quinta-feira, 30 de maio de 2013

A Capela dos cretinos e dos otários



Portugal, 30 de Maio de 2013



Uma das coisas que me faz confusão, tantos dias depois da final da Taça, é não perceber porque razão fomos literalmente “bombardeados” pela comunicação social amestrada, com supostos erros de arbitragem do João Capela no jogo Benfica-SCP, e perante ao efectivos erros de Jorge Sousa, com influência directa e indirecta no resultado da final da Taça, essa mesma comunicação social amestrada, “bombardeia” o treinador do Benfica sem mostrar uma imagem, sem fazer um comentário ou uma simples reflexão sobre os vários erros de arbitragem, todos para o mesmo lado, citando Bruno de Carvalho.


Haverá também um manual de bem “informar” e intoxicar a opinião pública? Os factos indicam que sim. Vejamos.

No Benfica-SCP, o Benfica ganhou e não se seria muito inteligente por em causa as opções do treinador. Essa mensagem não passaria. Mas poderia beliscar-se a justeza e mérito da vitória, procurando atingir a moral dos adeptos do Benfica e galvanizar a moral dos adeptos rivais. Como? Encenando um roubo, criando uma ficção de escândalo que explicasse a derrotada por meios ínvios: os da arbitragem!


Assim fomos confrontados com algo de espantoso, que foi repetir e ampliar imagens e perspectivas que o árbitro em campo não tem, de forma a tornar de leitura simples – pelo abuso da repetição – o que de facto não foi, não é, nem pode ser simples. Em bom rigor, e não foram precisas repetições, só podemos falar de 1 penalty por assinalar a favor do SCP, ao mn 86, de Maxi sobre Viola. O tal penalty, que ainda assim, é bom lembrar, foi assinalado a favor do Benfica contra o Braga na época de Quique Flores e esta mesma comunicação social disse que não era. Convém lembrar os mais esquecidos que Jesus era o treinador do Braga e nessa altura foi "roubado" (disseram os mesmos da Capela)...


Para o cenário do “roubo” ser “credível”, sonegaram todas as imagens de lances em que o Benfica podia reclamar outras decisões do árbitro, como seja a cotovelada de André Martins a Enzo Peres aos 3mn 55s, a entrada por trás de Bruma sobre Gaitán (minutos antes de Matic o ter pisado involuntariamente - cartão vermelho defenderam os pseudo analistas da Sporti-FCP TV).


A manipulação e falta de vergonha raiaram o escândalo. Cretinos...


Surpreendentemente, ou talvez não, na final da Taça a Sporti-FCP TV não teve o mesmo critério. Porque não houve lances mal decididos pelo árbitro? Não! Porque o Benfica perdeu e assim têm sempre a hipótese de abordar o jogo pelo prisma do treinador. E desta forma têm um outro esquema para atingir a moral dos adeptos do Benfica e de galvanizar a moral dos adeptos rivais. Como? Branqueando os erros do árbitro que, de forma directa ou indirecta, contribuíram para o resultado, ao mesmo tempo que bombardeiam o treinador com supostos erros de decisão. 


Claro que isto é só uma suposição, imaginemos um programa em que os três lances que na 1ª parte justificavam cartão amarelo aos jogadores do Guimarães, fossem passados 1, 2, 3, N vezes, acompanhados dos comentários dos tais analistas de arbitragem, que confrontados com o abuso das repetições teriam forçosamente de admitir que ficaram cartões por mostrar. Imaginemos que mostravam também os lances em que os 2 médios do Benfica, Matic e Enzo foram admoestados, justificando pelas imagens que os amarelos foram mal mostrados. Para terminar, imaginemos que passavam várias repetições do golo claramente em fora de jogo, repetindo-o tantas vezes como o alegado penalty de Garay sobre Wolfswinkel de modo a que as pessoas percebessem claramente que um dos dois golos que derrotou o Benfica, foi ilegal.


Acho que todos compreendem que, caso tivesse sido este o critério dos cretinos dos mídia, a questão do treinador e seus eventuais erros de decisão ficava sem conteúdo. E isso não era bom para o árbitro, ex-Super Dragão, nem para o “sistema” das nomeações, pois ficavam a saber que na próxima vez o esquema seria denunciado novamente. E lá se ia a vantagem deles...


Se pararmos um pouco para pensar, chegamos à conclusão que, por incrível que pareça, é esse o critério que eles têm quando FCP e SCP não ganham! Ou não é? Por exemplo, o caso do SCP que é mais evidente. Nos últimos 4 anos tiveram 6 ou 7 treinadores. Quer dizer, despediram e voltaram a contratar. Alguém sabe porque saíram? Isto é, se perdiam porque faziam mal as substituições, porque defendiam o resultado, porque alinhavam mal os jogadores? Não, ninguém sabe! Apenas sabemos que não atingiram os resultados e foram por isso, despedidos!


Ao longo dos anos, quantas vezes FCP e SCP viram os erros dos seus treinadores serem batidos e rebatidos nos programas de televisão, por comparação com os do Benfica? Ao longo dos anos quantas vezes vimos a comunicação social criar casos “Capelas” em torno dos erros grosseiros que dão vitórias e campeonatos ao FCP (mais do que SCP, que foi campeão em 2000 com 20 penaltys, todos “indiscutíveis”), como ainda agora com o escândalo de Paços de Ferreira, onde foi oferecido 1 penalty e 1 expulsão ao FCP, para marcar 1 golo, e tirado 1 penalty ao Paços para tentar marcar 1 golo?


NENHUMA! Ou deixamos de ser otários, ou não há capela que neste pobre país, consiga albergar tanto cretino e tanto otário do nosso “futebolês” ...

terça-feira, 28 de maio de 2013

(A)normalidades da Taça



Portugal, 28 de Maio de 2013



Passada a fase da cabeça quente após derrota na final da Taça que nos é preferida, passada a confusão que a comunicação social faz aproveitando o legitimo e normal desencanto dos adeptos do Benfica, é altura de pensar nisto mais friamente. 


Saem duas notas iniciais: 1) se o Benfica vencesse a Taça de Portugal, não faltaria quem repetisse, como no passado recente com a Taça da Liga, que este Benfica não se pode limitar a ganhar uma Taça de Portugal com o plantel que tem, e 2) recordo-vos um conjunto de ideias que deixei aqui publicadas em 3 de Abril, no texto intitulado “Três”: 

Três é o número de competições em que o futebol do Benfica está envolvido e como tal, é o número de competições que podemos ganhar. “Poder ganhar” não quer dizer que “vamos ganhar”. O entusiasmo tolda o raciocínio de boa parte dos adeptos do Benfica que nestas alturas dão como adquirido o que será sempre muito custoso de alcançar. Mas não são só os adeptos e a comunicação social a desconcentrar a equipa. Os dirigentes, por razões diferentes, também dão o seu contributo.

