais.

Infelizmente estas duas boas vitórias, numa fase mais avançada da preparação, não parecem ter convencido alguns dos exigentíssimos adeptos do Benfica que continuam a preferir gastar energias nos “mediatizados” problemas laterais. Parece que o último a aderir a esta problemática, foi o Dr.º Bagão Félix, mais político do que entendido em futebol. Apaixonado pelo Benfica, seguramente, mas quantas vezes lemos nos jornais que o namorado matou a namorada, cheio de paixão e com medo de a perder?

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Problemas laterais I


Portugal, 26 de Julho de 2012

A pré-temporada do Benfica é normalmente marcada por debates que a comunicação social lança, e que dada a sua repetitividade, ou seja, dado que ano após ano há sempre um tema novo que se prolonga durante a época, na minha opinião isso é premeditado, pretendendo entreter os benfiquistas e desviar a atenção dos problemas graves que irão acontecer com a arbitragem. Em particular com esta, que é a componente administrativa mais influente na definição do campeão.

Este ano o tema é, a adaptação do Melgarejo a defesa esquerdo vs utilização de Luisinho, e a falta de um substituto ao nível do Maxi Pereira.

Questões da treta na minha opinião. Problemas laterais ao que realmente importa: a arbitragem. Vejamos.

Ao longo dos anos, os defesas laterais do Benfica, seja à esquerda, seja à direita, não têm tido vida fácil junto de adeptos e em particular comunicação social. Os adeptos são, na esmagadora maioria, caixas de ressonância do que se diz e escreve nas rádios e jornais. Portanto o problema não é de agora, não se entendendo – excepto se admitirmos que é para criar temas – a insistência com que o assunto tem sido referido na comunicação social.

Assim de cabeça, e sem querer ser muito exaustivo, nos últimos 15 anos lembro-me de Scott Minto, Bruno Basto, Harkness, Okunowo, Rojas, Pesaresi, Da Silva, Escalona, Éder, Miguelito, Ricardo Esteves, Cristiano, Fyssas, Leo, Nelson, Maxi Pereira (adaptado de médio ala), Coentrão, (adaptado de médio ala), Emerson. 

Lembro-me que Calado foi diversas vezes adaptado a defesa direito (ele que era centro campista no Estrela da Amadora, quando foi contratado pelo Benfica), lembro-me que Manuel José colocou Panduru a defesa direito num jogo com a Fiorentina, lembro-me que Mourinho adaptou Uribe a defesa direito no jogo com o (não sei quantos que nos eliminou na 1ª eliminatória da Taça UEFA), lembro-me que Koeman ensaiou duas vezes o Ricardo Rocha e o Alcides a defesas laterais em Lille e em casa com o Manchester United, várias vezes o Ricardo Rocha foi adaptado a defesa esquerdo, idem com Jardel ou Miguel Vítor mais recentemente. Obtivemos bons resultados e maus resultados, com estas adaptações.

De todos estes nomes, os adeptos, regra geral gostaram mais dos defesas que gostam de subir no terreno e cruzar para a área, ou rematar à baliza com frequência: Léo, Coentrão, Maxi Pereira num patamar superior, Scott Minto e Nelson num patamar inferior. Os restantes foram pura e simplesmente trucidados.

Portanto todo este debate sobre as características do defesa esquerdo ou da necessidade de ter um substituto à altura do Maxi pereira, é conversa repetitiva, aborrecida, chata e que foge ao objectivo principal: qual o modelo de jogo preferencial do Benfica e nesse modelo, quais as características que os defesas laterais devem ter? 

Enquanto as questões não forem colocadas neste plano, todos os anos iremos andar aqui às cabeçadas sobre quais os melhores “nomes” (não as “funções” que devem desempenhar) para a lateral esquerda, para o substituo do lateral direito, etc, conversa da treta que não leva a lado nenhum, excepto à divisão dos adeptos.

E depois não percebemos como é que o SCP ganha o torneio Pepe a duas equipas da 2ª divisão de Honra (!?), sem marcar qualquer golo (!?), sem que a comunicação social questione quem jogou a defesa direito ou esquerdo, se jogaram bem ou mal, mas para nós, no Benfica, e após vitórias sobre o Marselha (2-0) e Hamm, (3-0) e empate com Lille, a questão dos defesas laterais foi associada a esses bons resultados.

Temos de saber que estes problemas laterais comandados a partir da comunicação social, têm uma intenção que não é benéfica para o Benfica. Não podemos cair no logro de nos dividirmos com o que tem pouco interesse em ser discutido.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Prétemporada: a fase Polska


Portugal, 23 de Julho de 2012

A pré-temporada do Benfica teve no passado fim-de-semana, um torneio disputado na Polónia (Polska) que se caracterizava por um calendário muito exigente: 2 jogos com cerca de 18 horas de intervalo, caso disputássemos a final, ou menos de 16 horas, caso não disputássemos a final.

Como é sabido, finalmente sofremos golos e finalmente sofremos a 1ª derrota. Digo finalmente com alguma ironia, porque o irritante debate que existiu na blogoesfera após a fase Gama, era de que tínhamos problemas nas laterais da defesa, JJ devia aprender inglês para falar melhor com Ola Jonh, JJ estava a gerir mal as escolhas optando por equipas constituídas à base de jogadores do ano passado em vez de ir lançando alguns dos reforços. Enfim, mais do mesmo: a já habitual ressonância do que a comunicação social escreve e diz.

Nos 2 jogos que o Benfica fez agora, apresentou esquemas de jogo e opções claramente distintas. Contra o adversário teoricamente mais acessível, o campeão polaco, jogamos com um 11 com poucas alterações em relação à equipa do ano passado (Melgarejo na lateral esquerdo e Yannick a médio ala direita), e jogou-se em 4-2-3-1 o tal modelo mais equilibrado. 

