sexta-feira, 15 de maio de 2015

Manto protector...



Portugal 15 de Maio de 2015

Interrogava-me eu há tempos atrás num dos últimos textos, sobre se era normal um treinador de um clube elogiar um treinador de um clube adversário que cresceu para ele após um jogo entre as duas equipas, e conclui que isso no Benfica é possível. Com “funestas” consequências, acrescento.
Para existir comunicação tem de existir 3 coisas: um emissor, um receptor e uma plataforma de comunicação entre ambos. Tem de existir os protagonistas, têm de existir órgãos de comunicação social, e têm de existir adeptos ou pessoas que se interessem.
Só por ingenuidade ou má fé se pode defender que a mensagem que sai do emissor, chega ao receptor com a pureza da ideia que o emissor lhe quis dar. Nada disso. Tentem imaginar um zigue-zague entre dois pontos A, o emissor e B, o receptor, e percebam que o zigue-zague é a forma como a mensagem percorre a distância que separa os dois. Agora imaginem dezenas de zigue-zages diferentes, e concluam que no final, a mensagem chegou sempre ao B. Com mais ou menos voltas, mas chegou. Como é que o B captou? Obviamente em função do tipo de zigue-zague que lhe foi dado. Se fosse outro zigue-zague, ele captaria da forma desse outro zigue-zague.
Agora pensem que, em vez de zigue-zague vocês têm o facto da notícia ser escrita e lida pelo receptor (jornal), ou ser escrita e lida pelo emissor (rádio ou televisão) e escutada ou visionada pelo receptor, pensem que a notícias pode sair na 1ª página do jornal, na abertura do rádio jornal ou na abertura do telejornal, ou em vez disso pode sair na última página do jornal, no fecho do rádio jornal ou do telejornal, pensem que pode sair a cores ou a preto e branco, pensem que pode ter uma página ou duas, pensem que pode ter comentários/opinião associado ou não, etc., e concluem que a forma como as coisas nos chegam não dependem do emissor, mas sim do que a plataforma de comunicação quer que nos cheguem.
As notícias chegam-nos pois formatadas em importância, qualidade da mensagem, esclarecimento, por critérios jornalísticos que são critérios subjectivos porque são decididos por seres humanos com todas as suas limitações sentimentais, emocionais, etc. Apesar deles dizerem que não, que são imparciais, que se limitam a relatar factos, etc., na realidade há muitas maneiras de o fazer, como já exemplifiquei.
Como já se percebeu, eu sou dos que acham que o Benfica é desrespeitado pelos critérios jornalísticos, porquanto é óbvia a tendência desviante do rigor e esclarecimento, quando se trata de noticiar o que nos diz respeito.
Utilizo o RECORD online e o caso Lopetegui e a Newsletter do FCP como exemplo. Sempre que as mensagens foram agressivas e provocatórias do FCP contra o SLB, o RECORD destinou-lhe a parte mais visível do online, com a particularidade de, para a Newslettrer que criticou o critério da nomeação dos árbitros, permitiram o destaque durante quase 1 dia. Curiosamente a resposta a Lopetegui por parte do nosso “imbecil de serviço” João Gabriel, com a evocação do manto sagrado, esteve escassos minutos em destaque, passando de imediato para segundo plano, para dar lugar a mais outra provocação do FCP.
Mas não se ficaram pela óbvia manipulação dos destaques dados a uns e a outros. Também apimentaram, acrescentando textos, uns a lembrar que JJ teve problemas com todos os treinadores do FCP excepto Paulo Fonseca e Luís Castro “se safaram” (termos do RECORD). Mas quantos treinadores o FCP teve mais? 3! E desses quantos tiveram um comportamento irrepreensível depois de o serem? Nenhum: Vitor Pereira anda a fugir à frente dos adeptos que foi provocar, Villas-Boas discute com os jornalistas russos, e Jesualdo está desempregado.
Ou seja, num conflito iniciado pela ordinarice do treinador do FCP, o mesmo que antes tinha rebaixado JJ ao dizer que “só falava latim”, e seguida pela Newsletter do FCP, um online lisboeta manipulou e “fabricou” ideias que nos penalizam bem como à verdade e rigor da situação criada pelo treinador basco* e não exercemos o direito ao contraditório perante o jornal online e perante o emissor adversário?
Ah, sim, a nossa estratégia foi anunciar mais um jovem da formação venezuelana, um tal de Murillo, que vem de um tal de Zaragoza, para desta forma desviante, deixar “acamar” a ideia dos emissores portistas e da plataforma que os serviu, RECORD online, de que estão correctos naquilo que dizem.
Os interesses do FCP tem um enormíssimo manto protector dado pela comunicação social lisboeta, e por omissão, pela nossa Direcção que exemplo atrás de exemplo, mostra que não tem manta para se proteger. O rei vai mesmo nu para as nossas bandas.
*então podem referir-se ao Pizzi como transmontano e não podemos referir-nos a Lopetegui como basco? O RECORD deixou a Newsletter do FCP atacar essa situação, esquecendo-se de lembrar o tratamento dado ao Pizzi (e a tantos outros)? Mas para enterrar JJ aí sim, já optaram e não foi a nosso favor, mas sim contra.

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