Noticia BOLA, 29/12/2011: Luís Nazaré, presidente da Mesa da Assembleia-geral do Benfica, diz que a equipa encarnada pode aspirar a um lugar na final da presente edição da Liga dos Campeões. (ainda não tínhamos jogado os oitavos de final com o Zénit).

O Benfica pode conquistar 3 provas, como pode não conquistar nenhuma (longe vá o agoiro), tudo depende de como se conseguirem manter competitivos os níveis de concentração individual, os níveis físicos e os níveis tácticos em face da esperada gestão física. Acresce que o entorno da equipa deve ser com base no apoio responsável de adeptos e dirigentes, jogo a jogo, sem fazerem muitas contas em função dos jogos seguintes. Essas contas não são para os adeptos, são para a equipa técnica.

Três, foi também o número de provas que o Bayern de Munique treinador pelo nosso conhecido Juup Heynckes (apenas mais um que falhou no Benfica e teve algum sucesso lá fora), podia ter ganho na época passada: Campeonato, Taça da Alemanha e Champions League. Com alguns se recordarão, perdeu as três provas, sendo que duas delas foram derrotas na final.

Deve ter sido doloroso e para podemos comparar basta imaginarmos com nos sentiremos caso não consigamos ganhar nenhuma das provas que ainda estamos em prova, das quais só numa podemos dizer que estamos quase garantidos na final (Taça de Portugal). Seria sem dúvida doloroso...


Postas as coisas assim, ou seja, não deixei de considerar a hipótese de perdermos as 3 provas, apesar do meu desejo em não ser assim, a realidade é que estamos tão doridos como seguramente os adeptos do Bayern estiveram no ano passado. Eles mantiveram o treinador, nós temos de fazer um esforço para pensar racionalmente no assunto e perceber porque perdemos.


A final da Taça contra o Guimarães foi o 4º jogo arbitrado por Jorge Sousa com esta equipa. Em jogos sempre recheados de erros técnicos e disciplinares, sempre para o mesmo lado (parafraseando o presidente do SCP), perdemos 3 vezes e ganhamos 1 (Trappatoni) com um livre directo marcado por Geovanni a quase 30 metros da baliza. Dos tais lances que os árbitros nunca dão como golo.


Não perceber como o árbitro pode arruinar ou condicionar a nossa equipa, é continuar a não perceber a estatística e porque os resultados se repetem. Assim, repetindo o critério que já tinha tido contra o Koeman, permitiu um critério disciplinar largo aos jogadores do Guimarães, e curto aos jogadores do Benfica. Ao intervalo o miolo do nosso meio campo estava condicionado, enquanto os jogadores do Guimarães, jogavam à vontade, sem medos.


O condicionamento dos nossos jogadores e a mensagem de “podem dar pancada à vontade” para os jogadores do Vitória, levou a que o nosso jogo perdesse alguma qualidade e o do Guimarães aguentasse os nossos argumentos. A substituição de Cardozo, isto é, a passagem de Gaitán para o miolo e Urreta para a ala esquerda, pretendia segurar o jogo a meio campo. TAL E QUAL FAZ O FCP QUE JOGA SEMPRE COM UM AVANÇADO! A única critica que faço é que devia ter saído o Lima, porque era previsível um adiantamento dos defesas centrais do Vitória. Lima não segura ninguém, porque a sua característica é mobilidade e a de Cardozo é o posicionamento. Mas os adeptos preferem o Lima e acho que isso pesou na decisão de Jesus.


Teve azar. Não pelo seu eventual erro, mas porque levou com um golo em fora de jogo. Fora de jogo bem superior ao de Cardozo frente ao Chelsea. Fora de jogo que o FCP NUNCA LEVA e não é por acaso. E como um azar não vem só, a equipa desorganizou-se e levou com um golo que, novo azar, o remate tabela em Luisão e ganha um caprichoso desvio para fugir do alcance de Artur.


O Benfica perdeu mais uma Taça por erros de arbitragem mas a lógica de jumento que domina o pensamento dos mais altos representantes do Benfica na comunicação social, optou por centrar a temática em Jesus, não percebendo que dessa forma, continuam a alimentar a historia que interessa ao “sistema”: a Liga Capela. Isto é, sabemos que houve uma arbitragem Capela, não sabemos que existiu uma arbitragem Hugo Miguel ou Jorge Sousa, como antes Carlos Xistra, Pedro Proença ou Soares Dias.


Nós precisamos de facto de uma outra “estrutura”...mental! Gente que perceba o futebol como ele de facto é jogado, com as regras do FCP, e não gente que vive no passado e defende o impossível. Se não voltamos à lógica do, muda e torna a mudar de treinador.


Outra curiosidade que sai fora deste âmbito da arbitragem. Nos últimos 20 anos estivemos 6 vezes na Final da Taça, se não me falha a memória. Ganhamos 3 (Boavista, SCP e FCP) e perdemos 3 (Boavista, Setúbal e Guimarães). Dá que pensar...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O ausente



Portugal, 27 de Maio de 2013

Esta época em branco é dedicada a todos aqueles sócios e adeptos do Benfica, pessoas ilustres da comunicação social, da política, da economia ou não ilustres, que andaram 3 anos a dizer que o Benfica não se pode limitar a ganhar Taças da Liga. A falta de humildade costuma-se pagar caro...

Mas o objectivo deste texto é estabelecer uma relação entre a falta de liderança do clube e os inêxitos do futebol como aliás de todas as modalidades colectivas em que competimos com o FCP.

Como alguns se recordam dos anteriores textos que escrevi, se pensavam que o “faz que é Presidente” do Benfica iria criticar o penalty do tropeção fora da área que deu expulsão e ajudou o FCP a ser campeão, pois teriam de esperar sentados porque ele não iria fazê-lo. Não tirei essa conclusão por detestar a personagem em questão desde os tempos que ao lado de Pinto da Costa celebrava os golos que o FCP marcava ao Benfica de Vale e Azevedo. Tirei a conclusão por mera observação de situações análogas que aconteceram no passado recente. E por estabelecer uma relação entre este “modus operandi” e o grupo empresarial que foi constituído com a marca Benfica.