Este jogo foi bastante bem conseguido apesar dos 2 golos sofridos. O primeiro, parece-me indefensável (se fosse o Roberto não faltava gente a dizer que se tinha lançado tarde), o segundo resulta de um erro de marcação de Maxi que deu demasiado espaço – uns 3 a 4 metros - ao avançado e este fez um grande golo. Mas deve destacar-se a reacção da equipa, que por sorte, nessa fase de jogo estava bem estruturada com Carlos Martins, Olá Jonh e Gaitan a servirem Kardec (que havia substituído Cardozo aos 66 mn).
o segundo jogo resulta para mim um completo mistério em termos de opções para o “onze” base e ao próprio modelo de jogo (4-4-2 com pouco losango, pois Saviola jogando atrás de Cardozo é pura ilusão de rentabilidade).
 
Sabendo que o PSV seria dos 3 adversários aquele que na teoria era mais difícil, não se percebe a opção por um modelo de jogo mais arriscado, porque mais ofensivo e mais desequilibrado nos processos defensivos. E não se percebe a opção por jogadores que haviam feito 90 mn, 18 horas antes!

Sem incluir o guarda-redes, o Benfica alinhou com 5 jogadores que tinham sido titulares 18 horas antes, 3 dos quais defesas (Maxi, Luisão e Garay)! O PSV alinhou com 3 que haviam sido titulares contra o Athlétic, e todos do meio campo para a frente: Van Bommel, Toivonen e Wijnaldum.

No final o Benfica acabou com 2 jogadores totalistas (180 mn jogados), Luisão e Garay, e Maxi só não foi por ter sido expulso aos 77mn (jogou ainda assim 167 mn). No PSV, nenhum jogador foi totalista! Os que andaram mais perto fizeram ainda assim menos minutos que Maxi Pereira: Toivonen, Van Bommel e Wijnaldum, com 135 mn. Tantos como Melgarejo (defesa) que não teve “pernas”, cometendo diversos erros de posicionamento que resultaram nos golos 2 e 3 do PSV.

Depois dos jogos é mais fácil descobrir os erros, mas a mim parece-me que a chave da primeira derrota da época, passa pela incompreensível gestão dos minutos jogados pela defesa (notem que o PSV alterou todos os defesas e até o guarda redes, do primeiro para o segundo jogo). O facto dos golos do PSV surgirem nos últimos 20 mn, associado à incapacidade de reacção do Benfica e ao completo desmoronar da organização de jogo, só pode ser assacado à componente física e não às mediatizadas adaptações de jogadores.

Quem viu o jogo percebeu que a dada altura (ainda 1-1), os jogadores do PSV passavam de “mota” pelos nossos e insistiam com lançamentos para as costas dos defesas laterais, mais do lado esquerdo do que do lado direito. Fácil de ver.

Desta vez tenho de dizer que Jorge Jesus falhou. Com fragor. Não pela derrota mas por uma série de erros que contribuíram para que não pudéssemos jogar para ganhar. A falta de confiança em Luisinho (jogou 45 mn para dar lugar ao estafado Melgarejo que jogou 135 mn), a falta de coragem para repetir Yannick na lateral direita como fizera contra o Marselha (descansando Maxi), a falta de coragem para apostar numa dupla de centrais distinta, Luisão e Jardel num jogo, Garay e Miguel Vítor noutro, por exemplo. Dar confiança estimula não só o jogador em questão, mas todo o grupo. E JJ deve saber isso. 

Não aceito pois o argumento de que “os jogadores estavam cansados e continuamos a construir uma equipa”. Isso é atirar poeira para os olhos dos adeptos. Desta vez não desfrutei e fiquei preocupado pela incapacidade de gente (incluindo Rui Costa e António Carraça) tão “batida” no futebol, não perceber a importância da componente física, na qualidade do desempenho colectivo.

sábado, 21 de julho de 2012

As voltas do Recurso


Portugal, 21 de Julho de 2012

Pela primeira vez em meses, o Benfica viu deferido um recurso que apresentou ao CJ da FPF visando revogar a decisão tomada na Liga de Clubes, pelo fim dos empréstimos de jogadores a clubes da mesma divisão. Julgo que este CJ da FPF que apreciou e deferiu as pretensões do Benfica, em tempo recorde, ainda não se pronunciou sobre o recurso do Benfica contra os 2 jogos de sanção aplicados a Aimar no jogo contra o Olhanense. Note-se que desta forma, Aimar não pôde jogar em Alvalade, o que teoricamente enfraqueceu a nossa equipa que precisava de ganhar para não descolar do FCP.

Na mesma reunião estavam agendados outros recursos, alguns mais antigos, como o recurso de Bruno Paixão contra a classificação que a Comissão de Arbitragem lhe atribuiu, depois de Vítor Pereira ter diminuído a nota que lhe havia sido atribuída no jogo entre Gil Vicente e SCP, clube do qual Vítor Pereira continua a ser sócio. Parece-me um caso mais fácil do que aquele que o Benfica recorreu.

Independentemente do que cada um possa pensar sobre a questão em si mesma (para que conste, sou contra os empréstimos de jogadores a clubes da mesma divisão), interessa perceber as voltas que o tema deu até chegar ao Recurso apresentado pelo Benfica.

Em 28 de Junho a Liga Profissional de Futebol Profissional aprovou o fim dos empréstimos para apresente época, contando nomeadamente com os votos a favor de Nacional e SCP, e com os votos contra de Benfica e FCP.

Pelas 00:18 de 7 de Julho, o jornalista Eugénio Queirós, adepto do FCP, escreveu um post no RECORD intitulado “CJ vai chumbar fim dos empréstimos”.

A 9 de Julho o Benfica interpôs Recurso contra essa decisão, antecipando-se a FCP, o principal prejudicado, a par do Benfica, dos efeitos dessa decisão.

A 19 de Julho, o CJ da FPF anuncia que deu provimento ao Recurso do Benfica. Em tempo recorde tinha sido contrariada uma decisão da Liga, que em teoria era desfavorável ao Benfica, e que estranhamente não mereceu da parte do FCP (o outro clube/SAD prejudicado) qualquer tipo de recurso. O que só se compreende porque eles depositavam muita “confiança” no Recurso do Benfica.

Como? Se calhar temos de perguntar ao Eugénio Queirós...

A propósito da temática dos empréstimos e tomando como base a época anterior, a Benfica/SAD foi quem teve mais jogadores emprestados: 30.

