Portugal, 6 de Maio de 2011
Não esperava a eliminação em Braga, ainda por cima com arbitragem estrangeira. Contudo também sabia que estávamos a passar muitas eliminatórias com vitórias no 1º jogo por 2-1. E algum dia, isso poderia acabar. Também sabia que íamos em 34 jogos sempre a marcar golos (recorde enorme e por ser positivo, não foi descriminado pela comunicação social) e sabia que um dia isso iria acabar.
Por azar e injustiça “divina”, tudo se conjugou para acontecer no 2º jogo com o Braga. Será que merecemos este castigo? Acho que não! A Direcção sim, merece estas derrotas e muito mais. Pelas mentiras que nos impingem desde há 10 anos. Mas pensando na gente boa e simples que apoia o Benfica, considerando a entrega dos jogadores e profissionalismo do treinador, acho que não merecíamos.
Até porque jogamos melhor no conjunto das duas mãos, fomos extremamente infelizes nas bolas ao poste (3 nestes dois jogos, 6 no total da Liga Europa) e nos lances de bola parada, de onde resultaram os 2 golos do Braga (este último em falta igual ao que nos anularam em Braga na época do título, mas aceitável porque o nosso golo também era de validar, e não foi porque empatávamos o jogo).
Numa perspectiva técnica, diria que o Braga foi uma equipa acessível, ao contrário do que tem mostrado nos jogos da Liga Portuguesa. Foi nítida a influência positiva da arbitragem, cortando jogadas que cá em Portugal seriam validadas ao Braga, não cortando jogadas ao Benfica que cá seriam cortadas com o “truque” do fora de jogo ou da falta inexistente.
Ainda na perspectiva técnica, parece-me que o Benfica voltou a jogar em 4-1-3-2, ou seja, um modelo de jogo de propensão ofensiva, como tenho várias vezes criticado, contra um Braga com um 4-2-3-1 que Mourinho gosta de utilizar, e que é um modelo de propensão defensiva e mais dado ao contra ataque. Ora sabendo que o Braga ia jogar assim, e Jesus reconheceu-o, porque razão voltamos a utilizar um modelo de jogo de propensão ofensiva, que acabou por ser “facilmente” neutralizado no “miolo” do terreno de jogo?
Numa perspectiva de níveis anímicos, diria que o Benfica “acabou” na derrota com o FCP, para a Taça de Portugal. O terramoto emocional que provocou em jogadores e adeptos, prejudicando ou destruindo a relação de cumplicidade que havia entre adeptos e jogadores, rebaixando os níveis de confiança dos jogadores, essa derrota como referi, deixou marcas que ainda ontem se verificaram, tal como na 1ª mão. E onde se verificaram? Na concentração!
Um Benfica alegre como o que venceu 18 jogos consecutivamente, na 1ª mão ganhava por mais de 2 golos ao Braga. Sem qualquer sombra de dúvida. Aquele Benfica que se mostrou até ao jogo de Braga, onde fomos “xisrrotados”, primava pela espontaneidade, criatividade, espectacularidade, crença, capacidade para inverter resultados negativos (Estugarda e PSG, bem mais fortes que o Braga) e de se transcender nos jogos difíceis (Estádio da “Galinha” para a 1ª mão da Taça).
Esse Benfica perturbou-se em Braga e acabou na 2ª mão da Taça de Portugal. Uma vez mais “xisrrotados”. Não vou voltar a falar na arbitragem desse jogo porque já falei no texto que escrevi, Taça I. Apenas sublinho o pormenor da não expulsão do Sapunaru quando agarrou Saviola, com 0-0, e interrogo-me: e se o árbitro tivesse aplicado as leis de jogo e o FCP ficasse reduzido a 10? Estaríamos na final da Taça de Portugal e na final da Liga Europa seguramente!
Para variar a Direcção do Benfica não percebeu. Veio a contestação após vitória na Taça da Liga, e a Direcção nada fez. Era uma minoria? Talvez, mas ruidosa, logo, mais interveniente, mais desestabilizadora. Tinha que se ter actuado.
Ainda hoje não sabemos porque razão o Sr.º Vieira disse que iria falar sobre a pressão que o FCP estava a fazer sobre a arbitragem antes do jogo da Taça, e acabou por não falar, depois de ter sofrido um golo em fora de jogo de metro! Porquê? Ao Mourinho invalidaram-lhe 1 golo e foi o que se viu.
No Benfica as coisas, o sucesso entenda-se, acontecem ao acaso. Ganhamos o ano passado, mas foi um acaso. Bastava que os erros dos árbitros que favoreceram o FCP tivessem resultado em mais vitórias, e nada poderíamos fazer se tivéssemos menos pontos que eles. Este ano, Vieira apoiou o ex-dirigente da SAD portista Fernando Gomes e com esta leviandade ofereceu não 1, mas 3 títulos de campeão ao FCP (todo o mandato de Fernando Gomes).
Não tenho dúvidas que o Benfica dos últimos jogos, é uma equipa triste e deprimida, o que provoca a ausência do brilho futebolístico que antes se mostrou. O maior responsável foi Carlos Xistra em Braga e Taça. Não entender estes pormenores, é continuar a barafunda em que o Benfica vive desde há 20 anos para cá.
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