terça-feira, 27 de agosto de 2013

Só quando o árbitro apita...



Portugal, 27 de Agosto de 2013

Finalmente um motivo para celebrar: a vitória dificílima sobre o Gil Vicente, obtida apenas no mn 92 e 93m quando tudo parecia perdido. E a mim em particular me incomodava, porque sou crente nas capacidades e competência de Jesus e sei como funciona o Benfica, a pressão dos “midia” e dos adeptos.
Não sei se já se escreveu tudo sobre este jogo, mas quero dar mais alguns contributos a esta vitória.

1)     Mais uma vez foi evidente a dificuldade que o Benfica tem para marcar golos, situação perceptível desde a pré temporada. A ausência de um jogador fixo, do tal falso-lento que tanto irrita muitos jornalistas, e por tabela os adeptos, e por tabela os dirigentes, é a principal – se não única – explicação para esta situação. Já aqui o escrevi várias vezes, sendo 13 de Agosto a primeira vez que o fiz: Lima ou Rodrigo sem o contributo de Cardozo não marcam nem metade dos golos da época passada. 

2)     Caso houvesse dúvidas, o lance do 2 º golo explica. Luisão foi à frente, funcionando como um avançado, segurou os dois centrais e permitiu com essa movimentação um pequeno espaço para Lima poder entrar. E fazer golo. Não perceber isto é não perceber nada.

3)     E nem repararam que na época passada foi igual. Cardozo não jogou contra a Académica e apenas ganhamos ao mn 92, com 1 penalty (dentro da área e onde houve mesmo falta). Mas os jogos europeus com Spartak fora, e em casa (Cardozo entrou a tempo de “matar” o jogo), podiam elucidar as “anedotas” que pensam o futebol do Benfica. 

4)     Apesar de terem sido os 3 jogadores sérvios que estiveram nos golos, na realidade também foi com eles em campo que o Gil marcou. Claro que me podem dizer que foi Maxi quem falhou, mas esta forma de ver é errada e desfasada da realidade. Maxi foi de facto o último a falhar, mas alguém falhou antes na pressão sobre o jogador do Gil que tinha a bola e que fez o passe/remate para a zona de Maxi. Quem foi? Obviamente foi quem estava na ala esquerda: Markovic ou Djuricic, pois era a zona deles.

5)     Repito, para que não restem dúvidas, que vejo muita qualidade nos referidos jogadores sérvios, mas apenas quando têm a bola nos pés. Sem bola, não sabem defender e o tempo que levam no Benfica ainda não os fez perceber que em Portugal o nosso jogo exige mais polivalência a cada jogador. Ora temos defesas que atacam, ora temos atacantes que defendem. Sálvio já faz isso muito bem, Ola Jonh a espaços também, com antes deles, Nolito e Bruno César faziam também. Mas nas 3 recentes contratações sérvias não vejo nada. E já ando a não ver nada – defensivamente - há vários jogos.

6)     Uma palavra para Cortez que fez um jogo bestial, quer no que diz respeito aos lances de ataque que produziu, onde chegou a arrancar muitos “bruás” quer quanto aos movimentos defensivos onde não comprometeu.

7)     Podia falar de futebol sem falar de arbitragem? Poder podia, mas não era a mesma coisa. Ora bem. No global acho que o árbitro não errou tendenciosamente, pois errou para ambos os lados nas vertentes técnica e disciplinar. Paulo Batista, tal como antes Lucílio Batista, erraram contra e a favor, sem ver nisso intenção. Mas houve alguns erros, que repito, onde não vi má intenção do árbitro e que podiam ter dado uma volta diferente ao jogo. O fora de jogo tirado a Rodrigo aos 8 mn, em que ficou isolado e podia fazer golo, é um lance infeliz para nós, porque o mesmo assistente deixou passar dois foras de jogo a nosso favor, um que deu o golo mal invalidado a Lima, outro que não deu em nada. As jogadas duras e divididas foram várias e estranhamente, Batista não assinalou falta contra nós sempre que o adversário caía no chão, como é hábito nos árbitros de “manual”. Contudo ao mn 86 teve falha grave pois não viu um corte de braço, fora da área, que iria originar um cartão e um livre perigoso, embora não em posição frontal.

8)     Esta arbitragem foi bastante diferente para melhor do que a que aconteceu na Madeira, onde os erros foram todos para o mesmo lado. Não perceber a “lógica” de funcionamento dos “melhores” árbitros é não perceber porque razão o FCP já leva 2 penaltys inexistentes a seu favor, e nós levamos 1 não assinalado sobre Lima ao mn ... 92.

Para Alvalade não tenho ilusões. Sem Cardozo, com sérvios que não sabem defender, acho que eles nem vão precisar do árbitro para ganhar até porque têm um tipo de futebol criativo, sem jogadores criativos e compacto nos processos defensivos e ofensivos (já agora, sublinho que em 8 jogos para o campeonato, JJ ganhou 7 e perdeu 1 com ajuda de Soares Dias). Contudo acredito sempre até ao mn 99.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Prognósticos

Portugal, 23 de Agosto de 2013

O desafio hoje é falar dos prognósticos da carreira da equipa principal do Benfica, para a presente época, e os prognósticos para o discurso do Sr.º Vieira à “nação” benfiquista, mais logo na “Vieira TV”, opps, na Benfica TV.

Quanto a prognósticos para a época da equipa principal, não os costumo tornar públicos embora em cada época que começa tenha as minhas convicções. Convicções que são sempre, “não ganhamos o campeonato”. Só falhei 2 vezes nas últimas 12 épocas, pelo que tenho uma boa percentagem de acertos.

