sábado, 20 de agosto de 2011

Férias

Como também mereço um pequeno período de férias, estarei ausente até pelo menos dia 1 ou 2 de Setembro. Irei tentar acompanhar o que se passar com o nosso Benfica e restante concorrência.

Mas depois do que se viu novamente ontem, no FCP-Gil, acho que nem a falecida Madre Teresa de Calcutá acreditaria que tudo isto é casual, que tudo isto cai no domínio do erro humano.

Ao assinalar o penalty contra o FCP, o árbitro "esqueceu-se" que em situação de golo eminente, a cor do cartão é vermelho e não amarelo. Mas percebemos porquê este "lapso". Com 10, o FCP teria dificuldades, os jogadores desgastar-se-iam mais, e a probabilidade de perderem pontos era muito elevada.

Ao mn 87 não viu a gravata de Sapunaru sobre um adversário, mais um penalty perdoado ao FCP, curiosamente apenas 8 dias após terem beneficiado de um em situação menos evidente.

O Presidente do Benfica, entretanto acha que os nossos jogadores andaram em festas, demasiado tempo.

Boas férias para quem a tiver também.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vieira - ano 11

Portugal, 15 de Agosto de 2011

Entramos no ano 11 da gestão do Sr.º Vieira que é a gestão de toda a série de interesses instalados no futebol português. A época futebolística não poderia começar de forma mais irónica. Vejamos:

O Benfica depois de mais um investimento de 30 milhões em jogadores de méritos firmados, acabou por empatar um jogo que esteve a ganhar por 2-0. Tal e qual no primeiro ano da gestão Vieira quando fomos com a “equipa maravilha” à Póvoa de Varzim. Estivemos a ganhar 2-0, há 1 penalty escandaloso sobre Mantorras que não é assinalado, isso perturbou tanto a equipa que acabamos o jogo 2-2 e com 9 jogadores em campo, após 2 expulsões. O treinador era o Toni, não me venham dizer que também inventava.

O FCP entra a ganhar novamente. Se o ano passado foi um penalty fantasma aos 83 mn na Naval, assinalado pelo Paulo Batista, este ano como o desafio era mais difícil colocaram lá o árbitro da “sorte”, aquele que foi homenageado pela AF Porto apenas 4 dias antes de arbitrar o Guimarães-Benfica. E se curiosamente neste jogo do Benfica, o Sr.º Olegário não conseguiu ver 2 penaltys escandalosamente evidentes (num deles quase arrancaram a perna de Aimar com um pontapé), para o FCP já viu um penalty que mais ninguém viu. Fantástico como a cor das camisolas troca as voltas aos árbitros. Dá-se também o caso da falta ter sido assinalada a Leonel Olímpio, o ex-jogador do Paços de Ferreira que quando jogou contra o Benfica na final da Taça da Liga (Pedro Proença) fez 3 faltas merecedoras de cartão amarelo, antes de ter sido finalmente contemplado: aos 7,29 mn, aos 12,21 mn carga com cotovelo adiante nas costas de Aimar, aos 15,48 mn. Ontem não fez falta, levou com 1 penalty e 1 cartão amarelo. Há também a ironia do jogador que ganha a falta, Sapunaru ter sido o que na 2ª mão do 2º jogo da Taça de Portugal, agarrou Saviola pelo ombro derrubando-o, mas aqui o Sr.º Xistra esqueceu de mostrar no mínimo o amarelo (o lance enquadra-se no cartão vermelho), que daria expulsão e com 0-0 o FCP não eliminava o Benfica. Claro que depois vêm uns entendidos defender que a culpa foi do Roberto que por acaso nem jogou na Taça de Portugal.

No fundo o ano 11 da gestão do Sr.º Vieira é mais do mesmo. Como não se avalia qual o prejuízo que os erros de arbitragem tiveram nos resultados da equipa num determinado ano, parte-se do princípio que são os jogadores a ter de superar esses erros todos, ou seja, os erros dos árbitros e os erros do mérito dos adversários. Seguramente a Direcção do Benfica desconhece que o Manchester foi campeão com 70% de pontos. Quer dizer que desperdiçaram ou jogaram mal nos outros 30%. E que cá há uma equipa que foi campeã com 93% de pontos uma percentagem só possível de obter em condições “anormais”. Ou “arbitrais” como é óbvio ...

