sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Inevitável...



Portugal 27 de Novembro de 2014

A eliminação do Benfica da Champions e da Liga Europa provocou o habitual “frisson” jornalístico, o habitual campo para os treinadores falhados e uns quantos jornalistas aspirantes a treinadores de bancada dissertarem com intuito especulativo e como tal, não pedagógico, não formativo.
Antes de mais a eliminação era praticamente inevitável, a partir do momento que se conjugaram duas variáveis determinantes: empobrecimento qualitativo do plantel e sorteio de um grupo difícil em que o Benfica, apesar de sair do pote 1 em termos futebolísticos, era contudo a equipa com menor orçamento.
O texto Champions 1 – Benfica 0, que escrevi em 18 de Setembro após a derrota com o Zénit, tem lá este parágrafo: “E assim, com este amadorismo da Direcção, abordamos pela enésima vez a exigente Champions, com vários jogadores sem rotinas. Os erros pagam-se caro e pior, influenciam o jogo seguinte.”
A derrota caseira com o Zenit marcou e condicionou toda a prestação da equipa no resto da prova. Fomos ao jogo 2 com a necessidade imperiosa de pontuar, e se possível ganhar, mas encontramos mais um adversário forte que nos derrotou por 3-1, ajudado por duas decisões do árbitro. Como os erros de arbitragem são campo exclusivo do SCP, já quem nem o Sr.º Vieira nem mais ninguém da Direcção ou da SAD querem falar disso, partimos para o jogo 3 com a necessidade de pontuar ainda mais reforçada.
Numa prova de campeonato, os resultados de uma jornada reflectem-se na jornada seguinte. Pela positiva, ou pela negativa. Começando mal com uma derrota caseira, numa prova onde está o top da qualidade futebolística, é de muita ingenuidade pensar que o pior orçamento poderia solucionar com sucesso os problemas competitivos colocados pelas equipas com maior orçamento, com melhores jogadores, com melhores organizações de jogo resultantes do binómio modelo táctico/executantes. Há sempre uma probabilidade de isso ser conseguido, é um facto, mas é uma probabilidade muito reduzida.
Que a derrota inicial deve ser determinante, isso é reforçado com o facto de NENHUM jornal ter mencionado quantas equipas conseguiram apurar-se para a fase seguinte da Champions depois de terem perdido o 1º jogo e em casa! E quantas se apuraram para a Liga Europa nessas mesmas condições!
Mas em contrapartida publicaram – erradamente – que o Benfica foi o 1º cabeça de série a ser eliminado na fase de grupos. Esta época? Sim, mas tal como foi colocada a notícia, sugere outras interpretações. E assim tenho de lembrar o Manchester United, do pote 1, que ficou de fora de todas as provas europeias, quando calhou no nosso grupo, na época 2005/06! Esse Benfica saído do pote 4, ficou em 2º lugar, o Villareal que veio do pote 2 ficou em 1º lugar, e o Lille que vinha do pote 3 ficou em 3º lugar.
O Benfica saiu das provas europeias e estamos a sentir na pele o que o FCP já sentiu na época 2005/06 (num grupo acessível com Inter, Celtic e Artmedia). Julgo que o SCP já sentiu isso também na Champions (na Liga Europa, foi há dois anos), embora a memória não tenha guardado. O que guardei é que o SCP apenas por uma vez, na Champions, chegou aos oitavos de final, e foi pulverizado com 12-1 pelo Bayern!
A eliminação já é um facto e nada se pode fazer. Com esta Direcção de amadores e oportunistas, só podemos esperar que os jogadores multipliquem o seu talento por 5 e esperar que os outros façam pior. O que não foi o caso. Para o ano há mais do mesmo, mas há mais...
Contudo vejo nesta eliminação uma oportunidade para gerirmos melhor o esforço da equipa, pois caso seguíssemos para a Liga Europa, ir-nos-ia ser exigido que chegássemos novamente à Final, ou seja, que nos fosse exigido que fizéssemos mais 9 jogos. Mesmo que este plantel não desse para tanto (e daí, com a futura inscrição de Jonas e os regressos de Fejsa, ficaríamos mais fortes), iria ser desgastante cada eliminatória que fizéssemos. Assim vamos ver o que fazem FCP (não deve passar dos oitavos de final) e SCP (que ainda pode cair na Liga Europa) enquanto nós vamos preparar melhor o campeonato. Com menos desgaste físico e mental, porque o plantel é fraco e muito curto.
E em Janeiro perspectiva-se que ainda vai ficar mais curto com a venda de Enzo, que não saiu na época passada, porque Vieira percebeu que estava a perder o apoio dos apaniguados da Direcção e círculos mais próximos. E ele, e quem está por trás, sabe que precisa desses apaniguados para colocar na comunicação social, a tecer loas ao seu trabalho...

