segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Venham mais quatro...



Portugal 29 de Setembro de 2014

Foi um excelente fim-de-semana futebolístico, com a concretização da melhor conjugação de resultados (na minha opinião) para o Benfica: empate no clássico entre SCP e FCP, vitória (difícil) do Benfica na Amoreira. E assim devagar, devagarinho, ou se quiserem, sem “saber ler nem escrever”, o Benfica tem 4 pontos de avanço sobre o FCP e 6 pontos de avanço sobre o SCP.
Vamos por partes.
Muito se tem debatido e perorado nestes últimos anos, sobre a “nota artística” que o futebol do Benfica deve exibir, em qualquer lugar, em qualquer competição. A saída de Rui Costa e as incertezas que a sua substituição levantou, a contratação de Aimar para, nas palavras de Rui Costa, ser o seu “herdeiro”, a própria filosofia de jogo implementada por Jesus, quer da pressão alta, quer da nota artística, as diversas correntes “filosóficas” que em jornais e blogues de benfiquistas concluíam que o sistema de jogo que Jesus tinha implementado no Benfica “rebentava” fisicamente com os jogadores pelo vaivém constate que os obrigava, até ao empalidecer da estrela de Aimar e Saviola, às novas contratações e à actual equipa que à margem dos negócios próprios do futebol, perdeu dois jogadores fundamentais por questões que o Sr.º Vieira não consegue explicar: Garay e Cardozo.
É curioso que agora, sem nota artística e com baixas importantes na manobra da equipa, por opção da Direcção, este Benfica consiga estar à 6ª jornada, com a maior vantagem na era Jorge Jesus sobre, em particular o FCP que já contabiliza 3 empates. Tantos como Villas-Boas nos 30 jogos da única época que esteve à frente do FCP, embora também não possamos esquecer a ajuda escandalosa de uns quantos árbitros na fase inicial da prova.
Como sempre defendi a nota artística não pode ser um objectivo de jogo, a pressão alta não pode ser uma estratégia de jogo, os jogos devem-se ganhar com coesão defensiva à custa do trabalho do meio campo, e com saídas rápidas para o ataque, à custa de roubos de bola ou melhores posicionamentos que permitam a intercepção das jogadas adversárias.
Não foi desta maneira que se ganhou ao Estoril, é certo, onde pela 4ª vez em 5 vitórias, o 1º golo surgiu por iniciativa individual, embora desta vez marcado por um avançado. Para mim o 1º golo é um dado importante porque a partir daqui o adversário reajusta-se de forma mais proactiva no ataque, e com isso sobe no terreno criando mais espaços na retaguarda, espaços que a melhor equipa tem de saber aproveitar: porque é melhor, tem jogadores mais talentosos!
Nesta jornada, o Benfica conseguiu o mais difícil, colocando-se a ganhar por 2-0 aos 10 mn de jogo, mas depois desperdiçou esse avanço, coisa que só me lembro num jogo da Taça em Alvalade na época dos 3 treinadores (Fernando Santos, Camacho e Chalana), 2007/2008. Ou seja, se a memória não me falha, há 7 anos que o Benfica não permitia um empate a 2, tendo 2 golos de vantagem.
É isto preocupante? Se tivesse a certeza que só daqui a 7 anos isto voltava a acontecer, não havia motivos para alarme. Mas não é assim, e temos de tentar perceber porque cargas de água, na Amoreira não conseguimos estabilizar um modelo de jogo semelhante ao de Setúbal, onde fomos exímios no contra ataque. Desta vez pelo contrário acabamos por sofrer dois golos, que perante a diferença de potencial entre as duas equipas, e a vantagem de 2-0, é algo difícil de entender.
Contudo seguramente JJ tirará ilações sobre o que correu mal, para não cometermos mais erros destes no que resta de campeonato. É importante estar à frente dos nossos principais rivais, e pelos vistos os do FCP já sentiram o toque, uma vez que já começaram com a “choradeira” sobre supostos erros de arbitragem patrocinados pela Sporttv do amigo (do Sr.º Vieira) Sr.º Joaquim. Eles sentem que nada está perdido, até porque tiveram um calendário de jogos fora de casa mais difícil do que o nosso. Mas se os 4 pontos desestabilizarem a equipa e o treinador sub-21 que contrataram, é possível que com competência do nosso lado, essa vantagem aumente. E aí as coisas podem-se tornar complicadas, porque podemos “embalar”. Mas para que a competência exista, é preciso perceber o que correu mal na Amoreira.

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