De facto, durante uma semana vimos o Benfica ser vexado pela mentira e pelo Sr.º Pinto da Costa, e o “faz que é Presidente” nunca apareceu a contrariar as teses que PdC quer que passem, a seu favor e do sistema que ano após ano lhe dá os títulos: o complexo sistema de nomeações de árbitros, erros manipulados e direccionados em favor do clube dele, prémios de internacionalização para quem actua de acordo com o padrão exigido pelos poderes dominados por ele, silêncio da comunicação social aos erros grosseiros de arbitragem que favorecem o FCP, a gritaria manipulada da comunicação social com ampliações e repetições sem critério quando supostamente um árbitro fugiu ao “padrão” de actuação dos livros e o Benfica não perdeu pontos, quando eles esperavam que perdesse, etc, etc.

Assim durante uma semana ninguém soube do paradeiro do “faz que é Presidente” do Benfica, mas a amestrada comunicação social lá foi divulgando que o Presidente do Benfica estava a organizar mais um jantar com os deputados benfiquistas, e também que o Presidente do Benfica e o treinador querem uma equipa forte na próxima época para atacar a Champions com qualidade. Mais do mesmo: há que criar casos laterais para não falar das arbitragens. Para não se defender o Benfica dos ataques exteriores ao clube!

Viemos a saber no fim da semana que o “faz que é Presidente” do Benfica ia ver a final da Champions a Wembley (seguramente tudo pago pelo Benfica). E que no dia seguinte viajava para o Jamor. Brilhante. O homem está em todas. Ora é nos negócios no Brasil que o impedem de ver o fora de jogo de posição, com intervenção na jogada, que dá o golo do Estoril, ora é em Wembley a ver um jogo que eu vi pela televisão. Fantástico. 

E assim a mensagem de Pinto da Costa passou: este foi “um campeonato de seriedade”, o Benfica “é como os salários onde se vai tudo nos descontos”, “o Benfica está cada vez melhor para o FCP” e o “Guimarães merece a vitória na Taça”. O “faz que é Presidente” do Benfica deixou que isto passasse, como aliás tem feito de há 12 anos para cá (com pontuais excepções como “deixem jogar o Mantorras” e o escarcéu – com falta de nível - após o Benfica ser roubado por Benquerença contra o FCP, no ano de Trappatoni).

Com um árbitro que tem um curriculum negativo nos jogos entre Benfica e Guimarães, as afirmações de PdC deixaram-me de pé atrás, como se costuma dizer. De facto – e mais uma vez o Benfica nada disse da nomeação – este árbitro derrotou Koeman nos quartos de final da Taça, com o golo a ser construído com o braço e após ter perdoado a expulsão a Cléber durante a primeira parte (o Guimarães a seguir foi eliminado pelo Setúbal). Também derrotou Quique Flores com o golo do Guimarães a ser construído a partir de uma jogada de fora de jogo. Não derrotou Trappatoni porque depois de assinalar um penalty por “corrente de ar” sobre Romeu, Geovanni marcou 1 livre directo a 30 metros da baliza, nos descontos e ganhamos. Se não lá se tinham ido mais 2 pontos.

Já para não lembrar a miserável arbitragem da final da Taça da Liga em que ganhamos ao FCP 3-0 e os cartões foram para aos jogadores do Benfica, perdoando a expulsão a Raul Meireles por pisar Carlos Martins.

Como neste futebol tudo se repete com invariável rigor, ontem o 1º golo do Guimarães foi obtido em posição de fora de jogo, dos que o FCP nunca sofre (comparar também com golo invalidado a Cardozo frente ao Chelsea) e na 1ª parte, o critério de amarelar os jogadores do Benfica e não ter critério igual para os do Guimarães, permitiu que o Guimarães não se afundasse, ao mesmo tempo que restringiu os jogadores do Benfica que perceberam que não podiam arriscar tanto, pois o critério seria sempre diferente para eles.

No final, o crucificado voltou a ser o treinador, como antes dele foi o Koeman e o Quique Flores. Para o ano vem outro treinador, os árbitros apitam de igual forma e a culpa vai ser do mesmo. O que é preciso é manter Vieira na liderança do Benfica. O “faz que é Presidente” do Benfica mas que apenas é o representante dos interesses alheios que escravizam o Benfica, económica e desportivamente, por uma boa dezena de anos.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Jogar como nunca, roubados com sempre II



Portugal, 24 de Maio de 2013



Apesar das novidades desportivas se sucederem a um ritmo estonteante, e nas quais incluo mais uma desconcertante – mas estratégica - entrevista de Pinto da Costa à RTP, prefiro dedicar mais alguma reflexão ao campeonato do “penalty fora da área e de outras tropelias de arbitragem” que nunca beneficiam o Benfica. 


Um parêntesis para referir que não pedimos que beneficiem o Benfica. Apenas queremos que não beneficiem o clube crónico campeão. Que é o que se passa...


Voltando ao campeonato do Benfica, desde logo defendo que apesar de perdido, o campeonato não deixa de ser excepcional. Porque fizemos 85,6% de pontos ganhos. Pelos comentários do texto anterior percebo que esta minha opção não é pacífica, pois há muitos adeptos que preferem “títulos” independentemente dos pontos conquistados. Entendo que esta forma de pensar é pactuante com o “sistema”, uma vez que se o “sistema” não nos permite fazer os pontos que a nossa equipa pode fazer, e se temos uma equipa que apesar disso fez muitos mais do que outras que até foram campeãs, isso não nos deve impelir a fazer mudanças, mas sim a manter a equipa e esperar que no ano seguinte possamos repetir a boa percentagem de pontos. Fazer mudanças porque não fomos campeões, apenas pode significar que no próximo ano façamos ainda menos pontos. E com isso diminuímos as possibilidades de conquistar o título.


Recordo que Trappatoni foi campeão com 65% de pontos (menos 20% do que Jesus) e isso não podia servir para definir a estratégia futebolística do ano seguinte. Apesar da felicidade que o “título” representou, tudo aconteceu porque o FCP não aproveitou as ajudas que lhes deram, incluindo o golo invalidado ao Petit na Luz contra o FCP e os 3 penaltys tirados por Proença ao Benfica em Penafiel, onde perdemos 1-0.


Voltando aos números que irritam alguns que estacionaram no passado, dos meus registos de 1986/87 para diante, 27 épocas portanto, a pontuação do Benfica desta época, 85.6% é a 2ª maior apenas inferior aos 91% da época 91/92 que deram o título de campeão. Tivemos 1 derrota como nessa época, no que são os 2 melhores registos nestes 27 anos. 


Essa equipa dos 91% de pontos era treinada por Eriksson. No ano seguinte, (roubalheira a dobrar), apenas fez 68%! E continua a não se perceber porque razão é difícil ao Benfica ganhar um bicampeonato. É que Jesus depois de ser campeão, fez 70% e a roubalheira nas primeiras 4 jornadas marcou a época toda.