Então a estratégia desta Direcção, é uma estratégia suicida. Pois quer superar as limitações da matemática do futebol, à custa de mais e mais contratações suportadas num discurso demagógico – populista de um actor (Luís Filipe Vieira, o representante dos bancos no Benfica) de que “este ano, os nossos jogadores não vão andar tanto em festas”.

Ora a coisa começou mal. A mentira tem perna curta. O Benfica optou por mexer na estrutura de equipa que pacientemente construiu durante 2 anos, arriscou outros jogadores para o mesmo modelo de jogo, mas desta vez aconteceu um erro individual de Ruben Amorim e desperdiçou-se uma vantagem de 2 golos. Não sei se estão a ver: acontece sempre algo, mas a realidade é que raramente ganhamos o 1º jogo. E quando ganhamos, como Souness ou Trapattoni, o futebol não “convence”. E a Direcção vai atrás dos “recados” e volta a mudar.

Não será por acaso que nos 10 anos já completos da gestão Alverco-Vieirista, os títulos do “grande” Benfica se limitem a 2 campeonatos, 1 Taça, 1 Supertaça e 3 Taças da Liga. Ou seja 7, sendo que quase metade é a Taça que ninguém liga. Ora neste período o FCP ganhou quase o triplo, incluindo 2 troféus europeus com o treinador que foi dispensado pelo amigo Vilarinho e que depois Vieira desastradamente tentou recuperar (só falhou porque Mourinho não queria lá Jesualdo, e Vieira não se queria desfazer de Jesualdo. Mais tarde despediu-o, já o Mourinho ganhava com o FCP. Brilhante estratega).

Não admira que o FCP hoje seja o clube português com mais títulos e continuará a ser, porque o Sr.º Vieira apenas conhece a lógica do cheque e do jogador – matraquilho. De árbitros/arbitragem não fala, não mexe, não propõe alterações. Hoje qualquer árbitro sabe que pode gozar com o Benfica que nada acontece. Por isso não condeno a cabeçada que Proença levou, porque um adepto desespera-se ao ver os roubos de arbitragem, e no dia seguinte os que nos deviam defender actuam como se nada se tivesse passado.

sábado, 13 de agosto de 2011

A roda andou, o Benfica empatou

Portugal, 13 de Agosto de 2011

Tal como já previa no texto anterior, o Benfica só com boa dose de sorte pode ser campeão. Há uma enorme quantidade de parâmetros futebolísticos que não dominamos e quando assim é, só por acaso as coisas podem correr bem.

O empate depois de estarmos a vencer por 2 golos de diferença mereceu da parte da comunicação social, desportiva e generalista, amplo destaque nas 1ªs páginas. Não pelos golos de avanço desperdiçados mas porque se trata de um mau resultado para o Benfica. Mas é sempre assim? A comunicação social destaca da mesma forma resultados dos adversários directos quando cedem pontos depois de ter 2 golos de avanço?

Em 8 de Novembro de 2010 o SCP perdeu em casa 2-3 com o Guimarães depois de estar a vencer até aos 75 mn. Qual a 1ª página do RECORD de 9 de Novembro? Em destaque de 1ª página quase total, o título foi “com Jesus pelos cabelos”, ilustrada com foto de corpo inteiro (para maximizar o efeito). Onde parou a derrota do SCP? Na parte superior da 1ª página, com o destaque “Maniche afunda o leão”. Note-se que nesse dia apenas jogou o SCP! Também aconteceu ao FCP que esteve a vencer o Paços de Ferreira por 2 golos de diferença, em casa, e acabou por empatar 3-3. Houve polémica? Acho que não!

Quando me refiro a termos má comunicação social, refiro-me a isto: os nossos insucessos são demasiado explorados, os nossos sucessos são pouco e mal promovidos. Ao contrário de FCP e SCP.

Os “media” destacam o supérfluo com intenção de magoar enquanto os problemas do Benfica não são debatidos, não são mostrados aos adeptos do Benfica e do futebol, dando a sensação que está tudo bem. Quando não está.