Há 2 anos atrás, quando se trocou Roberto por Artur Moraes, tive o “grato” prazer de falar com Rui Gomes da Silva, por telefone. Um amigo comum achava que RGS podia beneficiar dos meus conhecimentos futebolísticos e pôs-nos em contacto. A páginas tantas, quando lhe disse que o FCP ia voltar a ser campeão, ele ficou incomodado e perguntou porquê. Respondi-lhe como sabem: enquanto os árbitros decidirem a favor do FCP, nas grandes penalidades, nos foras de jogo, nas faltas e faltinhas na dualidade de critérios disciplinares, não podemos ganhar o título.

Ele tentou retorquir falando da boa qualidade da equipa de futebol, do guarda-redes que oferecia garantias (ao contrário do Roberto que – ele não deve saber – hoje é titular no Olimpyakos e vai jogar na Champions), do Aimar, do Bruno César, do Nolito, do Witsel, etc, etc. Eu disse-lhe que no fim falávamos. Obviamente que não lhe voltei a devolver a chamada porque teria de lhe chamar “burro”, e não fica bem chamarmos “burros” aos dirigentes do Benfica ou pessoas que fazem parte da “entourage” de quem decide.

FCP que vai voltar a ser campeão este ano. Razões? Nos últimos 20 anos fomos 3 vezes campeões nacionais, sem nunca perdemos o 1º jogo (1 vitória e 2 empates). Ontem dizia-me um amigo jornalista do JOGO, adepto do SCP e durante anos editor (!?!) das notícias do Benfica que já tínhamos sido campeões com derrota no 1º jogo. Sim, admito que sim, mas antes da arbitragem ser absorvida pela Liga de Clubes no Porto, quando os erros não eram tão graves e descarados como são de há uns anos para cá, em particular desde que Fernando Gomes saiu da SAD do FCP para a Liga e depois para a FPF. Calou-se.

É virtualmente impossível ganhar o título ao FCP e a arbitragem de João Capela em Setúbal mais o tratamento mediático que desta vez não teve, ao contrário do jogo Benfica-SCP, provam que o FCP tem uma máquina instalada no futebol que não dá grandes hipóteses. Excepto se pudéssemos fazer 90% de pontos garantidos e mesmo assim, o FCP poderia bater o recorde de Villas-Boas com 93%. Ora nós só por 2 vezes na nossa centenária história fizemos mais de 90% de pontos, uma na década de 60, outra na década de 70 do século passado. Hoje as equipas são mais profissionalizadas, têm mais meios, são mais competentes. E mais difíceis de bater.

Portanto para podermos ser campeões era necessário que a arbitragem fosse correcta para todos os clubes, diminuindo a pontuação obtida pelo FCP e aumentando a do Benfica, não com erros contra FCP e a favor de Benfica, mas sim aplicando as leis de jogo de forma igual. Como podemos aceitar, impávidos e serenos, que no jogo Benfica – S. Paulo, Matic com um ligeiro encosto da mão nas costas de um adversário, seja punido com 1 falta, e depois não concordando pontapeou a bola e levou cartão amarelo, e no ultimo jogo com o Marítimo, ao mn 32 Gaitán tenha sido agarrado pela camisola quando se ia isolar (situação de golo eminente, só com guarda redes pela frente) e o árbitro da final da Taça, o tenha mandado levantar? Porquê? Claro, estava 0-0 e a falta era para cartão vermelho directo e um livre perigoso!

Perante esta dualidade de critérios, tacitamente aceites pelo “faz-que-é-presidente” e pelos que “fazem-que-gostam-do-Benfica”, como é possível ser campeão?


Quanto aos prognósticos para o discurso do embuste mais aplaudido da história do Benfica, aposto num discurso voltado para a “união”, “o longo caminho percorrido”, a “credibilidade reconquistada”, as “dificuldades que ainda temos de vencer”, “nada está perdido no campeonato”, talvez com uma nota sobre a mais recente contratação e o “estamos a trabalhar para o futuro do clube/SAD”, mas óbviamente que não iremos ouvir nada sobre a contratação de Fariña por 3,5 milhões e cedência imediata para o Banyias do Dubai, não iremos ouvir nada sobre as perdas no negócio Pizzi, Roberto e empréstimo ao Espanyol, não iremos ouvir nada sobre o volume de dinheiro gasto em contratações que são emprestadas ou não preenchem os lugares que estávamos carenciados. Se calhar iremos ouvir alguns remoques sobre a alegada manifestação prevista para dia 25, por uns idiotas do facebook, dos tais que se vangloriam por terem conseguido tirar Vale e Azevedo do Benfica mas que agora não sabem como tirar do Clube/SAD, o embuste que faz fortuna a partir do zero e tem o Clube em situação de falência técnica por mais de 84 milhões de euros. Talvez a democracia no Benfica tenha terminado com Vale e Azevedo. Quanto ao discurso, logo mais se verá se estou certo ou errado...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Oeste de Pecos nada de novo...



Portugal, 20 de Agosto de 2013



Mais uma vez não ganhamos o jogo de abertura do campeonato. Para os que no ano passado consideraram o empate com o Braga, um mau resultado, apesar de roubados por erros de um árbitro do Porto, este ano perdemos, por coincidência e uma vez mais, com um árbitro do Porto. Que por sinal já tinha arbitrado o último jogo oficial da época transacta, onde ajudou o Guimarães a derrotar-nos na final da Taça.


