quarta-feira, 23 de abril de 2014

O trigésimo quarto...



Portugal 23 de Abril de 2014

O trigésimo terceiro título de campeão, comemorado no dia de Páscoa, algo inédito na história do Benfica (e do futebol português), coincidindo com a idade que Jesus Cristo teria quando foi crucificado (33 anos) já deu motivo para alguns escritos de analistas desportivos sempre atentos às particularidades. Falar ou dissertar sobre pormenores sempre foi mais fácil e de fácil assimilação pelos receptores, do que analisar a substância das coisas, dos acontecimentos, dos feitos que ficam para a história.
Em bom rigor este não deveria ser o 33º título de campeão, mas sim o 34º título, se os erros direccionados de arbitragem da época passada (fora as outras) não tivessem intervido – simultaneamente - a favor do FCP e contra o Benfica. E nesta perspectiva, com o 34º título alcançado, não haveria motivos para brincar com a Páscoa.
Mas vendo a coisa também pelo prisma da presente época, foram os “erros” dos homens que organizam e promovem o actual futebol a favor do FCP (14 títulos de campeão nas últimas 20 épocas) que levaram o Benfica a ser campeão no dia de Páscoa. Uma coincidência pouco divina e um cúmulo metafórico de como os planos da manipulação da arbitragem a “régua e esquadro”, podem funcionar de forma muito distinta do previsto.
Obviamente que também houve muita competência própria para saber aproveitar esses erros dos homens “maus”. Competência do treinador, primeiro responsável de todas as decisões e suas consequências. Competência dos jogadores que tudo deram para colocar em campo o seu talento formatado pelas ideias do treinador. E houve também o amor e paixão dos adeptos, sempre fiéis, que nas horas más apoiaram e nas horas boas recompensaram. E foram recompensados. Esta época tem sido um exemplo quase perfeito do círculo virtuoso: os adeptos puxam pela equipa e a equipa puxa pelos adeptos!
Houve também mérito na Direcção, ou do Presidente, quando decidiu renovar com Jorge Jesus apesar das 3 finais perdidas (nas duas finais nacionais os árbitros não nos deixaram ganhar, mas para ele e os críticos é tudo igual). Apenas nisso teve mérito, porque tudo que podia ter feito para dificultar o sucesso da equipa, fez: silenciar críticas perante erros grosseiros de arbitragem e venda de Matic em Janeiro quando a equipa recuperava na classificação!
Felizmente temos Jesus que inventa, adapta, trabalha e melhora as qualidades dos jogadores que tem ao seu dispor, e tivemos algo mais, isto sim difícil de explicar: em 2 ou 3 jogos existiram erros de arbitragem inéditos contra o FCP, que nunca tinham acontecido nas épocas anteriores, como seja no Estoril, 1ª volta, Benfica e SCP na 2ª volta (note-se que também existiram erros a favor do FCP nos jogos do Estoril e Benfica). E tivemos algo ainda mais difícil de explicar: 3 penaltys contra o FCP em situações de jogo de incerteza, duas com 0-0 e uma com 0-1 a favor do FCP. Nestes jogos, Estoril 1ª volta, Marítimo e Estoril na 2ª volta, o FCP perdeu 8 pontos! Quem defende os árbitros que por regra não marcam penaltys a favor do Benfica, ou contra o FCP, porque “um penalty não é sinónimo de golo”, tem aqui a prova “matemática” que não é assim.
Fomos campeões à 28ª jornada, com 86,9% de pontos conquistados, o que é a mesma percentagem que tínhamos na mesma jornada da época passada. Portanto não é correcto afirmar-se que Jesus corrigiu erros passados, porque como se constata, Jesus manteve o nível pontual! A diferença é que o FCP foi menos ajudado pela arbitragem do que na época passada! Nesse ano o FCP apenas sofreu 1 penalty e quando ganhava 3-0. Se tivesse sofrido mais penaltys (como este ano), quando teve dois “guarda-redes”, obviamente que agora estávamos a celebrar agora o 34º título.
Por último, este ano fomos campeões com o número de golos marcados mais baixo da era de Jorge Jesus: 56! Será sempre a pior marca já que não chegaremos aos 66 golos marcados na época 2010/2011, até agora o seu pior registo. Contudo tivemos a melhor defesa das suas 5 épocas: 15 golos! Menos que os 20 golos sofridos em 30 jogos, no ano do último título e época passada! Neste aspecto há alguma razão para se confirmar que os jogos se ganham no ataque, mas os campeonatos ganham-se na defesa!
O Benfica foi finalmente campeão. A festa foi bonita e foi só nossa. Não foi uma festa contra ninguém como é apanágio da nossa cultura. Contudo, tenho um sentimento agridoce uma vez que o “foguetório” e o “forró” patrocinado pela Direcção são mais do mesmo que já temos visto: demagogia e oportunismo. Não perceberam porque razão Pedro Proença foi nomeado para a meia-final da Taça de Portugal, nem perceberam porque razão foi nomeado Marco Ferreira (da derrota na 1ª mão da Taça de Portugal com o FCP) para a Taça da Liga. A burrice da Direcção já é uma imagem da “marca” Benfica. Com ou sem “foguetório”...

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