Portugal 1
de Outubro de 2014
Há não muitos anos atrás, época
2007/2008, com Camacho no comando da equipa, o Benfica conseguiu apuramento “in
extremis” para a Liga Europa a partir da Champions, através de uma vitória
fora, na casa gelada de um Shakhtar Donetsk que tinha investido mais de 40
milhões de euros em contratações, como Brandão, etc., e tinha ambições na
Champions. Esse Shakhtar era treinado pelo mesmo Lucescu que ainda hoje é o
treinador da equipa.
Claro que se fosse no Benfica,
apareceriam – dentro e fora do Benfica - os inteligentes do costume pondo em
causa a continuidade do treinador, por causa de um fracasso na Champions, num
grupo que considerariam “acessível”. E de facto ao Shakhtar o empate bastava,
mas o Benfica de Cardozo (lá estou eu outra vez) e Di Maria, entre muitos
outros, conseguiu ganhar 2-1 apesar da neve.
Vem isto a propósito de relembrar
esse jogo em Nuremberga, que a comunicação social lisboeta antes do jogo
equiparava ao “julgamento de Nuremberga”, como
se fosse possível estabelecer qualquer comparação entre os sujeitos que na
altura foram julgados, e o Benfica. Mas como bem sabemos, o Benfica é
dirigido por gente que não se preocupa com estes “pormaiores”, apenas lhes
preocupa o que dizem deles, quando as referências não são positivas.
Ora nesse jogo, as coisas não
estavam a correr bem. Com 0-0 ao intervalo e 5 portugueses no onze, sofremos 2 golos no inicio da 2ª parte, um
deles numa distracção de Luis Filipe que bem podia ter sido avisado quer pelos
outros colegas da defesa quer pelo próprio Quim. A perder 2-0 e tendo ganho na
1ª mão por 1-0, a eliminatória estava perdida. Camacho meteu então Cardozo ao
mn 70, por troca com Maxi Pereira e Di Maria ao mn 80 por troca com Nuno Assis.
Também Camacho parecia não perceber bem quem tinha na equipa, uma vez que
Cardozo foi suplente de Makukula, e Di Maria foi suplente de Katsouranis.
E foram estes dois grandes
jogadores que resolveram a eliminatória, com dois golos nos últimos 3 minutos
de jogo, colocando o Benfica nos oitavos de final da Liga Europa.
Visão que a comunicação social
lisboeta teve no dia seguinte: o milagre
de Nuremberga! A vitória foi de tal modo mal digerida, quando seguramente,
os títulos já gozavam com a eliminação do Benfica, que foi comparada a um
milagre. Porque o Benfica só consegue estes resultados sensacionais, com
intervenção “divina” entenda-se...
Ora comparando com o FCP de ontem,
em Lviv, ou seja, o jogo foi em campo neutro apesar de se ter disputado na
Ucrânia, houve algo de semelhante a esse Benfica de Nuremberga, uma vez que o
FCP estava a perder 2-0 aos 85 mn e conseguiu, muito por culpa de 1 penalty
oferecido por um defesa, empatar o jogo com ajuda de um jogador que saltou do
banco: Jakcson.
Semelhanças do jogo com o do
Benfica? Mais que muitas! Critérios da
comunicação social? Muito diferentes.
Agora já temos o FCP que “nunca
desiste”, o Jakcson que “saltou do banco para resgatar 1 ponto”, um “incrível
empate”, etc. Intervenção divina? Milagre? Nada disso: tudo obra e graça do
trabalho, do empenho, da qualidade dos jogadores do FCP. Escrever o mesmo do Benfica parece ser proibido, ou ser uma regra que
tem de ser respeitada pelos jornalistas.
Obviamente que para a Direcção do Benfica isto é normal,
como normal é vermos a disparidade com que estes mesmos critérios, arranjam
penaltys em Portugal ao FCP e não arranjam ao Benfica, mesmo que os lances em
que o Benfica sai prejudicado sejam mais evidentes. Já para não falar do prejuízo
que esta forma de ver o futebol tem na auto estima de adeptos e jogadores do
Benfica, e na promoção da auto estima e confiança dos adeptos e jogadores do
FCP...
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