Há que dar um sinal às tropas (árbitros) de que podem “roubar” o Benfica à vontade porque “nós”, os que mandamos, não temos problemas em mandar-vos lá outra vez, como prova de confiança em cada árbitro, e como sinal que os árbitros podem confiar em “nós” (os que mandamos). Claro que o “faz-que-é-presidente” voltou a não perceber e a nada fazer para mostrar aos que mandam, que nós, os espoliados, também sabemos que “vocês”, os que mandam, nos querem “roubar” outra vez...


Já o FCP continua a marcar de penalty o 1º golo do campeonato, tal como com Villas-Boas e diz bem o treinador do Setúbal: no ano passado jogamos 3 vezes contra o FCP e levamos sempre com 1 penalty a abrir... E se esse lance fosse a favor do Benfica, o árbitro marcava penalty? Claro que não, pois no Funchal, Lima foi derrubado no último minuto com a coxa do defesa e o árbitro, utilizando o truque de manual para estas ocasiões, abriu os braços e mandou seguir...


A Oeste de Pecos nada de novo, como diria o Afonso de Melo...


E como não há nada de novo, nos dias seguintes à derrota voltamos a ver os mesmos protagonistas na comunicação social, deixando-se usar para poderem abusar do direito à opinião e criticar o que não têm competência para corrigir. Joe Berardo, Gaspar Ramos e Rui Rangel, mostram a outra faceta dos sócios: a da nulidade da oportunidade da intervenção, a da nulidade das propostas correctoras, a da nulidade do respeito pelos sócios e adeptos do Benfica. Querer que o Benfica ganhe não se resume a pedidos estapafúrdios e repetitivos da demissão do treinador.


No caso de Gaspar Ramos estamos a falar do mesmo ex-dirigente que acompanhou Manuel Damásio na sua tenebrosa passagem pelo Benfica, em que a primeira medida de gestão desportiva foi despedir Toni, o treinador campeão, porque de acordo com Manuel Vilarinho (também eleito mas depois demissionário) a contratação de Artur Jorge já estava decidida quando da realização das eleições. Pois, o azar deles é que Toni, em quem não apostavam, ganhou o campeonato e isso tornou mais visível a falta de conhecimentos de Gaspar Ramos e todos que implicitamente aceitaram a decisão de despedir Toni.


A seguir ao despedimento de Artur Jorge, após a 3ª jornada da 2ª época, Gaspar Ramos patrocinou a escolha de Mário Wilson até final da época, onde acabamos em 2º lugar e ganhamos a Taça de Portugal ao SCP. Por qualquer razão que Gaspar Ramos não sabe explicar, Mário Wilson também não servia e foi então contratado Paulo Autuori juntamente com o regresso de Toni, uma espécie de “Perdoa-nos” para dirigentes desportivo. Autuori lutou bravamente até ao jogo de Alvalade, onde fomos gamados e perdemos 1-0 com duas expulsões, a seguir roubados em casa com o FCP na derrota 4-3 e depois na derrota 1-0 em Guimarães com João Pinto expulso por reclamar 1 penalty que efectivamente sofreu. Antes e agora, tudo igual até na estupidez das criticas sobre o desempenho do treinador...


Se quisermos perceber a derrota do Funchal sem ser por recurso aos erros de arbitragem (hipótese injusta), então recordo o que escrevi aqui em 13 de Agosto no texto “Balanço da pré-temporada”:


O que eu penso da pré-temporada resume-se ao seguinte: 1) ficou provado que a “evolução” da equipa no sentido de retirar Cardozo, enfatizando Lima (ou Rodrigo) e acrescentando sérvios de boa qualidade técnica, tornou a equipa mais frágil defensivamente, 2) ficou provado que o Sílvio não tinha razão para ficar chateado com o Benfica há 2 anos quando se transferiu para o Atlético de Madrid, 3) ficou provado que o Benfica tem um problema com o defesa esquerdo e com todo o respeito, Cortez sendo uma espécie de Coentrão (sobe e não desce) não dá garantias (do quê?), 4) ficou provado que Lima e Rodrigo brilham mais ao lado de Cardozo, 5) ficou provado que a equipa de futebol é feita pela estrutura e que o treinador não tem, ou terá raramente, opinião sobre as novas contratações.


Quero com isto enfatizar que, com este plantel e com as opções de jogo que foram assumidas pela “faz-que-é-Direcção” e o “faz-que-é-Presidente”, não há nenhum treinador que consiga ser bem sucedido. 


Posto isto, uma das soluções para sair do cenário de uma época para esquecer será readmitir Cardozo com salário superior ao de Lima, recontratar Emerson (Perdoa-nos outra vez) ou outro que defenda mais do que apoia o ataque, “encostar” os 3 sérvios no esquema 4-4-2 losango, admitindo contudo a sua utilização pontual mas não em simultâneo, quando jogarmos em 4-2-3-1 com Cardozo no vértice superior do ataque. 


A insistência no actual modelo da pré-temporada e nos lugares comuns que fazem o futebol do Benfica, vai-nos custar caro, desportiva e financeiramente...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sob pressão



Portugal, 16 de Agosto de 2013

Sob pressão é uma das mensagens mais utilizadas hoje nos títulos do RECORD online, e que demonstra uma estratégia de comunicar desse jornal, bem assumida, enquanto os outros dois jornais optam por outras formas menos assumidas mas que procuram o mesmo objectivo: colocar o Benfica sob pressão.

O anedótico da questão é que até colocam o portista Villas-Boas a pronunciar essas palavras, logo ele que é dos treinadores mais pressionados em Inglaterra pelo falhanço de todos os objectivos da época passada: acesso à Champions, Liga Europa, Taça de Inglaterra e Taça da Liga. De facto há uma enorme diferença entre perder títulos no mn 92 e nem sequer estar lá perto.