Nomes: Melgarejo, Carlos Martins, Jara, Oblak, Júlio César, Carole, Shaffer, Wass, Roderick, Sidnei, Enzo Pérez, Miguel Rosa, Urreta, David Simão, Coppetti, Léo Kanu, Fábio Faria, Airton, Felipe Menezes, Yartey, Elvis, Felipe Bastos, Leandro Pimenta, Romeu Ribeiro, Nuno Coelho, Fernández, Éder Luiz, Kardec, Alípio, Ruben Amorim.

Rui Costa: “Benfica fez um recurso dessa decisão (da Liga) e como diretor e ex-jogador vai prejudicar o jogador português, que terá de jogar na segunda divisão ou ir para o estrangeiro” – BOLA online, 5 de Julho. Cada vez percebo menos esta “sumidade” futebolística. O Benfica tem 8 jogadores portugueses, em 30 emprestados, como é possível dizer que estamos a ser prejudicados?

Dos 30 jogadores emprestados, 18 foram emprestados a clubes estrangeiros e 12 a clubes portugueses. Destes apenas 6 eram portugueses. Por último, destes 30 jogadores, 15 (50%) nunca foram incorporados na equipa, sendo emprestados de imediato. Como é Rui Costa?

Vamos falar claro. O Benfica não tem uma política de valorização do jogador português, mas sim uma opção por ser entreposto de contratação de jogadores que nem alinham na equipa principal (50%) e que não são portugueses (73%). O Benfica apareceu neste tema, como aliado do FCP, possivelmente cumprindo um papel que mais interessa ao “sistema”: que a opinião pública não perceba que a FPF está totalmente controlada pelo FCP (se fossem estes a recorrer e a ganhar o recurso, era o que se pensaria).

Notícia CM de 6 de Abril último: “o CM sabe que a seguir ao jogo entre encarnados e blues houve uma conversa telefónica entre os líderes da FPF e o do Benfica. Gomes elogiou a exibição da equipa portuguesa e lamentou a actuação do árbitro. Só depois de incentivado é que Luís Filipe Vieira se prontificou a criticar publicamente o juiz Damir Skomina”.

Possivelmente alguém voltou a incentivar o Sr.º Vieira a apresentar o polémico recurso contra as decisões da Liga...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Prétemporada: a fase Gama


Portugal, 19 de Julho de 2012

A pré-temporada do Benfica já começou e à semelhança de outros anos, pelo menos os últimos 4 (é possível que sejam mais), esta primeira fase foi organizada pela Gama Sports. 

Se calhar só dei mais atenção às pré-temporadas em que Jorge Jesus passou a ser o treinador (mera coincidência) e por esse motivo sei que esta fase ligada à Gama Sports se caracteriza por jogarmos 3 vezes em 4 dias, não sabendo bem a quem é que isso interessa mais. À equipa de futebol não seguramente, porque se isso fosse positivo, já outras equipas tinham copiado o modelo.

Desta vez e ao contrário do que sucedeu nos últimos 2 estágios organizados pela Gama Sports, não perdemos qualquer jogo (Dijon na época passada e Sion na anterior, derrotaram-nos), vencemos 2 e empatamos 1, tal como no último ano em que fomos campeões. Pormenor de interesse: não sofremos golos!

Nós adeptos e sócios do Benfica parece estarmos a criar um estado de exigência que só se satisfaz quando atingirmos a perfeição, situação absurda pois a perfeição não existe. E não é no futebol que estamos mais perto de a alcançar.

Daí já ter lido diversas criticas de ilustres adeptos do clube, em particular na blogoesfera, questionando as adaptações de algumas posições, questionando a morosidade de algumas contratações, questionando a relação entre o treinador e alguns jogadores, questionando a ética de algumas situações, enfim, um conjunto de criticas que a mim não me espantava se fossem feitas por adeptos dos clubes rivais. E também já não me espanta muito que sejam feitas por adeptos do Benfica.

É a factura a pagar pelas prometidas “equipas maravilhas” e o “vamos arrasar a Europa daqui a 2 anos”, ou seja, era em 2005 mas bom, há que ter pensamento positivo. Agora a Direcção não usa de estratagemas para enganar os sócios e adeptos. Adiante.

Para que conste, as equipas iniciais nos 3 jogos do Benfica foram:

Com o Marselha: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Luisinho; Witsel e Javi García; Gaitán, Bruno César e Pablo Aimar; Cardozo.
Com o Hamm: Paulo Lopes; Yannick Djaló, Miguel Vítor, Jardel e Melgarejo; Javi García e Enzo Pérez; Carlos Martins, Ola John e Hugo Vieira; Kardec.

Com o Lille: Artur Moraes; Maxi Pereira, Luisão, Garay, Melgarejo; Javi García, Witsel, Bruno César, Enzo Perez, Ola John e Cardozo.

Como se pode ver, o treinador do Benfica (e quem sou eu para o criticar), optou (na minha perspectiva bem) por fazer jogar os jogadores que na sua opinião ofereciam menos riscos, em função do valor do adversário. Assim se contra o Marselha apenas deu lugar a um dos reforços (o FCP contra o Evian não fez alinhar nenhum), já contra o Lille fez alinhar três (os sublinhados). Contra os amadores do Hamm (1ª divisão luxemburguesa) fez alinhar apenas um dos considerados imprescindíveis (a sublinhado) e deu lugar a quase todos os jogadores que na época passada jogaram menos ou que apenas chegaram esta época.

Partir daqui para “filmes” sobre tudo e nada, como já vi fazer por aí, acho que é mau e acima de tudo, não tem justificação. Esta fase Gama da prétemporada foi uma boa fase, deu boas indicações sobre os jogadores e os modelos de jogo escolhidos, pelo que pouco mais há a dizer excepto que desfrutei.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Balanço das modalidades de pavilhão III


Portugal, 13 de Julho de 2012

Por último o Andebol. Mas antes um pequeno esclarecimento porque já me apercebi que alguns leitores não conseguem chegar ao fim do texto, local onde este destaque talvez se enquadrasse mais. Esta série de textos vem na sequência de uma análise semelhante que fiz em Junho do ano passado, precisamente com o mesmo título. Foram publicados quer aqui no NovaGeraçãoBenfica quer no Basta (ver nos arquivos respectivos).