Nestas 27 épocas, vários presidentes e vários treinadores, apenas ultrapassamos a barreira dos 70% de pontos por 14 vezes, sendo 4 em 4 de Jesus. Ou seja, em 23 épocas, apenas por 10 vezes o tínhamos conseguido. Nestas 27 épocas o FCP apenas por 2 vezes não conseguiu chegar aos 70% de pontos. Elucidativo...


Por curiosidade, em 1987/88 quando fomos à final da Taça dos Campeões, apenas fizemos 67% de pontos. Também – é pá que coincidência – tínhamos sido campeões no ano anterior.


Isto permite-me falar dos que dizem que “nunca o investimento foi tão elevado e que Jesus tinha obrigação de ganhar mais”. Tretas. O investimento é relativo. Quando em 1997 o Benfica foi buscar o Paulo Nunes para o Manuel José, era apenas o jogador mais caro de sempre no futebol português! Quando o Benfica foi buscar em 2001, Simão ao Barcelona por 2,2 milhões de contos e metade do Mantorras ao Alverca por 1 milhão de contos, fora todos os outros como Zahovic, Pesaresi, Júlio César, Drulovic, etc, isso significou um brutal investimento que o consagrado Toni e depois Jesualdo, transformaram em 63% de pontos. Só gente distraída, burra ou mal intencionada, pode relacionar o investimento com os resultados.


Se quisermos continuar na senda das comparações, o Benfica apenas fez menos percentagem de pontos do que Bayern, Barcelona e Shacktar. Fizemos mais pontos do que campeões como o PSG, Juventus, ManUnit, Ajax, CSKA e até na Argentina com 14 jornadas, temos mais do que os 69% do Newell’s Boys!


Em campeonatos limpos, onde há regras de arbitragem iguais para todos, apesar dos erros que também acontecem, este Benfica ultrapassou alguns campeões, que também têm superioridade orçamental sobre muitas equipas dos seus campeonatos. Mas cujos treinadores, como Ancelotti, Ferguson, Ronald de Boer, Conte, etc, também se enganam, também perdem pontos! Mesmo assim foram campeões porque fizeram mais do que os outros!


Cá isso é impossível. Só com percentagens superiores a 90% poderemos estar “a salvo” dos erros das arbitragens, e como vimos apenas conseguimos isso por 1 vez em 27 épocas. Pelo que considerar tal hipótese na preparação da época seguinte é um embuste aos sócios e adeptos.


Resta pois a estratégia para a arbitragem, algo que condicionasse pela positiva, a porcaria que por lá existe há décadas. E aqui voltamos ao Sr.º Luís Ferreira Vieira. Alguém ouviu a reacção deste que se faz passar por Presidente do Benfica, a propósito de tantas e tantas arbitragens polémicas durante o campeonato, e até na última jornada? Não. Parece que, para branquear a vitória do Sr.º Pinto da Costa, está a encenar um jantar com deputados da Assembleia da República. Não é por acaso...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Jogar como nunca, roubados como sempre



Portugal, 23 de Maio de 2013



3 dias depois do final do campeonato confesso que ainda tenho as ideias um pouco confusas e não percebi bem o que se passou para perdermos um campeonato por 1 simples ponto. Se noutros anos a diferença pontual existente para o crónico vencedor, ainda me provocava alguma incerteza nas minhas convicções sobre o modelo que leva o FCP a ser sempre campeão, desta vez não tenho esse álibi e apenas fico a olhar para a tabela classificativa interrogando-me “como foi possível?”.


Antes que venham os adeptos estoicistas com o choradinho habitual que as culpas do mundo ser um lugar tão mau, serem todas da nossa exclusiva responsabilidade, lembro que esta equipa do Benfica fez mais pontos que o FCP de Hulk no ano passado (esta é para alguns que querendo criticar Jesus, afirmaram que o castigo de Hulk ajudou o Benfica a ser campeão em 2010), lembro que esta equipa do Benfica fez mais pontos do que a equipa campeã em 2010, lembro que esta equipa do Benfica fez mais pontos que o FCP de Mourinho, quando em simultâneo ganhou a Taça UEFA num ano, ou a Champions no ano seguinte.


Esta equipa é a equipa do Benfica com melhores resultados nos últimos 20 anos, é a equipa que conseguiu fazer 85,6% de pontos e mesmo assim não ganhou o campeonato.


Perante tão óbvia constatação restam duas hipóteses: 1) dar os parabéns aos vencedores porque foram efectivamente melhores e conseguiram com essa qualidade fazer mais 1 ponto, 2) concluir que pelo contrário, este campeonato perdido por 1 ponto prova à saciedade que há limites para o mérito, limites colocados pela manipulação dos erros de arbitragem, manipulação que influencia o mérito de uns e de outros, aumentando ou diminuindo-o conforme a cor da camisola.


Eu sou, desde há mais de 20 anos, apologista da opção 2. Desde que o clube da minha terra jogou contra o Rio Ave, na altura na 2ª divisão e no sábado anterior, tive uma conversa com o presidente de um clube vizinho (também na 2ª divisão e treinado por Freitas, ex-jogador do FCP), na qual ele me disse friamente “o árbitro vai ser o José Silvano e já perdestes”. Como não queria acreditar nas certezas desse presidente e amigo, fui ver o jogo. E vi como se faz...


O futebol nunca mais foi o mesmo para mim e com facilidade percebi como é que a máquina portista ganha os campeonatos enquanto em Lisboa se muda de jogadores, treinadores e presidentes. Com o passar dos anos fui adicionando peças ao puzzle, peças que me foram chegando de pessoas com credibilidade no meio. Até de sócios do FCP com conhecimento da matéria.


Tudo se resume a ter o controlo de todas as variáveis da arbitragem, que ao contrário dos tempos de Mourinho, é agora total. Antigamente o FCP controlava alguns árbitros, com prendas, meninas, empréstimos, etc. Contudo esses árbitros, eram penalizados quando erravam de forma evidente, sendo prejudicados nas nomeações dos jogos seguintes. Daí o FCP de Moutinho ter sido campeão com 84% e 80% de pontos “apenas”.


Hoje o FCP domina através do Dr.º Fernando Gomes, o presidente da Arbitragem Vítor Pereira (que já estava controlado pelo FCP devido a “pecados” cometidos nos anos 90) e as comissões de acompanhamento técnico, as tais que promovem reuniões de aperfeiçoamento regular com os árbitros. Portanto os árbitros que erram de forma escandalosa, a favor do FCP ou contra o Benfica, têm uma protecção “especial” que se resume a serem poupados à critica no jogo seguinte, mas entrando nas nomeações logo a seguir, nem que seja para jogos da 2ª Liga. Não ganham os 1100 euros da 1ª liga mas ganham 800 euros da 2ª Liga e ainda continuam nas boas graças deste “sistema”. 


