Portugal, 26
de Julho de 2012
A pré-temporada do
Benfica é normalmente marcada por
debates que a comunicação social lança, e que dada a sua repetitividade, ou
seja, dado que ano após ano há sempre um
tema novo que se prolonga durante a época, na minha opinião isso é premeditado, pretendendo
entreter os benfiquistas e desviar a atenção dos problemas graves que irão
acontecer com a arbitragem. Em particular com esta, que é a componente administrativa mais influente na definição do campeão.
Este ano o tema é,
a adaptação do Melgarejo a defesa
esquerdo vs utilização de Luisinho, e a falta de um substituto ao nível do Maxi
Pereira.
Questões da treta
na minha opinião. Problemas laterais ao
que realmente importa: a arbitragem. Vejamos.
Ao longo dos anos,
os defesas laterais do Benfica, seja à
esquerda, seja à direita, não têm tido vida fácil junto de adeptos e em
particular comunicação social. Os
adeptos são, na esmagadora maioria, caixas de ressonância do que se diz e
escreve nas rádios e jornais. Portanto o problema não é de agora, não se
entendendo – excepto se admitirmos que é
para criar temas – a insistência com que o assunto tem sido referido na
comunicação social.
Assim de cabeça, e
sem querer ser muito exaustivo, nos últimos 15 anos lembro-me de Scott Minto,
Bruno Basto, Harkness, Okunowo, Rojas, Pesaresi, Da Silva, Escalona, Éder,
Miguelito, Ricardo Esteves, Cristiano, Fyssas, Leo, Nelson, Maxi Pereira
(adaptado de médio ala), Coentrão, (adaptado de médio ala), Emerson.
Lembro-me que
Calado foi diversas vezes adaptado a defesa direito (ele que era centro
campista no Estrela da Amadora, quando foi contratado pelo Benfica), lembro-me
que Manuel José colocou Panduru a defesa direito num jogo com a Fiorentina,
lembro-me que Mourinho adaptou Uribe a defesa direito no jogo com o (não sei
quantos que nos eliminou na 1ª eliminatória da Taça UEFA), lembro-me que Koeman
ensaiou duas vezes o Ricardo Rocha e o Alcides a defesas laterais em Lille e em
casa com o Manchester United, várias vezes o Ricardo Rocha foi adaptado a
defesa esquerdo, idem com Jardel ou Miguel Vítor mais recentemente. Obtivemos bons resultados e maus
resultados, com estas adaptações.
De todos estes
nomes, os adeptos, regra geral gostaram
mais dos defesas que gostam de subir no terreno e cruzar para a área, ou
rematar à baliza com frequência: Léo, Coentrão, Maxi Pereira num patamar
superior, Scott Minto e Nelson num patamar inferior. Os restantes foram pura e
simplesmente trucidados.
Portanto todo este
debate sobre as características do defesa esquerdo ou da necessidade de ter um
substituto à altura do Maxi pereira, é conversa repetitiva, aborrecida, chata e
que foge ao objectivo principal: qual o
modelo de jogo preferencial do Benfica e nesse modelo, quais as características
que os defesas laterais devem ter?
Enquanto as
questões não forem colocadas neste plano, todos os anos iremos andar aqui às
cabeçadas sobre quais os melhores “nomes” (não as “funções” que devem
desempenhar) para a lateral esquerda, para o substituo do lateral direito, etc,
conversa da treta que não leva a lado nenhum, excepto à divisão dos adeptos.
E depois não
percebemos como é que o SCP ganha o torneio Pepe a duas equipas da 2ª divisão
de Honra (!?), sem marcar qualquer golo (!?), sem que a comunicação social questione quem jogou a defesa direito ou
esquerdo, se jogaram bem ou mal, mas para nós, no Benfica, e após vitórias
sobre o Marselha (2-0) e Hamm, (3-0) e empate com Lille, a questão dos defesas laterais foi associada a esses bons resultados.
Temos de saber que
estes problemas laterais comandados a
partir da comunicação social, têm uma intenção que não é benéfica para o
Benfica. Não podemos cair no logro de nos dividirmos com o que tem pouco
interesse em ser discutido.
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