O que quer dizer que não estou a escrever para ocupar espaço, mas para continuar essa tradição. E deste modo tenho a mesma atitude: tentar perceber porque se perdeu, para no ano seguinte se poder ganhar. Tentar perceber porque se ganhou, para no ano seguinte não se perder. É uma atitude que expresso com frieza, calculismo e por vezes desprovida de sentimentos, admito. Mas desde que fiz uma cilada aos meus pais, com 10 anos, para descobrir que afinal o Pai Natal não existia, nunca mais passei a confiar no que se diz e no que se conta.

Retomando o tema, o Andebol é uma modalidade que me parece injustiçada pelos “deuses” do desporto. Todos os anos se trabalha bem, percebe-se haver ali uma equipa que é como uma família, os profissionais são bons, mas esta época não se ganhou nada.

Interpreto esta época como um castigo. Um castigo que se seguiu à destituição do treinador que “perdeu a Taça Challenge e ficou em 4º no campeonato”, e tinha ganho a Taça e a Supertaça. É pá, mas falhamos no campeonato, perdemos a final da Challenge e pronto, no Benfica é assim: o treinador perdeu, tem que sair. Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga... diz o povo e com razão.

Se há modalidade onde se comprova que o sucesso nas modalidades amadoras do Benfica acontece por sortilégios mais do que por competência e estratégia adequada de quem lidera (observação não direccionada a João Coutinho), o Andebol é exemplo.

Mudamos quase tudo, reforçamos o plantel com 2 ex-jogadores do FCP, despedimos o treinador, contratamos outro treinador com curriculum conquistado a norte e voltamos a ficar em 4º lugar com a diferença que este ano, não ganhamos qualquer dos troféus que ganhamos na época passada! Foi uma decisão inteligente a mudança de treinador? Para mim não foi.

Qualquer semelhança com o Futebol não é pois mera coincidência. Aqueles que pugnaram durante a época passada pela destituição do treinador Jorge Jesus, pelas mais fúteis razões e motivos, arriscavam-se a ter como herança um resultado pior na época seguinte. Como no Andebol.

É por causa destes paralelismos que sou por regra, contra a destituição do treinador. Porque normalmente não é o treinador o principal factor que explica o insucesso da equipa, como bem se provou no Andebol.
Podíamos dizer que seriam os jogadores, mas também não vou por aí. A qualidade dos jogadores do Benfica é elevada e comprovada pelo número de presenças na Selecção nacional. A questão é que podemos meter toda a equipa do FCP no Benfica e levar a equipa do Benfica para o FCP, que quem continua a ganhar é o FCP!

Estou a ser duro? Não! Estou a ser realista. O FCP tem vários factores superiores aos nossos. Desde logo têm “melhores” arbitragens e ganham alguns jogos com isso. Jogos que dão pontos e níveis motivacionais superiores (quem perde pouco tem mais confiança em si próprio e no conjunto, logo torna-se mais forte). Já nós no Benfica não temos boas arbitragens, no sentido de vermos aplicadas as regras de jogo como elas são. Nós temos más arbitragens, como se viu no jogo de Alvalade, a feijões, mas que deu o 3º lugar ao SCP. A forma como Carlos Carneiro foi expulso a 8 segundos do fim, é de bradar aos céus. Só depois o SCP marcou o golo da vitória que lhe deu os 3 pontos. Mas houve mais, as tais coisas difíceis de explicar, nas palavras do treinador Jorge Rito. O “difíceis” aqui deve ser equiparado a uma “figura de estilo”...

Depois há outros factores como sejam a passividade da Direcção perante os atentados de arbitragem que se vêem semana a semana, e o próprio modelo de jogo pouco inspirado nos princípios defensivos mas mais nos atacantes. 

Somos Benfica e essa opção é quase genética. Um factor que condiciona negativamente, mas são os genes que temos e que poucos querem debater...
Neste contexto ser campeão, só por milagre. Vamos acreditar que para o ano existirá esse milagre...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Balanço das modalidades de pavilhão II


Portugal, 12 de Julho de 2012

Na continuação da apreciação à época das modalidades de pavilhão, hoje abordo o basquetebol e o hóquei em patins.

O Basquetebol teve o ponto alto de uma época marcada por muita inconsistência, na conquista do título de campeão em casa do rival e principal favorito ao título, FCP. Também se venceu o Troféu António Pratas. Perdeu-se a Taça de Portugal com o Barreirense e o Troféu Hugo Santos para o FCP.

A conquista do título de campeão em condições tão extremas, levou o Presidente da Direcção a pôr-se em bicos de pés, com a tal demagogia que já referi. O seu discurso ridículo sobre os burros, ficará na história como um mau exemplo de fair-play e algo que não encaixa na tradição desportiva benfiquista. Mas como já tínhamos o episódio de apagar a luz e ligar a água quando, pela incompetência da Direcção, o FCP se sagrou campeão no nosso estádio, este tipo de discurso não pode surpreender. Nem pelo tom, nem pela esterilidade do objectivo.

Tanto mais que não foi Carlos Lisboa – figura principal do discurso do Sr.º Vieira - o principal obreiro dessa vitória, mas sim todo o conjunto de atletas que fazem parte do grupo. Com particular destaque para Ted Scott, o recordista de pontos e assistências. Este incrível jogador foi o garante das nossas vitórias. E também porque nesta época não fomos às competições europeias, ou seja, fizemos menos 14 jogos!

Ou seja, sem Ted Scott e sem a Eurochallenge, Carlos Lisboa teria falhado uma vez mais, como falhou no Benfica de Vale e Azevedo (1ª experiência como treinador), falhou depois no Esgueira ou Oliveirense (não posso precisar) e falhou quando retornou ao Benfica com Vieira, orientando a equipa após despedimento do treinador, creio Norberto Alves.

Se dúvidas houvesse sobre o lado "humano" de Lisboa, a rescisão com um jogador que deu tanto ao clube como Ben Reed, porque a sua lesão não abria boas perspectivas de utilização (comparar com igual situação ao tempo de Henrique Vieira), e a dispensa de Sérgio Ramos e Manuel Minhava, provam que Carlos Lisboa não sabe o que anda a fazer e vai precisar de mais “Ted Scotts” para nos dar títulos. Vieira está comprometido com esta opção, irá também pagar um preço político pelo apoio “cego” que lhe tem dado.