Assim Bruno Paixão que arbitrou a única derrota do FCP em 3 anos de campeonatos “made” Fernando Gomes, não apita jogos de FCP e SCP e perdeu as insígnias de internacional. Este Hugo Miguel não tarda a ser novamente nomeado para um jogo de algum prestígio e continuará na fila para ser promovido a internacional!


Este domínio que hoje o FCP tem nas diversas variáveis da arbitragem e que não tinha há 10 anos, tem pois a ver também com a estratégia do Benfica para a Liga e para a FPF, que através do Sr.º Vieira apoiou “inequivocamente” a candidatura de Fernando Gomes. Ora perante a evidência dos factos das duas uma: 1) ou o Benfica admitia o erro desse apoio e passava a criticar o desempenho dos árbitros e os critérios de quem os avalia, 2) ou não admitia o erro e continuava a aceitar toda a espécie de tropelias praticadas pelos árbitros com prejuízos incalculáveis na auto estima dos benfiquistas e no prestigio do clube.


Alguém viu o Sr.º Vieira comentar a arbitragem do Paços – FCP, como vimos o Sr.º Pinto da Costa dizer que não queria que “este campeonato fosse conhecido como a Liga Capela” momentos depois de ganhar com 1 penalty fora da área? Não viram nem vão ver. O Sr.º Vieira faz parte desta engrenagem. É chocante, mas é a realidade! Voltarei ao tema ...

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Obrigado (parte II)



Portugal, 17 de Maio de 2013



Terminei o texto anterior referindo que as situações de remate à baliza do Benfica, são mais “limpas” para o adversário, do que as situações de remate à baliza do adversário por parte do Benfica, por erro do modelo e não por erro de posicionamento ou de desempenho dos jogadores! 


Devo também lembrar que apesar de ser o modelo esmagadoramente mais utilizado, o 4-4-2 deu lugar com Jesus a uma variação do modelo 4-2-3-1 que é utilizado contra equipas de dificuldade acrescida. Como o caso do Manchester United na época passada da Champions. Ou o caso do FCP recentemente. Foi também utilizado nos dois jogos com o Bayer Leverkusen.


Confesso que era o modelo que eu esperava que Jesus utilizasse na final. Mas fosse porque se ouviram algumas criticas ao desempenho do jogo com o FCP (e não podemos esquecer como a “estrutura” é importante na vida dos treinadores do Benfica), fosse por outra razão, o que é certo é que JJ utilizou o modelo ofensivo contra a equipa mais difícil da prova até à final. Um erro de avaliação, mas um erro muito à Benfica. 


De facto no Benfica não existe meio-termo. Se joga com 1 avançado, o treinador é rotulado de ter medo, se joga com 2 avançados, o treinador é acusado de ser demasiado atacante. Tal como com os jogadores. Os mesmos críticos que na época passada acusavam Emerson de ser pouco ofensivo, agora acusam Melgarejo e Maxi de serem demasiado ofensivos. Fhónix...


Claro que ainda temos uma terceira via, que é a via “José Augusto”. Para esta velha glória do Benfica, no rescaldo pós jogo na Benfica TV, o problema das oportunidades falhadas na 1ª parte esteve na utilização do Rodrigo em vez do Lima. Ora se José Augusto pensasse tão bem como utilizava os pés quando jogava, ter-se-ia lembrado que Lima jogou a titular contra o Estoril e não marcou qualquer golo. E teria sido justo ao sublinhar que essas oportunidades foram falhadas pelo Gaitán e pelo Sálvio, e não pelo Rodrigo.


Mas como já disse uma vez, há pessoas que foram abençoadas com bons pés, mas na inteligência infelizmente não...


O Benfica é refém da sua história de vitórias e de pouca reflexão na análise às derrotas nas provas europeias. É um facto que os adversários têm sido sempre do mais difícil que pode existir. Milan e Chelsea, com quem perdemos as duas últimas finais, eram campeões europeus em título. O Anderlecht desses tempos, era das melhores equipas europeias a seguir aos ditos “tubarões”. Nessa campanha aviou o FCP com 3-0 na Bélgica e derrota 3-2 no Porto, depois de estarem a vencer por 2-0 e terem a eliminatória controlada. O PSV tinha eliminado o super Real Madrid e pensávamos que íamos ser goleados. No final perdemos nos penaltys. Já agora, na época seguinte o PSV começou a defesa do seu título cilindrando o FCP por 5-0 na Holanda... O Milan também era campeão europeu com 4-0 sobre o Barcelona... Enfim...


E não venham com o argumento que o FCP também jogou com adversários difíceis, porque difíceis foram estes: Milan, Valência e Barcelona. Os 3 adversários das Supertaça Europeia, todas perdidas pelo FCP!


Voltando ao Benfica, acho que temos de pensar melhor a forma de jogar contra equipas de grandes orçamentos, grandes jogadores, dos que resolvem um jogo num lance, dos que têm treinadores muito experientes. E acho que esta problemática teria de ser liderada pela Direcção, em programas de opinião ou em simples comentários avulsos. A mensagem tem de passar para os adeptos verem o futebol com outros olhos. E aceitarem as exibições ditas, menos ofensivas.


O Chelsea dos 100/120 milhões jogou com David Luiz a trinco. E pôde. O Benfica dos 30/40 milhões meteu o Roderick no Porto (35/45 milhões) e Jesus foi acusado de não arriscar (quando de facto arriscou com a entrada de Aimar, perdeu!).


Remato com um agradecimento muito grande aos jogadores e equipa técnica pela excelente prova que nos deram, pelo orgulho que me fizeram sentir como benfiquista. Também pelo contributo que esta excelente prestação europeia deu para recolocar o Benfica como melhor equipa portuguesa no ranquing da IFHHS.


Parabéns também às centenas de adeptos que imunes à “doença do erro” estiveram no aeroporto a saudarem os nossos heróis. É nas derrotas que se constroem as grandes equipas. A forma acolhedora como os adeptos receberam os nossos bravos jogadores, seguramente terá recompensa um dia destes. E no futuro. Obrigado!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Obrigado (parte I)



Portugal, 16 de Maio de 2013

Ao contrário de algumas pessoas que se manifestaram nos blogues (e não só) contra a forma como perdemos a final da Liga Europa contra o Chelsea, eu não me queixo de nada. Fizemos um bom jogo do ponto de vista estético, à Benfica eu diria, dominamos largas partes do mesmo, fomos eficazes nos processos defensivos, cometendo talvez no máximo 4 erros (os dois golos, o remate para a grande defesa de Artur na 1ª parte e para a bola na trave na 2ª parte), fomos dominadores obrigando um adversário de grande qualidade a jogar quase como nós quisemos, mas no final acabamos por ser castigados de forma penosa e dura. Entre aquilo e perder nos penaltys, não sei qual é pior.

