Portugal, 11
de Julho de 2012
Por uma conjugação de factores que a Direcção
do Benfica, com alguma demagogia transformou em “competência”, o Benfica
teve a melhor época desde a sua fundação, no que respeita à conquista de
títulos nas modalidades de pavilhão. Só escapou o de Vólei, estando pendente da
decisão sobre o recurso do FCP, a atribuição do título de campeão de Hóquei em
Patins.
Por pensar que
ainda não se disse tudo sobre esta façanha (sem ironia), decidi alinhavar umas
ideias sobre o tema, com perspectiva construtiva. Hoje vou-me debruçar sobre a
modalidade mais vencedora, o Futsal, e a modalidade cujos títulos conquistados
não tiveram o mesmo destaque das outras modalidades: o Vólei.
Sobre o Futsal há essencialmente que dar os parabéns pelas
vitórias na Supertaça, Taça e Campeonato (por esta ordem), proeza digna de registo, mas que tal como todas as proezas teve
aqui e ali uma pontinha de sorte que não deve ser esquecida.
As vitórias na
Supertaça e Taça foram vitórias da
superioridade da equipa, mas o título de campeão disputado à melhor de 5, mostrou facetas demasiado irregulares que
um campeão não deve apresentar. Desde alguma
sobranceria na abordagem do jogo 2, após a goleada de 5-1 no jogo 1, à estranha coincidência de termos ganho
os 3 jogos que Ricardinho não alinhou, ele que é ainda um dos melhores
jogadores do mundo. No jogo 5, alguns jogadores não estiveram à altura da calma e concentração que o jogo carecia,
como o Davi que fez uma falta desnecessária de onde resultou o 1º golo, e
perdeu uma bola fácil de que resultou a 1ª bola ao poste (o SCP teve 3 nesse
jogo, é preciso não esquecer). Sortilégios do desporto, melhorou ao longo do
jogo e marcou o 5º e decisivo golo.
Melhoramos imenso
em relação à época passada, quando perdemos 3-0 na final com o SCP, partindo
como vencedores da fase regular. Penso que melhoramos na componente “respeito pelo adversário”, que na
época passada foi um fracasso. As afirmações de alguns jogadores antes do jogo
1, isso indicaram. Mas espero que tenham aprendido a lição e que mantenham essa atitude na próxima época.
Sobre o Vólei,
depois de se ganhar a Supertaça ao Fonte Bastardo e a Taça de Portugal ao
Castelo da Maia, perdemos o título disputado à melhor de 3 com o Sporting de
Espinho. A superioridade uma vez mais evidenciada ao longo da fase regular, 2
derrotas apenas e ambas na 2ª fase, mostra que há qualquer coisa errada neste
modelo de competição, pois é a 2ª vez que isto acontece (na época passada
perdemos 2-0 com o Fonte Bastardo, depois de dominarmos a fase regular com 4
derrotas, 2 em cada fase).
A nossa equipa e acima de tudo os briosos profissionais, não
mereciam ter perdido o título principal. E nós deveríamos fazer alguma
coisa para evitar mais derrotas fortuitas como estas. A Direcção em particular.
Porque digo isto? Porque houve uma alteração ao quadro competitivo, fruto das críticas do nosso treinador,
que da época passada para a presente época passou a considerar o transporte de
metade dos pontos da 1ª fase para a classificação inicial da 2ª fase. Na época
anterior isso não acontecia. Ora se a FPV aceitou esta alteração, porque não fazemos pressão para
introduzir a alteração que de facto impedirá que o Benfica perca novamente os campeonatos?
E qual é essa
alteração? Simples: o aumento de numero
de jogos da final. Uma final à melhor de 3 favorece psicologicamente os que
partem em situação de desfavor e que querem mostrar aos que partem em melhor
posição, que a fase regular não correspondeu ao seu valor. Ora este princípio
funciona com poucos jogos, mas não funciona bem com mais jogos, porque aí a
qualidade dos plantéis vem ao de cima. A
qualidade a menor pressão. Quem não tem nada a perder tem sempre menos
pressão do que quem tem tudo a perder. E
aí o Benfica é que tem tudo a perder porque faz excelentes fases regulares.
Então colocam-se duas hipóteses sem grande
aumento de jogos: ou meias-finais (1º com 4º e 2º com 3º) à melhor de 3, ou
final à melhor de 5, entre 1º e 2º da fase regular. Não tenho dúvidas que a
rotina dos play-offs tem de ser trabalhada de outra forma, no próprio quadro
competitivo, para daí tirarmos partido
da nossa qualidade e esbatermos a pressão. Para o ano, com o mesmo modelo
de competição arriscamo-nos a perder novamente.
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