Tenho-me referido diversas vezes ao erro que é jogar em “pressão alta” cá em Portugal e competições europeias. Cá em Portugal não funciona bem porque os árbitros não nos “apoiam”, já que sofremos muitas faltas nas imediações da área ou mesmo dentro que não são assinaladas, o que favorece a atitude de quem defende e aumenta a pressão sobre quem ataca. Lá fora, temos a maior qualidade dos adversários que aceitam essa pressão alta para explorarem a nossa retaguarda quando perdemos a bola. Sendo bem sucedidos!

Este problema que já tinha sido evidente na goleada em Liverpool, só no ano passado (quase 1 ano depois) levou algumas “vozes” a falarem, com timidez, na necessidade do Benfica criar um Plano B ao 4-4-2 em losango que apresenta um pendor demasiado atacante devido às características dos nossos jogadores de meio campo. Jogadores que atacam, ou seja, que sabem tratar bem a bola quando a têm, mas normalmente jogam mal sem ela, não têm a noção dos processos defensivos que isso implica. Daí sermos tão expostos aos contra ataques que nos derrotam (lembrar jogo do estádio da Galinha).

Já hoje li algo que vai ao encontro desta minha tese. Diz João Pinto no JOGO que jogar ao mesmo tempo com Aimar, Nolito, Gaitán, Jara e Saviola envolve riscos, porque todos eles pensam bem com a bola nos pés, mas não têm tão em mente os aspectos defensivos”. 

Mas no ano passado eram Aimar, Gaitan, Saviola, Cardozo e Sálvio! Qual a diferença? Pouca ou nenhuma. A realidade é que o Benfica para jogar em pressão alta, ou seja, pressionar com futebol o último terço de campo do adversário, fá-lo com jogadores de características ofensivas e que pelos vistos, não treinam adequadamente os processos defensivos.

Então das duas uma: ou marcamos golos rapidamente e como se viu, 2 podem não chegar (por causa de um erro defensivo), ou o adversário encaixa-se no nosso modelo, dando-nos a iniciativa de jogo e explorando as transições defesa - ataque em função das bolas que nós perdermos (Liverpool, Shalke04, Estádio da Galinha e 2º golo do Gil).

Quanto à arbitragem, ontem, ao contrário dos últimos 5 anos, não houve penaltys perdoados aos adversários. Mas com o 2-2 surgiu a arbitragem de “manual”. As faltas contra o Benfica, sem razão, sucederam-se. Faltas contra o Gil, com razão, não foram assinaladas. O “truque” de interromper uma jogada de ataque do Benfica para mostrar cartão amarelo ao adversário, lá esteve também. E assim o ritmo de jogo destes últimos minutos favoreceu o Gil e prejudicou-nos! Mas isto já é tão habitual que ninguém estranha. E é pena, porque a inversão de fluxo de jogo pelo árbitro, impediu-nos de construir ataques que podiam ter dado golo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

6ª feira anda a roda...


Portugal, 11 de Agosto de 2011

Vai iniciar-se sexta-feira a primeira “aventura” do Benfica na Liga de Clubes 2011-2012. Dado que os responsáveis do Clube/SAD continuam a não se preparar para esta competição de forma total, ou de forma o mais completa possível, para mim é como se andasse a roda da sorte. Porque para ganhar o campeonato vai ser preciso uma enorme dose de sorte. Quase tanta como a necessária para acertar nos números do Euromilhões...

Nos últimos 28 anos, tantos como Pinto da Costa está à frente da Direcção do FCP, o paradigma do futebol nacional mudou. Se até essa altura para ser campeão “bastava” contratar as consideradas melhores referências de jogadores (e portugueses), hoje com Pinto da Costa, para se ganhar, para além desse conjunto de bons jogadores (essencialmente estrangeiros), tem de se ter boa comunicação social e boa arbitragem. Sem estas duas componentes é quase impossível ganhar o título de campeão.