A pressão é um dos “condimentos” do campeonato que se soma a muitos outros “condimentos” como seja a arbitragem. Há dentro do Benfica quem interprete isto com sentido positivo, como sendo fruto da dimensão do clube, sem perceber que isso faz parte, em sentido negativo, de uma estratégia – assumida ou não – de tentar fragilizar o Benfica, os treinadores e os jogadores perante os seus exigentes adeptos, tornando assim a pressão como um estimulo aos adversários e árbitros, uns para se galvanizarem, outros para se tentarem.

Nada acontece por acaso. O SCP não está sob pressão? Depois de um 7º lugar e a primeira (ou será segunda?) ausência das provas europeias, o SCP não está sob pressão? Está, e não é pouco. Está sobre pressão dos resultados desportivos porque destes dependem em boa parte, os resultados financeiros. Está também sobre pressão o treinador Leonardo Jardim, que é o oitavo treinador em 5 épocas (com esta) e se a exigência que levou ao despedimento dos anteriores, se mantiver, Leonardo poderá ter pouco tempo para mostrar o seu trabalho. Está ou não sobre pressão? É óbvio que está.

O FCP está sobre pressão? Também está. A pressão de defender o título, embora seja dos 3 o que tem menos, pois é o detentor do título de campeão da treta. Um título ganho à custa de muitas jogadas de andebol na sua área, se muitos penaltys intencionalmente não assinalados contra, mesmo existindo, de alguns penaltys intencionalmente marcados a favor, mesmo não existindo, de muitos foras de jogo não tirados ao seu ataque, mesmo existindo, da mesma maneira que foram assinalados aos seus adversários, mesmo não existindo.

Outro factor de pressão que o FCP tem é provar que consegue fazer melhor que o Benfica nas provas europeias, para que a comunicação avençada venha (finalmente) propagandear que o FCP é melhor cá dentro e lá fora, coisa que não pode dizer no presente. Eles sabem que o FCP não é melhor que o Benfica (de Jesus) nas últimas duas épocas europeias, duas épocas em que o Benfica deveria ter sido campeão, não fossem os erros de manual, da arbitragem.

Também aqui as opiniões dividem-se. Há os tais que já referi, que não percebem que não é a grandeza do Benfica que explica esta busca da pressão, mas sim uma agenda de comunicação determinada. Esses tais acham que não perdemos o campeonato pelos erros sucessivos de arbitragem com matriz nunca existente contra o FCP, mas sim pelos “erros” do treinador. E depois há os outros, como eu, que defendem que enquanto as leis de jogo forem aplicadas de forma distinta contra o FCP e contra o Benfica, não há forma de ganhar, pois o FCP não tem um plantel de 2ª divisão e ao não ser possível fazer 100% de pontos, o nosso treinador (seja qual seja) vai estar sempre sujeito a criticas.

A pressão assume muitas formas e feitios. Por exemplo, nos últimos tempos vimos noticias dando conta que o Benfica está interessado num novo guarda-redes. Para competir com Artur Moraes. Pelo menos o JOGO online referiu que Luisão estava na lista de vendas prioritárias (!?) para além de manter no seu sítio de internet o suposto interesse num avançado italiano, que o Benfica já desmentiu.

A estratégia é óbvia: colocar pressão em posições fulcrais de uma equipa de futebol: baliza, defesa e ataque. Um futebolista não gosta de saber que a sua Direcção ou o seu treinador, não estão a 100% com ele. Um jogador não pode gostar de saber que alguém vem para competir com ele, sabendo que a sua carreira, o seu contrato, passa a depender de terceiros. A possibilidade de ficar, sair a custo zero ou ser vendido deixa de depender dele. Isso faz mais mal do que bem, embora os iluminados pensem que não. Se há uma minoria de jogadores que encaixam bem essa competição, a esmagadora maioria não. Agora imagine-se quando é a posição de guarda-redes a ser pressionada....

Perante este estado de coisas, que aliás é repetitivo ano após ano, a Direcção do Benfica mais uma vez assobia para o lado. O treinador que resolva. O “faz que é Presidente” continua desaparecido, deixando que assente a “poeira” dos estranhos negócios Pizzi+Roberto+Cedências ou Farina+Cedência... tal como fez sempre nos 12 anos que leva de gestão do futebol do Benfica. A divida bancária do Benfica lá vai subindo, na inversa proporção das possibilidades do futebol do Benfica se sagrar campeão...

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Balanço da pré-temporada



Portugal, 13 de Agosto de 2013

A denominada “pré-temporada” terminou e chegada a altura de fazer um balanço, concluímos que para FCP e SCP, a pré temporada é um período para fazer experiências com novos jogadores a entrar para o lugar de outros que saíram, mas para o Benfica a pré-temporada é analisada com um pseudo-rigor científico que enviesa as conclusões para o pior lado possível.

Desde que me lembro, talvez desde a pré temporada da época 96/97, que o Benfica tem dois tipos de pré-temporadas: 1) as que correm bem, e então o Benfica é o “campeão” da pré-temporada, sendo o titulo de “campeão” usado com ironia para comparar com os títulos de campeão efectivamente perdidos para o rival do costume, ou então simplesmente usado para criar pressão sobre a equipa, 2) as que correm menos bem, e então tudo é utilizado para por em causa o trabalho realizado, desde o treinador aos jogadores, as tais experiências que são para FCP e SCP, e que para o Benfica não são.

Portanto não me surpreendo com o tom de critica que vejo e leio, na comunicação social entenda-se, pela simples razão que é assim há quase 20 anos que levo a ver futebol com olhos um pouco mais abertos, do que quando comecei. E vai ser assim novamente para o ano, etc, porque já percebi que as sucessivas Direcções não têm estratégia de comunicação estando reféns do que os jornalistas e “analistas”, pensam, dizem e escrevem. Como não se faz pressão, eles pensam, escrevem e dizem o que lhes vem à “mona”.

