Portugal 16
de Abril de 2014
Os últimos
tempos têm-nos confirmado, jogo a jogo, que o principal objectivo da época está
ali ao virar da esquina, mas também têm comprovado a existência de uma enorme
envolvente de mediocridade, hipocrisia, fanatismo e intoxicação de valores
opostos aos que devem ser os do futebol: mérito, fair-play, respeito e
humildade.
Começando
pelo presidente do SCP, qual D.º Quixote lutando não se sabe bem contra que
tipo de “moinhos”, se contra o número maciço de vitórias do FCP nos campeonatos,
se contra a vitória que se prevê vir a acontecer, do Benfica esta época. Não se
consegue perceber se está incomodado com as 14 vitórias do FCP nos últimos 20
anos, ou se está preocupado com as 3
vitórias do Benfica no mesmo período, que ultrapassarão as 2 do SCP.
Paradigmas sportinguistas...
Continuando
do fim para o início do meu período de ausência, reparei também que o RECORD
conseguiu publicar uma notícia que soa a encomenda do FCP, intitulada “FCP de pé atrás com Proença”. Na peça
fala-se do óbvio, ou seja, mencionam-se os erros de Proença contra o FCP no
último jogo com o SCP (podiam ter ido buscar os anteriores, onde o panorama foi
inverso), mas estranhamente não conseguiram mencionar algo de muito mais
difícil explicação, que é o facto do
Benfica não ter ganho qualquer jogo ao FCP, com Proença a arbitrar.
Paradigmas das novas “técnicas” de “informação” feitas à medida dos clientes. E
o Benfica não consta na parte superior da lista dos melhores clientes do
RECORD.
O surreal é
que apesar disto, o RECORD continua mais
bem informado do que a BOLA. Assim enquanto a BOLA ontem ainda colocava a
hipótese de Luisão e Fejsa poderem jogar contra o FCP, o RECORD já sabia e
publicava que eles não iam a jogo. Antes do jogo com o Arouca idem, idem,
aspas, aspas. A BOLA foi ultrapassada pela qualidade da informação publicada no
RECORD. Como é que alguém no Benfica continua a alimentar o RECORD apesar dos
atentados à ética informativa que este ocs pratica continuadamente, a partir de
uma Redacção infestada de sportinguistas doentes anti Benfica? Paradoxos das
relações do nosso clube/SAD. Desde que tratem bem Vieira, o resto façam com
quiserem...
Foi também “notícia”
(confesso que não sei quem a poderia ter encomendado) num generalista que tem
uma redacção desportiva repleta de adeptos do SCP, o CM, que Jesus estava a
pensar sair para outro clube. A “inocente” “cacha” que ninguém sabe de onde veio
(os jornalistas têm de proteger as “fontes” mesmo que estas não existam) foi
depois pegada por vários jornalistas de vários ocs, transformando uma coisa que pode ser um boato estrategicamente lançado,
num motivo de debate aceso e consequente, do papel de Jesus no Benfica.
Não
acompanhei todos os programas onde isso foi debatido e onde vários pseudo comentadores bem pagos
para deitar gasolina na fogueira, peroraram sobre as vantagens de Jesus sair
agora, “por cima, com campeonato e eventualmente mais alguma prova ganha”. Mas
estacionei, casualmente, num programa da RTP, no dia seguinte ao jogo com o Rio
Ave, onde 3 jornalistas adeptos do SCP, Paulo Sérgio, António Tadeia e Carlos
Dias, dissertavam sobre as razões da saída de Jesus! Os 3 adeptos do SCP lá
explicaram o seu raciocínio, numa base de alguma lógica (estúpida, mas lógica),
que este era o melhor momento para Jesus sair do Benfica. Para além deste novo paradigma de vermos os jornalistas do
SCP preocupados com aquilo que é mais adequado para o Benfica e as pessoas
que o servem, temos ainda o paradoxo dos
mesmos três jornalistas terem defendido a saída de Jorge Jesus no final da
época passada!
Digamos que
para a RTP em Lisboa, que vive com o dinheiro dos contribuintes, o exemplo de “pluralidade” são 3
jornalistas adeptos do SCP a falaram de futebol, em particular quando o
tema é Benfica! Ou quando é a análise dos erros de arbitragem do jogo SCP – FCP
(o mesmo painel, as mesmas conclusões favoráveis às teses do SCP). E ainda
mais, quando os mesmos três jornalistas defenderam, num ano o despedimento de
Jesus por não ter ganho, e no ano seguinte defenderem a saída do mesmo Jesus
por ter ganho! Grandes exemplos de
coerência e de isenção, estes programas televisivos, ou seja, mais exemplos dos novos paradigmas e
paradoxos da informação desportiva. Não é difícil de adivinhar porque
razão, com tudo isto, há tanta dificuldade em ver penaltys a favor do Benfica
nos jogos nacionais.
E porque o
“futebolês” continua muito “portoguês”, o árbitro escolhido para a meia-final
da Taça é aquele com o qual o Benfica
nunca conseguiu ganhar ao FCP! Ontem antes de se saber da nomeação, Pinto da
Costa dizia que “ainda havia 2 taças para ganhar”. Hoje Quaresma diz que já se
vê no Jamor. Ambos e dois sabem como
isto funciona e porque razão foi escolhido Proença...
Por muito
pragmático que jogue o Benfica, com um resultado de 1-0 para dobrar, com Proença é mais difícil quem os vença.
Claro que a matemática também nos diz que após uma série de resultados
negativos, está mais próximo o jogo em
que o resultado será positivo. Será hoje? Hum.....
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