Como adulto vi o Benfica jogar 4 finais de provas europeias, Anderlecht, PSV, Milan e agora Chelsea. De todas as que vi, sem querer ser injusto com ninguém, esta foi a final onde estivemos mais próximos de ganhar. Talvez nos tenhamos aproximado desta exibição na 2ª mão do jogo com o Anderlecht, não fosse o golo de Lozano (depois contratado pelo Real Madrid) e aquilo que agora os inteligentes que falam sobre futebol chamam “as facilidades dadas no golo adversário”.

Não sei se repararam, mas nos 4 jogos anteriores das referidas finais europeias (a Taça UEFA era disputada a 2 mãos), apenas marcamos 1 golo (Shéu na Luz ao Anderlecht). Ontem marcamos 2 e mesmo que 1 não tenha valido, lembro que foi com um fora de jogo assim tão “pequenininho” que o FCP ganhou a ultima Liga Europa ao Braga. Azar também com os árbitros assistentes.

Se Jesus muito contribuiu para construir este plantel e qualidade de jogo da equipa, exponenciando ao máximo o seu valor, na realidade acho que o seu (nosso) problema é que está muito condicionado pela história do clube e pelas ideias dominantes sobre como deve ser o nosso futebol. A opção pelo 4-4-2 é disso reveladora. Exprimi isto antes do jogo pelo que tenho legitimidade moral para voltar a dizê-lo: não passa pela cabeça de ninguém que uma equipa com orçamento de 30/40 milhões jogue com 2 avançados contra uma equipa que tem um orçamento de 100/120 milhões e que por sua vez joga com... 1!

Quem tem a pachorra de me ler sabe que há meses (anos) que insiro frequentes criticas nos meus textos sobre o modelo 4-4-2. Porque é um modelo de pendor ofensivo e muito dado a sofrer lances de contra ataque. Não é pois novidade que o volte a criticar agora.

No modelo 4-4-2 temos mais um avançado e menos um médio, por muito vai-e-vem que os avançados possam fazer, a estrutura física e mental de um avançado é sempre ser... um avançado. Resulta pois que a distribuição das peças do xadrez é-nos desfavorável perante equipas que jogam em 4-2-3-1 e conseguem ter mais um médio nessa zona do campo, onde nasce o ataque e começa a defesa!

O 4-4-2, o seu natural pendor atacante e os jogadores de grande qualidade, resultam numa pressão alta que encosta o adversário na sua defesa, aumentando o número de unidades defensivas e dificultando as situações de remate. De facto ontem viu-se outra vez, tivemos mais remates mas de menor eficácia, porque os jogadores do Chelsea (os tais dos 100/120 milhões) estavam quase todos dentro da área! Ao invés, com menos remates, o Chelsea teve situações mais “limpas” para alvejar a nossa baliza. Porquê? Porque os nossos jogadores quando perdem a bola ou são desarmados, não podem recuperar no terreno com a mesma eficácia de quem tem a bola. Porque estes correm de frente para a baliza tendo melhor percepção onde podem colocar a bola, e os nossos jogadores não. 

As tais situações de remate à baliza do Benfica, são mais “limpas” para o adversário por erro do modelo e não por erro de posicionamento dos jogadores! (cont.)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Triplete



Portugal, 13 de Maio de 2013

Perder um jogo com um golo sofrido aos 92mn de 94mn dados pelo árbitro, um jogo que pode significar a derrota do labor, a luta, o querer, a ambição de toda uma época, enfim, não sei se é para rir ou se é para chorar. Tanto mais que a equipa vencedora chegou a esta fase da prova com inúmeras ajudas – habituais – de erros de arbitragem bem complementados com o labor de branqueamento da generalidade da comunicação social, com a SportiTV à cabeça e a falta de reacção da Direcção do Benfica.

Às vezes a vida não é justa dando a sensação que o crime compensa.

Obviamente que nestas alturas há sempre análises absolutamente infalíveis, do que devia ser feito para evitar que tudo isto tivesse acontecido, e que a derrota fosse sempre vitória. E sempre para nós. Invariavelmente, essas análises conduzem aos “últimos” responsáveis do processo, criando movimentos de pressão de opinião pública que, regra geral, conduzem ao seu despedimento ou subalternização. No ano passado foi o Emerson, há dois anos o Roberto. Despedimos mas continuamos a não ganhar a prova principal, apesar de, tal como nos anos anteriores fazermos um conjunto de bons resultados nas provas não organizadas pelas viciadas FPF ou Liga de (alguns) Clubes.

Não resolve os nossos problemas mas é seguramente um instrumento de análise válido considerar que o Benfica, no ano passado, com Emerson, Nolito e Bruno César, fez melhor na Champions que o FCP desta época, e que o Benfica com Melgarejo, Sálvio e Ola Jonh fez melhor na Liga Europa do que o FCP na época passada. E já agora, lembrar que o Benfica empatando com o Moreirense faz a pontuação que o FCP fez na época passada. Se ganhar, ultrapassa essa pontuação do tal FCP de Hulk, e com isso não está garantido o título de campeão.

Posto isto não perceber onde está o problema é um problema de inteligência, ou de falta dela. No Benfica de Vieira, do BES, da Olivedesportos, da PT e dos empresários, há défice de inteligência a gerir os aspectos laterais à equipa, como seja a pressão da comunicação social e a qualidade da arbitragem. Seja intencional, seja involuntário, essa falta de habilidade para lidar com isso é notória e irritante. Pela persistência.
Voltemos ao jogo. O famigerado golo surge com a linha defensiva da equipa muito próxima do meio campo, com os dois defesas laterais subidos no terreno e propícios a levarem com bolas nas suas costas. Porque tínhamos esse posicionamento quando, no cômputo geral, durante o jogo não cometemos esse tipo de erros?

