Portugal 5 de Agosto
de 2015
A pré-temporada
terminou com uma derrota volumosa por 3-0, onde pasme-se, o Funes Mori foi
considerado o melhor jogador em campo. Aquilo
que já andava mal, nas “bocas” dos benfiquistas (ou dos rivais) afinal
conseguiu terminar pior do que se pensava.
Vamos por partes. Se
é verdade que critiquei anteriormente a mentalidade frágil de Rui Vitória,
também é verdade que todos os anos critico o
protagonismo pela negativa, dos adeptos, críticos e ex-dirigentes.
Os resultados desta
viagem começaram com uma derrota tangencial frente ao PSG, por 3-2, com os
golos a serem marcados por Talisca e Jonas. O Benfica alinhou de inicio com a
sua melhor equipa, enquanto o PSG fez o contrário. Na 2ª parte o Benfica rodou
alguns jogadores, o PSG idem, mas ficaram eles mais fortes e acabaram por dar a
volta ao marcador com mais um penalty feito por Samaris (o último sofrido no
campeonato em Vila do Conde, também foi cometido por ele).
A derrota não
escandalizaria os adeptos mais “adeptos”, aqueles que só se preocupam com a
equipa. Mas fez soar algumas criticas à entrega dos jogadores, naqueles adeptos
que mandam “bitaites” cá para fora, por tudo e por nada.
Seguiu-se o empate
a zero com a Fiorentina, perdido no desempate por marcação de grandes
penalidades, e o tom do alarme aumentou
de intensidade. Agora era porque não marcamos golos. Podíamos humildemente
reconhecer que jogamos quase 30 mn com menos um jogador, mas em vez disso imperou a habitual arrogância da crítica e
dos adeptos mais dados aos “bitaites”.
A derrota com o Red Bull por 2-1, uma
equipa já em competição há 19 jogos, e que havia ganho 4-2 ao Chelsea ligou as buzinas. Já não era só o
alarme, mas sim as buzinas da crítica e dos mesmos adeptos. Ou pelo modelo de
jogo, com um avançado, ou porque os jogadores não deram tudo que podiam, as criticas
continuaram.
Já deu para
perceber que tudo isto me incomoda
porque as criticas influenciam negativamente o lado mental dos jogadores.
Ao contrário da teoria reinante no Benfica, de que uns valentes apupos servem
para o chamar a atenção dos jogadores para se esforçarem mais, etc. Errado,
como vários jogadores de outros clubes (Real Madrid por exemplo) referem. E todos os anos cometem o mesmo erro.
Veio o América, uma
espécie de Benfica lá do sítio, e nem a
vitória no desempate por grandes penalidades serviu para arrefecer a crítica. Por causa do 0-0 e por causa da
qualidade da exibição. Pelos vistos, a bola não chegava ao Jonas que estava
muito sozinho lá à frente (ouvi esta tese no programa Lanças Apontadas da BTV),
e como tal devia ter companhia ao seu lado.
Como a “estrutura”
do Benfica é uma treta bem propagandeada na comunicação social avençada, o
treinador fica sempre isolado no dilema de optar por um modelo de jogo mais
compacto e menos ofensivo, como o que resulta de jogar com 1 ponta de lança, e
o outro modelo mais ofensivo e frágil defensivamente como o que resulta de
jogar com 2 pontas de lança. E regra geral, acaba por ir atrás da pressão
mediática feita por adeptos e por supostos entendidos. Rui Vitória não é
excepção e acabou por fazer a vontade aos
grandes “entendidos” adeptos do 4-4-2. Assim contra o Monterrey jogaram Jonas e
Jonhatan. Resultado: goleada!
Isto é o Benfica medíocre, dos que puxam os galões
de maior clube português para fazer disfarçar as nossas lacunas enquanto massa
crítica. E assim, ano após ano, a mistura de arrogância com ignorância origina
estes cocktails explosivos de opiniões destrutivas, que empurram a equipa para baixo a cada jogo que passa. E com este
tipo de intromissão, patrocinada pela omissão da “estrutura” que nunca aparece
a defender as opções do treinador (deixam isso para uns quantos que parecem
avençados, como Paulo Madeira, João Alves, Álvaro Magalhães, etc.), o espaço da liderança do treinador vai-se
esvaindo rapidamente. De grande promessa, por ter feito um “bom” trabalho
no Guimarães e ser benfiquista, Rui Vitória já começou a ser olhado de lado. E ele sabe disso. E os jogadores também. Todos
lêem jornais e vêm televisão.
Entretanto o PSG
ganhou o troféu, a Fiorentina ganhou ao Barcelona 2-1 e nós no Benfica estamos em pré-depressão. Um estado
muito igual ao que vivemos após as pré-temporadas de outros treinadores portugueses, sem liderança ou com fraca imagem,
como Toni, Jesualdo ou Fernando Santos. Rui
Vitória é apenas mais um igual aos outros, e não foi por acaso que sempre elegi
Jesus com alguém excepcional que jamais podia ser convidado a ir treinar para o
Qatar. Porque de facto esse homem foi um “achado”.
Entretanto o presidente do Benfica, para variar anda
desaparecido. Não sem antes ter dado mais um exemplo da pessoa que é e que
os adeptos não querem “ver”. Fez circular que não podia ir ver a Eusébio Cup por razões “profissionais e também
físicas” (Record online sábado, 1 agosto de 2015 | 04:20). Mas no dia 2 de Agosto esteve no casamento do Jorge Mendes.
Uma pessoa que tem
este conceito do que é “verdade” e do que é “mentira”, é capaz de dizer qualquer coisa para se manter no poder. Até falar
da “pesada herança” 7/8 anos depois de ser eleito. E como tem a cobertura de
Joaquim Oliveira e de toda a comunicação social que rotulou de “casamento do
ano”, o casamento de alguém que não paga
impostos em Portugal (nem em Espanha), sabe que pode dizer o que quiser que
ninguém o questiona. É lamentável ver a
que estado chegou o Benfica, com gente desta estirpe na liderança e perante a cumplicidade
de tanto e tanto benfiquista. Uma cumplicidade possivelmente compensada, a
uns mais do que a outros, mas compensada.
Quando a mentira assenta arraiais e tenta
travestir-se de verdade, chega a uma altura que já não engana ninguém. E quem “paga”
é o futebol. O “core business” do Benfica.
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