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Segredos de Justiça e Mediatismos...



Portugal 26 de Novembro de 2014

Nos últimos dias o País foi sacudido com a notícia choque da detenção de um ex-primeiro ministro para interrogatório com aplicação posterior da medida de prisão preventiva.
Num país habituado a falar “entre dentes” da corrupção a nível político/partidário, num país onde as pessoas – regra geral - se acovardam ao situacionismo e ao politicamente correcto, este tipo de situações chocam e agitam. Como tal, já fomos confrontados com um conjunto de reacções que não deixam de ser interessantes.
Um ex-presidente da República utilizou o seu espaço de opinião num jornal lisboeta de grande tiragem, para criticar o “anormal aparato fortemente lesivo do segredo de justiça”. E após ter conseguido visitar o novo ilustre presidiário, em dia que não previa a realização de visitas (até na prisão os políticos são tratados de forma diferente dos outros), este ex-presidente da República não se coibiu de criticar a “infame” campanha contra o ex-primeiro ministro, apontando o dedo à comunicação social e a “quem está por trás dela”.
Também tivemos a reacção do chefe do governo da Cuba portuguesa que num jornal local que sobrevive em boa parte, dos subsídios do seu governo, censurou o “mediatismo” da detenção.
A esta “procissão” que defende a “moral e os bons costumes” mas só para uns quantos privilegiados, não faltou o próprio MP que decidiu instaurar um inquérito a fuga de informação. Não sabemos a qual, pois pelos vistos, para além do CM e outros órgãos de comunicação social, até o próprio detido pelos vistos sabia que ia ser detido, de acordo com notícia da TSF de hoje.
Poderia também dar como exemplo a falência do BES e a cuidada negociação do principal acusado e herdeiro do fundador do Banco, que trocou a sua colaboração no processo pela prisão domiciliária. Estamos a falar apenas e só de um homem a quem acusam de ter falido o maior banco privado português, que acusam de ter desviado biliões de euros para off-shores e empresas de pessoas amigas, pondo em causa os interesses dos coitados dos depositantes que acreditam no sistema e não conhecem ninguém ilustre da política.
Naturalmente que todo este aparato reactivo ilustre mexe com a minha consciência benfiquista uma vez que infelizmente passamos por algo de semelhante com o ex-presidente, Dr.º João Vale e Azevedo, detido durante um almoço (em hora “prime-time” dos noticiários, que coincidência), em local público e curiosamente, com a presença de várias televisões!
Ora, não me recordo que o tal ex-presidente da República, o tal líder do governo da Cuba portuguesa, e porque não o Bastonário da Ordem dos Advogados, o ex- ministro da Cultura que ninguém queria no circulo eleitoral do Porto, e teve de vir “roubar” um lugar a um transmontano, tivessem pedido contenção à comunicação social e “a quem está por trás dela”! Ou que tivessem insistido na existência de uma “campanha infame” contra o homem que teve o desplante de atacar o “polvo” dos direitos televisivos”! Ou que tivessem questionado a violação do Segredo de Justiça!
Nada disso. A ideia que passou na altura é que tudo isso estava muito bem e até se podia enquadrar na ideia de “serviço público”. Que o interesse da notícia justificava uns “pequenos” atropelos aos direitos e garantias que o cidadão João Vale e Azevedo tinha, como têm qualquer um, de acordo com a Constituição da República. Que o Benfica era uma instituição demasiado importante para que não se soubesse toda a verdade, etc, etc.
Nessa altura tivemos televisões que filmavam os agentes da GNR que montavam vigilância à casa de JVA, enquanto os jornais especulavam sobre os custos que isso implicava para o orçamento geral do Estado. Tivemos “criteriosas” fugas de informação sobre a forma como JVA teria gasto o dinheiro que tinha tirado ao Clube (roupas da esposa e negócios familiares, entre outros), outras sobre a forma como JVA utilizava empresas em off-shores para que ninguém seguisse o rasto do dinheiro, etc, etc.
A preocupação de julgar JVA antes do Tribunal o fazer, foi tanta, que tivemos a RTP a colaborar com um debate entre um ex apoiante de JVA (o “nabo” António Sala) e um conjunto de pessoas que já tinham litigado contra ele (Proença de Carvalho, hoje CEO da NOS) no dia anterior ao inicio do julgamento do caso Ovtchinikov!
Nessa altura não havia uma infame campanha contra JVA, nem um mediatismo exagerado do assunto...
A detenção do ex-primeiro ministro e a falência do BES, e os diferentes tipos de reacções públicas, apenas vieram comprovar que existiu uma campanha concertada entre quem está por de trás da comunicação social e os poderes judiciais (PJ, MP e alguns Juízes) para destruir não só o cidadão João Vale e Azevedo, mas com a sua destruição proporcionar as condições objectivas para entregar o Clube e seus negócios, a uma cambada com ligações aos que estão por trás da comunicação social!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Miopia intelectual



