Portugal, 21
de Fevereiro de 2013
Já é mais logo que
vamos disputar o jogo mais importante da
época até ao momento. Foi apenas há 8 dias que conseguimos, pela 2ª vez na
nossa história, vencer em casa de equipas alemãs. Com Jesus ao leme mas também
pela 2ª vez, com golos de Cardozo, que não é uma espécie de “mal amado”. É
apenas um jogador criticado pela ignorância em que o Benfica mergulhou nos
últimos anos de “boom” mediático, onde pseudo
analistas desportivos fazem que percebem do assunto e influenciam a opinião de
grande parte dos incautos adeptos do Benfica.
Esta crónica
também se podia intitular “sem
Portoença, que grande diferença” para ligar essa grande vitória, num palco
difícil mas com árbitro estrangeiro, ao empate que 5 dias antes nos tinha sido imposto
por um árbitro useiro e vezeiro num palco de muito menor grau de dificuldade.
Voltando ao jogo
da 1ª mão, recordo que jogamos num
sistema de jogo baseado no 4-2-3-1, ou seja, caracterizado por envolver
apenas um avançado (desta vez jogou Cardozo, que tem mais sentido posicional), caracterizado por processos de jogo mais
eficazes nas transições rápidas e também por ser mais proactivo defensivamente.
Se repararam bem,
foi precisamente nesse sistema de jogo que ganhamos em Braga 2-1, e em Paços de
Ferreira 2-0 na 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal, embora nestes dois
jogos o avançado eleito tenha sido Lima, que é mais móvel do que posicional.
Mas a eficácia dos processos, quer defensivos quer ofensivos, esteve bem
associada a esses bons resultados. Adiante.
Nesse jogo de
Leverkusen foi também perceptível aos pseudo analistas da praça, algum tipo de
critica ou comentário negativo, ao facto de Cardozo estar muito só e de o jogo
não lhe chegar. Discordo. Isso não foi
um erro do modelo de jogo, isso é uma consequência. E como tal não pode
condicionar a apreciação da exibição da equipa. Só o resultado final pode. Como
ganhamos, acho que não se deve perder tempo a debater se o Cardozo (ou outro)
deve jogar acompanhado ou não. Ou se está muito só, ou pouco só.
Tenho para mim que
jogando com 2 avançados de área, no habitual sistema de 4-4-2 em losango (ou no
clássico, que ainda traz piores resultados), teríamos perdido de certeza,
como perdemos com Eusébios e C.ª nos anos 60 até Jesus ter alterado essa ordem
táctica. E recordo também a fase de grupos da Champions de há 2 anos (Shalke04,
Lyon e Hapoel Telaviv), em que jogamos fora de casa sistematicamente no 4-4-2
em losango, e para além de não marcarmos
qualquer golo fora de casa (é obra!) ainda sofremos 7! Sublinho que nessa
altura Aimar dominava a posição 8, Cardozo e Saviola eram os avançados de área.
E hoje como será? Hoje será seguramente um jogo ainda mais
difícil, ao contrário do que a maior parte dos títulos da comunicação social
quer fazer crer. Porquê mais difícil, se trazemos vantagem de 1-0 da 1ª mão? Eu
acho que é mais difícil porque se nos agarrarmos ao 4-4-2 em losango (ou outro
equivalente), corremos sérios riscos de sermos eliminados. Ou seja, se nos
agarrarmos à forma habitual de pensar o jogo, podemos ser eliminados. O difícil será então contrariarmos o nosso
ADN e voltarmos a jogar apenas com 1 ponta de lança e com mais “músculo” no
meio campo (o regresso de Matic pode ser um ponto a nosso favor). Porque é no
meio campo que temos de “filtrar” o jogo deles e articular bem as transições
defesa/ataque, de modo a podermos
concretizar um golo primeiro do que eles.
Não tenho esta eliminatória como adquirida, apenas porque ganhamos o 1º jogo. O Bayer de
Leverkusen, à semelhança da maior parte das equipas alemãs, joga melhor em terreno adversário do que em
casa. Isto não está desligado de, as equipas que jogam em casa, serem mais
atrevidas no ataque e pagarem o “preço” nas aberturas defensivas que deixam
livre, no último terço do campo.
Terá sido neste
enquadramento táctico que o Leverkusen venceu em casa do Bayern de Munique? Tal
como o Bayern de Munique ganhou em casa do Arsenal?
Oxalá isso não aconteça hoje!
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