sábado, 23 de abril de 2011

A Taça II

Portugal, 23 de Abril de 2011

Na continuação da minha visão pessoal sobre as causas da eliminação frente ao FCP, hoje passo à causa n.º 3.

3 – Treinador

Qualquer jogo que o Benfica perca, em que época, em que altura da época, em que competição seja, o treinador é sempre objecto de criticas mais ou menos contundentes. Os primeiros críticos são os analistas da comunicação social que orquestradamente desviam as atenções para cima do único profissional que não deve ser criticado (jogo a jogo não, só após um ciclo). Porque todos os analistas podem ser árbitros (basta tirar o curso), mas nunca poderão ser treinadores de grandes equipas (não basta tirar o curso, há que obter resultados).
Esta dolorosa derrota fez-me recuar no tempo a uma outra também contra o mesmo FCP, mas para o campeonato. Em 91/92 (há 19 anos) já na 2ª volta, recebemos o FCP com 3 pontos de atraso. A vitória valia 2 pontos e precisávamos dela para re-entrar nas chamadas contas do título. O treinador era Eriksson e Roberto nem sonhava que um dia iria ser guarda-redes do Benfica. Árbitro? Fortunato Azevedo! O Benfica tinha uma equipa e um treinador melhor que a do FCP (Carlos Alberto dos Santos treinava), mas pelas mesmas razões da actualidade, estávamos atrás. E o jogo começou mal. Ainda na 1ª parte o árbitro assinalou penálti contra o Benfica expulsando o alegado “infractor”, Rui Bento (hoje treinador do Beira-Mar). Penálti que só ele viu! Numa disputa de bola entre Rui Bento e o malogrado Rui Filipe, que começa fora da área, os dois tocam-se ombro a ombro, e o jogador do FCP cai. O pretexto estava dado. O truque podia ser aplicado. É que aquilo que todos viram quer no jogo quer depois na repetição da TV, para Fortunato foi uma falta quando Rui Filipe já estava em queda (disse-o ele na RTP a Rui Tovar, que repetiu o lance vezes sem conta para ver se víamos a falta). Também neste jogo existiram os habituais truques de arbitragem e o Benfica viu-se em desvantagem 0-1. No final do jogo derrota por 2-3 e o título quase entregue. Aliás faltando poucas jornadas para terminar o campeonato, o avanço passou de 5 para 10 pontos no final (imaginem se fosse a 3 pontos por vitória) e toda a gente da comunicação social ficou ciente que o título tinha sido conquistado pela melhor equipa. Tal como agora, pouco ou nada mudou nestes 19 anos.

Na altura, não creio que houvesse muita pressão sobre o treinador do Benfica porque só havia 2 jornais desportivos, Bola e Record, e eram trissemanários. Hoje há 3 e são diários, ou seja, antes havia 6 edições por semana, agora há 21. Antes também não havia TSF e televisões eram apenas a RTP com dois canais. Pouco se debatia o futebol. Felizmente para Eriksson que nessas ultimas 3 épocas apenas ganhou 1 título de campeão. O mesmo que Jesus conseguiu logo no 1º ano.

Mas como sabemos, desde Novembro quando perdemos com o Hapoel que a “cabeça” de Jesus está a “prémio”. Ou seja, 6 meses depois de se ter sagrado campeão com o mérito que nos lembramos, para a comunicação social Jesus já estava a prazo. Os pretextos são sempre os mesmos. As derrotas. Não interessa saber porque se perde, quais os condicionalismos internos ou externos, quais as vantagens e desvantagens do plano de jogo, nada disso. Interessa destruir, deformar adeptos, para assim se manter o actual “status quo”, ou o “Sistema”.

De facto enquanto mudarmos de treinador, as pessoas nem reflectem que Xistra NUNCA comete erros contra o FCP! Nem iguais nem parecidos aos que comete contra o Benfica. Este ano arbitrou o Guimarães - FCP e o maior erro foi não ter assinalado 1 penalty ... contra o FCP. No Braga - Benfica foi o que se viu. Agora voltou a ter critérios disciplinares distintos, que levaram a perdoar a expulsão de Cebola Rodrigues. Isto não acontece por acaso. São erros de “manual”.

Dito isto a única critica que faço a Jesus é o exagero na gestão do plantel. Penso que os jogadores do Benfica não tinham mais jogos nas pernas que os do FCP. Daí não se justificar as alterações que fez contra o Portimonense, Naval e Beira-Mar. Ainda por cima tivemos uma derrota e um empate, o que minou a confiança da equipa, dos adeptos, sem necessidade. Gerir sim, mas o método utilizado de fazer descansar entre 8 e 9 titulares, foi um erro colossal. Até porque os jogadores precisam de manter as rotinas de jogo. Para enfrentar uma equipa como o FCP que é anormalmente eficaz (porque joga com os erros de manual da arbitragem), temos de nos apresentar na melhor forma possível. E “forma” aqui não é apenas a componente física, mas sim a táctica e a mental. Que se melhoram ... jogando. 

5 comentários:

  1. Por vezes é difil comentar quando concordamos com tudo, por isso nunca veja a falta de comentários com a falta de concórdia ou de visualização.

    Eu por mim, será de visita diária como consulto a turtuliabenfiquista e o oantitripa.

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  2. Analise cirurgica mas serena. Na mouche.

    Este Manel e o Conde de Vimioso

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  3. Touché! Eu própria já fui vítima dessa..."manipulação", é só estar ligeiramente menos atento!

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  4. Eu faço das palavras do Gilão as minhas. Por favor continue o bom trabalho.

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  5. Olá pessoal, muito obrigado pelo vosso feed-back :) Gosto de escrever sobre os problemas do Benfica, não me peçam para estabelecer barreiras de bom comportamento :) para mim a mentira deve ser combatida em que plano seja: dentro ou fora do Benfica.

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