Portugal 11 de Junho de 2015
Após a conquista do bicampeonato,
que vendo bem, parece que surpreendeu muita gente responsável do Benfica,
apareceram uns quantos “lambe-botas” na comunicação social, onlines,
intervenções públicas, etc, a falar da importância
da “estrutura” do Benfica ou da mudança de “paradigma” desportivo,
sugerindo que o Benfica estava a terminar o reinado do FCP no domínio pelo
futebol português.
À data que escreveram isto,
estamos a falar de um “paradigma” constituído por 1 penta, 1 tetra, 1 tri e
vários bicampeonatos do FCP, nestes últimos 31 anos. É fantástico como um
simples bicampeonato do Benfica pode por essa gente muito inteligente, ou muito
lambe-botas, a falar de mudança de paradigma.
Se razões havia para pensar que não há qualquer mudança de paradigma,
pelo estilo, estratégia e resultados conhecidos da gestão Vieira, os primeiros sinais de que não haverá
qualquer mudança foram dados com a sugestão dada a Jesus que deveria ir treinar
para o Qatar e aproveitar o contrato da vida dele. Efectivamente um gestor, alguém que toma decisões de
forma racional mas com um objectivo ganhador, não pode mandar embora quem
conhece e tem resultados, para apostar num treinador que por melhor curriculum
desportivo que tenha, chega e arrisca-se a perder, porque como sabemos, a nossa competição não é limpa, não e
justa, obriga o Benfica a jogar muito mais do que os outros para
ultrapassar todo o tipo de armadilhas que nos são colocados. Portanto não basta
ser um “bom “treinador lá fora, porque no Benfica é tudo diferente.
Mas também nunca haveria mudança
de paradigma desportivo por influência positiva da “estrutura” do Benfica, uma
vez que a estatística é como o algodão e
não engana! Nestes últimos 6 anos de Benfica, com uma aposta no futebol
espectáculo e com um treinador que devido a N factores conseguiu recolocar o
Benfica na senda do sucesso, o FCP ganhou
3 campeonatos onde ultrapassou sempre a fasquia dos 80% de pontos
conquistados, chegando aos 90% num deles. Mesmo na derrota de “Lolpetegui” conseguiram
80% de pontos justos!
Se recuarmos ao tetra do FCP, Co
Adrianse mais Jesualdo Ferreira (2005/06 a 2008/09), constatamos que todos esses títulos foram ganhos abaixo dos
80% de pontos!
A marca dos 80% é um valor de
referência porque foi com 80% que Mourinho ganhou o 2º título de campeão no
FCP, com uma equipa que, com ajudas de arbitragem ou não, com sorte no sorteio
ou não, ganhou a Champions League ao Mónaco. Ora se Mourinho com uma boa equipa
fez “apenas” 80% fácil é concluir que, se actuais equipas do FCP não são
treinadas por treinadores acima da média, nem por jogadores que deixam marca,
então a subida de pontuação das equipas
do FCP deve-se apenas a um factor: maior domínio da arbitragem.
Então como é que o Benfica ganhou
3 campeonatos em 6 possíveis, se o FCP aumentou o domínio da arbitragem por
ineficácia, incompetência ou desleixo da nossa “estrutura”? Exactamente porque o treinador era muito
bom. Não porque a “estrutura” do Benfica justificasse essa melhoria de
perfomances no futebol, mas sim porque o treinador, um “achado” nos dias que
correm, era bom. Talvez bom demais para
a estratégia dos poderes do futebol, que Vieira representa de forma
exemplar. A extraordinária capacidade
para dizer hoje uma coisa, e amanhã justificar o seu oposto, não está ao
alcance de qualquer um. Só pessoas com elevado potencial e/ou máquina de
propaganda mediática (paga, obviamente), podem alcançar o nível que o Sr.º
Vieira já alcançou em 14 épocas em que prometeu muito e alcançou pouco.
A “estrutura” é pois uma figura de estilo sustentada não em
factos mas em opiniões, vindas quase sempre de gente beneficiária do actual
modelo de gestão “empresarial” do Benfica, seja o administrador da SAD
(onde é que ganhava 250 mil por ano?), sejam os opinadores de serviço (milhares
de euros mensais), sejam outros avençados espalhado em blogues e outros espaços
online. A “estrutura” pretendeu reter os
méritos de Jesus, ou partilhá-los, para suavizar a sua saída e não porque os
mereça de facto.
Daqui a um ano, a “estrutura” irá
ser julgada pelas opções que fez, comparadas com as da época que agora termina.
Se tudo isto contribuir para esvaziar o
estado de graça de Vieira, valeu a pena. Pelo Benfica!
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