sábado, 21 de julho de 2012

As voltas do Recurso


Portugal, 21 de Julho de 2012

Pela primeira vez em meses, o Benfica viu deferido um recurso que apresentou ao CJ da FPF visando revogar a decisão tomada na Liga de Clubes, pelo fim dos empréstimos de jogadores a clubes da mesma divisão. Julgo que este CJ da FPF que apreciou e deferiu as pretensões do Benfica, em tempo recorde, ainda não se pronunciou sobre o recurso do Benfica contra os 2 jogos de sanção aplicados a Aimar no jogo contra o Olhanense. Note-se que desta forma, Aimar não pôde jogar em Alvalade, o que teoricamente enfraqueceu a nossa equipa que precisava de ganhar para não descolar do FCP.

Na mesma reunião estavam agendados outros recursos, alguns mais antigos, como o recurso de Bruno Paixão contra a classificação que a Comissão de Arbitragem lhe atribuiu, depois de Vítor Pereira ter diminuído a nota que lhe havia sido atribuída no jogo entre Gil Vicente e SCP, clube do qual Vítor Pereira continua a ser sócio. Parece-me um caso mais fácil do que aquele que o Benfica recorreu.

Independentemente do que cada um possa pensar sobre a questão em si mesma (para que conste, sou contra os empréstimos de jogadores a clubes da mesma divisão), interessa perceber as voltas que o tema deu até chegar ao Recurso apresentado pelo Benfica.

Em 28 de Junho a Liga Profissional de Futebol Profissional aprovou o fim dos empréstimos para apresente época, contando nomeadamente com os votos a favor de Nacional e SCP, e com os votos contra de Benfica e FCP.

Pelas 00:18 de 7 de Julho, o jornalista Eugénio Queirós, adepto do FCP, escreveu um post no RECORD intitulado “CJ vai chumbar fim dos empréstimos”.

A 9 de Julho o Benfica interpôs Recurso contra essa decisão, antecipando-se a FCP, o principal prejudicado, a par do Benfica, dos efeitos dessa decisão.

A 19 de Julho, o CJ da FPF anuncia que deu provimento ao Recurso do Benfica. Em tempo recorde tinha sido contrariada uma decisão da Liga, que em teoria era desfavorável ao Benfica, e que estranhamente não mereceu da parte do FCP (o outro clube/SAD prejudicado) qualquer tipo de recurso. O que só se compreende porque eles depositavam muita “confiança” no Recurso do Benfica.

Como? Se calhar temos de perguntar ao Eugénio Queirós...

A propósito da temática dos empréstimos e tomando como base a época anterior, a Benfica/SAD foi quem teve mais jogadores emprestados: 30.

Nomes: Melgarejo, Carlos Martins, Jara, Oblak, Júlio César, Carole, Shaffer, Wass, Roderick, Sidnei, Enzo Pérez, Miguel Rosa, Urreta, David Simão, Coppetti, Léo Kanu, Fábio Faria, Airton, Felipe Menezes, Yartey, Elvis, Felipe Bastos, Leandro Pimenta, Romeu Ribeiro, Nuno Coelho, Fernández, Éder Luiz, Kardec, Alípio, Ruben Amorim.

Rui Costa: “Benfica fez um recurso dessa decisão (da Liga) e como diretor e ex-jogador vai prejudicar o jogador português, que terá de jogar na segunda divisão ou ir para o estrangeiro” – BOLA online, 5 de Julho. Cada vez percebo menos esta “sumidade” futebolística. O Benfica tem 8 jogadores portugueses, em 30 emprestados, como é possível dizer que estamos a ser prejudicados?

Dos 30 jogadores emprestados, 18 foram emprestados a clubes estrangeiros e 12 a clubes portugueses. Destes apenas 6 eram portugueses. Por último, destes 30 jogadores, 15 (50%) nunca foram incorporados na equipa, sendo emprestados de imediato. Como é Rui Costa?

Vamos falar claro. O Benfica não tem uma política de valorização do jogador português, mas sim uma opção por ser entreposto de contratação de jogadores que nem alinham na equipa principal (50%) e que não são portugueses (73%). O Benfica apareceu neste tema, como aliado do FCP, possivelmente cumprindo um papel que mais interessa ao “sistema”: que a opinião pública não perceba que a FPF está totalmente controlada pelo FCP (se fossem estes a recorrer e a ganhar o recurso, era o que se pensaria).

Notícia CM de 6 de Abril último: “o CM sabe que a seguir ao jogo entre encarnados e blues houve uma conversa telefónica entre os líderes da FPF e o do Benfica. Gomes elogiou a exibição da equipa portuguesa e lamentou a actuação do árbitro. Só depois de incentivado é que Luís Filipe Vieira se prontificou a criticar publicamente o juiz Damir Skomina”.

Possivelmente alguém voltou a incentivar o Sr.º Vieira a apresentar o polémico recurso contra as decisões da Liga...

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