Portugal 21 de Novembro de 2014

A última jornada já ficou lá atrás, mas os ecos dos erros de arbitragem andaram vários dias por aí, estampados nas páginas dos jornais ou declamados nos programas de rádio e televisão. Nada que não estejamos habituados, em particular quando ganhamos avanço pontual à concorrência de FCP e SCP, mas a que não temos de nos resignar. Ser “grande” implica saber distinguir o descartável, do essencial, e saber como reagir quando alguém tenta alterar e inverter estes conceitos, tornando essencial o que é descartável, e descartável o que é essencial.
De acordo com as imagens mais vistas e os destaques mais assinalados, no jogo Nacional – Benfica, aos 70 mn, existiu um fora de jogo mal assinalado ao ataque do Nacional, que tinha grandes probabilidades de dar golo. E como o Benfica venceu 2-1, está bom de ver que a sugestão não inocente, aponta para um benefício pontual do Benfica.
No jogo SCP - Paços, pelos mesmos critérios mediáticos, aos 86 mn vimos um golo mal invalidado ao ataque do SCP que poderia dar o 2-1 e mais 3 pontos, em vez dos 2 pontos perdidos (que se somam aos 3 pontos ganhos pelo Benfica).
No jogo Estoril – FCP, não sei bem o que reclamaram os portistas e seus apaniguados da comunicação social, pois o que se soube foi que pressionaram o jogador que o FCP emprestou ao Estoril que converteu o penalty (bem assinalado), como se soube também que o seu treinador fez afirmações sobre os erros dos árbitros, supostas grandes penalidades, e supostos erros atrasados de arbitragem que beneficiaram os concorrentes.
O treinador do FCP não falou do lance em que Couceiro reclamou da grande penalidade não assinalada a favor do Estoril, como não reclamou de várias outras situações que têm beneficiado o FCP, seja no critério disciplinar, seja no critério técnico, como os foras de jogo e os vários lances de grande penalidade não assinaladas contra a sua equipa, em número razoavelmente superior, aos que terão ficado por assinalar a seu favor.
Miopia intelectual?
Quem também sofre deste tipo de miopia são os editores de programas desportivos das várias televisões, uma vez que fizeram “desaparecer” o lance em que Adrien Silva fez grande penalidade a favor do Paços, com 0-0, e centraram as atenções na repetição exaustiva do lance do golo mal invalidado ao SCP.
Idem, idem, os que privilegiaram a repetição do erro que beneficiou o Benfica no jogo com o Nacional, mas não destacaram um fora de jogo de quase 2 metros que passou “despercebido” na 1ª parte, a favor do Nacional, e que podia ter dado um golo “legal” como tantos outros que temos encaixado ao longo dos anos.
Passaram-se já alguns dias, a Selecção venceu a “poderosa” Arménia com um golo de CR7 e as primeiras páginas dos jornais transformaram este “feito” em mais uma das suas proezas. Dias depois vencemos a vice campeã mundial Argentina, com um golo de um rapaz que poucos tinham ouvido falar, e que tem o azar de não se chamar Cristiano Ronaldo. Como tal não houve “proeza” houve sim um “mágico” e um “miúdo”. Mesmo que o “mágico” tenha sido o mesmo que participou no golo contra a Arménia... Miopia de quem decide o que vai e não vai, para a primeira página do jornal....
Para terminar, tivemos uma querela com o Bayern de Munique a propósito do clube que tem maior número de sócios do mundo. A uma alfinetada dos alemães, respondemos de forma contundente, com múltiplas declarações (afinal a Direcção que não existiu após Braga, afinal existe) e um vídeo com várias alfinetadas, uma por cada jogador que foi obrigado a prestar-se ao “papel”. O Benfica tem o maior número de sócios fruto do amor e dedicação que os seus simpatizantes nutrem pelo clube, mas também de campanhas promocionais que praticamente oferecem a condição de associado. A diferença para o Bayern em número de sócios, ainda assim é de poucos milhares e em breve poderemos ser ultrapassados. No último ano, o Bayern vendeu 1 milhão de camisolas. E o Benfica? Não percebemos ou na Direcção do Benfica também há quem sofra de miopia intelectual?