Eu atribuo esse erro defensivo ao principio – ADN - que existe neste clube e é: “no Benfica joga-se sempre para ganhar”. Ninguém é imune a esta ideia, entranhada no presente com as vitórias do passado, nem o treinador, jogadores e demais elementos do corpo técnico, etc. Posto isto o que acontece é que Jesus não foge à regra e tendo a possibilidade de ser campeão não cuidou de manter a equipa com a mesma dinâmica de jogo. Vai daí, apostou em Aimar para o lugar de Ola Jonh aos 83 mn. Podia ter trocado jogador por jogador (Urreta ou Melgarezo), mas entendeu dar um toque de classe e de génio ao nosso meio campo, puxando Enzo Peres para a ala e deixando Aimar como “maestro”. Obviamente fez esta opção porque quis ganhar o jogo, já que Aimar caracteriza-se pelo futebol que tem com a bola nos pés e não quando a bola está com o adversário.

E quis ganhar o jogo, porque no Benfica joga-se sempre para ganhar. Considerar um empate na programação do jogo é visto como falta de coragem. Uma covardia até, como me disse um amigo destas lides quando Koeman apostou num modelo de contenção (embora em 4-4-2) para empatar em casa do Lille na Champions (uso este exemplo muitas vezes porque tudo isto é recorrente no Benfica).

Ou seja, a somar ao teorema “15 mn à Benfica” e “deve jogar sempre o onze de gala” (este é o teorema José Augusto, em sua homenagem) que tão maus resultados deram contra o Estoril por exemplo, temos mais um teorema: “no Benfica joga-se sempre para ganhar”. Não perceber que uma boa parte dos fracassos desportivos do Benfica dos últimos 30 anos assentam nestes 3 teoremas, só serve para mandar embora Emersons e Robertos, para virem outros tomar o seu lugar. Este ano será se calhar o Maxi ou outro qualquer. E para o ano idem.

Claro que se somarmos a estes erros de concepção benfiquista, os erros das arbitragens, temos a explicação para tão pouco lucro de tão grandes investimentos no futebol. É que este FCP devia ter chegado a este jogo com uns 4 a 6 pontos a menos, e nós seguramente com 2 ou 4 a mais. Por exemplo. E a gerir o próximo jogo da Final da Liga Europa...

Mas sabemos que não é assim. Pelo contrário os maus resultados resultantes dos teoremas à Benfica colocaram-nos (em conjunto com os árbitros) nesta situação, e agora está tudo mais difícil para o triplete.

São mais 3 jogos para acabar a época. 3 vitórias farão toda a diferença do mundo...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Pedro "Portuença" II



Portugal, 10 de Maio de 2013

A nomeação de Pedro “Portuença” para arbitrar o jogo que poderá ser do título para nós, da manutenção dos 2 pontos de avanço, ou da passagem do FCP para o 1º lugar, era uma nomeação prevista e que só pode surpreender quem continua a ver o futebol de forma autista.

Rui Santos e tantos outros analistas que fizeram a campanha contra a “Liga Capela”, deveriam – se fossem honestos – interrogar-se porque razão o presidente da Comissão de Arbitragem escolheu de um conjunto de árbitros disponíveis, aquele que apenas permite ganhar 44% dos jogos ao Benfica e mais de 95% de jogos ao FCP. É que, assim mais ou menos num exercício académico, poderia ter escolhido um que deixa ganhar 60% dos jogos ao Benfica e 70% ao FCP por exemplo (não sei os árbitros portugueses conseguem percentagens tão baixas ao FCP, mas é uma hipótese).

Alguém imagina o Bruno Paixão a arbitrar este jogo? Claro que não. Porquê? A maior parte dirá “porque é um mau árbitro”. Mas é mau porquê? Ah, porque dizem os jornais: “Eh pá, então você não vê futebol? O Paixão é um desastre...”

Mas que jornais dizem que Paixão é um desastre? Os mesmos que fizeram a campanha da Liga Capela por exemplo, como antes fizeram a campanha da Taça Lucílio, etc! Esses mesmos, os do “sistema”, com a SportiTV à cabeça a distribuir as imagens que interessa para a finalidade que querem!
Dou um exemplo. Paixão errou de forma grosseira no Estoril - Braga, perdoando 1 penalty com expulsão do guarda-redes do Estoril. Pois toda a gente percebeu que Paixão é assim, um mau árbitro. Apenas 8 dias depois, este “Portuença” tirou 1 penalty ao SCP, também por falta grosseira do guarda-redes, mas reflexos na comunicação social? Nenhum! Por ser o SCP? Não, como em se viu na Luz! Por ser o “Portuença”...

E assim o “Portuença” é o melhor árbitro português. Dizem eles. Os da SportiTV, da Liga Capela e da Taça Lucílio. E claro que os mesmos que colocaram nos jornais as fotos de adeptos do Benfica a rasgar uma bandeira do FCP no último jogo dos “bês”, serão os mesmos que não irão colocar a imagem de “Portuença” na Gala dos 100 anos da AF do Porto. Ou os beijos e abraços que trocou com os jogadores do FCP no FCP-SCP da última época, o jogo que deu o título ao FCP (olha só que coincidência). Estas fotos só passam nos blogues...

Claro que o José Augusto também concorda com a nomeação de “Portuença”. Mas de José Augusto e da sua teoria “devem jogar sempre os jogadores do onze base”, já muito falei e critiquei. Há pessoas que foram abençoadas com bons pés para jogar futebol, mas infelizmente não tiveram tanta sorte com a inteligência.

Resta falar do suposto Presidente do Benfica. Um actor de grande nível. Em 12 anos que leva de gestor e Presidente do Clube, recordo-me de ter falado apenas 3 vezes sobre arbitragens: quando patrocinou a campanha “deixem jogar o (meu?) Mantorras”, quando apareceu na conferência de imprensa do FCP após derrota com 2 penaltys tirados ao Benfica e um golo não validado, e na época passada quando quis fazer crer que estava sentido ao dizer “se Proença se sente condicionado, não apite mais jogos ao Benfica”.
Nestes mesmos 12 anos, foram bem mais as vezes que apareceu a repreender a equipa de futebol, exigindo-lhe que jogassem mais e melhor.

Ora isto não passa de um comportamento que apenas pretende enganar os sócios e adeptos do Benfica. Ele até dá a sensação que ficou chateado, mas onde devia mesmo mostrar que estava chateado era na FPF. Era fazendo o que fez o SCP e o FCP com o árbitro Bruno Paixão: contestação técnica!
Ainda hoje o Bruno Paixão não arbitra jogos do FCP e do SCP. Esta questão da contestação técnica é tão relevante que a única derrota do FCP para o campeonato nas últimas 3 épocas, foi arbitrada por Bruno Paixão em Barcelos!