O Hóquei conseguiu (já é definitivo) recuperar o título de campeão, 14 anos e muitos milhares de euros depois. Apuramo-nos para a final de 8 da Euroliga mas fomos amplamente derrotados no 1º jogo, com 7 livres directos ou penaltys falhados! Fomos também derrotados pela Oliveirense na final da Taça, 8 dias depois de termos ganho o campeonato. Sinceramente, acho que a época apenas se salvou porque fomos campeões. Acidentalmente digo eu, já que o nosso título está associado à derrota do FCP na Académica de Espinho, uma derrota que acontece de 10 em 10 anos. Ou mais!

No resto da análise, apesar das mudanças no plantel, dos milhares investidos em reforços, fizemos apenas mais 1 ponto do que na época passada, sendo que na época passada fizemos mais pontos com as restantes equipas, do que este ano. No ano passado ganhamos a Supertaça ao FCP e a Taça CERS, mas claudicamos na Taça perante o Candelária, que este ano eliminamos, sem proveito pois perdemos a Taça na mesma. Ganhamos mais títulos do que este ano, embora este ano tenhamos ganho o título mais saboroso: o campeonato.

Quero com esta comparação dizer que, não basta investir milhões quando alguns jogos se continuam a decidir por decisões erradas de arbitragem. Na época passada apenas não fomos campeões porque perdemos os 2 jogos com o FCP. Se tivéssemos empatado um, se tivessem sido assinalados os livres directos que existiram a nosso favor e não tivessem sido marcados alguns a favor do FCP que não existiram, tínhamos sido campeões com um orçamento inferior ao desta época.

Quero com isto dizer, parte 2, que para o ano, sermos ou não campeões vai continuar a depender de sortilégios e não da capacidade para sermos melhores, que conseguimos mostrar esta época. Como me parece que o principal rival fica a perder com a saída de Pedro Gil e os 7 meses de suspensão do Caio (outra boa história), pode ser que se consiga repetir a façanha principal.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Balanço das modalidades I


Portugal, 11 de Julho de 2012

Por uma conjugação de factores que a Direcção do Benfica, com alguma demagogia transformou em “competência”, o Benfica teve a melhor época desde a sua fundação, no que respeita à conquista de títulos nas modalidades de pavilhão. Só escapou o de Vólei, estando pendente da decisão sobre o recurso do FCP, a atribuição do título de campeão de Hóquei em Patins.

Por pensar que ainda não se disse tudo sobre esta façanha (sem ironia), decidi alinhavar umas ideias sobre o tema, com perspectiva construtiva. Hoje vou-me debruçar sobre a modalidade mais vencedora, o Futsal, e a modalidade cujos títulos conquistados não tiveram o mesmo destaque das outras modalidades: o Vólei.

Sobre o Futsal há essencialmente que dar os parabéns pelas vitórias na Supertaça, Taça e Campeonato (por esta ordem), proeza digna de registo, mas que tal como todas as proezas teve aqui e ali uma pontinha de sorte que não deve ser esquecida.

As vitórias na Supertaça e Taça foram vitórias da superioridade da equipa, mas o título de campeão disputado à melhor de 5, mostrou facetas demasiado irregulares que um campeão não deve apresentar. Desde alguma sobranceria na abordagem do jogo 2, após a goleada de 5-1 no jogo 1, à estranha coincidência de termos ganho os 3 jogos que Ricardinho não alinhou, ele que é ainda um dos melhores jogadores do mundo. No jogo 5, alguns jogadores não estiveram à altura da calma e concentração que o jogo carecia, como o Davi que fez uma falta desnecessária de onde resultou o 1º golo, e perdeu uma bola fácil de que resultou a 1ª bola ao poste (o SCP teve 3 nesse jogo, é preciso não esquecer). Sortilégios do desporto, melhorou ao longo do jogo e marcou o 5º e decisivo golo.

Melhoramos imenso em relação à época passada, quando perdemos 3-0 na final com o SCP, partindo como vencedores da fase regular. Penso que melhoramos na componente “respeito pelo adversário”, que na época passada foi um fracasso. As afirmações de alguns jogadores antes do jogo 1, isso indicaram. Mas espero que tenham aprendido a lição e que mantenham essa atitude na próxima época.

Sobre o Vólei, depois de se ganhar a Supertaça ao Fonte Bastardo e a Taça de Portugal ao Castelo da Maia, perdemos o título disputado à melhor de 3 com o Sporting de Espinho. A superioridade uma vez mais evidenciada ao longo da fase regular, 2 derrotas apenas e ambas na 2ª fase, mostra que há qualquer coisa errada neste modelo de competição, pois é a 2ª vez que isto acontece (na época passada perdemos 2-0 com o Fonte Bastardo, depois de dominarmos a fase regular com 4 derrotas, 2 em cada fase).

A nossa equipa e acima de tudo os briosos profissionais, não mereciam ter perdido o título principal. E nós deveríamos fazer alguma coisa para evitar mais derrotas fortuitas como estas. A Direcção em particular. Porque digo isto? Porque houve uma alteração ao quadro competitivo, fruto das críticas do nosso treinador, que da época passada para a presente época passou a considerar o transporte de metade dos pontos da 1ª fase para a classificação inicial da 2ª fase. Na época anterior isso não acontecia. Ora se a FPV aceitou esta alteração, porque não fazemos pressão para introduzir a alteração que de facto impedirá que o Benfica perca novamente os campeonatos?

E qual é essa alteração? Simples: o aumento de numero de jogos da final. Uma final à melhor de 3 favorece psicologicamente os que partem em situação de desfavor e que querem mostrar aos que partem em melhor posição, que a fase regular não correspondeu ao seu valor. Ora este princípio funciona com poucos jogos, mas não funciona bem com mais jogos, porque aí a qualidade dos plantéis vem ao de cima. A qualidade a menor pressão. Quem não tem nada a perder tem sempre menos pressão do que quem tem tudo a perder. E aí o Benfica é que tem tudo a perder porque faz excelentes fases regulares. 

