Portugal, 28
de Novembro de 2012
Vive o SCP tempos
em que não sabem se têm jogadores para o modelo de jogo que os adeptos
preferem, se têm modelo de jogo para os jogadores que têm, se têm dirigentes
que sabem o que andam a fazer, se a teoria do jogador - matraquilho funciona
melhor ou pior, enfim, um SCP numa das
piores fases, se não a pior, da sua centenária existência.
Comecemos pelo
início: a era de Paulo Bento.
Durante os 4 anos
em que Paulo Bento treinou o SCP, após despedimento de José Peseiro, o SCP viveu momentos de enorme confiança,
exaltação clubística e crença no futuro. Não ganharam campeonatos, mas
ganharam 2 Taças de Portugal e 2 Supertaças (ambas ao FCP). E por uma única vez
em 4 tentativas na Champions. conseguiram a “proeza” de passar a fase de
grupos, para serem goleados com 12-1, no conjunto das duas mãos, pelo Bayern de
Munique.
Bons tempos esses. Como se percebe, a sua felicidade não era
motivada pela qualidade do futebol praticado, não era motivada pelas vitórias
no campeonato (embora as vitórias na Taça e Supertaça sejam motivantes), não
era motivada pelas razoáveis participações na Champions. Nada disso. Percebe-se agora que eram motivadas pelo facto
de ficarem à frente do Benfica no campeonato!
Com efeito o SCP
de Paulo Bento ficou à frente do Benfica de Koeman, de Fernando Santos, de
Fernando Santos, Camacho e Chalana, e ainda de Quique Flores.
O azar do SCP começou quando o Benfica
contratou Jorge Jesus e
fruto de boas exibições, que já se anteviam na pré temporada, esse Benfica começou
bem cedo a ganhar, jogar bem e a não falhar, pelo que rapidamente deixou o SCP
para trás. Com consistência. Jornada a jornada, ficavam mais para trás...
Resultado: Paulo
Bento que tinha motivado tantos momentos de felicidade nos 4 anos anteriores,
foi despedido. De repente a conversa
sportinguista mudou, e os objectivos passaram a ser os campeonatos e não as
Taças, a qualidade do jogo jogado e não o futebol aborrecido que a equipa do
SCP apresentava.
Entendem-se estas objecções: eram apenas um
reflexo, da sombra que o Benfica lhes provocava.
Ora o que é que acontece quando não se sabe
avaliar correctamente a qualidade do desempenho de uma equipa? Acontece precisamente
o que está a acontecer à equipa e ao SCP nestes últimos 3 anos e picos!
Nada acontece por
acaso. Avaliando mal o desempenho futebolístico tomam-se más decisões, como
contratar novos treinadores que atinjam o que não é tangível, despedir
jogadores e contratar novos jogadores porque os anteriores também falharam, e sem perceber que tudo vai continuar a
falhar porque o que está errado é a forma de ver ou analisar o futebol, e
não o desempenho dos jogadores.
Seria necessário mudar o “chip” e não os jogadores, os treinadores e até os
presidentes como já aconteceu. Seria necessário perceber que aquele SCP de
Paulo Bento não poderia jogar de outra forma, com os jogadores que constituíam
o plantel. Seria necessário aceitar com desportivismo, a qualidade de um
adversário como o Benfica, porque no futebol é mesmo assim: um ano está-se
muito bem, no ano a seguir pode ser tudo diferente. Temos de estar preparados
para tudo. E seria necessário aceitar que a vez de ficar atrás, tinha tocado ao
SCP, que deveria procurar melhorar sem
por em causa o que tinha conseguido nesses 4 anos de Paulo Bento (como
poderia ser com outro qualquer, entenda-se).
Ora em vez disso, o SCP optou por uma série de
decisões de ruptura, mudando de treinador e por tabela, de modelo de jogo,
concluindo que afinal os jogadores não serviam, sem perceber que afinal o
problema não era do treinador anterior. E assim passaram pelo SCP treinadores como
Carvalhal, Couceiro, Paulo Sérgio, Domingos, Sá Pinto, Oceano e Vercauteren.
O interesse dos problemas do SCP num blogue
de benfiquistas é simples:
de tempos a tempos, surgem correntes de opinião (nos blogues, nos comentários
on-line, nos artigos de opinião escritos e falados) que nos conduziriam a uma
situação semelhante à que o SCP atravessa. Não
perceber as razões que levaram os sportinguistas a cair neste poço sem fundo
(?), é não perceber que também poderemos cair no mesmo poço se pensarmos o
futebol da mesma maneira: sem cultura desportiva e sem fair-play.
Concordo.
ResponderEliminarPara cairmos sem cultura desportiva e sem "fair play"... só sobre o meu cadáver!
Por outro lado os andrades não têm "fair play", como já todos sabemos há muito tempo. Vão levar mais tempo a cair, mas cairão.
Ainda hoje saiu o resultado do seu 1º trimestre e cantaram todos contentes que tinham tido um resultado positivo de 12M€! Esquecem-se que venderam jogadores no valor de cerca de 50M€. E só tiveram 12M€ de resultados positivos? Então quais foram os custos? Catastróficos! Só pode! Ou então os custos associados com essas vendas terão sido monstruosos!
Fazem-me rir!
Meu caro, não podemos dizer que uma determinada situação só acontecerá por cima do nosso cadáver. Porque as situações acontecem porque a maioria quer, e a maioria deve ser respeitada. Mesmo quando decide mal.
ResponderEliminarNo Benfica é frequente existir uma cultura estranhamente elitista, em que uns quantos se arrogam a decidir por milhões de outros. Vilarinho um dia disse "o Benfica sou eu e mais 20" e por aqui se percebe muito do que o Benfica tem sido nestes últimos anos.
Um meu conhecido dizia também, que só iam destruir o estádio da Luz por cima do cadáver dele. Exactamente as mesmas palavras. Mas quando foi necessário avançar para Tribunal para tentar deter esse projecto, eu fui, ele não.
A nossa cultura desportiva é a que a Direcção em dada época, pratica. E é essa que tem de ser exemplar, porque de facto é exemplo para os sócios e adeptos. Ora sócios e adeptos bem formados, seguramente pensarão melhor e decidirão melhor.
Quanto ao FCP, eles podem estar animados com estes 12 milhões de euros de lucro ao fim do 1º trimestre, mas diz-me a experiência de outros anos, que este é um valor baixo para inverter o prejuízo no final do ano contabilístico. Ou seja, em 30 Junho de 2013. Se fizeram uma época na Champions, idêntica à que o Benfica fez na época passada, é possível que fiquem no limiar do lucro ou do prejuízo.
Vamos ver. De facto quem vendeu quase 60 milhões como os "midia" controlados pelo Joaquim gostam de referir, ter 12 milhões de lucro ao fim de 1 trimestre, parece-me muito pouco ...