quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Objectivo alcançado



Portugal 10 de Dezembro de 2015
Ao contrário de muita gente, a mim parece-me de destacar que foi alcançado um objectivo da época desportivo, ao classificarmo-nos para os oitavos de final da Champions. A segunda vez nas últimas 6 épocas.
Mais do que explicar a derrota, importa destacar esta pequena “conquista” que vale prestígio e alguns milhões. Até porque uma das críticas que sempre se fizeram a Jesus foi de que não “apostava” o suficiente na Champions, prejudicando a imagem do Benfica.
Não foi nada disso que se passou com Jesus obviamente, e se dúvidas houvesse anteontem ficaram dissipadas: nós não temos mentalidade competitiva de Champions. Podemos ter muita alma, podemos ter adeptos que finalmente perceberam que se tem mais a ganhar, apoiando do que criticando, podemos ter uma entrega sem limites ao jogo, mas falta-nos saber pensar em função das dificuldades desta prova. E saber pensar envolve todos, e não apenas o treinador.
A questão amplamente destacada antes do jogo de que bastava um empate para ficarmos em 1º lugar, foi “vendida” por muita gente afecta ao Benfica (dos outros não falo, por razões óbvias), uns pela acção, outros pela omissão, mas quase todos esquecendo de referir que ao FCP também bastava um empate com o Dínamo de Kiev e afinal perdeu o jogo e a passagem aos oitavos de final, sendo eles recordistas nacionais em número de presenças.
Também podia falar do Galatasaray, a quem um empate bastava para passar á Liga Europa, mas que estiveram a perder com um adversário que não tinha marcado golos fora de casa. Do Lokomotiv de Moscovo precisava de um empate com o SCP para assegurar o 1º lugar do grupo, e perdeu o jogo. Ou até do Olimpiakos de Marcos Silva a quem um ponto bastava para seguir em frente, e perderam 0-3 em casa. E outros exemplos se podiam dar, que confirmam que não é vantagem precisar de um empate caseiro para atingir um objectivo importante.
Em vários países e vários clubes, a ideia de “só falta um empate” leva ao facilitismo que provoca maus resultados, muito possivelmente porque os jogos passam a ser mal preparados do ponto de vista da componente mental.
Depois noutro plano temos a valia do adversário. O Atlético de Madrid, 2º classificado da Liga Espanhola, não é uma equipa do nosso “campeonato”. Por mais que não queiram admitir, o Benfica não tem sido preparado para aumentar o seu nível competitivo internacionalmente. Não vou cruzar esta opinião com as críticas que repetidamente tenho feito às opções de Vieira e da Direcção. Isso fica para outros textos. Mas que a equipa do Benfica foi enfraquecida de há duas épocas para cá, isso não merece qualquer contestação. E que foi ligeiramente compensada esta época, também não oferece dúvidas. Mas continuamos longe dos patamares superiores da competição apesar dos milhões gastos....
Por último, o grupo onde estivemos inseridos. Tratou-se de um grupo acessível, com 2 adversários com valia desportiva perfeitamente encaixada no pote de onde vieram: Galatasaray e Astana, potes 3 e 4. Ao contrário da época passada onde o Astana era o Mónaco e o Galatasaray era o Bayer Leverkusen. Fizemos o que tinha de ser feito, 4 pontos com o Astana e 3 pontos com o Galatasaray. No confronto com o Atlético vencemos fora de portas, o que marcará o desempenho nesta edição da prova, já que o Atlético não perdia em casa há cerca de 4 anos.
Depois de falhar a Supertaça e Taça de Portugal, com decisivos empurrões de erros de arbitragem, o Benfica conseguiu alcançar o primeiro objectivo da época. É pouco, mas dado que nem Vieira, nem a Direcção, nem a “estrutura” sabem para mais, acho que foi muito bom. Daqui em diante é só “lucro”.
PS: podia falar de aspectos técnicos do jogo, mas reparei que o 1º golo aconteceu porque o defesa lateral estava em posição ofensiva (como os adeptos gostam), o que permitiu a diagonal que levou ao cruzamento atrasado que deu golo, e tudo na sequência de uma perda de bola, podia falar que o 2º golo é um “chouriço” que acontece poucas vezes na vida, podia falar que a táctica da 1ª parte foi prejudicada pela pouca intensidade colocada no jogo, enfim, podia falar da nossa forma de vermos o futebol, porque no fundo vi um Benfica a jogar à Benfica... E quando assim é, não há muito mais a dizer...




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