O que eu penso da pré-temporada resume-se ao seguinte: 1) ficou provado que a “evolução” da equipa no sentido de retirar Cardozo, enfatizando Lima (ou Rodrigo) e acrescentando sérvios de boa qualidade técnica, tornou a equipa mais frágil defensivamente, 2) ficou provado que o Sílvio não tinha razão para ficar chateado com o Benfica há 2 anos quando se transferiu para o Atlético de Madrid, 3) ficou provado que o Benfica tem um problema com o defesa esquerdo e com todo o respeito, Cortez sendo uma espécie de Coentrão (sobe e não desce) não dá garantias (do quê?), 4) ficou provado que Lima e Rodrigo marcam mais golos ao lado de Cardozo, 5) ficou provado que a equipa de futebol é feita pela estrutura e que o treinador não tem, ou terá raramente, opinião sobre as novas contratações. Passo a explicar.

Quanto ao ponto 1 já falamos do mal resolvido dossier Cardozo, da tentativa de venda entroncada com as sondagens que pediam a re-integração do jogador, mas que em simultâneo experimentavam uma teoria muito em voga na época passada, de que Cardozo era lento e falhava muitos golos, enquanto Lima era mais rápido e ao fim e ao cabo, marcava mais do que Cardozo, pelo que a eficácia do ataque estava garantida. Os primeiros jogos com adversários mais simples, iam confirmando a teoria, mas quando os adversários aumentaram de dificuldade, viu-se o enorme erro da teoria, que foi não considerar a influência do “poste” – Cardozo - pouco móvel mas que retém 1 ou 2 defesas, permitindo assim libertar algum espaço, algumas linhas de passe que Lima e Rodrigo aproveitam com a sua maior velocidade. Eu não percebo nada de futebol (assim me julgo) mas já previa que isto se ia passar. Por alguma razão critiquei pontualmente certas opiniões de José Augusto, um dos que faz escola na BTV e não percebe o futebol actual.

A acrescentar a este ponto 1), a entrada de sérvios, dois da escola holandesa e um da escola sérvia, dois países onde o futebol é jogado para a frente e não para trás, resultou que passamos a ter alguma qualidade (pontual) na posse de bola, mas quando não temos a posse de bola o adversário ataca mais e melhor, pois cada um desses 3 jogadores não sabe defender e tem ainda muito que trabalhar para ser bem sucedido no Benfica. Não estou a ver como isso se podia fazer em escassas semanas da pré-temporada... 

O ponto 2) é óbvio ao ver como levamos o 2º golo do Bordéus e o 2º golo do Nápoles. Ingénuo num caso, distraído noutro, mostrou estar muito longe do que precisamos. Ao pé do Maxi é um pigmeu... Mas bom, é português e do Atlético de Madrid, dois factores a ter em conta este ano. Antes que me venham sobre a parcialidade da minha apreciação, deixem-me lembrar que o Emerson safou o Benfica de muitos golos e ninguém quis saber...

Quanto ao ponto 3) sobre o defesa esquerdo reina a confusão. Ora criticamos o Emerson porque não atacava, depois criticamos o Melgarejo porque atacava e não defendia tão bem. Cortez já vai pelo mesmo caminho e ainda não começou o campeonato. Uma vez que é a “estrutura” que diz como quer que se jogue, temos de perguntar a Vieira e a Rui Costa onde é que já viram um defesa subir e descer com a mesma eficácia? E qual a vantagem de ter um defesa que sobe e cruza, e um médio de ataque que depois recua para defender e cobrir o defesa que subiu e não conseguiu descer em tempo útil. Não entendo isto. Pode ser que me esteja a escapar algo...

O ponto 4) é daqueles de mais fácil previsão. Apenas a estúpida presunção de quem continua a ditar regras no Benfica sem observar os jogos, poderia pensar que essa dupla, ou cada um isoladamente, poderia resolver os nossos problemas. Spartak-Moscovo, os dois jogos com o Barcelona, o jogo com o Spartak na Luz até à entrada do Cardozo, permitiam concluir o que eu já disse. No futebol benfiquista e suas especificidades de jogar com 3 bons médios de ataque, mas quase “cepos” a defender, é um erro pensar que jogar com 1 ponta de lança móvel pode significar sucesso. Errado, como a história recente demonstra...

Por último, depois de vermos como foi contratado e emprestado Farina, de como foi feita a troca de 100% de Roberto (outro que saiu por causa das sondagens e agora vai jogar na Champions League) por 50% de Pizzi, para de seguida ser emprestado, de como dizem vai chegar o “Falhado” Mori, e recuarmos para ver como foi contratado Michel e Lusinho, ou Djaniny e Mika, mais outros exemplos que podia dar sobre os últimos 12 anos de Benfica, e facilmente se constata que ao invés do que a amestrada (quanto nos custa?) comunicação social faz crer, quem devia estar no banco dos “réus” é a Direcção do “super” Vieira e não os treinadores que pontualmente vêm treinar o Benfica. O engano e o engodo, assentaram arraiais no Benfica, com a nova gestão do “sabemos para onde vamos”.