A comunicação social é controlada de forma directa ou indirecta pelo Sr.º Joaquim Oliveira (accionista da SAD do FCP e SCP, ex-accionista da SAD do Alverca). É dono de um conjunto razoável de órgãos de comunicação social e já antes controlava muita gente ligada ao futebol, através da distribuição dos direitos televisivos. Prova disso é que boa parte dos jornalistas da área de Desporto da RTP, se passaram para os quadros da SportTv.

Mas não controlava só pessoas, mas as próprias entidades para quem elas trabalhavam. Foi público nos anos 90, que a dada altura a RTP celebrou um contrato com o Boavista, para aquisição de direitos televisivos das modalidades amadoras, pela astronómica verba (na altura) de 120 mil contos (600 mil euros que hoje poderiam significar perto de 2,5 milhões). Desse contrato a RTP apenas se serviu para passar um jogo de (creio) Andebol. Porque foi feito esse contrato? Porque o Major Valentim Loureiro, na altura era presidente do Boavista e da Liga de Clubes. E nesta qualidade intermediou a aprovação de um Regulamento de Transmissões Televisivas que favoreceu o grupo do Sr.º Joaquim Oliveira. Ou seja, a Olivedesportos beneficiou e quem pagou foram os contribuintes.

Na questão de arbitragem, só um “cego intelectual” pode ignorar a importância que ao longo dos anos têm tido os famosos “xitos” do falecido Adriano Pinto, as lutas da AF Porto para conseguir a presidência da Arbitragem e o controlo de votos entre os vogais nomeados por outras Associações, a oferta dos terrenos para a Sede da Liga de Clubes por parte do ex-presidente da Câmara do Porto, o outro Fernando Gomes hoje na Administração da GALP, os primeiros mandatos de Guilherme Aguiar como Director Executivo da Liga que valeram 5 campeonatos consecutivos ao FCP (conquista que nem o super Benfica dos anos 60 conseguiu), etc., etc.

Portanto hoje no futebol há que ter o controlo da comunicação social e da arbitragem. Da arbitragem para facilitar a vida à equipa do FCP (e seus aliados, como o SCP) e complicar a vida à equipa do Benfica. Depois a comunicação social para passar a mensagem que mais lhes interessa transmitir aos adeptos do futebol, que é “o FCP foi um justo vencedor”, “os árbitros erram a favor e contra todas as equipas”, “o Benfica foi muito inconstante ao longo da época”, etc., etc. Ou seja, uns ajudam a arranjar os resultados, outros branqueiam a forma como foram obtidos.

Há tempos em conversa telefónica com o Dr.º Rui Gomes da Silva, disse-lhe precisamente isto. Que o paradigma do futebol português tinha mudado devido a Pinto da Costa, expliquei porquê, e ele retorquiu que há 2 anos atrás tínhamos – apesar disso – conseguido ganhar o titulo. Dei-lhe a minha explicação: quando se ganha um título, nessas condições, com 84% de pontos, tantos como Mourinho conseguiu na 1ª vez que foi campeão, é porque se foi forçosamente muito bom. E ser muito bom, acontece na estatística, de 10 em 10 anos, com muito investimento em contratações. Ou seja, o raciocínio não pode ser “conseguimos ganhar apesar do sistema”, o raciocínio deveria ser “quantas vezes fomos impedidos de ser campeão pelo sistema”.

O Dr.º Rui Gomes da Silva é vice-presidente da SAD. Passa a mensagem da Direcção. Concluí que na óptica deles, vamos estrear a série, “equipa maravilha do Sr.º Vieira – temporada 11”. Enfim, eu vejo mais como "andar a roda da sorte". Pode ser que nos calhe qualquer coisa ...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Em defesa de Roberto IV

