Portugal, 18
de Março de 2013
O Benfica eliminou
o Bordéus com mais uma vitória, passando assim a ser a única equipa com 4
vitórias na Liga Europa (totalidade dos jogos disputados), desde os dezasseis
avos de final. Este é um facto que não ajuda muito, porque passamos a ser
favoritos à conquista da Taça. E ser
favorito no Benfica tem sido contraproducente ao longo dos anos. Os adeptos
tomam o expectável como certo, pressionam condicionando os jogadores, e depois
cobram por falharmos, como falhamos, quase sempre à beira do fim.
A eliminação do
Bordéus para mim nunca foi uma dúvida, seja porque acredito no potencial do
futebol do Benfica de Jesus, seja porque a história nos tem colocado várias
situações iguais, com vitórias por 1-0 na 1ª mão em exibições fracas, e contra
o pessimismo instalado, a seguir vamos lá e ganhamos. Aconteceu tantas vezes que me surpreende a falta de memória dos tipos
que pagam bilhete para ir ao estádio assobiar a equipa na parte final do jogo.
Assim de cabeça
lembro-me de um mau jogo para a antiga Taça dos Campeões frente ao campeão
russo (época 90/91? Treinador Eriksson) e outro mau jogo contra o Lokomotiv de
Moscovo (época 96/97, treinador Autuori). A seguir formos lá ganhar 3-0 num
caso, e 3-2 no outro.
A eliminação do
Bordéus foi alicerçada no que eu já esperava. Alteração de sistema de jogo para
o 4-2-3-1 que controla mais a bola no meio campo (igual ao que os franceses
tinham feito na Luz) e eficácia elevada pela clareza de oportunidades. Coisa
que não existe no 4-4-2 em que as oportunidades conseguidas estão associadas a
enorme densidade de jogadores na área adversária, havendo sempre algo que
atrapalha. O resto do meu “feeling” para a vitória, é a qualidade da equipa do
Benfica, produzida por este treinador
que causa tanta micose em certos intelectuais que não gostam de mascar pastilha
elástica.
Entretanto vamos
jogar com o Newcastle (já agora, 4ª
presença consecutiva do Benfica nos quartos de final de uma prova europeia – e
viva a pastilha elástica) e do meu ponto de vista, é um adversário que
iremos ultrapassar. O futebol inglês é caracterizado por futebol directo, o
nosso é mais rendilhado e do confronto dos dois estilos, vai sair a ganhar quem sabe marcar o ritmo do jogo, quem sabe acelerar
o jogo quando o adversário está dominado tacticamente, quem tem mais
experiência nestas fases avançadas da prova, quem tem jogadores tecnicamente
mais dotados. Ou seja: o Benfica.
Contudo não
devemos descurar a boa carreira que o Newcastle fez até agora, só com uma
derrota no campo da tal equipa que não jogava nada, o Bordéus. A quem também
ganhou por 3-0 na 1ª volta. O Newcastle chegou até esta fase com 2 golos
marcados e zero sofridos. 1-0 em casa do Metallist, 1-0 em casa ao Anzhi.
Empates 0-0 em casa com o Metallist e fora com o Anzhi. Estes foram dois bons
adversários que se classificaram em 1º e 2º lugar respectivamente na fase de
grupos. De notar que o Metallist ficou à frente do Bayer Leverkusen, e o Anzhi
atrás do Liverpool.
Tendo obtido
resultados de qualidade e acrescendo a confiança natural de quem galga etapas,
o Newcastle pode tornar-se um adversário difícil se nós perdermos a concentração e objectividade que tem caracterizado o
futebol europeu do Benfica desta época.
Entretanto, e
porque hoje em dia com futebol de 3 em 3 dias há sempre coisas para comentar,
eis que o Jackson Martinez, o tal
avançado que meio mundo anda atrás, decidiu falhar novo penalty (o 3º da
época, 2º com implicação no resultado) e com isso, somado ao bom desempenho do
Benfica em Guimarães, eis que a difícil
jornada do Benfica se transformou num bom impulso para o que resta de
campeonato. Surpresa? Sim, alguma. Com Capela (sócio do FCP) não pensei que o
FCP perdesse pontos no Funchal.
Mas perderam,
enquanto o Benfica ultrapassou com distinção o difícil obstáculo chamado
Guimarães, orientado pelo treinador que alguns falam, por aqui e por ali, que
gostariam de ver treinar o Benfica (os do SCP diziam o mesmo do Paulo Sérgio). Em
boa altura o campeonato deu um salto para o nosso lado.
Se acredito no
titulo? Sim, e não é só num título. Em homenagem ao nosso treinador, o
responsável maior (não único) destes 4 anos de sucessos, é caso para dizer: partanto eu acardito!
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