sábado, 10 de agosto de 2013

Onde Cardozo rima com Vieira

Portugal, 9 de Agosto de 2013

Apesar de ter recebido alguns comentários em sentido oposto, continuo a considerar que o dossier Cardozo está terminado. A partir do momento em que lhe foi permitido voltar a frequentar as instalações do clube/SAD, a partir do momento que ficou claro que regressava aos treinos e ia ser reintegrado no plantel, o problema ficou resolvido. Com custos elevadíssimos para o Benfica e para o jogador, mas estava concluído.
Infelizmente os adeptos vêm e lêem muita coisa, salientando-se a influência que o jornal A BOLA tem na esmagadora maioria (reflexos dos tempos em que era o “Pravda” que já não é) dos adeptos e hoje, a capa “ENTRAR PARA SAIR” provocou mais uma quantidade de teorias da conspiração. Pelos vistos os adeptos acreditaram que vai haver um problema entre Cardozo e Jesus, que os colegas de Cardozo não lhe vão perdoar, etc, etc. É fácil fazer filmes com o Benfica.
Estou a mais de 400 km da capital do Império, não tenho conhecimentos dos bastidores mas atrevo-me a dizer que não se vai passar nada e ainda vamos ver Cardozo e Jesus em amena cavaqueira nos treinos. Porque aposto nisto? Porque o jornal A BOLA que quer continuar a fazer um caso é o mesmo jornal que há dias intitulava “NÃO TENHO CABEÇA PARA O BENFICA”, apesar de Cardozo não falar à comunicação social. A mentira que lhes serviu para fazer uma capa uma vez, não pode servir duas vezes? Acho que sim…
Até porque, se os adeptos do Benfica pensassem um pouco, iriam perceber que o Fernando do FCP manifestou vontade públicamente em sair do FCP, e nada aconteceu. O Bruma está como está no SCP, e nada se questiona. Só lhes interessa o Cardozo. Porquê? Porque é o Benfica, há que criar casos laterais, há que distrair os adeptos do Benfica… Adiante pois todos os anos é assim…
Muita gente criticou a teatralidade da reconciliação, com razão, mas poucos repararam que nos últimos dias todas as sondagens on-line de BOLA, RECORD e CM iam no sentido do perdão a Cardozo e da sua re-integração. Em particular depois da capa da BOLA “O SORRISO DE CARDOZO”, após derrota com o S. Paulo (olha se fosse com o Braga e os 10 do West Ham). Vejamos algumas “enquetes”:
Justifica-se o exílio que o Benfica impôs a Óscar Cardozo? RECORD 04-08. Não: 72%. Benfica deveria pôr fim à polémica e reintegrar Cardozo no plantel? BOLA 06-08. Sim: 65%. (Após reintegração de Cardozo) Perante o ‘mea culpa’ de Cardozo, benfiquistas devem perdoá-lo? BOLA 08-08. Sim: 68%. Pelo meio há uma sondagem do CM online, que não guardei, onde à pergunta “Jesus está a resolver bem o caso Cardozo” a resposta também por mais de sessenta e tal por cento, era “não”.
Terá sido a reintegração de Cardozo decidida pelas sondagens? Não sei. Sei que precisaram de 73 dias para decidir o que fazer do jogador quando em condições normais, o processo disciplinar ficava decidido nas férias, fosse qual fosse a sanção aplicada.
Mas isso seria decidir em função do Benfica, com competência e sentido de responsabilidade. Atributos que andam arredios da actual estrutura do Benfica, como aliás andaram também arredios quando Damásio era Presidente do Clube. Um dia volto ao tema.
Mas onde é que Cardozo rima com Vieira? Na questão da remuneração. É sabido que são atribuídas a Cardozo (a ele nunca ouvi) algumas reclamações salariais. Se são referências verdadeiras ou não, não sei. Os jornais muitas vezes inflacionam as declarações para atingir outros propósitos.
Mas há uma noticia que me parece bem credível. E que explica muita coisa:
SAPO DESPORTO, 10 de novembro de 2012 10:03h. O paraguaio Oscar Cardozo quer ver o seu salário ser aumentado, não querendo ganhar menos do que Lima, contratado ao Sporting de Braga no verão, adianta o Correio da Manhã.Segundo fonte próxima do jogador contactada por este jornal, o paraguaio não convive bem com o facto de auferir, neste momento, menos cem mil euros do que o brasileiro. Lima iria receber 700 mil euros por ano, mas a fonte garantiu que o jogador recebe um milhão. Tacuara recebe pouco acima dos 900 mil por ano.
É aqui que pode estar a chave do problema. Cardozo sente-se pouco reconhecido pelo papel que tem tido nestes últimos anos do Benfica, a marcar golos que nos têm enchido de orgulho, em particular nas provas com árbitros estrangeiros, apesar das poucas vitórias em termos de títulos. Vieira contratou Lima pagando-lhe de entrada 700 mil, que podem ser o tal milhão que as fontes ligadas ao processo referem. Enquanto o Tacuara, com uma folha de serviço longa e bem recheada, ganha menos!
Lima recordo, foi contratado ao Braga em 31 de Agosto de 2012, por 5 milhões de euros, quando se sabia que a partir de Janeiro era um jogador livre e podia assinar a custo zero pelo Benfica. Ora o Sr.º Vieira não podia deixar mal o amigo Salvador, e vai daí, como o dinheiro não é dele, investiu 5 milhões para no final, voltar a não ganhar nada (aspecto que não lhe interessa).

