Portugal 24 de Fevereiro
de 2016
A polémica criada pela comunicação social a propósito da
arbitragem do jogo bem ganho pelo Benfica em Paços, impede-me de efectuar um
comentário à derrota/vitória com FCP/Zenit conforme havia prometido no texto
anterior. Gostaria de enquadrar ambos os resultados com a táctica do 4-4-2 que
tantos defendem, gostaria de falar do excesso de confiança dos adeptos e da
equipa no 1º jogo, da maior humildade do 2º jogo e de como isso pode estar relacionado
com o melhor desempenho dos jogadores e acerto táctico, apesar de com a mesma
disposição de jogadores em campo, num caso termos sido penalizados, e no outro
caso termos sido felizes.
Mas não tenho agenda
para isso porque em primeiro lugar agora está o caso da arbitragem de Paços mediatizado com as intenções “criminosas”
do costume.
O único lance que
foi polemizado, o penalty (6º da época) que deu o 2-1 ao Benfica, foi transformado pela comunicação social
(analistas de arbitragem, jornalistas ou enquadramento de fotos e títulos) em “erro
grosseiro” com implicações graves para a reputação do árbitro e sua
segurança física. Repito: a comunicação social, os jornalistas, criaram deliberadamente um caso onde não o
houve, com a intenção de “castigando” este árbitro na praça pública, servir
de exemplo a outros que irão apitar os próximos jogos, nomeadamente o derby SCP
– Benfica que poderá decidir muito nas contas do título. Execrável comportamento vindo da parte de quem exige condições de
segurança para exercer o seu trabalho, quando em ambiente adverso, ou de quem
contesta os condicionamentos que tem ao seu trabalho quando os clubes lhes limitam
um pouco os movimentos (em particular o FCP)...
Não houve qualquer
erro do árbitro, como bem assinalou o Observador (e que tanta confusão causou
ao RECORD, com direito a Capa na edição de hoje), porquanto a lei 12 das regras
da arbitragem, diz o seguinte: Um pontapé-livre direto será concedido à equipa adversária do
jogador que no entender do árbitro cometa, por negligência, por imprudência ou
com força excessiva, uma das sete infrações seguintes: (1) dar ou tentar dar um
pontapé num adversário, (2) passar ou tentar passar uma rasteira a um
adversário, (3) saltar sobre um adversário, (4) carregar um adversário, (5)
agredir ou tentar agredir um adversário, (6) empurrar um adversário ou (7) entrar
em tacle sobre um adversário.
Há mais 3 situações
em que independentemente da negligência, etc., pode ser assinalado livre
directo, mas para o caso em concreto a resposta está aqui bem evidente: a decisão de marcar a grande penalidade foi
acertada!
Ora a comunicação
social pegou em quase tudo que pôde, omitiu
dados relevantes (como a transcrição da lei 12), manipulou imagens fotográficas
(colocando fotos da frente de Jonas quando o árbitro estava no enfiamento das
costas de Jonas), noticiaram as declarações de Eurico Gomes que se manifestou
“enojado”, noticiaram os comentários da Newsletter do FCP (que foi beneficiado
de 1 penalty para salvar o jogo frente ao Moreirense), noticiaram tudo que foi comentado
nos programas dos trios por parte dos representantes rivais do Benfica, noticiaram
a deslocação dos SuperDragões ao restaurante do pai do árbitro, noticiaram o
teor do registo no livro de reclamações, e já hoje (4 dias após o jogo) o que
diz Pinto da Costa (FCP que foi beneficiado por 1 penalty sem ninguém conseguir
perguntar-lhe o que achou desse lance) e criaram assim uma situação inadmissível
contra uma pessoa inocente (e mesmo que não fosse...), considerando que não vivemos num protectorado do Estado Islâmico mas
sim num espaço europeu moderno e civilizado.
A reacção da Direcção
do Benfica é mais do mesmo: uma encenação! Vieira vem pedir para os deixarem a
falar do Benfica (quando eles estão a falar da arbitragem que “beneficia” o
Benfica) mas ao mesmo tempo permite que os representantes do Benfica nos
programas televisivos, dois deles funcionários ou dirigentes da SAD, falem dos
clubes adversários... Mais uma encenação de alguém que nunca quer afrontar a comunicação social, não vão eles devolver com
notícias incómodas do seu passado.
O que nunca iremos
ver referido por estes dias, já que a
estratégia do Benfica é fazer de conta que existe uma estratégia, que não
existe, aceitando este
condicionamento inadmissível para o derby, é que 1) o erro maior do árbitro
foi ter validado o contra ataque que deu o golo do Paços, e que foi precedido
de falta sobre André Almeida, sem que a mesma comunicação social “criminosa” tenha
dado relevância (há 15 dias em Belém, um
toque de Renato Sanches com o braço no pescoço de Sturgeon que se encontrava
nas suas costas, também foi mediatizado
e tornado caso nacional, quando o Benfica ganhava 2-0), 2) este árbitro
validou o 2-2 do Moreirense na Luz, aos 83 mn da 1ª volta, em claro fora de
jogo (valeu depois o golo da vitória de Jonas
aos 87 mn), 3) este árbitro assinalou penalty a favor do SCP que foi
convertido e deu vitória por 1-0 do SCP sobre o Estoril, estando o avançado que
sofreu a falta, em claro fora de jogo.
Já uma vez disse
que qualquer dia Vieira vende a águia do
emblema e põe lá um pardal, pois parece-me mais adequado ao símbolo dos
benfiquistas nos tempos que correm...
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