Portugal, 15 de Julho de 2011
Terminamos a 1º fase da pré-temporada com a derrota frente ao Dijon, recém promovido à Ligue 1 francesa. Uma derrota que confesso, me irritou de sobremaneira.
No Benfica há uma tendência para tornar complicado o que é simples, a Direcção não o impede, o Director Desportivo idem, enfim, parece que não se passa nada, que ninguém tem a ver ou pode fazer alguma coisa, e no fim os erros pagam-se caros, pois o Benfica é a única equipa portuguesa e no Mundo em que os resultados dos treinos são analisados com o maior requinte e pormenor. E não propriamente para sublinhar os aspectos positivos, que são regra geral completamente ignorados, mas sim para recalcar processos de desestabilização.
Se sabemos que cada mau resultado do Benfica, incluindo a pré temporada, é utilizado como arma de arremesso da comunicação social contra jogadores, técnicos e às vezes até Direcção, porque persistimos em “pormo-nos a jeito”?
Desta pré-temporada sobra a goleada esperada frente à Selecção de Friburgo e o expectável empate frente ao primodivisionário Servette. Expectável porque tínhamos jogado 24 horas antes e o Servette não.
A derrota frente ao Dijon, essa para mim não era esperada e não devia ter acontecido. Porque tínhamos tido um dia de intervalo, o que não sendo adequado, mas para equipas profissionais e nesta fase, é razoável porque os jogadores não fazem os 90 mn de cada partida. Contudo ao ver o alinhamento da equipa e os primeiros minutos, percebi que dificilmente faríamos um bom resultado.
Não gosto nem costumo criticar ninguém no futebol benfiquista, muito menos o treinador, mas desta vez tem de ser porque me parece que foram cometidos erros de principiante. E se estamos na 3ª época de Jesus no Benfica, isto parece-me inadmissível.
Não falo de esquemas tácticos nem analiso a bondade das ilações que o treinador pode ter querido tirar. Falo que para obtermos um bom resultado não podíamos utilizar uma dupla de centrais que não havia jogado junta, presos de mecanismos de conjunto e entendimento, sacrificando Javi como trinco para experimentar o Matic que já se tinha visto com os de Friburgo que é um jogador que gosta de subir e tem pouca capacidade de choque, característica necessária para um trinco.
Estas opções voltaram a sacrificar Fábio Faria que é central e voltou a jogar adaptado a lateral esquerdo, o que não é fácil para um jogador com mais de 1,90 m de altura e que como já tínhamos verificado com o David Luiz, no Dragão, em Liverpool ou mais atrás em Alvalade com Quique Flores, é claramente uma má opção, porque dá sempre maus resultados desportivos. E quando se tem no banco um defesa esquerdo, Schaffer, ainda se entende menos estas adaptações.
Foram adaptações que estavam condenadas ao insucesso desportivo em várias vertentes. (1) porque os jogadores sendo equiparados a matraquilhos que jogam em várias posições, não gostam nem dão o máximo porque sentem que é uma opção temporária, (2) porque percebem que algumas opções do treinador são mesmo para “queimar” outros colegas e a pergunta que lhes pode ocorrer é “quando será a minha vez?”, (3) ainda porque a movimentação colectiva não pode ser a melhor porque vários jogadores têm de compensar os colegas e assim perdem eficácia nas suas funções e cansam-se desnecessariamente. Exemplifico. Para cobrir as costas de Matic que sobe demais, alguém da defesa tinha de subir, logo desguarnecia a sua posição que devia ser assegurada por outro colega (ver posição de Miguel Vítor no 1º golo), para cobrir as perdas de bola de Fábio Faria, eram os centrais que tinham de estar “à coca”. Etc, etc. Qual a influência na movimentação colectiva? Muita e de má qualidade obviamente...
Ora quando um treinador experimentado não consegue ver coisas simples que uma pessoa minimamente atenta, consegue descortinar, a pergunta é “ a quem é que estamos entregues e que resultados podemos esperar?”.
Uma palavra também para a Direcção que mais uma vez optou por sacrificar os interesses desportivos aos económicos, sem sabermos sequer o que ganhamos com isso. Isto é. Ao ceder à Gamasports a organização do estágio, o que vimos foi um “pacote” de 3 jogos com adversários pouco convenientes e em datas menos convenientes ainda. Resultado: 1 empate e 1 derrota que já puseram os adeptos a pensar e a comunicação social a criticar vários jogadores.
Agora vêm aí Troféu do Guadiana com árbitros portugueses ...
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