E ainda criou um problema com um jogador que tem provas dadas em golos e longevidade no clube. Este é apenas mais um exemplo de como o Benfica está a ser gerido. Ou melhor. Não está a ser gerido. Mandam os negócios, as negociatas, os amigos e a Banca.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Dossier Cardozo



Portugal, 8 de Agosto de 2013

Foi finalmente resolvido o “dossier” Cardozo. 73 dias após o seu acto irreflectido no final da Taça, onde apenas pecou por ter empurrado Jesus e não o árbitro que validou o golo quase 1 metro em fora de jogo, Cardozo teve finalmente direito a ser tratado como ser humano, jogador, activo contabilístico e ídolo dos benfiquistas. Teve direito a entrar dentro do estádio para dar uma entrevista à Benfica TV, na qual pede desculpas “aos benfiquistas pela minha atitude. Peço desculpa ao presidente, a todos os dirigentes, aos meus colegas e à equipa técnica”.
Por mim estás perdoado há muito.
Não é para continuar a bater no “ceguinho” mas este caso foi muito mal resolvido e provou que o Benfica não tem Direcção à altura do que se deve considerar ser um grande clube, com os pergaminhos que o Benfica tem.
Cardozo é um jogador do Benfica, mas não um jogador qualquer. Leva 6 anos de contrato, renovou recentemente (Janeiro) até 2016, é o melhor marcador estrangeiro da história do Benfica, é um dos melhores mercadores de golos de sempre do Benfica (já ultrapassou Guilherme Espirito Santo) e é um dos jogadores que nos últimos anos, foi responsável por alguns dos melhores momentos de alegria que nos foram proporcionados: marcou na primeira e segunda vitória na Alemanha, numa prova europeia, marcou muitos golos e ajudou o Benfica a chegar à 1ª semifinal europeia após 17 longos anos, marcou muitos golos e ajudou o Benfica a chegar a uma final europeia após longos 23 anos. Apesar de dizerem que tem um “tijolo” no pé direito, foi com o pé direito que marcou os 2 golos da vitória sobre o Rio Ave, no ano do ultimo título, tornando infrutíferas os empurrões que Xistra podia dar ao Braga no jogo com o Nacional da Madeira.
Também é possível que quem tão ásperamente critica Cardozo tenha um tijolo na cabeça e não saiba…
Note-se que quando defendo que Cardozo não é um jogador qualquer, não o quero isentar do cumprimento das normas de comportamento exigiveis a um professional do clube. Mas sim, que os procedimentos disciplinares têm de contemplar a defesa e o respeito pelo seu passado no clube, a preservação da sua imagem pública e os interesses da equipa de futebol.
Ora nada disso se passou como sabemos. Devido a falta de organização e falta de vontade da estrutura, devido a excesso de relacionamento entre partes da estrutura e a comunicação social, devido à ruinosa situação económica que impele à venda de tudo que corra e devido à incapacidade dos dirigentes perceberem que um jogador que faz golos não é um tipo qualquer, o que é certo é que durante longos dias, semanas, meses, Cardozo foi maltratado pelas fugas de informação e pela cobertura que a comunicação social dá à actual estrutura dirigente do Benfica (presumo que não é de graça).
Assim, apesar de Cardozo ter renovado em Janeiro e estar proibido de falar, os titulos sucederam-se em seu desfavor. Ora porque não tinha “a cabeça no Benfica”, ora porque ja tinha “tentado sair do clube por duas vezes”. Mas quem bateu o recorde da hipocrisia e servilismo, foi mesmo o jornal A BOLA, que utilizou Cardozo contra o Benfica, quando perdemos com o S. Paulo (titulo da 1ª página de 4 de Agosto: O SORRISO DE CARDOZO), para de seguida, 6 de Agosto, DEFENDER A Direcção ao titular a 1ª página como “A LUTA CONTINUA”.
Mas luta? Qual luta? Sorriso? Qual sorriso? Se calhar o único sorriso foi o do Wofswinkel que já está fora do SCP, e o SCP continua a somar derrotas (mas as derrotas do SCP são especiais, porque são “menos” derrotas. E os tansos acreditam que sim e não percebem porque razão continua a ser o Benfica, a safar o “novo” SCP, nas 1ªs páginas).

Esta página da vida de Cardozo no Benfica está virada para trás. Provou a incapacidade da Direcção em resolver, com eficácia e mínimos custos, um problema que não era difícil de resolver, como se viu ontem, e provou também a hipocrisia e maldade da comunicação social, que se acham acima de todos os juízes de opinião, mentindo, manipulando, perseguindo sem dó, nem piedade, nem responsabilização.

O que nunca saberemos é como se formou este complot “anti Cardozo”, com gente de fora e dentro da Luz, traduzido num conjunto de noticias falsas. Como estas:
Oscar Cardozo vai deixar o clube da Luz no final da época. O empresário do avançado, Pedro Aldave, esteve segunda-feira na Luz., onde reuniu com o presidente Luís Filipe Vieira, tendo-lhe apresentando uma proposta para a transferência do jogador no final da época”.

SL Benfica
24 de Maio de 2011 16:48h
Sai Cardozo, entra Santiago García
Por SAPO Desporto
«Benfica prefere perder Cardozo a Luisão»  Diário de Notícias
Por Redacção
09:08 – 01-08-2011

19 de Maio de 2012 16:18h
Cardozo "oferecido" à Roma
ARTIGO
Por SAPO Desporto
Benfica: Líder do clube turco espera vir a Lisboa depois do jogo com o Vaslui

Fenerbahçe dá 15 milhões por Cardozo

O Fenerbahçe já admite dar 15 milhões de euros por Cardozo, valor que considera suficiente para convencer o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
06 Agosto 2012 Correio da Manhã

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Rola a bola ... III



Portugal, 5 de Agosto de 2013

A pré temporada aproxima-se da sua parte final e relativamente ao texto anterior Rola a bola II, fizemos um conjunto de 5 jogos. Empate com Penarol, vitórias frente a Levante (11º lugar em La Liga), Nice (4º classificado na Ligue 1) e Elche (campeão da Liga Adelante), e derrota caseira com o S. Paulo no troféu Eusébio, por 2-0, a primeira por mais do que um golo de diferença neste troféu.