Então colocam-se duas hipóteses sem grande aumento de jogos: ou meias-finais (1º com 4º e 2º com 3º) à melhor de 3, ou final à melhor de 5, entre 1º e 2º da fase regular. Não tenho dúvidas que a rotina dos play-offs tem de ser trabalhada de outra forma, no próprio quadro competitivo, para daí tirarmos partido da nossa qualidade e esbatermos a pressão. Para o ano, com o mesmo modelo de competição arriscamo-nos a perder novamente.

terça-feira, 10 de julho de 2012

O clube do regime


Maio de 2003

O FCP conseguiu um feito inédito no futebol português ao vencer a Taça de Portugal por um “magro” (os “media” esqueceram de catalogar a vitória tangencial) 1-0, com mais um penalty não assinalado a favor do Leiria e com o habitual perdão aos excessos gestuais e linguísticos dos jogadores do FCP. Com esta vitória na Taça, o FCP ganhou todas as provas em que participou esta época, ultrapassando o Benfica dos anos sessenta, o clube do “regime” como ainda hoje os nossos adversários referem. Esse Benfica que ganhou na mesma época o campeonato e a Taça dos Campeões Europeus, sossobrou na Taça de Portugal, aquela que nos dizeres do elogiado Pinto da Costa, se realiza no estádio de Oeiras.

Temos hoje um novo clube do regime, ou será que o FCP ganha com mérito as provas que antes o Benfica ganhava por ser o clube do regime? Eu penso que o FCP é de facto, aquilo que o Benfica nunca foi: o clube do regime.

Em matéria de futebol já tudo foi inventado: disputa-se com 11 jogadores de cada lado e se o árbitro errar mais para uma equipa do que para outra – a tal história dos campos inclinados – é fácil que uma equipa técnica e tácticamente inferior, vença uma que lhe é superior. E vencendo mais vezes que as demais, aumentam os níveis de confiança individuais dos seus jogadores, dos seus treinadores, dos seus dirigentes e da sua massa adepta, que é também importante no sucesso da equipa.

Ou seja, controlando a arbitragem – por via directa ou indirecta - pode-se construir uma boa “equipa”, esperando que as vitórias adulteradas produzam “efeitos” positivos na equipa beneficiada, e “efeitos” negativos nas equipas adversárias.

Naturalmente temos de contar com a importantíssima comunicação social, que em termos de impacto e fluxo de opiniões, é um motor poderosíssimo sendo dotado do único “termómetro” do meio futebolístico. Termómetro, porque avalia o nível de cada equipa e das competições em geral, estabelecendo níveis hierárquicos em função das subjectivas avaliações dos seus profissionais. Único, porque quem contraria a versão dos factos por ela transmitida é marginalizado.

Assim, um jogo em que o FCP fez uma exibição pouco atraente e pouco interessante, em que a vitória acontece com erros de arbitragem, é retratada como uma vitória do pragmatismo, do querer, da cultura de vitória que existe no clube. Se acontecer algo idêntico ao Benfica, mesmo com menos erros de arbitragem, a vitória será retratada como polémica, com erros de arbitragem a condicionar o resultado e uma pálida exibição da equipa que veste de encarnado.

O adepto nunca fica imune aos que se diz nos jornais, ao que se fala nas rádios e ao que se mostra na TV. Nunca uma equipa teve tanto poder como o actual FCP, fruto da estratégia errada da actual Direcção do Benfica que se limita a endividar o clube e SAD. Porque no final, ganha (quase) sempre o clube do Regime!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os prémios da Liga do Porto


Portugal, 9 de Julho de 2012

Foram recentemente atribuídos os prémios instituídos pela Liga de Clubes, sita na cidade do Porto, no que diz respeito ao “melhor jogador”, melhor treinador”, melhor guarda-redes” e “jogador revelação” da época 2011-2012.
Os jogadores nomeados, foram:

“Melhor jogador” – Hulk e Moutinho do FCP, Lima do Braga.

“Melhor treinador” – Vítor Pereira do FCP, Leonardo Jardim do Braga e Pedro Martins do Marítimo.

“Melhor guarda-redes” – Rui Patrício do SCP, Helton do FCP e Artur Moraes do Benfica.

“Jogador revelação” – James do FCP, Melgarejo do Paços de Ferreira e Salvador do Olhanense.

É facilmente perceptível que estas nomeações são uma provocação e insulto à inteligência dos adeptos do futebol e do Benfica em particular. 

De facto não se percebe a indicação de Lima para melhor jogador do ano, em vez de Cardozo que fez o mesmo número de golos, na Liga, com menos jogos, e ajudou o Benfica a ficar melhor classificado do que o Braga (2º vs 3º) e a vencer a Taça da Liga, outra prova organizada pela Liga de Clubes! Também não se percebe a vitória de Hulk (que se chama Givanildo) porque marcou 16 golos e fez – pasme-se – 2 assistências. Dos 16 golos marcados, 8 foram de penalty (Cardozo marcou 20, 5 de penalty) e as 2 assistências são muito pouco para as assistências de Cardozo. De cabeça posso lembrar a assistência contra o Beira-Mar (golo de Gaitan) e haverá seguramente outras mais. Também poderíamos falar de Aimar e só neste, para não sermos polémicos. Mas a Liga preferiu... Lima! De onde se conclui que Hulk venceu a prova não por ser o melhor nos números mas porque (1) está à venda e este prémio ajuda a promovê-lo, (2) havia que branquear os erros dos árbitros e um jogador do FCP encaixa-se melhor no enredo.

A não inclusão de Jorge Jesus na categoria de melhor treinador também não se entende, porque obteve um 2º lugar no campeonato com acesso directo à Liga dos Campeões, venceu a Taça da Liga passando por cima do FCP (treinado pelo treinador vencedor). Nas provas não organizadas pela Liga, fez mais jogos do que Vítor Pereira. Esquecer Jorge Jesus para indicar Leonardo Jardim (1ª época na 1ª Liga) ou Pedro Martins (5º classificado), é um insulto desportivo ao Benfica, que só se entende pela (1) polémica que os “media” criaram à sua volta, levando à divisão dos adeptos do Benfica em “a favor” e “contra”, (2) para tal como com Givanildo, branquear os erros de arbitragem.