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Benfica 1 - Champions 2



Portugal 7 de Novembro de 2014

Finalmente ganhamos o primeiro jogo na Champions, e nem o facto de ter sido na jornada 4 impede de pensar que ainda é possível o apuramento para os oitavos de final.
A vitória sobre o Mónaco foi difícil, e mais uma vez se notou a grande diferença que é jogar contra equipas do nosso campeonato, ou jogar contra equipas de outros campeonatos, apetrechadas de unidades individuais de elevada qualidade e como tal, de grande procura, e como tal de maiores orçamentos!
Há gente que, com alguma indolência intelectual, costuma dizer que os “orçamentos não ganham jogos”, o que em parte é verdade. Mas os orçamentos permitem contratar os jogadores de qualidade que permitem ganhar os jogos. E vai dar ao mesmo: os orçamentos ajudam a ganhar jogos!
E neste aspecto não é demais lembrar, que o Benfica partiu para este grupo com o orçamento mais baixo das 4 equipas do grupo, apesar de sermos a equipa com melhor coeficiente desportivo.
Também não é demais lembrar que este Mónaco não tinha sofrido golos nos 3 jogos anteriores da Liga dos Campeões, que não perdia há 6 jogos consecutivos, e fora de casa há 3. Se somarmos a isto, o facto do empate ser muito importante para o Mónaco e praticamente afastava o Benfica (já sabia da derrota do Zénit) então temos de considerar que o Benfica fez algo de muito, mas mesmo muito importante nesta edição da Champions.
Claro que a comunicação social que colocou pressão em cima de Jesus (eram dele as fotos nas 1ªs páginas dos jornais) nos dias anteriores, quiçá porque fizeram o mesmo raciocínio que fiz em cima e porque apostavam num mau resultado, em particular porque no Mónaco jogam mais portugueses do que no Benfica, (e mais esse talento de nível estratosférico chamado Bernardo Silva), é a mesma comunicação social que no dia seguinte dá destaque ao Talisca, e nos dias seguintes ao SCP e ao seu fantástico 3º golo.
Sem dúvida que uma jogada que envolve 31 passes e termina em golo é uma boa jogada. Mas se o Benfica quisesse fazer isso em Braga, seguramente algum dos nossos jogadores ia levar uma paulada, e o árbitro ou não ia ver e a bola ficava na posse do Braga, ou marcava falta mas esquecia o cartão, ou havendo lugar a cartão mostraria o mais suave se fosse justificado o mais grave. Ou seja, contrariando um principio muito defendido por supostos entendidos em matéria de futebol, seja o Gaspar Ramos sejam alguns bloguistas, de que para marcar golos basta os jogadores jogarem bem, isto de marcar bons golos também ter a ver com boas arbitragens, coisa que por cá é o que sabemos com a complacência cúmplice da Direcção do Sr.º Vieira. E porque não dizê-lo, com a cumplicidade critica dos apoiantes notáveis do Benfica, os que têm direito de antena nos “media” com expressão nacional, que optam regra geral, por fazer o jogo do inimigo, criticando as opções do nosso treinador ou o desempenho de um ou outro jogador, e não a “marosca” das arbitragens indecentes, como a que se viu em Braga.
Esta vitória era um resultado que podendo acontecer (antes do jogo há sempre 3 resultados possíveis), não pode surpreender ninguém, e com estes 3 pontos continuamos na corrida. Se a corrida é mais fácil a partir daqui? Claro que não. Mas será uma corrida efectuada com níveis de confiança superiores. É preciso não esquecer que o Benfica fez a “pré temporada” em plena competição, já que no defeso, mais de metades dos jogadores da actual equipa, não alinharam em qualquer jogo, e outros como os que vieram do Mundial, apenas o fizeram na parte final da pré-temporada e numa ou duas ocasiões.

Mas isto remetia-me mais uma vez, para a crítica à gestão à moda de Alverca que se instalou no nosso clube. E se Jesus, com aquele misto de ingenuidade e espontaneidade dizia, quando instado a comentar a saída de mais um jogador da equipa, que “ não joga o Matic joga o Manuel”, o Sr.º Vieira é capaz de pensar o mesmo, se instado a comentar as criticas à sua gestão: “não ligo aos críticos porque tenho o Manuel”.
Voltando à Champions, convenhamos que o jogo na Rússia será muito difícil, contra uma equipa recheada de excelentes jogadores como Witsel, Javi Garcia e Garay. Uma derrota afasta-nos dos oitavos de final, pelo que o empate não será mau resultado, em particular se o Leverkusen vencer o Mónaco para selar o seu apuramento. Como estou convicto que irá acontecer. Na última jornada o Zenit não vencerá no Mónaco e nós teremos de ganhar ao Leverkusen para merecermos a passagem.