O Benfica com muitas mais razões de queixa relativamente a Pedro “Portuença” nada faz no sitio certo, apenas encena para enganar quem ama e tudo dá ao clube. O cinismo e hipocrisia do actual do Benfica da “credibilidade” e do “sabemos para onde vamos”, é brutal. Um dia a história do Benfica será re-escrita e saber-se-á a verdade. Até lá, ficam as imagens de algumas arbitragens mais mediáticas (há outras, note-se) e que para o Sr.º Vieira não foram suficientes para lavrar um protesto técnico na defesa dos interesses do Benfica:

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Virados do avesso



Portugal, 8 de Maio de 2013

O empate frente ao Estoril, naquela que era uma das duas etapas para “roladores” que faltavam ao Benfica para ser campeão (como lhe chamei em texto anterior), significou um retrocesso de consequências imprevisíveis nos planos do título. Se a vitória nos dava a certeza que, na pior das hipóteses, poderíamos ser campeões frente ao Moreirense na última jornada, o empate trouxe-nos a certeza que o nosso rival directo tem uma chance de nos roubar o título de campeão. Seria apenas mais um dos que nos roubou nos últimos anos, enquanto entre benfiquistas se discute o perfil do treinador, as suas opções de gestão, os aspectos técnico - tácticos etc.

As razões deste inesperado tropeção prendem-se com o seguinte conjunto de razões:
1.     Antes do jogo o Benfica tinha apenas 4 pontos de avanço sobre o FCP, fruto de muito trabalho e qualidade da nossa parte, mas também fruto de 2 penaltys falhados por Jackson em jogos que o FCP empatou (Olhanense e Marítimo). Quem acompanha mais de perto o nosso campeonato sabe também que o FCP foi poupado a vários desaires e muitos pontos perdidos, por decisões dos árbitros sempre com a mesma bitola: na dúvida, favorecer os interesses do FCP. O jogo com o Setúbal foi apenas o último em que não foi assinalado 1 penalty contra o FCP na parte final do jogo (com 1-0) mas foi assinalado 1 penalty inexistente a favor do FCP (falhado). O Sr.º Vieira apoiou inequivocamente o seu amigo Fernando Gomes, o que só surpreendeu quem acredita na “história da carochinha” da “credibilidade” deste Benfica SAD. Os factos aí estão: dois treinadores medíocres bateram recordes de pontos no FCP. Villas-boas campeão com 93%, melhor registo de toda a história do FCP, e Vítor Pereira, campeão com 83% o 5º melhor registo de toda a história do FCP! Mourinho só por uma vez conseguiu ser superior a Vítor Pereira, veja-se bem ao ponto que isto chegou, com o aplauso e inércia – esperadas - de Vieira.

2.     O 2º jogo da eliminatória frente ao Fenerbahce que foi um jogo muito intenso do ponto de vista físico e do ponto de vista mental. 4 dias de recuperação é pouco tempo para um jogo que podia significar o título, ou seja, o prémio pelo bom desempenho dos últimos 28 jogos. A cabeça dos jogadores não “aterrou” e continuou no “ar”, quiçá pensando já nas comemorações e esquecendo a responsabilidade do jogo.

3.      Consequência do ponto anterior, a má opção da gestão física do plantel com base no pressuposto (que já antes critiquei no texto Agri-Doce de 19 de Abril) de que têm de jogar os considerados  jogadores do onze base. Esta é uma opção que eu não revejo em Jesus, pois quem avançou com André Gomes para o jogo em Leverkusen, não podia agora ter de medo de lançar esse ou outro jogador contra o Estoril, como já antes não o tinha feito contra o Paços, na 2ª mão da meia final da Taça.

4.      Dito isto, para mim há qualquer coisa que mudou em Jesus e que eu atribuo às pressões da “estrutura”. Diria mais. Este é o problema “José Augusto” que é uma das pessoas credenciadas que mais criticou na Benfica TV, de forma velada ou explícita, a opção de Jesus pela rotação de plantel. Após o 1º jogo com o Bordéus afirmou que o Benfica tem jogadores para jogarem sempre os melhores (no que foi corroborado por alguns espectadores que ligaram para lá). Chegou a defender a sua ideia com “no meu tempo jogavam sempre os mesmos e o campeonato também tinha 30 jogos, havia a Taça dos Campeões e a Taça de Portugal”. Ora eu não acredito que este tipo de ideias não passe de uns para outros na estrutura do clube, e depois chegue ao treinador. Ideias que parecem ter alguma lógica, mas que são desmentidas pela realidade dos outros clubes europeus que chegam longe nas provas europeias. Ora, o treinador pode resistir até certo ponto a este tipo de sugestões, mas depois com o tempo, o sucesso e a pressão, quebra-se qualquer resistência que houvesse a este respeito.

5.      Deste modo e em face do bom plantel do Benfica, plantel com 2 boas opções para a generalidade das posições em campo devido ao muito trabalho de JJ, deveriam ter sido dadas hipóteses a outros jogadores, como já deviam ter sido dadas na meia final da Taça. 3 ou 4 alterações eram suficientes, ficando os habituais titulares dessas posições no banco para entrada a qualquer instante do jogo. Os candidatos a descansar, pelo número de minutos já jogados seriam Lima, Enzo Peres, Sálvio e Garay.

6.      Mas aqui deparamos com outro problema. No Benfica há a teoria que têm de jogar os jogadores do “onze base” (teoria José Augusto) e (teoria 15 mn à Benfica) temos de marcar golos rápido para gerir o jogo. Ora a lesão de Enzo Peres e o empate comprometedor põem completamente em xeque, estas teorias que várias vezes ridicularizei como “tretas”.

Com estas “brincadeiras”, com esta falta de cultura desportiva e falta de respeito pela organização técnica da estrutura do futebol benfiquista, com estas teorias da treta de gente que jogou à bola mas não sabe pensar o futebol, teorias que condicionam as opções do treinador, estamos agora na contingência de fazer um mau resultado no “curral da Galinha”. Se isso acontecer (cruzes, credo, canhoto), não terá apenas consequência no campeonato, terá seguramente consequências no jogo seguinte, na final da Liga Europa.

Andamos 23 anos para chegar a outra final europeia, e graças a uns líricos que estorvam mais do que ajudam, e graças a uma Direcção que não trabalha estes aspectos com o treinador e equipa técnica, estamos na antecâmara de ter deitado tudo a perder, com um conjunto de más opções técnicas, tácticas e físicas, que eram de previsão fácil. As conquistas fazem-se nos pormenores e isso é coisa que no Benfica da “credibilidade” e do “sabemos para onde vamos”, 12 anos e muitos milhões depois, não existe.

Espero que o Benfica não perca no campo do FCP, não só porque somos de longe a melhor equipa a jogar a bola, mas também para não ter de ouvir o Sr.º Vieira dizer que ainda estamos a pagar a factura dos tempos da Direcção do Dr.º Vale e Azevedo.