segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Os recordes de Vitória(s)



Portugal 31 de Outubro de 2016

A vitória em Belém mereceu rasgados elogios da crítica desportiva em função da queda de um recorde bem antigo que pertencia a Jimmy Hagan, e que se traduzia por 15 vitórias fora de casa e que agora passou para 16. Se considerarmos que nessa série de vitórias fora se inclui um, dos dois rivais históricos, SCP, não se pode menosprezar a importância deste recorde.
A vitória sobre o Paços de Ferreira veio dar mais um recorde, o recorde de pontos à 9ª jornada, 25, desde que a vitória passou a valer 3 pontos.
Qualquer recorde é algo sempre positivo. Pela confiança que traz à equipa técnica, aos jogadores e em particular aos sócios e adeptos. A grandeza da equipa depende muito dos resultados e do apoio dos adeptos, sendo que uns podem motivar os outros, e vice-versa. Sem resultados é difícil ter o apoio dos adeptos. Mas sem o apoio dos adeptos é mais difícil ter resultados. Há uma química própria do futebol que não tendo leis científicas a defini-la, no entanto funciona de modo quase inexplicável. E claro, outro condimento necessário a esta “reacção química” é a comunicação social, a tal que pode transformar um mau resultado, num resultado afinal não tão mau como isso.
Sem dúvida que o grande mérito destes recordes pertencem ao treinador e equipa técnica, porque são eles quem define o modelo de jogo, quem decide através da táctica como se deve anular o jogo do adversário, quem faz a gestão do jogo com o instante em que se fazem as substituições dos jogadores mais cansados ou em menor rendimento. Para além da liderança, neste caso mérito do treinador, que é fundamental para os jogadores reconhecerem com naturalidade essa superioridade do treinador e assim poderem colocar em campo, de forma mais eficaz, toda a sua valia técnica, individual e colectiva.
O objectivo deste texto é por um lado reconhecer em Rui Vitória o grande artífice da conquista do anterior campeonato e também como grande responsável do actual momento da equipa, apenas beliscado pelo empate caseiro frente ao Setúbal. Embora tenha discordado da forma como chegou ao Benfica (ninguém no seu perfeito juízo troca um treinador bicampeão por um treinador sem provas dadas) deve dar-se mérito a quem o merece, e ele tem feito tudo para o merecer, embora também ajudado por factores imprevisíveis como foi o aparecimento de Renato Sanches (vitamina R como aqui escrevi, hoje “golden boy”) após lesão e castigos de vários jogadores importantes na manobra da equipa (e se não tivesse havido essas lesões e castigos?), ou a própria comunicação deficiente do SCP e do mesmo treinador que continua sem perceber o poder construtivo ou destrutivo da mensagem. E ele capricha no aspecto destrutivo da mensagem.
Mas também quero registar, com alguma surpresa, que ainda não vi a “estrutura” reclamar méritos no actual momento do futebol, fosse pelos assessores, avençados dos programas dos trios, dirigentes da SAD ou do próprio “faz-que-é” presidente. É um pouco estranho para quem sempre reclamou a quota-parte do sucesso dos títulos de Jesus.
Enfim, com o tempo poderemos perceber melhor esta nova atitude da “estrutura” e perceber se esta “humildade” na acção é ou não sincera e genuína.
Como rodapé, o fim-de-semana aprovou que o FCP e o SCP podem perder pontos com equipas a quem tínhamos ganho (Nacional) ou com quem tínhamos perdido pontos também (Setúbal). Assim o desempenho da nossa equipa em comparação directa com os rivais, aumentou. E isso é um parâmetro positivo nas contas finais do título.

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