Os leitores mais assíduos sabem que defendo que no Benfica as coisas acontecem por acaso e não pela inovadora e rigorosa capacidade de gestão do “faz-que-é-presidente” do Benfica. Recebo algumas críticas por pensar assim, não porque esteja errado mas porque há adeptos que são mais “vieiristas” do que benfiquistas. Adeptos que recusam pensar para além das páginas dos jornais, debates contaminados a três e colunas de opinião politicamente correctas. 

Sendo o Benfica feito de adeptos, e adeptos feitos desta “massa”, podemos dizer que o Benfica, em particular a SAD, é um clube/grupo empresarial sem qualquer viabilidade económica ou desportiva. Os anos passam os resultados aí estão a confirmar, mas os adeptos continuam sem exercer o direito à opinião, limitando-se a ser caixas de ressonância do que ouvem e vêm por aqui e por ali.

Ao contrário do que vejo e leio, acho que este conjunto de resultados foi positivo. Queremos ganhar sempre, mas isso não é possível e continuamos sem entender isso. A única derrota aconteceu frente a uma equipa que leva 11 jogos no Brasileirão, está muito mais avançada na sua “forma” desportiva e até já mudou de treinador, estando agora a começar a dar frutos essa mudança, depois de uma série de maus resultados. Acresce que os jogos contra Bayern (derrota 2-0) e AC Milan (derrota por 1-0) prenunciava que iríamos apanhar pela frente uma equipa organizada, a corrigir erros sobre erros e que algum dia iria dar a volta. Calhou-nos a nós a “fava” como aliás é apanágio na nossa história.

Deste conjunto de 5 jogos (mais os anteriores) constata-se com clareza que o esquema táctico da equipa agora é o 4-2-3-1, procurando evidenciar Lima no ataque, 4-2-3-1 pontualmente transformado, em escassos minutos de duração, no 4-4-2 losango. Vantagens e desvantagens?

Vantagens: sempre preferi este modelo por ser mais equilibrado nas transições ofensivas e defensivas. No global funcionou bem contra equipas que tal como a nossa estão a iniciar a época, mas funcionou mal contra uma equipa mais batida, um gigante brasileiro cansado de levar “porrada”. Entenda-se, de ser derrotado.

Desvantagens: se é verdade que os jogadores fazem os modelos tácticos, aqui está um bom exemplo. O 4-2-3-1 com Cardozo funcionava de uma maneira, com Lima ou Rodrigo funciona de outra. Com Cardozo funcionava bem, com Lima e Rodrigo nem tanto.

Explicação: (1) o 4-2-3-1 funcionou bem com um ponta de lança mais fixo e capaz de aguentar dois defesas por perto, como Cardozo. Dois defesas que não sobem ao meio campo. Quando o ponta de lança, pelo contrário, é um avançado móvel constata-se que os defesas não têm a quem marcar directamente fazendo marcação à zona, jogando mais como equipa. Com isso têm mais liberdade para subir no terreno e ajudar a dividir o jogo no meio campo, roubando bolas e diminuindo as linhas de passe com a sua presença. (2) Por outro lado, como o Benfica optou por 3 médios fisicamente leves embora tecnicamente dotados, como é o caso dos sérvios, a equipa do Benfica acaba por não beneficiar do equilíbrio proporcionado pelo 4-2-3-1 já que os sérvios gostam de jogar com a bola nos pés, são fracos sem bola e não têm capacidade de choque para suster o primeiro ataque do adversário, que é a partir da defesa. Por outro lado, quando têm a bola nos pés constroem jogadas de tal recorte técnico que obrigam o adversário a encostar-se atrás. Ou seja, obrigam o adversário a “defender” melhor... o que é um claro paradoxo do actual desempenho do sistema de jogo.

Se alguém se dá ao trabalho de reparar nestes pormenores (acho que há poucos), nas situações de maior perigo que tivemos na 1ª parte do jogo com o S. Paulo, o adversário tinha lá sempre 7/8 jogadores impedindo os espaços de progressão dos nossos avançados. Se olharmos ao 1º golo do S. Paulo, a nossa linha defensiva está em posição de ataque, muito subida no terreno. Se olharmos aos 3 golos do FCP ao Nápoles, vemos que nas situações de ataque do FCP, o Nápoles tinha 4/5 jogadores na defesa, e em posição de recuperação defensiva. Porquê? Porque tinham estado em posição de ataque e devido a uma perda ou roubo de bola, o FCP construiu jogadas de contra ataque fáceis, porque há menos jogadores no último terço.

Ou seja, jogando com postura “defensiva”, o FCP consegue criar melhores transições de ataque. O Benfica jogando com postura “ofensiva”, não beneficia nada, “ajudando” o adversário a defender melhor e expondo mais a sua defesa.

Há anos que é assim. Nem Jesus, nem Rui Costa e muito menos Vieira (que não percebe nada excepto de gastar dinheiro em contratações), percebem continuando a defender o “futebol espectáculo”. Sempre que um jornalista diz que o Benfica “perdeu um jogo porque não o quis ganhar”, “borram-se” todos e se calhar ainda vão dar um ralhete a Jesus porque tem de jogar com mais e mais avançados, prejudicando mais e mais a qualidade de jogo ofensivo do Benfica.

Anos e anos a ver o mesmo e a insistir no mesmo, o clube/SAD está condenado ao insucesso. Já somos um clube de anedotas, em particular graças aos adeptos do SCP que vivem com os nossos insucessos. Arriscamo-nos qualquer dia, a ser uma anedota de clube.