Portugal, 8 de Agosto de 2011

Talvez este assunto não seja o mais adequado para se escrever no dia de hoje, mas mantenho-me fiel a princípios de ética que gostaria de ver reflectidos na gestão do Benfica e no sentir benfiquista, princípios que passam por sermos “grandes” para com os que num determinado contexto são “pequenos”.
Se leram o último texto, perceberam que nos dias que mediaram entre o dia 11 de Julho, dia do jogo com o Sion e o dia 17 de Julho, já depois do jogo com o Aris (vitória por 4-1) foram lançadas as “sementes” que originaram a “enorme vegetação” que ocultou todo o talento e potencialidades de Roberto. Quais? “Frango à espanhola”, “ofereceu a vitória ao adversário”, “adeptos assobiam Roberto”, “solução ou problema”, “de reforço mais caro a problema”, “as culpas da derrota recaem em Roberto”, “como é que o Benfica decidiu pagar 8,5 milhões por Roberto”, “Roberto terá sempre sobre si o cutelo dos 8,5 milhões que custou”, “nasceu a dúvida em torno de Roberto”, “Roberto neste momento é um problema”, etc., etc. Ou seja com “Roberto isto”, “Roberto aquilo”, quem pode ficar imune ao tema de discussão cuidadosamente lançado pela comunicação social e que durou toda a época?
Justificava-se esse metralhar de opiniões ignorantes e deselegantes contra um jovem de 24 anos, acabado de chegar ao Benfica, que em 3 jogos nos tinha ajudado a vencer 2 com uma defesa remendada? Acho que não.
Se os que lerem estas linhas estiveram atentos aos jogos do último fim-de-semana, viram que Neurer (custou 20 milhões) esteve no golo que derrotou o Bayern de Munique indo quase ao limite da grande área socar uma bola, em falso, pois acabou embrulhado com o defesa e a bola sobrou para o avançado que fez golo. Fez-me lembrar o 3º golo do Lyon na Luz que terminou a nossa vitória por 4-3, mas se por cá, no dia seguinte lá estava a cantilena “Roberto voltou a errar” na Alemanha tenho dúvidas que apareça algum Avelãs a escrever um texto com o título “Neuer: problema ou solução”.
Mas mais. Se estiveram atentos ao jogo entre os dois clubes de Manchester, viram que o 1º golo do City é um golo que nasce de um cruzamento para o limite da pequena área, De Gea (18 milhões) não se fez ao lance e o avançado cabeceou para o golo. Fez-me lembrar o 1º golo em casa com a Académica e o golo do SCP no jogo da Taça da Liga, em que Roberto tentou socar a bola, mesmo partindo de posição desvantajosa. Nesse aspecto De Gea foi mais “inteligente”, ficando entre os postes. Assim ninguém em Inglaterra vai escrever barbaridades intituladas “De Gea e o Pecado das Saídas” como por cá escreveram entre outros no JOGO em 20 de Julho (por Marco Gonçalves)! Apenas 9 dias depois da derrota 1-2 com Sion e empate 3-3 com Groninggem, jogos amigáveis onde a linha defensiva foi sujeita a várias experiências de que resultaram falhas de comunicação entre Roberto e colegas da defesa!
Ou seja, estes dois guarda-redes muito mais caros do que Roberto, sofreram golos iguais aos que Roberto sofreu numa fase de adaptação a um clube maior, a uma massa adepta mais exigente, a uma comunicação social “assassina”, a dirigentes fracos e sem visão de futebol. E é esta parte que também me interessa focar: alguns dirigentes do Benfica foram solidários com as decisões da Direcção, mas em privado contestaram as qualidades de Roberto, alimentando assim a fogueira da intolerância da comunicação social.

O já mencionado Bernardo Ribeiro em 18 de Julho (!) afirmava que “o guarda-redes que os encarnados foram buscar a Madrid por uma fortuna ainda não dá pontos e neste momento é um problema. Com resolução, sim, mas um problema. E os dirigentes benfiquistas não o escondem nas conversas que mantêm fora dos balneários.”

Esta é outra componente do problema Roberto: há dirigentes do Benfica, estes ou outros, que há anos ostentam a sua ignorância futebolística em conversas com jornalistas predadores. Ou seja, as notícias e opiniões anti-Benfica que saem regularmente na comunicação social com intuito desestabilizador dos jogadores e adeptos do Benfica, têm por vezes apoio no interior do Benfica. 


