terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Primeiros na primeira volta

Portugal, 24de Janeiro de 2012

Excesso de trabalho tem-me impedido de registar alguns pontos de vista sobre a carreira futebolística do nosso Benfica. Contudo sempre se arranja um tempo, mesmo que seja para falar de um tema já algo ultrapassado: a liderança do Benfica ao cabo da 1ª volta.

O interesse que tem analisar o comportamento da equipa ao fim da 1ª volta, resulta do facto de termos jogado contra todas as equipas, o que do ponto de vista matemático permite algumas leituras e conclusões. Admite-se alguma linearidade nesta matéria pois dando de desconto a ordem dos jogos, que não favorece ninguém já que os nossos adversários também têm esse factor, podemos concluir que, grosso modo, se perdemos 6 pontos na 1ª volta é crível que a 2ª volta também resulte em perda semelhante. Dará ainda assim para ser campeão?

Este Benfica tem um dos melhores desempenhos dos últimos anos. Mérito do tantas vezes criticado Jorge Jesus, muito mais do que de Filipe Vieira como certos adeptos ilustres querem fazer crer, numa lógica de seguidismo, tipo culto do “querido líder”. Esqueceram-se que Vieira, como Presidente, já teve 7 treinadores, a todos deu os jogadores que podiam ser contratados, e os resultados ficaram bem aquém dos obtidos por Jorge Jesus.

Jorge Jesus conseguiu então após 18 anos, ser líder ao fim da 1ª volta. Se considerarmos a 1ª volta sem derrotas, teremos de recuar mais uns bons anos. Talvez 26 ou 27! Se somarmos a este pequeno recorde, as 18 vitórias consecutivas da época passada, os 17 anos interrompidos para chegarmos a uma meia-final de prova europeia, mais os 84% de pontos conquistados no título de há 2 anos, enfim, como benfiquista só lhe posso dizer obrigado: custa dinheiro, mas vêm-se resultados.

Conseguimos fazer 86,7% de pontos neste campeonato, contra todo o tipo de campanhas desestabilizadoras perpetradas pela comunicação social, e que condicionam o pensar de tantos adeptos: 1) tivemos a fase da equipa estar mal fisicamente, quando marcávamos cedo mas não goleávamos (Guimarães, Olhanense, Basileia), 2) temos agora a fase que a equipa só marca nos últimos 20 mn (Gil Vicente), 3) tivemos a fase “deixem jogar o Capdevilla”, 4) tivemos a fase “está a queimar o Nolito”, 5) tivemos a fase “Rodrigo e Nelson Oliveira vão sentar o Cardozo”, 6) tivemos a fase das “invenções” (em jogos que fez apenas gestão do plantel, por opção ou por necessidade – castigos e lesões). Etc, etc. Treinador do Benfica que não ganhe os jogos todos, não serve ...

Apesar disso e enquanto essa mesma comunicação social se “babava” com as N vitórias consecutivas do SCP, regra geral contra 10 e com 1 penalty a favor pelo meio, o Benfica lá ía (contra 11, sem penaltys e com golos mal invalidados – Olhanense e Paços de Ferreira). Com ou sem nota artística! Até chegar aqui, em 1º lugar, com muito trabalho, muito planeamento, muita coragem, muita calma, muita qualidade espremida de cada um dos talentos.

As conclusões lineares são contudo perigosas, porque não há qualquer relação cientifica sobre o rendimento da 1ª e da 2ª volta (recordo o caso do Sporting de Espinho, talvez em 1996/97, que fizeram uma 1ª volta de Taça UEFA e depois acabaram por descer de divisão) e também porque temos um rival que é melhor e mais perigoso que os outros, porque nunca é vitima de erros de arbitragem graves e bárbaros como nós. Ainda agora com o Gil, com 1-1 o árbitro assinalou livre indirecto dentro da área contra nós, num lance unanimemente considerado pelo Tribunal de O JOGO, como casual (o “benfiquista” de ABOLA pelo contrário, condescendeu e branqueou a decisão do árbitro). E se o Gil fizesse 1-2?

A tarefa que se avizinha é pois dura e difícil. Será necessário continuar como até aqui, pondo o resultado à frente da exibição, porque o que conta são os 3 pontos (embora para certos benfiquistas de “barriga cheia”, por vezes isso não chegue). Acreditar nos profissionais que já obtiveram tantas e tão boas marcas, como estas e todas as que foram obtidas nas últimas 2 épocas e meia. Cerrar fileiras em torno da equipa, encher o estádio, apoiar os nossos e assobiar os adversários. O Benfica vai precisar desse Inferno da Luz para reconquistar um título que merece e que já podia estar mais bem encaminhado se o FCP tivesse obtido os resultados condizentes com o seu futebol e não com as decisões dos árbitros: Guimarães, Gil Vicente e Feirense entre outros.

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