Portugal 14 de Janeiro
de 2016
Na época 2006/2007
o equipamento alternativo do Benfica foi uma camisola cor-de-rosa, que apesar
de algum sucesso comercial, foi bastante criticada por gente mal formada, pelo
feminismo que “emprestava” à equipa. O cor-de-rosa foi citado nos artigos de
opinião dos “profissionais” da comunicação social, passando a ser mais um
factor de diversão para quem escreve e fala de futebol, pelo que não admirou
que durante toda a época os adeptos do Benfica fossem incomodados por
comentários dos rivais.
No passado domingo
a Juventus usou o equipamento alternativo cor-de-rosa frente à Lázio. Outras
equipas têm cor-de-rosa no equipamento alternativo e algumas como o Palermo,
até no equipamento principal. Se cor-de-rosa é sinal de feminismo, não devia
ser usado no Râguebi, mas é utilizado no equipamento principal do Toulose.
No Benfica, tudo ou quase tudo se pode transformar em
debate ou polémica com intuitos pouco inocentes. Bem pelo contrário, existe
nessa opção uma estratégia de criar cortinas de fumo sobre os assuntos mais
importantes do futebol: o controlo do futebol que ajuda uns a ganhar mais
facilmente do que outros, e outros a perder mais facilmente do que os que
beneficiam das boas graças desses poderes.
Se nessa época foi
a cor do equipamento, a seguir foi outra
coisa qualquer, como por exemplo nos 6 anos de Jesus onde por regra era o treinador que provocava
polémica durante o ano todo. Pelas opções tácticas, pela gestão física,
pela falta de habilidade para falar português com correcção, pelas derrotas,
pelas contratações falhadas, pelo salário elevado, etc. O “tipo” era insuportável e ainda por cima, caro....
Jesus passou para o
SCP e acabaram-se as polémicas em torno dele, beneficiando disso o clube que
agora representa, o que evidencia a
existência da tal estratégia da cortina de fumo. Porque o longo braço das
arbitragens colocou o SCP em primeiro lugar, ou porque tiveram boas decisões,
ou porque as más decisões lhes foram favoráveis. Mas não interessando tornar
esse tema polémico ou não interessando por
a nu a fraude que tem sido este campeonato, importa destacar (tudo retirado
da BOLA) que “Jesus emocionou-se quando
cantou com os adeptos e as lágrimas bailaram-lhe nos olhos”, no dia
anterior foi “Um passo de leão” já a
pensarem no título sublinho eu, ou “Jesus
mestre dos clássicos” em 4 de Janeiro após a vitória sobre o FCP. Longe
estão os temos onde a BOLA titulava “Deus
pode mais do que Jesus”, no jogo com o Setúbal em que tendo deixado no
banco o criticadíssimo (também pela BOLA) Roberto, sofremos um penalty com
expulsão de Júlio César, Roberto entrou e defendeu, ganhando a injecção de
moral que precisava...
A promoção dos tais
interesses não se fica por estes exemplos que beneficiam a mesma pessoa que
antes, quando treinador do Benfica, era criticada por tudo e por nada. Se
repararmos nos critérios de apreciação dos casos polémicos de arbitragem, encontramos diferenças abismais, que
surpreendem pela parcialidade e falta de princípios. Assim, para o jornal A
BOLA, no derby de 26/10 (derrota caseira por 3-0) os 4 lances polémicos não incluem o derrube de Gaitan aos 81 mn
(penalty claro, que não dava jeito apontar como erro ao amigo Xistra), incluem
o agarrão de Ruiz a Luisão aos 8 mn, com a legenda de “talvez seja um daqueles lances em que só o recurso às imagens de TV
esclarecem” e o derrube a Mitroglou aos 83 mn com a legenda “bem mostrado o cartão amarelo por simulação.
O jogador do SCP tem o lance controlado e é o avançado que procura o contacto”,
quando a imagem mostra um defesa do SCP a obstruir a progressão do avançado e
se o fez de forma legal protegendo a bola, não há falta nem simulação, se o fez
de forma ilegal, desviando a trajectória do corpo para impedir a progressão do
avançado, então há falta e penalty. Mas em qualquer dos casos, não há
simulação, pois o nosso avançado apenas procurou ir atrás da bola.
Será que o jornal a
BOLA quando estampou na 1ª página um ror de criticas ao árbitro do jogo
CSKA-SCP também considerou que os lances em questão são dos tais que só o
recurso às imagens de TV esclarecem? É que de facto esses foram lances que pelo
posicionamento dos jogadores (1º golo do CSKA) ou dificuldade de leitura do
lance, como os fora-de-jogo, eram lances de TV. O lance do Ruiz sobre Luisão
não, porque aconteceu no local onde a
bola está jogável e o árbitro tem de estar a ver...
Mas se mudarmos
para o RECORD, o panorama muda pouco. Após eliminação do SCP em Braga,
descobriram um lance onde Slimani foi tocado com a legenda “o lance foi muito rápido, mas a verdade é
que em slow-motion vê-se que André Pinto toca com o joelho na perna de Slimani,
em cima da linha de grande área”. Fantástico não é? Para arranjar um penalty a favor do SCP o slow-motion vale. Para
assumir um penalty não assinalado contra o SCP (Ruiz sobre Luisão) que podia
ter dado o 1-0, só recorrendo à TV...
Por causa destes
favorecimentos e/ou cortinas de fumo, a comunicação social não tem dado ênfase
ao balanço do final da 1ª volta, um
balanço que nos traz indicadores estatísticos interessantes. Porque a equipa
apresenta o melhor goal-average da prova
e o melhor ataque, nos últimos 9 jogos apenas cedeu 1 empate, marcou 29 e
sofreu 4 golos (45-11 em toda a 1ª volta), a qualidade de jogo tem vindo a
subir tomando a forma que o actual treinador pensou, e que não tem de ser igual
à de épocas anteriores. Tudo parece
indicar que finalmente temos um padrão de jogo coeso e ganhador.
Ao invés deste tipo
de análise, continua o romance cor-de-rosa
entre a comunicação social e o Jesus do SCP, esperando eu que se mantenha
uma certa tradição de Jesus fazer menos pontos na 2ª volta do que na 1ª (no
Benfica foi assim em 4 épocas, mas a arbitragem não era favorável como se sabe).
Se isso acontecer e se Rui Vitória
continuar a ganhar na proporção que ganhou nas últimas 9 jornadas, pode ser que
o título de campeão caia para as cores vermelhas ao contrário do que prevê o “guião”
da comunicação social azul esverdeada...
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