Há uns anos, creio que em 1995, Artur Jorge disse que “o Benfica é um circo”. Desde essa altura até ao presente, pouco mudou neste particular aspecto.
 (CONTINUA)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Em defesa de Roberto III

Portugal, 3 de Agosto de 2011

"No Benfica não me deram margem para errar, nem quando a equipa melhorou. Fui muito criticado por terem pago tanto dinheiro por um guarda-redes desconhecido” – Roberto no Correio da Manhã, 2 de Agosto de 2011.
Roberto foi vendido, como desde os tempos de Vale e Avezedo deixaram de existir trapalhadas no Benfica, convenhamos que ainda ninguém percebeu como foi e a quem foi vendido o jogador. Cada esclarecimento que é prestado, vem seguido de um desmentido que só aumenta a confusão. Estamos a entrar no ano 11 da gestão do Sr.º Vieira, nada disto pode surpreender.
Voltando ao que Roberto afirmou, porque esse é a razão de ser dos textos que escrevi e vou continuar a escrever “em defesa de Roberto”, acho que é o tipo de afirmação que por uma única vez, não concordo. Será que a culpa foi mesmo do Benfica, Roberto? Vejamos (os sublinhados são meus):
Frango à espanhola, título principal da 1ª página de RECORD, 11 de Julho
Roberto "oferece" vitória ao Sion – páginas interiores de RECORD, 11 de Julho 2010
O Benfica perdeu este domingo com a formação suíça do Sion por 1-2, e em ambos os golos sofridos as culpas recaem em Roberto. O guardião encarnado falhou duas saídas e os jogadores da equipa helvética aproveitaram o "presente" – idem.
Adeptos assobiaram Roberto e pediram Moreira - páginas interiores de RECORD, 12 de Julho 2010.
Roberto: solução ou problema? título da opinião de Luís Avelãs publicada no RECORD, 12 de Julho de 2010:
“Mas, quando se gasta uma soma avultada num jogador há, antes de tudo, que equacionar o valor futebolístico do atleta. Convém ter em conta o seu passado, o rendimento por onde passou, a margem de progressão, a possibilidade de ganhar dinheiro numa venda futura e ter a certeza que a sua inclusão no plantel é essencial. Ora, é exactamente fazendo esse tipo de avaliação que não consigo entender como é que o Benfica resolveu pagar 8,5 milhões de euros pelo guarda-redes espanhol Roberto”. Idem.
Roberto, de reforço mais caro a preocupação, título da opinião/peça de Nuno Peralvas publicada na BOLA, 13 de Julho 2010:
“E ao terceiro jogo, inesperadamente, a maior preocupação no Benfica é saber como vai reagir Roberto a uma exibição comprometedora. Contra o Aris, Jorge Jesus deve dar ao guarda-redes espanhol uma oportunidade para limpar a imagem.
Roberto terá sempre sobre si o cutelo dos 8,5 milhões que custou a sua transferência. Jesus procurou aliviar a pressão, afirmando que jogam os melhores e que sabe quem eles são. Mas a verdade é que nasceu a dúvida sobre o real valor de Roberto”. Idem.
Roberto ainda não dá pontos, título da opinião de Bernardo Ribeiro publicada no RECORD, 18 de Julho de 2010:
“... E o espanhol começa a necessitar de um bom jogo. Viu-se no fim o desalento com que abandonou o relvado e logo a seguir a preocupação dos responsáveis em confortá-lo. O guarda-redes que os encarnados foram buscar a Madrid por uma fortuna ainda não dá pontos e neste momento é um problema...”. Idem.

Vantagem do Benfica treme com Roberto, título online no Correio da Manhã 18 de Julho de 2010 21:02h
Ao intervalo do Guimarães – Benfica (faço notar que o jogo estava 1-2 na altura, 3-5 no final com vitória no torneio)
Roberto e o pecado das saídas, título da opinião/peça de Marco Gonçalves publicada em O JOGO, 20 de Julho 2010:
“Em cinco jogos, Roberto já sofreu nove golos, tendo tido responsabilidades directas em cinco, dos quais quatro devido a saídas fora do tempo, más decisões fora dos postes. E é por essa razão que ainda não convenceu os adeptos benfiquistas.
Agora tem de jogar mais adiantado no terreno e de recalcular o seu posicionamento, algo que já lhe valeu erros clamorosos, como aconteceu no encontro de preparação com o Sion”. Idem.
(CONTINUA)