Portugal, 12 de Abril de 2011
Circula por aí um vídeo feito por um benfiquista chamado Guilherme Cabral e que foi intitulado ADN Benfica (se quiserem peçam-me para basta2002@gmail.com). É um vídeo bonito, bem construído, com uma boa mensagem e um bom conjunto de imagens. O resultado conjuga bem com o título que o autor lhe deu, ADN Benfica, e podemos dizer que é um vídeo que honra a tradição de paixão, crença, devoção e crença infinita do adepto anónimo benfiquista.
Mas será que existe um único ADN Benfica? Será que o ADN Benfica que Guilherme Cabral quis imortalizar, representa a totalidade do comportamento benfiquista?
Na passada sexta-feira foi para o ar mais um programa da Benfica TV, intitulado o Jornal do Benfica. Dois dos habituais membros do painel, José Diogo (escreve uma coluna no jornal do Benfica) e Dr.º Pedro Guerra, tiveram algumas intervenções que me puseram a pensar no ADN do Benfica. Em ambos os casos relacionados com o jogo que ganhamos ao PSV.
De José Diogo recordo que na sua opinião, o PSV esteve um pouco adormecido, que as coisas não lhe saíram bem, que teve um daqueles dias em que é melhor não sair de casa.
Do Dr.º Pedro Guerra recordo que na sua opinião o PSV é a equipa mais difícil das que estão em prova e que a par do Benfica e do FCP é a única que já ganhou um título de campeão europeu. E que por exemplo ganhou no terreno da Sampdória e do Metalist que há 2 anos tanto nos deu que fazer.
São, reconheço, excertos muito limitados do que terão sido as suas ideias desse jogo, mas foram o suficientemente irritantes e incompetentes para me manterem ligado à Benfica TV e por isso passei ao zaping para outras bandas.
O que o meu ADN benfiquista esperaria que fosse dito, é que os 60 mil espectadores que foram apoiar o Benfica estiveram ao nível dos melhores adeptos do mundo, considerando o balde de água fria que foi a derrota com o FCP. O que o meu ADN benfiquista esperaria, é que fosse realçado o grande jogo que o nosso Benfica conseguiu fazer em condições mentais e psicologicamente difíceis, talvez só possível porque estiveram lá 60 mil a apoiar. O que o meu ADN benfiquista esperaria que fosse dito é que marcamos 4 golos de belo efeito e tivemos outras tantas situações, fruto da excelente exibição conseguida. O que o meu ADN benfiquista esperaria que fosse sublinhado, é que o PSV não tinha derrotas fora de casa desde a fase de grupos, acumulando 4 vitórias e 1 empate. E que por esse motivo era de facto um adversário temível, e não porque ganhou a Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1988.
O meu ADN benfiquista esperava que o Benfica fosse elogiado pela excelência demonstrada, quer pela equipa quer pelo público. Fiquei com a sensação que afinal não jogamos assim tão bem, foi o PSV que esteve num dia não. E fiquei com a ideia que o PSV afinal era uma equipa forte não pelos resultados recentes mas porque ganhou uma Taça dos Campeões há 23 anos. E ganhou à Sampdória que curiosamente não passou a fase de grupos.
Mas o meu ADN continuou a ter surpresas destas na Benfica TV. No programa de ontem da “Máxima dos Mínimos”, o Dr.º Pragal Colaço revelou excertos do acórdão ou despacho da Comissão Disciplinar da Liga que puniu Jorge Jesus com 11 dias de suspensão. Ficamos a saber que o jogador Luís Alberto do Nacional insultou Jara com “viado” que é a versão brasileira do “paneleiro” em português vernáculo.
Este facto curiosamente não foi objecto de “fuga de informação” para a comunicação social, por parte da Liga de Clubes, a mesma que pelo contrário deixou fugir a informação de que Duarte Gomes teve nota 4 (excelente) no último jogo do SLB com o FCP. Fuga esta que permitiu ao FCP criar um caso mediático, aliás bem ensaiado e já esperado (vem aí o jogo da Taça, há que condicionar e “apimentar” o ambiente em torno da nomeação e do árbitro).
Ora perante a revelação do ponto-chave do episódio que levou à punição de Jorge Jesus, ao ver hoje o Benfica 14 horas fiquei siderado, para não dizer outra coisa começada com “f ”, por ter verificado que esse episódio não foi considerado com interesse para ser divulgado entre a nação benfiquista. Isto é: o Jara foi insultado, o Jorge Jesus em sua defesa atirou-se ao Luís Alberto e a nossa Benfica TV num programa de grande audiência, entendeu que o caso não tinha interesse mediático.
Assim se faz a defesa do Benfica. Há muitas formas de ADN benfiquista sem dúvida. Entre alguns participantes da Benfica TV circula uma versão muito próxima do ADN da trissomia 21 ...
Boa postadela. Serei cliente.
ResponderEliminarPor favor põe as letras mais gordas....
Obrigado amigo Anti-Tripa :) Tentarei, não sou lá grande especialista nestas coisas ...
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