Talvez a nomeação mais anedótica seja a de James, uma vez que ele está há 2 anos no campeonato português! Não se percebe como é que um jogador que está em Portugal há 2 anos continua a ser nomeado para jogador revelação e no Benfica, apenas para citar 2 boas estreias, se tenham “esquecido” de Bruno César e Rodrigo, que assim são desvalorizados! Resta a curiosidade de saber se para o ano, James vai ser indicado pelo terceiro ano consecutivo, como jogador “revelação”.

Por último, na categoria dos guarda-redes, o nosso único nomeado, Artur Moraes, tal como com o SCP (coincidência). Mas tinha de ganhar o guarda-redes do SCP. Porquê? Para não ganharem todos os nomeados do FCP, o que iria causar cepticismo sobre os critérios e também para mostrar a quem anda no meio, que o SCP significa mais para a Liga de Clubes do que o Benfica. Em justiça deve dizer-se que Patrício de facto apresenta melhor média do que Artur Moraes (0.85 golos sofridos por jogo, contra 0.90), mas na época passada Roberto apresentou melhor média do que Patrício, foi o 2ª melhor, e contudo não foi seleccionado para este prémio que foi ganho por Helton que tal como este ano, apresentou o melhor registo de golos sofridos por jogo. Talvez porque o critério voltou a mudar. Acho que muda todos os anos para não incluírem jogadores do Benfica.

Perante as evidências da farsa que foi mais uma eleição dos melhores para a Liga de (alguns) clubes, a Direcção do Benfica voltou a não saber actuar, uma vez mais, descaracterizando ou ironizando sobre as nomeações, ridicularizando a qualidade destes prémios, em particular o do “jogador revelação”. Defendendo, ao fim e ao cabo, o seu plantel, por via indirecta.

Em vez disso o Presidente do Benfica afirmou em Peniche “vai começar uma nova época. Não devemos reagir a provocações”. A cassete do “burro” acabou rápido...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Não há caballeros como antigamente II

Portugal, 5 de Julho de 2012

No texto anterior mencionei o caso Caballero com mais um exemplo que demonstra como a comunicação social cria guerras entre FCP e Benfica, com base num punhado de nada, excepto falta de memória dos adeptos (e dos próprios jornalistas se calhar) e interesses comerciais de empresários e dirigentes desportivos. Numa “guerra” destas, ganha dinheiro toda a gente que está envolvida no negócio, mas o tal clube que dizem que “ganha”, só gasta!

Voltemos ao tema Danilo e aos jornais online:

O Benfica já chegou a um entendimento total com Danilo, soube O JOGO. O jovem futebolista do Santos aceitou a proposta apresentada pelo clube liderado por Luís Filipe Vieira e já acertou um pré-acordo, que prevê um contrato por cinco anos. Com esta medida, o presidente encarnado procura defender-se da cobiça de outros clubes em Danilo, circulando no Brasil informações de um possível interesse do FC Porto no atleta” – JOGO, Filipe Pedras/Marco Gonçalves, 24 de Junho 2011 (não se percebe como o Benfica pôde chegar a acordo com o jogador, antes de chegar a acordo com os detentores dos direitos económicos e desportivos. A curiosidade desta notícias é a breve referência ao FCP, sem destaque nos títulos).

O líder encarnado viajou ontem, motivado por questões de índole pessoal e empresarial, no entanto a estada prevista até ao dia 29 pode viabilizar nova ronda negocial, a envolver Luís Filipe Vieira” – JOGO, Marco Gonçalves, 25 de Junho 2011 (se viajou ontem 24, como foi possível já existir acordo noticiado “ontem” e obtido pessoalmente por Filipe Vieira?)

O director desportivo do clube encarnado, Rui Costa, desmentiu que o FC Porto vá «roubar» Alex Sandro e Danilo, isto porque o dirigente assegurou que não estavam nos planos do Benfica” – BOLA online, 13 de Julho de 2011 (ah, aqui está uma reacção oficial. Mas será que todos perceberam?)

De acordo com a Imprensa brasileira, o Santos está inclinado a aceitar a proposta de dez milhões de euros apresentada pelos encarnados para a aquisição de Danilo, que interessa igualmente ao FC Porto” – BOLA online, 15 de Julho de 2011 (de facto, nem toda a gente da BOLA leu o desmentido de Rui Costa publicado na BOLA. Não dava jeito à novela...)

Título: DANILO REACENDE GUERRA ENTRE BENFICA E FCP. Noticia: “Um clássico português ao rubro no Brasil. Eis o dossiê Danilo, lateral/médio direito do Santos cobiçado por Benfica e FC Porto. O Benfica tem colocado em cima da mesa uma única proposta por escrito, no valor de 10 milhões de euros, a qual foi apresentada há oito dias. Porém, já terá subido verbalmente a fasquia para os 13 milhões”. RECORD, Nuno Pombo e Vanda Cipriano, 19 de Julho de 2011 (se repararmos bem, todas as noticias próximas do dia X, foram preparadas para justificar o negócio do FCP, em particular dos 13 milhões. Nada como uma “guerra” para os adeptos do FCP comerem tido de “cebolada”)

