quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Europa por um canudo II

Portugal, 19 de Maio de 2011

A vitória do FCP na Liga Europa faz-nos sentir mal desportivamente. Mas deste estado de dormência e incredulidade pela rapidez como, uma época que estava bem orientada, acabou por ficar longe do que sabemos que podíamos ter alcançado, deveríamos saber extrair conclusões para evitar que se repita tudo isto.

Infelizmente não vejo, nem na Direcção nem nas figuras da dita “oposição” qualquer conclusão que me faça sentir bem por saber que ali há gente que sabe o que diz e o que anda a fazer. Se a Direcção já começou o disparate de permitir que a comunicação social especule com cedências, vendas ou contratações, do lado oposto ouvi qualquer coisa na Antena 1, de António Figueiredo e Bagão Félix, cada qual dizendo disparate maior que o outro. Figueiredo teve o desplante de dizer que se sentia “envergonhado” com a época do Benfica (ele que como Director do Futebol foi eliminado da Taça UEFA pelo Bastia logo na 1ª eliminatória). Bagão disse que se revelou um erro ter vendido David Luiz a meio da época. Este ex-vice Presidente do Banco de Portugal seguramente andou a dormir quando perdemos a Supertaça e o jogo da 1ª volta com o FCP, com David Luiz, e quando ganhamos no Porto para a 1ª mão da Taça, sem David Luiz.

Infelizmente no Benfica existe gente que pratica a maldade e incompetência gratuita. António Figueiredo e Bagão Félix pretenderam antes de mais atacar a “estratégia” da Direcção, seguindo uma fundamentação errada. Porque não é por esse lado que a Direcção esteve errada na “estratégia”, mas sim por pactuarem com o “sistema” que através das arbitragens e de uma comunicação social rafeira e domesticada, sistematicamente boicotam o trabalho sério, programado, competente, dos nossos treinadores e jogadores.

Voltando ao jogo, o que vimos foi que o Braga teve mais situações de golo eminente num jogo só, do que nos 2 que fez com o Benfica. E que o FCP sem um bom balanço do árbitro, é uma equipa que tem bastantes dificuldades com equipas que percebem o seu modelo de jogo. Mesmo com orçamento 6 vezes inferior.

O único golo surgiu numa situação no limite do fora de jogo, em que prevaleceu o critério da FIFA de beneficiar o atacante. Se estão lembrados no famoso jogo da Taça, 2ª mão, há 3 situações na 2ª parte em que é assinalado fora de jogo a Cardozo, 1 delas na mesma situação deste lance de Falcao, outras duas com Cardozo em linha com o adversário. O truque de “manual”: a situação é difícil de analisar, o árbitro não tem televisão na cabeça, na dúvida levanta o braço. Por isso o Hulk marcou o 2º golo quase 1 metro de fora de jogo. Porque neste tipo de dúvida beneficia-se o jogador do FCP. É o “manual” e quem foi eliminado foi o Benfica. Ainda hoje estamos a pagar essa “factura” emocional e desportiva.

E as pessoas, os dirigentes e os candidatos a serem dirigentes, vêm isto e das duas uma. Ou não reparam que em todos os jogos este critério é aplicado demasiadas vezes ou então são tão incompetentes que continuam a pensar que com um treinador “certo” e jogadores de “mais qualidade”, é possível fazer mais que os 93% de pontos que o FCP fez para ganhar este campeonato. Claro que tudo isso custa dinheiro, mas hipotecamos aqui e ali, e depois ... logo se vê. Andamos nisto há quase 20 anos e Pinto da Costa a rir-se ...

Também podíamos falar do modelo de jogo do FCP. Voltei a confirmar tudo o que escrevi sobre este assunto nos textos sobre a Taça de Portugal. Este Villas-Boas está a beneficiar de um sistema de jogo que só na teoria é atacante, porque na prática é de propensão defensiva. É um modelo que espera pelo erro do adversário, ao contrário do nosso modelo, que é claramente de cariz ofensivo.
O FCP voltou a jogar em 4-1-2-3 (como estou cansado de repetir), que só funciona assim quando o FCP tem a bola em situação de transição rápida, ou seja contra ataque. Quando o FCP não tem a bola, os médios ala recuam para desenhar um 4-1-4-1. Quer isto dizer que quando não têm a bola, o FCP reúne 5 jogadores no meio campo, que têm mais hipóteses de trabalhar para roubar bolas ou impedir linhas de passe. Pela superioridade numérica.

Será que os “crânios” do Benfica viram e analisaram as virtudes deste modelo de jogo e os seus defeitos também? Não creio. A questão agora é quem entra e quem sai, e não, porque falhamos ou nos obrigaram a falhar e como devemos jogar para ter mais sucesso em cada ambiente competitivo (Liga, Taça, Taça da Liga e competições europeias). Por isso vamos continuar a ver títulos por um canudo ...

5 comentários:

  1. :) Obrigado Gilão. Sei que a sua "dor" é igual à minha ...

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  2. http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=264394

    Esta queixa entrou na Liga na Sexta-feira antes do jogo Marítimo-porto.
    Para vermos até que ponto a liga e comunicação avençada é controlada, só saiu hoje após esse mesmo jogo e após a final da liga europa, assim vemos como a pressão que o Glorioso passa é diferente dos corruptos e parceiros.
    Alguém com contactos na Benfica TV que denuncie isto

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  3. Amigo Gilão, esse é apenas mais um exemplo. Some-se ao de Domingos, que só veio para as páginas dos jornais ANTES do jogo Braga-SCP, e perceba-se como esta comunicação social actua como alcateia, bem instruída, para atacar as mesmas vitimas e sempre da mesma maneira. Eles sabiam que o Benfica, mesmo a atravessar um mau momento psicológico e na relação com os adeptos, podia chegar à final da Liga Europa. Por isso tudo que servisse para desestabilizar o Braga foi cuidadosamente "abafado".

    Ninguém pode quantificar este tipo de influências, nos resultados desportivos, mas se não fosse importante, víamos isto acontecer aos outros clubes. E não vemos. Eles sabem porquê.

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  4. As notícias dadas à estampa nos últimos dias podem deixar sossegados os benfiquistas, por várias razões:
    1-Transparência, rigor e competência na gestão do clube actualmente (apesar dos erros próprios da actividade, que o eagle01 oportunamente referiu);
    2-Credibilidade do clube e seriedade ianatacável dos dirigentes (o que seria se tivessem passados obscuros ou rabos de palha...);
    3-Determinação em não vergar perante os interesses e pressões da Olivedesportos.

    Apesar do insucesso desportivo, os benfiquistas devem sentir orgulho no seu clube e têm sobejas razões de andarem com a cabeça levantada!

    Viva o Benfica!

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