O FC Porto anunciou esta noite a contratação do brasileiro Danilo, ex-Santos, por 13 milhões de euros” – BOLA online 19 de Julho de 2011. (13 milhões?)
“Contratado pelo FC Porto ao Santos no último Verão, ainda que só chegue efectivamente ao Dragão em Janeiro, Danilo custou 17,8 milhões aos cofres da SAD azul-e-branca, conforme a própria anunciou através de comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)” – BOLA online, 1 de Dezembro de 2011 (juro que se isto se passassse no Benfica, iria acusar Vieira de ter “mamado” nas comissões).
O assunto Danilo, como o pseudo-assunto Caballero, que tantas reacções de desagrado motivaram na blogoesfera, para além das conversas de café e de barbeiro, mostram como a comunicação social consegue manipular os assuntos de modo a dividir os adeptos do Benfica e colocá-los em posição subalterna perante os adeptos do FCP/SCP. Agradando também aos donos do futebol!
Um dos jogadores também envolvido nesta “guerra” e dos que mais reacções idiotas provocou (graças a ter saído, “explodiu” Di Maria que foi vendido por 25 milhões, mais extras), foi o “Cebola” Rodriguez. Vejamos o que poucos repararam:
O FC Porto ainda deve cerca de 1,7 milhões de euros à empresa Play Internacional B.V., pela aquisição de Cristian Rodríguez em 2008. Na altura, o Benfica recusou pagar os sete milhões de euros (70 por cento do passe) que foram exigidos pelo empresário Paco Casal para a renovação e o jogador acabou no FC Porto, sendo um dos mais bem pagos do plantel: 1,8 milhões de euros por ano.” – SAPO desporto, 13 de Novembro de 2011.
Os adeptos do Benfica têm de ser mais inteligentes na relação com a comunicação social. Porque já não há “caballeros” a tratar dos assuntos jornalísticos...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Não há Caballeros como antigamente I


Portugal, 4 de Julho de 2012

Há alguns anos a esta parte, a comunicação social descobriu uma forma de divertir ou preocupar os adeptos, conforme os casos, nesta fase do ano em que não acontece nada: as famosas guerras das contratações.

Mais massacrado o Benfica, há adeptos que assimilam todas estas “verdades” da comunicação social a princípios bíblicos, com base nisso desenvolvem mirabolantes teorias, agridem-se verbalmente porque uns concordam outros não, enfim, é um pagode completo... e ajuda a vender jornais, algo sempre importante para os que pagam publicidade nos jornais.

Com o humilde propósito de tentar ajudar a perceber melhor este “fenómeno” sazonal, vou-me hoje referir à suposta “guerra” que FCP e Benfica travam pelo jogador Caballero. Apoio-me uma vez mais no truque de citar as notícias dos jornais:
Título: LIBERTAD CONFIRMA INÍCIO DE CONVERSAÇÕES POR MAURO CABALLERO. Noticia: Carlos Guggiari referiu ainda que o clube está disposto a negociar o jogador, mas também lembrou que existem mais clubes interessados – BOLA online, Redacção, 1 de Maio (nestas notícias porque será que há sempre outros clubes interessados?)
Título: REAL MADRID E BARÇA JUNTAM-SE AO BENFICA NA CORRIDA POR CABALLERO. – BOLA online, Redacção, 8 de Maio (ok, já percebi o que queriam dizer com “outros clubes interessados”. É mais ou menos como com Bruno Alves).
Benfica e Libertad já chegaram a acordo para a transferência de Mauro Caballero para a Luz, segundo informações recolhidas por Record. O jovem prodígio, de 17 anos, vai custar cerca de 3 milhões aos encarnados e deverá assinar um contrato válido por cinco temporadas” – RECORD online, Miguel Belo, 28 de Maio (somos grandes, ganhamos uma “corrida” ao Real Madrid e ao Barcelona. Yupiiii).
Título: CABALLERO ASSINA DOMINGO. Noticia: “A transferência de Mauro Caballero deverá ficar totalmente fechada amanhã, salvo algum contratempo de última hora” – RECORD online, Miguel Belo, 2 de Junho (este Miguel é um artista. À cautela deixou a defesa da sua credibilidade: “salvo algum contratempo”). T
Título: SAD AFASTA INTERESSE EM CABALLERO, MATÍAS RODRIGUEZ E SIQUIERA. Comunicado do Benfica: «O Sport Lisboa e Benfica vem esclarecer que jogadores como Mauro Caballero, Matías Rodriguez ou Siquiera não estão nos seus planos», pode ler-se no comunicado, no qual a SAD encarnada deixa ainda a garantia que tem os seus objetivos no mercado bem definidos” – BOLA online, Redacção em 8 de Junho.
Título: MAURO CABALLERO TROCA BENFICA PELO FC PORTO. Notícia: Mauro Caballero vai mesmo jogar no Dragão, estando no centro de mais uma ‘guerra’ entre o FC Porto e o rival Benfica. O jovem avançado paraguaio chegou a dar o ‘sim’ ao clube da Luz, mas mudou de ideias e aceitou a proposta do FC Porto” – CM, MRD em 26 de Junho (definitivamente, estes não leram o comunicado da SAD do Benfica).
O dossier Caballero parece-me pois claro e transparente, como sendo mais um episódio da novela que a comunicação social costuma criar nesta altura do ano: a guerra das contratações. Mas há mais!

O Benfica espera reforçar a equipa com o promissor Danilo, internacional sub-20 brasileiro, indiscutível no Santos aos 19 anos” – Nuno Paralvas, BOLA online 13 de Maio de 2011. (nesta altura o jornal admitia que Danilo podia custar mais de 6,6 milhões da cláusula do contrato. Quanto? Não especificaram).

““Este é um assunto encerrado. Já respondemos ao Benfica que o jogador não será negociado, porque faz falta ao Santos e vai ficar aqui até final da época. O Danilo não sai”, referiu o responsável pelo emblema paulista (Santos)” – RECORD online, Nuno Pombo e Vanda Cipriano, 2 de Julho de 2011 (Não obtiveram uma reacção oficial do SLB a esta noticia porquê?)

O director desportivo do clube encarnado, Rui Costa, desmentiu que o FC Porto vá «roubar» Alex Sandro e Danilo, isto porque o dirigente assegurou que não estavam nos planos do Benfica” – BOLA online, 13 de Julho de 2011 (ah, aqui está uma reacção oficial. Mas será que todos perceberam?)

De acordo com a Imprensa brasileira, o Santos está inclinado a aceitar a proposta de dez milhões de euros apresentada pelos encarnados para a aquisição de Danilo, que interessa igualmente ao FC Porto” – BOLA online, 15 de Julho de 2011 (de facto, nem toda a gente da BOLA leu o desmentido de Rui Costa publicado na BOLA. Ou não dava jeito à novela?)

O FC Porto anunciou esta noite a contratação do brasileiro Danilo, ex-Santos, por 13 milhões de euros” – BOLA online 19 de Julho de 2011 (que não foram 13 mais quase 18 milhões. Negócios que só o FCP “sabe” fazer)
(continua)